quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Vigésimo sexto dia – 29 de dezembro – Quarta feira

Mais um dia, será que vamos ter sorte?
Assim que saí de casa para me encontrar com o Gabriel começou a nevar, vocês acreditam? Então pensei: hoje o dia vai ser bom!! Meu humor ficou ótimo, todo mundo na rua fugindo da neve (o povo que mora aqui não gosta de neve) e eu lá, pulando no meu da calçada e tentando pegar a neve. rs...
Encontrei com Gabriel e Tayane na escola e fomos em direção ao park, ele tinha a esperança de encontrar a bolsa por lá, afinal procurar algo com a luz do dia é bem melhor, certo?!
Pegamos o skytrain e fomos até o seabus, depois pegamos outro ônibus e subimos para o park. A conversa estava tão boa que na hora de dar sinal para o ônibus parar, eu avisei meus amigos, mas Gabriel me disse, a gente desce no próximo, só que o próximo nunca chegava. Conclusão: voltamos para o meio do caminho de novo, só que durante todo esse trajeto nos tivemos um problema: mau humor.
É acreditem nós demos o azar de encontrarmos a motorista (era uma mulher, isso aqui é bem comum) do ônibus com o maior mau humor do mundo. Ela sabia que nós estávamos indo para o park e viu que nós não descemos do ônibus, ela não avisou a gente. Depois na volta, quando nós chegamos no ponto final, o Gabriel foi falar com ela sobre como nós faríamos para voltar para o park. Ela respondeu que nós deveríamos sair do ônibus e esperar 20 minutos e completou dizendo que nós deveríamos puxar a cordinha do ônibus quando quiséssemos descer, vocês acreditam?
Estava muito frio, ela não deixou a gente ficar dentro do ônibus esperando, nós descemos e ela foi capaz de fechar a porta e ficar dentro do ônibus comendo, até que chegou um senhor e bateu na porta, ela não olhou, ele foi na frente dela e deu sinal, ela não olhou para a cara dele. Ficamos todos nós do lado de fora esperando 20 minutos no maior frio.
Entramos no ônibus de novo e fomos para o park, dessa vez deu certo. Descemos no lugar onde deveríamos descer. Ainda não tinha ninguém no park, estava bem cedo e um frio de congelar qualquer pessoa. Procuramos a bolsa por toda a parte e nada, fomos na casa da administração do park, mas ela estava fechada devido as festas de final de ano e só vai abrir no dia 4 de janeiro. No local tem um restaurante que também estava fechado, sendo assim não conseguimos nenhuma pista do que poderíamos fazer, a decisão então foi procurar o consulado brasileiro.
Pegamos o ônibus de volta para Vancouver, todo mundo morto, com todo esse stress ninguém dormiu direito. Chegamos no lado de cá e o Gabriel ligou para a casa dele aqui e pediu para que descobrissem o endereço do consulado brasileiro, que para nossa sorte era bem perto de onde estávamos, então partimos a pé. Nós tínhamos um numero muito grande na mão: 6662020. Achávamos que iríamos andar muito para chegar até o local, porque os prédios de onde estávamos tinham números como: 440, 448... foi quando decidimos pegar um táxi. Falamos para o taxista o endereço de onde queríamos ir e que era o consulado brasileiro, ele nós explicou em um inglês muito mal que o prédio era em outra rua e nos levou até lá. Pagamos 7 dólares e quando descemos do carro descobrimos que não era naquele local e sim em um prédio que estava perto de onde pegamos o táxi. Queríamos matar o taxista, mas já não tinha mais como ele já tinha ido embora. Então voltamos para o prédio correto e descobrimos que o numero do prédio era 666 e o andar 2020. Quando encontramos o consulado foi um alivio, pois saber que a gente poderia explicar tudo em português e que alguém iria nos ajudar de verdade, mas essa sensação durou pouco, muito pouco. O consulado estava cheio, tivemos que esperar por alguns minutos, até que finalmente chegou a vez do Gabriel ser atendido e o senhor que nos atendeu foi muito legal, rs.. ele disse assim: Meu jovem você está ferrado, junte copia dos seus documentos e traga junto com mais 200 dólares, mas faça isso rápido. Saímos de lá revoltados, mas não tínhamos mais o que fazer, agora era com o Gabriel. Ele foi embora tentar conseguir o que precisava, eu e Tayane fomos ao shopping almoçar e depois vim para casa.
É estranho como a gente se decepciona com as pessoas. Achávamos que iríamos encontrar um outro tipo de ajuda no consulado, afinal era gente do nosso país. Sabe aquela historia que a gente sempre comenta sobre funcionário publico, sobre a vontade de trabalhar e ajudar o próximo? Pois é, isso também acontece aqui. Talvez eles realmente não pudessem fazer algo a mais do que fizeram, mas nós precisávamos de um apoio, de uma explicação sobre o que fazer, onde ir e não recebemos isso, o problema é que o Gabriel está indo embora semana que vem e não tem passaporte, o desespero só aumentou quando fomos buscar um conforto. Agora é torcer para que amanha seja um dia bem melhor!!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vigésimo quinto dia – 28 de dezembro – Terça feira

Hoje de manha se alguém me perguntasse o que aconteceria no meu dia eu iria dizer varias coisas, menos o que realmente aconteceu. Acordei com um sentimento estranho, de que algo estava acontecendo e minha mãe estava escondendo de mim, insisti varias vezes com ela sobre o assunto hoje pela manha, mas ela me disse que nunca mente para mim.
Depois do momento MSN do dia, foi a hora de lavar roupa. Comecei o dia bem, porque já não tinha mais calça jeans para vestir, e a calça que vou usar com meu sapato novo estava suja (minha mãe ainda não descobriu que comprei o sapato, rs).
Aqui eles lavam a roupa uma vez por semana e pior, colocam todas as roupas juntas na lavadora, é preto com vermelho, é azul com branco, enfim eu não sei como as roupas não ficam manchadas, mas elas encolhem porque eles colocam na secadora. Para lavar demora 15 minutos, mas para secar....
Eu deixei as roupas na secadora devido a demora e combinei com a Faith que na hora que eu voltasse eu pegaria a roupa, e ela me disse que tudo bem, porque iria demorar mesmo, posso com isso? Ahh, quando eu voltei, minhas roupas estavam todas dobradas em cima da maquina!!
Peguei o ônibus e fui me encontrar com o pessoal: Gabriel, Renato, Moara e Tayane. O inicio do passeio foi ótimo (um dia lindo de sol), nós fizemos um Tur pelas ruas próximas a escola, pois tinha algumas coisas para a gente conhecer, fomos na biblioteca (é linda) e depois fomos para um relógio que tem aqui na cidade, esse é o único relógio a vapor que existe no mundo (confesso que o Gabriel falou tanto desse relógio que eu esperava muito mais dele, mas é bem bonito), mas enrolamos tanto, porque nós dávamos um passo e tirávamos 20 fotos, mais um passo mais 20 fotos, com isso a manha se foi e nós fomos almoçar, mas dessa vez um almoço mais saudável: Subway.
Terminou o almoço e a duvida: o que fazer? Tínhamos duas opções Chinatown (programa sugerido pelo Renato desde o dia eu chegamos aqui) e um parque que o Gabriel havia descoberto pela Internet ontem. Eu achava melhor ir para o grande sonho do Renato (Chinatown) mas o resto da galera escolheu ir para o Parque que o Gabriel dizia saber ir, então como a maioria venceu...
Pegamos o seabus, atravessamos o mar, quando descemos em Norte Vancouver, o Gabriel pediu informação sobre qual ônibus podíamos pegar para chegar até o parque (isso porque ele sabia chegar), então o motorista do ônibus respondeu que o parque não era por ali e sim do lado contrario ao que estávamos. Foi só risada.
Já que estávamos ali mesmo, decidimos ir para a famosa ponte suspensa já que para ir ate a ponte nós deveríamos pegar um ônibus naquele local. Entramos no ônibus, mas dessa vez sem perguntar, e o que aconteceu? Entramos no ônibus errado. Só percebemos isso quando o ônibus chegou no ponto final. Então, trocamos de ônibus, voltamos até o meio do caminho, pegamos outro ônibus e fomos para uma ponte perto da ponte suspensa, pois a Capilanos teríamos que pagar 30 dólares e no Lynn Canyon Park a vista seria a mesma e nós não pagaríamos nada. Até que chegamos no nosso destino. Quando desci do ônibus percebi que era o mesmo Park que eu fui a algumas semanas atrás com meu fiel escudeiro, mas já estava com a galera, o solução seria abraçar a ideia e me divertir.
Estávamos tão animados que logo na entrada já começamos a tirar foto, 20 fotos por cada passo. Conseguimos chegar até a metade do Park só, porque já estava escurecendo (aqui fica escuro às 4 da tarde) e lá não tem iluminação. Depois de muitas fotos, hora de voltar para a entrada do park, então começamos a juntar nossas coisas.
Moara pergunta para Gabriel:
- Cadê sua bolsa?
Ele responde:
 - Que bolsa?
Eis então que começa o desespero. Ele não sabia onde tinha deixado as coisas dele. No inicio achei que fosse brincadeira dele, mas ele ficou tão desesperado que percebi que ele realmente não sabia onde estava. Depois achei que alguém tinha escondido, mas como já estava bem escuro, percebi que eu estava enganada mais uma vez. Todo mundo começou a procurar a bolsa e a cada minuto que passava a escuridão ficava mais intensa. O Gabriel nos deixou no local e foi para o inicio do park sozinho ver se ele havia deixado em outro lugar, no caminho ele se lembrou que havia esquecido a bolsa na entrada do Park quando tiramos a primeira foto. Eu e o resto da galera voltamos logo depois dele, pois não achávamos a bolsa. No caminho, Moara achou que tinha perdido a maquina fotográfica do Gabriel, mais um desespero. Estava muito escuro, nós não conseguíamos ver nada, saímos pisando em qualquer lugar, nossos sapatos ficaram imundos.
Chegamos vivo onde o Gabriel havia deixado a bolsa e não encontramos nada. Começamos a perguntar para as pessoas que estavam saindo do park se elas viram algo, mas a resposta era sempre negativa. Chegou um momento que não tinha mais o que fazer, foi quando vimos uma placa dizendo que o local fechava às 6 horas, faltava uma hora ainda, mesmo assim decidimos esperar, pois poderia aparecer alguém para fechar o park e nos dar informações do que poderíamos fazer.  Esperamos em pé, no único local que havia um poste de luz, estava muito frio, segundo nossa menina do tempo (Moara) estava abaixo de zero.
O melhor de tudo é que o medo vai batendo, começou aqueles papos de maníaco do park, cada um tem uma historia para contar. Renato morrendo de medo, eu também não estava me sentindo nada segura no local. Procuramos um telefone e nada. Batemos em uma casa próxima do local e nada. Uma hora esperando e nada do tal do guarda aparecer para fechar o park. Decidimos ir embora. No caminho para pegar o ônibus, o Gabriel encontrou uma mulher que morava ali perto, ela foi muito gente boa, explicou varias coisas para ele. Confesso a vocês que não prestei atenção em nada, o frio era maior que qualquer coisa, até os olhos congelavam.
Finalmente pegamos o ônibus para vir embora e conseguimos nos esquentar. O Gabriel estava congelando, porque estava com o pé molhado. Agora tudo é engraçado, mas na hora...
Chegamos tarde já do lado de cá da cidade. Eu fui jantar no subway de novo, porque já havia passado da hora do jantar e eu estava morta de fome. Não falei uma palavra durante o trajeto até o ônibus, coitada da Tayane que estava comigo, ficou o tempo todo olhando para a minha cara e me vendo comer, o pior, a fome era tanta que eu não ofereci o sanduíche para ela, me esqueci, kkk.
Cheguei em casa morta. Agora acabamos de combinar que vamos voltar ao park amanha para procurar a bolsa de novo, mas dessa vez durante o dia, neh?!
O desespero é grande porque alem das coisas de valor que tinha na bolsa como o ipod da mãe dele, tinha também o passaporte e ele está indo embora na semana que vem. O passaporte é o nosso documento aqui, nada mais vale: carteira de motorista, identidade, CPF... isso é o mesmo que nada. Sendo assim Gabriel não pode andar sozinho na rua, não tem mais dinheiro para nada (nem os 9 dólares, mais, rs..) e muito menos ir para uma festa de reveillon. O que vou fazer agora com o meu sapato novo? Ah, já sei, vou andar de Skytrain!!!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vigésimo quarto dia – 27 de dezembro – Segunda feira

Dia de olhar e não comprar, essa é a forma como posso descrever o dia de hoje.
Acordamos cedo e fomos para o Outlet (eu, Gabriel, Moara e meu fiel escudeiro), passamos o dia lá e não vimos todas as lojas, e olha que para os meninos ficarem o dia todo lá, é porque as coisas realmente estavam boas.
Visitamos nossas marcas preferidas: Garage e Tommy. Nosso dia se resumiu nessas duas lojas, vocês acreditam? As lojas estavam bem cheias, isso também contribuiu para a nossa demora. Os preços continuam muito bons, na verdade a maioria das lojas continuam com as promoções até quinta feria, então dá tempo de comprar tudo o que se sonhou durante o ano todo.
Eu apenas olhei e não adquiri nada, mas confesso, hoje foi o dia mais difícil da minha viagem. Vocês devem estar achando um exagero tudo isso, para alguns de vocês pode até estar chato esse texto, mas eu queria que todos vocês estivesse aqui por alguns minutos, pois só assim vocês iriam me entender. Queria que minha mãe estivesse aqui para ver as coisas que eu vejo, pois só assim ela iria para de dizer “Filha, economize, não faça compras”. Foi horrível olhar, ver todo mundo comprando e eu lá, com cara de “não preciso de nada que tem aqui”.
Em um determinado momento meninas foram para um lado e meninos para o outro, foi ai que eu e Moara nos libertamos, começamos a experimentar tudo o que tinha na loja, mas também uma blusa custava 5 dólares, eu também experimentei, a desculpa era achar uma blusa para o reveillon. Sorte que nada ficou bom, isso porque eu experimentei umas 6 blusas, kkk...
Final do dia, eu sem nenhuma sacola na mão, eis que surgi uma loja de sapato, ótima, lotada, com uns sapatos lindos, eu entrei apenas para conhecer a loja, entende? Só que assim, eu não trouxe nenhum sapato de sair para cá, como vou sair no reveillon sem sapato? Então pensei “é questão de necessidade”. Comprei!! Ahh, contei, minha mãe vai ficar sabendo disso por aqui, portanto se eu sumir por alguns dias é porque ela veio me buscar, ok?! eu tenho que explicar: Mãe, era necessidade, você me entende? Afinal todo mundo compra roupa nova para passar o ano novo, rs... e outra o sapato custou 33 dólares, o que é 33 dólares, certo? Mãe, você vai gostar do sapato, tenho certeza. Então, prometo diante de todos os meu leitores que não vou comprar mais nada (já perdi a aposta duas vezes com o Gabriel), mas dessa vez eu juro, de verdade, mesmo que seja necessidade eu não vou comprar.
Final do dia fomos nos encontrar com os meninos na Tim Hortons (ótimo lugar para comer e é barato, viu?!) os meninos já estavam lá. Depois das compras a fome bateu, mas comer com que dinheiro? Eu não tinha gastado muito, mas já que fiz muitas compras ontem, o resto da semana tenho que comer somente pão e beber somente água (meu tio me disse que eu engordei já, isso acabou com o meu natal, esqueci de contar, rs...), Moara coitada, ficou contando as moedas para conseguir tomar um chocolate quente. Gabriel tem 9 dólares para passar as ultimas semana aqui na cidade. Meu fiel escudeiro está passando tudo no cartão, quero só ver a hora que a fatura chegar, rs... conclusão: todo mundo cheio de sacolas mas passando fome. Nunca imaginei viver essa situação, até que tivemos que ir embora comer em nossas casas. Para melhorar tudo, só eu tinha guarda chuva, então 4 pessoas e mais as sacolas usando um guarda chuva (não sobrou nem para comprar um guarda chuva novo). Não sei se foi desesperador ou engraçado.
Já em casa a preocupação foi outra: comprei o sapato para ir a onde? Pois é, não temos onde passar o ano novo, isso sim está me desesperando, me tirando o sono, pensei até em devolver o sapato, porque vou fazer o que com ele, andar de Skytrain a meia noite? Kkkk... Esse desespero tem uma explicação, pois no ano passado eu passei o reveillon sozinha, minha família foi cada um para um canto, meus amigos foram para a praia e eu fiquei, sobrei (usem a expressão que vocês quiserem...) esse ano não quero ficar sozinha de novo. Mas então o que fazer? Temos todas essas opções: http://www.clubzone.com/ e agora? Para quem não tinha para onde ir?
E vocês, vão fazer o que?

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vigésimo terceiro dia – 26 de dezembro – domingo

Fiz loucura com o cartão de credito, minha mãe vai me matar!!!
Se algum de vocês um dia for para o Boxing Day deixem o cartão de credito em casa, porque mesmo se você for a pessoa mais de boa para comprar, você vai acabar fazendo loucura. Hoje o dia foi de compras e somente compras. Eles fazem essa liquidação aqui, porque depois do natal ninguém mais consume nada.
A gelara combinou de se encontrar no shopping Metrotown, afinal lá tem o melhor preço e juntando os descontos... mas foi um desencontro só, que no final acabou em encontro e deu tudo certo.
Iniciei minhas compras com o Gabriel e terminas as compras com a companhia de Moara e Renato (nos encontramos nas lojas) , mas eu só sei que fiz loucura. Comprei dois casacos, um relógio e uma bolsa. Minha mãe vai me matar, agora vou ter que passar algumas semanas comendo pão e bebendo só água para poder pagar tudo isso.
Os preços não são tão baixos assim, mas tem coisa que compensam muito. Os eletrônicos possuem preços absurdos, me dá raiva de ver o quanto de imposto nós pagamos no Brasil. Estou pensando em levar uma Tv e um microondas, será que vou conseguir? Rs
A Tv que minha mãe quer para colocar na sala da minha casa custa aqui 600 reais, isso seria uma parcela da Tv no Brasil. Essas Tvs que foram lançamento de natal, que está 15 mil reais aí, aqui custa 2 mil reais. Sabe quando custa um microondas? 80 dólares. E a maquina fotográfica, o vídeo game, o computador... chega a bater uma revolta!
O preço das roupas não abaixam tanto assim, tem que saber procurar, andar, andar, andar... muitas vezes não compensa comprar coisas que não é de “marca”, porque devido a liquidação os preços passam a ser bem semelhantes. A melhor marca para comprar aqui é a Tommy (já comprei um monte de coisa) Diesel também é bem barato, as Guess e adidas é marca para comprar um monte de coisa. Enfim, dá para fazer a festa aqui com o cartão de credito.
Eu ainda não comprei tudo o que eu preciso, falta o presente dos amigos e da família. A única coisa que eu sei é vou ficar pobre, e vai ter gente que vai ficar sem presente, kkk....
Depois das compras foi hora de gastar com outra coisa: Pub. Fomos para o Pub (o mesmo que fui na semana retrasada) comemora nossas aquisições, claro, rs... conversamos bastante, e foi muito legal.
Eu estava precisando de um momento como o de hoje. Estava sentindo muita falta de sentar com meus amigos e conversar, dar risada, falar besteira (sentindo saudade de sair com o Mateus e com o tratante do Thiago)... foi muito engraçado, a gente conversou tanto que nunca imaginei conversar sobre certas coisas com a galera daqui, não falamos nada de mais, mas é que sempre estamos na correria de ir para os lugares, cada um com suas preocupações e não falamos muito sobre nossa vida, nossos gostos, sonhos.. no final saímos do Pub dando muita risada. Eu descobri que Moara é ainda mais igual a mim (selado). Tenho certeza que todo mundo gostou da conversa rapidinha que tivemos, porque foi rápida, viu?! (2 horas) kkkkkkkkkkkkkk
Voltei para casa, jantei sozinha porque todo mundo já estava dormindo e agora estou aqui escrevendo. Estou sem sono, acho que é a preocupação das contas de hoje, rs.... estou desanimada também de escrever aqui, ninguém mais comenta nada o que eu escrevo, será meu texto está chato de mais? Ei, tem alguém aí?



sábado, 25 de dezembro de 2010

Vigésimo segundo dia – 25 de dezembro – sábado

Feliz natal!!!!
Finalmente o natal chegou, não é mesmo?! hoje não foi um dia fácil, queria muito minha família comigo, estou precisando de um abraço de verdade, mas como minha tia me disse, amanha será outro dia e as cosias serão mais fáceis.
Bem que avisaram que dia de natal era dia de comer e foi só isso que eu fiz hoje. Acordei e fiquei no computador, afinal não dava para sair de casa porque nada abre aqui. Quando foi meio dia tomei café, era um café especial de natal, tinha uma torta ótima, comi dois pedaços escondidos da Faith, rs...
Quando o relógio bateu duas horas, as meninas me chamaram para o almoço. Esperamos até as três, pois tínhamos que rezar. Enquanto isso trocamos os presentes, quer dizer eles trocaram os presentes e me deram presentes, porque eu não dei nada para ninguém, rs.. que vergonha.
Eu até iria comprar, mas como aconteceu todo aquele stress aqui, resolvi não comprar nada e quebrei a cara. Stefis me deu um gorro do Canadá com chocolates, além de um cartão lindo que dizia que ela sabia que eu estava com saudades do Brasil e ela havia comprado o presente para que eu pudesse me sentir mais feliz, bonitinho, não é mesmo?! ela também me deu chocolate.
Faith também me deu um presente, eu não estou acreditando até agora, e o pior ou melhor, não sei direito, é que foi algo que eu amei. Ela me deu um livro lindo sobre a memória do futebol, alguém tem duvida de que gostei? O livro é todo em inglês, acho que não foi barato não, viu?! Tem no Brasil para vender. Além disso, ela também me deu chocolate. Acho que eles já perceberam que eu amo chocolate. Rs.
Ganhei também 20 dólares do casal de amigos da Faith, os que eu comentei ontem que gostava deles, sabe?! Eles queriam me dar algo, mas não sabiam o que, então me deram 20 dólares.
Essa troca de presentes, lembrou muito minha infância, acho que foi isso que me deixou um pouco triste. Passou um filme na minha cabeça, antes no natal fazíamos isso também na casa da minha avó. Hoje não tenho mais minha família unida e trocando presentes, hoje vivi tudo isso de novo, mas dessa vez longe de casa.
Chegou a hora do almoço ou jantar, já não sei mais o que foi, rs... rezamos e fomos comer. Eu queria que todo dia fosse natal nessa casa, porque a comida estava muito boa. Eles fazem muita comida, assim como a gente, cada pessoa trás uma coisa, então tem muita variedade. Teve peru, peixe, massa, salada, pão e mais um monte de coisa que eu não sei o nome, mas estava muito bom. Na sobremesa teve a torre de doces da Faith, além de panetone e um doce que parecia um pavê. Eu comi muito, mas queria comer mais, pena que não cabia, rs...
Amanha é dia do Boxing Day, esse é o melhor dia para se fazer compras no Canadá. A maior liquidação do setor varejista canadense começa em 26 de dezembro. O Boxing Day é uma promoção de descontos para todos os tipos de produtos - de roupas a eletrônicos. O principal shopping de Vancouver, o Metrotown, tem duas lojas que eu necessariamente tenho que ir:  Futureshop e Bestbuy. Elas vendem produtos eletrônicos, o que já é barato aqui, fica de graça.

Vigésimo primeiro dia – 24 de dezembro – Sexta feira

Mais uma semana terminando!
Quando acordei a noticia não poderia ser outra a não ser algo que Faith fez, certo? A Saul me contou logo no café da manha que a bruxa brigou com ela ontem à noite, disse que nós deixamos a cozinha suja depois do jantar (ela quer que a gente limpe a cozinha também), coitada da Saul foi até dormir com fome, não conseguiu comer de tanto que a mulher falou na cabeça dela.
Na escola, as cosias não poderiam ser melhores. Tiramos nossas duvidas no primeiro período e no segundo período fizemos a prova. Ganhei meu presente de natal, pois tirei 9,7 na prova de gramática, essa era a prova mais difícil, eu errei somente uma questão, mandei muito bem e fiquei muito feliz!!! Mas na outra prova de escutar, não fui bem, na verdade todo mundo aqui tem um pouco de dificuldade nessa prova, mas enfim, fiquei muito feliz.
Resolvi hoje que iria passar o reveillon na montanha, vão três ônibus para lá, mas eu só resolvi, porque na hora que eu fui pagar não tinha mais vaga, fiquei triste, afinal eu queria viajar, estou de ferias essa semana na escola então queria aproveitar para conhecer um lugar mais longe e passar o reveillon longe de casa, mas como não deu certo vou ter que fazer algo por aqui mesmo, mas espero ter a oportunidade de ir para lá antes de ir embora. Depois dessa confusão toda, foi a hora de almoçar no Burger King e vir para a casa enrolar o brigadeiro.
Aqui, as coisas funcionam até uma determinada hora, depois tudo fecha. Pelas duas horas da tarde, a rua foi ficando morta, as pessoas vão desejando feliz natal umas as outras e uma grande parte delas com o gorro do Papai Noel. Até o ônibus para de funcionar em uma determinada hora, os meninos brincaram que aqui motorista de ônibus também é gente, porque no Brasil...
Chegando em casa a Saul estava fazendo a comida dela para o jantar, Faith e Stefis tinham ido para a Igreja (dessa vez eu me livrei), então fui toda feliz enrolar meu brigadeiro, mas eles não deram certo. Não sei o que aconteceu, ficou muito mole, eu enrolava e ele desmanchava, fiz uma meleca só, fiquei morrendo de vergonha de servir um negocio daquele, ficou muito feio, além de que não ficou com gosto de brigadeiro do Brasil, pois o leite condensado não tem o mesmo gosto e o chocolate em pó também não, mas ficou gostoso e não ficou muito enjoativo.
Enquanto a Faith não chegava da igreja, fiquei no MSN conversando com minha família e com alguns amigos. Rafael não me abandou um minuto, como sempre, neh?! Minha família também foi brilhante. Eu estava forte o dia todo, parecia que não era natal, as meninas da escola choraram hoje porque estava com saudade da família e do namorado, eu? Não estava nem ai, mas quando eu vi todo mundo na frente da webcam, me desejando feliz natal desabei. Eu não chorei de tristeza, chorei de saudade, não queria ir embora, queria eles aqui comigo. Acho que estou me acostumando com a saudade, não dói mais tanto como no inicio, mas a vontade de abraçar todo mundo machuca. Minha tia foi a que mais chorou, minha mãe e minha avó não choraram, rs.. Maurinho queria me mostrar o carinho que ele ganhou do Papai Noel, cada pessoa tinha algo para me falar. Quando deu meia noite, todos eles estavam na frente da CAM para falar comigo, depois eles rezarão lá e eu aqui, minha mãe como sempre não me deixou um minuto.
Ficar longe é ruim, mas a gente percebe que ama muito mais do que achávamos que amávamos, percebemos que família é mais que tudo na vida da gente, além de que dizer “Eu te amo” passa a ter outro sentido, você percebe que dizer “Eu te amo” não é dizer “Bom dia” (comunidade do orkut), rs...
Enfim, depois do natal em família foi a vez de ir jantar. Nos tiramos algumas fotos e depois nos sentamos à mesa. Além das pessoas aqui de casa, estavam também um casal de amigos da Faith (adoro eles, eles são muito legais) e um amigo deles da Arábia Saudita.
O jantar foi daqueles todo cheio de pompas sabe, vários talheres e vários copos. De entrada teve sopa de legumes (a Faith que fez) depois foi à vez da comida japonesa da Saul, que coisa horrível, era um caldo de ovo com pedaço de camarão, juro que até jiló é melhor do que a comida que ela fez. O pior foi ela me perguntando se eu havia gostado e eu dizendo “sim”.
Depois da comida horrível, foi a vez da torta que Stefis preparou. Aí sim valeu a pena. Era uma torta com presunto e queijo de recheio, muito boa, pena que a comida anterior era ruim de mais, eu não consegui comer muito, rs...
Até que chegou a hora mais esperada da noite para mim, hora de comer o brigadeiro, eu estava morta de vergonha, o doce grudou na bandeja que eu coloquei, tinha que raspar ele para servir, mas eu tentava pensar “eles nunca viram brigadeiro” assim eu não ficava com tanta vergonha. Na hora que eles colocaram a gororoba na boca, foi algo que pareceu combinado, todos eles olharam para mim e disseram que estava ótimo. Ufaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, que alivio. A amiga da Faith até pediu a receita do brigadeiro. Depois da minha sobremesa, foi a vez da Faith servir a sobremesa dela, era uma torre de todos os doces imagináveis, que coisa maravilhosa, passei até mal de tanto comer.
Estomago cheio, foi a vez de cantarmos musicas de natal. Foi bem legal, Stefis colocou um CD com musicas famosas de natal e nós ficamos cantando como um coral, demos muita risada, nosso coral tirou nota zero. Depois desse dia cheio, hora de dormir. Aqui eles comemoram mesmo o natal no dia 25 e amanha terá o jantar de verdade.
Queria aproveitar e desejar a todos vocês um ótimo natal que o menino Jesus nasça dentro do coração de cada um de vocês, renovando tudo o que há de bom. Obrigada a todos vocês por estarem aqui me acompanhando diariamente, estou muito feliz por poder dividir todos os momentos da minha vida com vocês. Um ótimo natal a todos!!!











Vigésimo dia – 23 de dezembro – Quinta feira

Acordei achando: Vou ser expulsa de casa hoje. Mas isso não aconteceu; bem que minha tia Claudia me diz que é perder tempo ficar sofrendo por antecipação.
Fui para a escola no maior frio, agora sim o inverno começou aqui, chovendo muito, os dias estão escuros, muito vento daqueles que leva o guarda chuva, mas neve que é bom, naaaada!!
Hoje na escola foi só revisão, porque amanha é dia de prova e a prova vai ser bem difícil, até a professora disse que vai ser difícil.
Depois da aula, hora de almoçar, a opção de hoje foi pizza (eu já engordei, estou perdida). Meu fiel escudeiro me abandou mais uma vez, ele está mudando comigo, deve ser devido ao presente que vai ganhar na próxima semana, rs.... Almocei com o Gabriel e depois fui para escola e aproveitei para estudar, já que em casa eu não teria tempo porque tinha que preparar o brigadeiro para o jantar de natal. Estudei durante uma hora, tempo da ultima aula do Gabriel.
Saímos da escola e fomos para o shopping Metrotown, nos precisávamos fazer algumas compras no supermercado. Nesse shopping tem um supermercado muito grande, tem tudo que vocês possam imaginar e o preço é ótimo, então pegamos o skytrain e fomos para lá. Antes de ir ao supermercado, passamos na loja da MAC (é uma marca ótima de maquiagem que tem aqui), tínhamos que comprar umas coisas para a mãe dele, foi muito engraçado, eu e ele tentando explicar para a atendente o que a gente queria, pois nós tínhamos o nome das coisas em português e não em inglês, então tivemos que ficar traduzindo. Queria ter tirado uma foto do Gabriel com o dicionário na mão tentando traduzir o nome das cores de maquiagem, as mímicas foram muito boas.
Feito as compras, hora de ir para o supermercado, afinal já estava quase na hora do jantar. Ficamos igual duas crianças, comprei um complexo B (minha boca ainda não voltou da anestesia, vocês acreditam?) e depois fui tentar achar os ingredientes para fazer o brigadeiro. Depois de passear horas no local, chegou o momento de pagar a compra. Meu querido amigo entrou em uma fila de um caixa e eu fui na dele, demorou muito, afinal estava muito cheio, pois era véspera de natal. Quando chegou na nossa vez, eu percebi que estávamos na fila de um caixa que não tinha atendente. Para que vocês entendam, os supermercados aqui possuem dois tipos de caixa, um com atendente igual ao do Brasil e o outro é a gente que passa a compra pelo sistema de código de barra e depois paga a compra para uma espécie de caixa eletrônico. Enfim, depois de ver que não iria dar certo ficar ali, já que nem eu muito menos ele, não sabíamos mexer na maquina, mudamos para a fila ao lado, mas nada resolvido. Chegou a nossa vez de pagar e mais uma vez estávamos em um caixa sem atendente, mas não dava para mudar de novo, pois eu já estava muito atrasada para o jantar, já passavam das 5 horas da tarde, e nos teríamos que entrar no final de fila de um outro caixa, sendo assim a solução foi encarar a maquina.
Eu preciso dizer que a gente pagou mico? Gabriel, esperto, me mandou ir na frente. Eu não conseguia passar as compras, porque existe todo um sistema de tirar os itens de um lugar e colocar em uma esteira e eu não sabia disso, Gabriel tentou me ajudar, mas não adiantou. A fila para o caixa só aumentava, todo mundo olhava para gente e ria. No começo a gente até estava dando risada, mas depois foi batendo o desespero, não conseguíamos passar os itens, eu já estava muito atrasada. Meu querido amigo me largou no caixa e foi para o caixa ao lado (que também era de pagar sozinho), detalhe eu precisava dele porque ele fala inglês, eu com o meu inglês, não iria resolver nada. Conclusão, depois de muito tempo tentando, eu em um caixa e ele no outro, a fila só aumentava, então surgiu uma mulher que trabalhava no supermercado para saber se a gente precisava de ajuda. Na hora que o Gabriel disse que éramos do Brasil, a mulher começou a falar em espanhol com a gente (ela achou que a língua no Brasil fosse o espanhol). Ela passou os itens para a gente e nos finalmente fomos embora, depois é claro do supermercado todo dar risada, neh?! Só no final da conversa é que conseguimos explicar para ela que no Brasil se fala português, por isso nós não entendemos o que ela tentou explicar sobre a maquina.
Mas o mico não parou por aí. Nós resolvemos comprar uma caixa grande de sabão em pó para dividir, tudo isso porque era mais barato. Mas, nós esquecemos que não teríamos como dividir, certo? Afinal estávamos em um shopping, mas enquanto o Gabriel explicava para a mulher que nós não falávamos espanhol, eu peguei um saco desses que a gente coloca fruta. Não podia ser bolsa plástica, porque aqui a gente paga pelas bolsas que pegamos (já imaginaram se isso acontecesse no Brasil?)
Detalhe, nós encostamos em uma pilastra ao lado de fora do supermercado (o lugar era ao lado do terminal de ônibus e do skytrain, muitas pessoas passavam pelo local) abrimos o sabão e dividimos, um pouco ficou na caixa (minha parte) e a outra que ficou no saco, ele levou. Todo mundo que passava olhava, era sabão para todos os lados porque a gente só sabia rir e não virava o sabão direito no saco. Não sei quem tinha mais vergonha: Eu ou Ele. Meu leite condensado (custou 7 reais, muito caro) e meu chocolate em pó ficaram perfumados. Depois disso entrei no ônibus e vim para a casa.
Já eram quase 7 da noite, eu estava perdida, dessa vez a Faith iria falar na minha cabeça com razão, afinal eu não tinha avisado que iria me atrasar para o jantar. Pensei em milhares de desculpas e encontrei uma. Cheguei em casa e disse: Me perdi no shopping, me desculpa pelo atrasado. Kkkkkkk. Ela acreditou, afinal o Metrotown é muito grande e isso é algo muito possível de acontecer. Ela estava um amor de pessoa, afinal tinha visita em casa, foi ate capaz de me dizer que tudo bem, que isso era algo normal, kkkk.
Enfim, jantei e fui fazer meu brigadeiro. Resolvi seguir uma receita que minha tia me deu. Segundo ela, era para eu fazer o brigadeiro no microondas, pois assim eu não teria problema para enrolar o doce.  No começo fui levando susto, achei que fosse dar errado, mas depois a aparência melhorou, mas eis que eu abro o aparelho e vejo meu brigadeiro todo lá na bandeja do eletrônico. Ela me avisou que ele crescia, mas não sabia que era tanto assim. Resultado: metade do doce foi para o espaço e eu tive que limpar o microondas que nunca deve ter visto um paninho na vida, rs... a minha sorte é que Faith não estava em casa. Parece que quanto mais eu tento ficar na paz, mas furo eu dou. Deixei o que restou do brigadeiro para enrolar amanha. Eu não vou fazer outro doce, já que ficou muito caro para comprar as coisas.
Quando fui tomar banho, encontrei os produtos de limpeza em cima da pia e pensei: ela vai me fazer limpar o banheiro para o natal e eu não vou lavar e a gente vai brigar de novo. Resumidamente, vou dormir tensa!!!


                                                                     Eu e Gabriel