quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vigésimo quinto dia – 28 de dezembro – Terça feira

Hoje de manha se alguém me perguntasse o que aconteceria no meu dia eu iria dizer varias coisas, menos o que realmente aconteceu. Acordei com um sentimento estranho, de que algo estava acontecendo e minha mãe estava escondendo de mim, insisti varias vezes com ela sobre o assunto hoje pela manha, mas ela me disse que nunca mente para mim.
Depois do momento MSN do dia, foi a hora de lavar roupa. Comecei o dia bem, porque já não tinha mais calça jeans para vestir, e a calça que vou usar com meu sapato novo estava suja (minha mãe ainda não descobriu que comprei o sapato, rs).
Aqui eles lavam a roupa uma vez por semana e pior, colocam todas as roupas juntas na lavadora, é preto com vermelho, é azul com branco, enfim eu não sei como as roupas não ficam manchadas, mas elas encolhem porque eles colocam na secadora. Para lavar demora 15 minutos, mas para secar....
Eu deixei as roupas na secadora devido a demora e combinei com a Faith que na hora que eu voltasse eu pegaria a roupa, e ela me disse que tudo bem, porque iria demorar mesmo, posso com isso? Ahh, quando eu voltei, minhas roupas estavam todas dobradas em cima da maquina!!
Peguei o ônibus e fui me encontrar com o pessoal: Gabriel, Renato, Moara e Tayane. O inicio do passeio foi ótimo (um dia lindo de sol), nós fizemos um Tur pelas ruas próximas a escola, pois tinha algumas coisas para a gente conhecer, fomos na biblioteca (é linda) e depois fomos para um relógio que tem aqui na cidade, esse é o único relógio a vapor que existe no mundo (confesso que o Gabriel falou tanto desse relógio que eu esperava muito mais dele, mas é bem bonito), mas enrolamos tanto, porque nós dávamos um passo e tirávamos 20 fotos, mais um passo mais 20 fotos, com isso a manha se foi e nós fomos almoçar, mas dessa vez um almoço mais saudável: Subway.
Terminou o almoço e a duvida: o que fazer? Tínhamos duas opções Chinatown (programa sugerido pelo Renato desde o dia eu chegamos aqui) e um parque que o Gabriel havia descoberto pela Internet ontem. Eu achava melhor ir para o grande sonho do Renato (Chinatown) mas o resto da galera escolheu ir para o Parque que o Gabriel dizia saber ir, então como a maioria venceu...
Pegamos o seabus, atravessamos o mar, quando descemos em Norte Vancouver, o Gabriel pediu informação sobre qual ônibus podíamos pegar para chegar até o parque (isso porque ele sabia chegar), então o motorista do ônibus respondeu que o parque não era por ali e sim do lado contrario ao que estávamos. Foi só risada.
Já que estávamos ali mesmo, decidimos ir para a famosa ponte suspensa já que para ir ate a ponte nós deveríamos pegar um ônibus naquele local. Entramos no ônibus, mas dessa vez sem perguntar, e o que aconteceu? Entramos no ônibus errado. Só percebemos isso quando o ônibus chegou no ponto final. Então, trocamos de ônibus, voltamos até o meio do caminho, pegamos outro ônibus e fomos para uma ponte perto da ponte suspensa, pois a Capilanos teríamos que pagar 30 dólares e no Lynn Canyon Park a vista seria a mesma e nós não pagaríamos nada. Até que chegamos no nosso destino. Quando desci do ônibus percebi que era o mesmo Park que eu fui a algumas semanas atrás com meu fiel escudeiro, mas já estava com a galera, o solução seria abraçar a ideia e me divertir.
Estávamos tão animados que logo na entrada já começamos a tirar foto, 20 fotos por cada passo. Conseguimos chegar até a metade do Park só, porque já estava escurecendo (aqui fica escuro às 4 da tarde) e lá não tem iluminação. Depois de muitas fotos, hora de voltar para a entrada do park, então começamos a juntar nossas coisas.
Moara pergunta para Gabriel:
- Cadê sua bolsa?
Ele responde:
 - Que bolsa?
Eis então que começa o desespero. Ele não sabia onde tinha deixado as coisas dele. No inicio achei que fosse brincadeira dele, mas ele ficou tão desesperado que percebi que ele realmente não sabia onde estava. Depois achei que alguém tinha escondido, mas como já estava bem escuro, percebi que eu estava enganada mais uma vez. Todo mundo começou a procurar a bolsa e a cada minuto que passava a escuridão ficava mais intensa. O Gabriel nos deixou no local e foi para o inicio do park sozinho ver se ele havia deixado em outro lugar, no caminho ele se lembrou que havia esquecido a bolsa na entrada do Park quando tiramos a primeira foto. Eu e o resto da galera voltamos logo depois dele, pois não achávamos a bolsa. No caminho, Moara achou que tinha perdido a maquina fotográfica do Gabriel, mais um desespero. Estava muito escuro, nós não conseguíamos ver nada, saímos pisando em qualquer lugar, nossos sapatos ficaram imundos.
Chegamos vivo onde o Gabriel havia deixado a bolsa e não encontramos nada. Começamos a perguntar para as pessoas que estavam saindo do park se elas viram algo, mas a resposta era sempre negativa. Chegou um momento que não tinha mais o que fazer, foi quando vimos uma placa dizendo que o local fechava às 6 horas, faltava uma hora ainda, mesmo assim decidimos esperar, pois poderia aparecer alguém para fechar o park e nos dar informações do que poderíamos fazer.  Esperamos em pé, no único local que havia um poste de luz, estava muito frio, segundo nossa menina do tempo (Moara) estava abaixo de zero.
O melhor de tudo é que o medo vai batendo, começou aqueles papos de maníaco do park, cada um tem uma historia para contar. Renato morrendo de medo, eu também não estava me sentindo nada segura no local. Procuramos um telefone e nada. Batemos em uma casa próxima do local e nada. Uma hora esperando e nada do tal do guarda aparecer para fechar o park. Decidimos ir embora. No caminho para pegar o ônibus, o Gabriel encontrou uma mulher que morava ali perto, ela foi muito gente boa, explicou varias coisas para ele. Confesso a vocês que não prestei atenção em nada, o frio era maior que qualquer coisa, até os olhos congelavam.
Finalmente pegamos o ônibus para vir embora e conseguimos nos esquentar. O Gabriel estava congelando, porque estava com o pé molhado. Agora tudo é engraçado, mas na hora...
Chegamos tarde já do lado de cá da cidade. Eu fui jantar no subway de novo, porque já havia passado da hora do jantar e eu estava morta de fome. Não falei uma palavra durante o trajeto até o ônibus, coitada da Tayane que estava comigo, ficou o tempo todo olhando para a minha cara e me vendo comer, o pior, a fome era tanta que eu não ofereci o sanduíche para ela, me esqueci, kkk.
Cheguei em casa morta. Agora acabamos de combinar que vamos voltar ao park amanha para procurar a bolsa de novo, mas dessa vez durante o dia, neh?!
O desespero é grande porque alem das coisas de valor que tinha na bolsa como o ipod da mãe dele, tinha também o passaporte e ele está indo embora na semana que vem. O passaporte é o nosso documento aqui, nada mais vale: carteira de motorista, identidade, CPF... isso é o mesmo que nada. Sendo assim Gabriel não pode andar sozinho na rua, não tem mais dinheiro para nada (nem os 9 dólares, mais, rs..) e muito menos ir para uma festa de reveillon. O que vou fazer agora com o meu sapato novo? Ah, já sei, vou andar de Skytrain!!!

Um comentário:

  1. é, agora pra quem ler pode ser engraçado, mas só nós sabemos nosso desespero ontem. Desde eu achando que tinha perdido a máquina do outro e ouvindo o Renato dizer 'moara, isso é só um detalhe agora' tipo como assim só um detalhe?? me diz! mas enfim, estava com o Gabriel né ainda bem.
    E ah, garota do tempo ok hahahhaha
    é, no final das contas nem conhecemos o SONHO do Renato, mas já já as coisas se ajeitam..e vamos passa nosso revellion na rua ou no skytrem mas Carol pensa só, pelo menos vc vai estar com seu SAPATO LINDO ESCARPAAN QUE EU AJUDEI A ESCOLHER, ps: acho não deveria ter dito isso, agora sua mãe vai querer q vc se afaste de mim hauhhhauhauhahaihiauh

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