sábado, 1 de janeiro de 2011

Vigésimo oitavo dia – 31 de dezembro – Sexta feira

Que dia perfeito, fechei o ano muuuuuuito bem!!!
Acordei com um sol que não dá para explicar, não tinha uma nuvem no céu, o dia estava tão bonito que o frio (menos 5 graus) não era nada. Hoje a Saorin (a japonesa que morava aqui em casa) foi embora, ajudei ela levar as cosias até o ponto de ônibus, porque o anjo aqui de casa não estava nem acordada na hora que a menina foi embora, fiquei com dó, ela iria levar três malas sozinhas, me explica como? Fiquei triste por mim, afinal ela era a única pessoa que eu podia contar aqui, Stefani é legal também comigo, mas ela é puxa saco da Faith, essa semana até olhou a sobrinha (a menina é um anjo igual a ela) dela à noite, acredita? Mas também fiquei muito feliz pela Saorin, afinal está se libertando da bruxa, coisa que ninguém merece, e agora ela vai lavar o banheiro da própria casa.
Depois de ajudar a menina, fui me encontrar logo pela manha com o Gabriel e com a Moara, finalmente fomos resolver o problema do passaporte, dessa vez não teve surpresa pelo caminho, ainda bem, só aí já percebemos que o dia seria ótimo. Chegamos uma hora antes do consulado abrir, mas o cara que trabalha lá (meu Deus, que homem lindo, meninas vale a pena perder o passaporte só para dar uma olhadinha para ele) já estava no local e foi muito atencioso com a gente, diferente do outro que nos atendeu da outra vez. Ele conferiu os documentos, viu que estava tudo certo e pediu que a gente aguardasse.
Esperamos uma hora, mas confesso que passou muito rápido, acho que nós estávamos tão entretidos com os nossos planos para o ano novo, que a hora voou. 10 horas e finalmente o consulado abriu, então problema resolvido, ufaaa. O passaporte do Gabriel fica pronto na quinta feira.
Problema resolvido à hora agora era decidir o que faríamos a noite. Almoçamos pizza as 11 da manha, afinal tínhamos que economizar para a festa. Depois fomos visitar algumas baladas para saber quanto estava o ingresso e onde era o local correto, pois sabíamos apenas pelo endereço do site. Andamos, andamos e nada, todas elas abriam às 4 da tarde, então eu e Moara resolvemos dar um presente para o Gabriel: Ir ao Stanley Park em um dia de sol. Esse era o desejo dele desde o dia que ele pisou em Vancouver, mas como todas as vezes que fomos lá só choveu, então prometemos que voltaria, e o dia escolhido foi hoje, afinal precisávamos comemorar o novo passaporte. 
Fomos ao Park e não nos arrependemos, estava frio, mas o sol (coisa rara aqui) compensava qualquer sacrifício. Tiramos muitas fotos, mas muitas fotos mesmo, tudo era motivo de foto, as pessoas que passavam olhavam para a gente e davam risada, porque era um passo e um click. Passamos a tarde toda por lá até que a hora que começou a escurecer (4 da tarde) nós viemos embora mesmo porque iríamos comprar o nosso ingresso da balada.
Durante o caminho de volta já sabíamos aonde iríamos: Century (http://www.centuryhouse.ca). Esse local fica perto da escola e como alguns amigos já haviam dito que iriam comemorar o ano novo lá, resolvemos ir também. Pagamos 60 dólares, tudo bem vocês vão dizer que estava caro, mas as baladas não são mais baratas que isso. Com esse valor nós podíamos consumir 4 drinks (cerveja, vodka ou tequila) até a meia noite. Então abraçamos a causa e confiamos que teríamos o melhor reveillon de nossas vidas, só tinha um problema: O nosso ingresso era de numero 8, então surgiu aquele medo: Não vai ter ninguém!
Ingresso na mão hora de se arrumar. Confesso a vocês que voltei tarde para a casa, tinha tanta coisa para fazer (unha, mandar alguns emails, lavar o cabelo, escolher a minha roupa...) mas o dia que passamos compensou tudo, então cabelo, unha e recados que fiquem para o próximo ano.
Hora da indecisão: Que roupa vestir? A única certeza que eu tinha era o sapato que eu iria usar (ahh, e não iria usá-lo pela primeira vez andando de Skytrain, essa era outra certeza, rs...) vesti mil blusas e cabei optando por uma blusa vermelha que sempre me deu sorte. Stefani resolveu ir com a gente para a festa, mas na hora que ela viu a minha roupa foi logo dizendo que eu iria sentir calor e me ofereceu uma blusa PRETA. Eu claro que agradeci, mas ela fez questão que eu experimentasse. Nem experimente, neh? Preto no ano novo? Agradeci e disse que iria com minha blusa mesmo, e foi a sorte porque eu ainda senti frio dentro da balada. Aqui eles não ligam para reveillon como a gente, não soltam fogos e muito menos se importam para a cor da roupa, a festa na verdade é feita pelos brasileiros que aqui estão.
Saí de casa atrasada com meu sapato novo. Fui super preocupada com a Moara, pois ela já estava no lugar combinado a muito tempo e meu ônibus foi lotado e parou em todos os pontos, mesmo porque o transporte no ultimo dia do ano é de graça, olha que maravilha? Enfim, cheguei no lugar combinado junto com o Gabriel (também estava atrasado), Moara não estava, ficamos preocupados; ela foi chegar uns 20 minutos depois, estava atrasada porque esqueceu o ingresso da balada na casa dela e teve que voltar do meio do caminho (na verdade ela queria esbanjar a grana, neh... mesmo porque ela não precisa mais contar as moedas para comer). Minha querida amiga foi a maior incentivadora da compra do meu sapato, ficou dizendo que ela nunca sairia comigo se eu não estivesse bem arruma; mas vocês acreditam que ela foi se sapatinha? A Cinderela tropeçou e machucou o pé, não conseguiu colocar seu lindo sapatinho, rs...
Chegamos na balada e não tinha muita gente, foi a nossa sorte porque conseguimos pegar mesa. O ambiente é bem legal, não tem muito brasileiro, tem mais canadense e tem também gente de todas as idades. A balada conta com dois ambientes, um que toca de tudo e outro que toca house. As bebidas não são caras, um enérgico custa 4 dólares, mais barato que no Brasil; falando em energético, eu nunca bebi tanto energético com vodka na minha vida (minha bebida preferida, isso porque eu não bebo, mas tudo bem, rs...)
Um dos momentos mais legais foi à hora que o Gabriel saiu com a Stefani para comprar bebida, eu e Moara ficamos sozinhas na mesa. Sentaram 4 meninos, três foram conversar com a Moara e um comigo. A hora que a gente disse que éramos brasileiras, eles amaram, rs... mas eu dava tudo para que vocês vissem eu e a Moara cortando a deles, eles no maior xaveco para cima da gente e a gente com aquele papo de: Eu namoro, meu namorado está no Brasil. Eu amo meu namorado. Tudo isso em inglês, rs... mesmo porque nós tivemos que falar a maior parte da noite em inglês, por causa de Stefani, vocês imaginam o que deu? Estou com dó dela até hoje! enfim, no final da noite acabamos nos tornando amigas dos meninos. Um detalhes, o menino que ficou conversando comigo era árabe, mas o pai dele não tinha poço de petróleo,kkk...
Guardamos o ultimo ticket de bebida para a meia noite, tequila, clarooo. Eles não fazem contagem regressiva aqui, mas isso não impediu que a gente fizesse a nossa festa. Meia noite: tiramos foto e mandamos a tequila para dentro, o negocio é ruim, mas ate que fica bom depois, kkk. Foi aí que a festa começou!
Feliz ano novo!!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Vigésimo sétimo dia – 30 de dezembro – Quinta feira

O que esperar de um dia lindo de sol?  Foi isso que pensei assim que sai de casa para me encontrar com a Moara e com o Marcel logo pela manha. Nós nos encontramos no Tim Hortons, tomamos café e ficamos lá conversando por quase duas horas.  Os assuntos? Todos. É engraçado como todos nós passamos pelos mesmos problemas aqui, parece até um manual de problemas que você terá se for morar fora. O legal é que todo mundo se entende e sempre tem comentário a fazer, seja sobre namoro, família dificuldades financeiras. Como diz o Marcel, hoje foi dia da gente se conhecer melhor. Rs...
Quando chegou a hora do almoço nós ligamos para saber do Gabriel, mas ele não estava na casa, havia saído para resolver algumas coisas do passaporte. Então decidimos comer pizza (algo mais barato que tem para comer aqui) e depois ir visitar o lugar tão sonhado pelo Renato, Chinatown. Renato e Tayane foram passar o reveillon na montanha, portanto não participaram da programação de hoje.
Depois que almoçamos resolvemos que iríamos apenas ficar andando de skytrain, porque estava muito frio apesar do lindo sol, então como não conhecíamos todas as estações e estávamos todos pobres, a solução seria um passeio free.
Entramos no skytrain e decidimos ir até a ultima estação. No meio do caminho Moara viu um prédio e resolveu que teria que tirar foto no local, então descemos na próxima estação, pegamos o metro de volta até chegarmos no prédio. O local se chama Pacific central, é como se fosse um terminal rodoviário, tenho certeza que você nunca ouviu falar desse lugar, nem a gente, mas segundo o Marcel eu teria que indicar o local para vocês (de verdade não vale a pena, kkk).
Depois que fizemos a book de fotos da Moara, voltamos para o skytrain e fomos para a nossa estação, na verdade a nossa estação seria a próxima, mas nós ficamos tão empolgados que conseguimos sentar em um banco de três lugares que não descemos do skytrain, que bonito, isso anda acontecendo direto, já está até perdendo a graça. Então tivemos que ir até a próxima estação, trocar de metro e voltar para onde deveríamos ter descido. Que confusão em um único dia, heim?!
Apesar do sol, hoje foi o dia mais frio aqui na minha opinião. Meus ossos doíam muito, minha cabeça parecia que iria explodir, eu estava bem agasalhada, mas não sei o que aconteceu, eu comecei a passar mal de frio, então resolvi vir para a casa. No caminho quase dormi no ônibus, não chegava nunca em casa, tinha a impressão que a cada minuto que passava ficava mais longe do meu destino, até que finalmente consegui chegar em casa. Tomei um remédio para dor de cabeça e dormi até a hora do jantar, acordei outra pessoa.
Hoje foi um dia de despedida, o presente do meu fiel escudeiro chega amanha, então fui obrigada a me despedir dele pelo MSN. Posso dizer a vocês que minha viagem está apenas começando, mas ele foi um das melhores coisas que aconteceu nessa fase da minha vida. A amizade foi recíproca, foi cumplicidade em todos os momentos. Ele me disse que quando duas pessoas são muito diferentes (como no nosso caso) as experiências vividas juntas resultam em bons frutos, esses que ficam para sempre. Talvez seja por isso a gente se apaixone pelo nosso oposto, certo?!
Ainda não sei o que vou fazer no reveillon, isso porque ele já é amanha, mas espero não usar meu sapato novo pela primeira vez para andar de skytrain.
Ahh, já ia me esquecendo, a melhor noticia do dia hoje foi que Moara não é mais uma pessoa pobre, essa cena, não irá se repetir mais em Vancouver, rs...

Vigésimo sexto dia – 29 de dezembro – Quarta feira

Mais um dia, será que vamos ter sorte?
Assim que saí de casa para me encontrar com o Gabriel começou a nevar, vocês acreditam? Então pensei: hoje o dia vai ser bom!! Meu humor ficou ótimo, todo mundo na rua fugindo da neve (o povo que mora aqui não gosta de neve) e eu lá, pulando no meu da calçada e tentando pegar a neve. rs...
Encontrei com Gabriel e Tayane na escola e fomos em direção ao park, ele tinha a esperança de encontrar a bolsa por lá, afinal procurar algo com a luz do dia é bem melhor, certo?!
Pegamos o skytrain e fomos até o seabus, depois pegamos outro ônibus e subimos para o park. A conversa estava tão boa que na hora de dar sinal para o ônibus parar, eu avisei meus amigos, mas Gabriel me disse, a gente desce no próximo, só que o próximo nunca chegava. Conclusão: voltamos para o meio do caminho de novo, só que durante todo esse trajeto nos tivemos um problema: mau humor.
É acreditem nós demos o azar de encontrarmos a motorista (era uma mulher, isso aqui é bem comum) do ônibus com o maior mau humor do mundo. Ela sabia que nós estávamos indo para o park e viu que nós não descemos do ônibus, ela não avisou a gente. Depois na volta, quando nós chegamos no ponto final, o Gabriel foi falar com ela sobre como nós faríamos para voltar para o park. Ela respondeu que nós deveríamos sair do ônibus e esperar 20 minutos e completou dizendo que nós deveríamos puxar a cordinha do ônibus quando quiséssemos descer, vocês acreditam?
Estava muito frio, ela não deixou a gente ficar dentro do ônibus esperando, nós descemos e ela foi capaz de fechar a porta e ficar dentro do ônibus comendo, até que chegou um senhor e bateu na porta, ela não olhou, ele foi na frente dela e deu sinal, ela não olhou para a cara dele. Ficamos todos nós do lado de fora esperando 20 minutos no maior frio.
Entramos no ônibus de novo e fomos para o park, dessa vez deu certo. Descemos no lugar onde deveríamos descer. Ainda não tinha ninguém no park, estava bem cedo e um frio de congelar qualquer pessoa. Procuramos a bolsa por toda a parte e nada, fomos na casa da administração do park, mas ela estava fechada devido as festas de final de ano e só vai abrir no dia 4 de janeiro. No local tem um restaurante que também estava fechado, sendo assim não conseguimos nenhuma pista do que poderíamos fazer, a decisão então foi procurar o consulado brasileiro.
Pegamos o ônibus de volta para Vancouver, todo mundo morto, com todo esse stress ninguém dormiu direito. Chegamos no lado de cá e o Gabriel ligou para a casa dele aqui e pediu para que descobrissem o endereço do consulado brasileiro, que para nossa sorte era bem perto de onde estávamos, então partimos a pé. Nós tínhamos um numero muito grande na mão: 6662020. Achávamos que iríamos andar muito para chegar até o local, porque os prédios de onde estávamos tinham números como: 440, 448... foi quando decidimos pegar um táxi. Falamos para o taxista o endereço de onde queríamos ir e que era o consulado brasileiro, ele nós explicou em um inglês muito mal que o prédio era em outra rua e nos levou até lá. Pagamos 7 dólares e quando descemos do carro descobrimos que não era naquele local e sim em um prédio que estava perto de onde pegamos o táxi. Queríamos matar o taxista, mas já não tinha mais como ele já tinha ido embora. Então voltamos para o prédio correto e descobrimos que o numero do prédio era 666 e o andar 2020. Quando encontramos o consulado foi um alivio, pois saber que a gente poderia explicar tudo em português e que alguém iria nos ajudar de verdade, mas essa sensação durou pouco, muito pouco. O consulado estava cheio, tivemos que esperar por alguns minutos, até que finalmente chegou a vez do Gabriel ser atendido e o senhor que nos atendeu foi muito legal, rs.. ele disse assim: Meu jovem você está ferrado, junte copia dos seus documentos e traga junto com mais 200 dólares, mas faça isso rápido. Saímos de lá revoltados, mas não tínhamos mais o que fazer, agora era com o Gabriel. Ele foi embora tentar conseguir o que precisava, eu e Tayane fomos ao shopping almoçar e depois vim para casa.
É estranho como a gente se decepciona com as pessoas. Achávamos que iríamos encontrar um outro tipo de ajuda no consulado, afinal era gente do nosso país. Sabe aquela historia que a gente sempre comenta sobre funcionário publico, sobre a vontade de trabalhar e ajudar o próximo? Pois é, isso também acontece aqui. Talvez eles realmente não pudessem fazer algo a mais do que fizeram, mas nós precisávamos de um apoio, de uma explicação sobre o que fazer, onde ir e não recebemos isso, o problema é que o Gabriel está indo embora semana que vem e não tem passaporte, o desespero só aumentou quando fomos buscar um conforto. Agora é torcer para que amanha seja um dia bem melhor!!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Vigésimo quinto dia – 28 de dezembro – Terça feira

Hoje de manha se alguém me perguntasse o que aconteceria no meu dia eu iria dizer varias coisas, menos o que realmente aconteceu. Acordei com um sentimento estranho, de que algo estava acontecendo e minha mãe estava escondendo de mim, insisti varias vezes com ela sobre o assunto hoje pela manha, mas ela me disse que nunca mente para mim.
Depois do momento MSN do dia, foi a hora de lavar roupa. Comecei o dia bem, porque já não tinha mais calça jeans para vestir, e a calça que vou usar com meu sapato novo estava suja (minha mãe ainda não descobriu que comprei o sapato, rs).
Aqui eles lavam a roupa uma vez por semana e pior, colocam todas as roupas juntas na lavadora, é preto com vermelho, é azul com branco, enfim eu não sei como as roupas não ficam manchadas, mas elas encolhem porque eles colocam na secadora. Para lavar demora 15 minutos, mas para secar....
Eu deixei as roupas na secadora devido a demora e combinei com a Faith que na hora que eu voltasse eu pegaria a roupa, e ela me disse que tudo bem, porque iria demorar mesmo, posso com isso? Ahh, quando eu voltei, minhas roupas estavam todas dobradas em cima da maquina!!
Peguei o ônibus e fui me encontrar com o pessoal: Gabriel, Renato, Moara e Tayane. O inicio do passeio foi ótimo (um dia lindo de sol), nós fizemos um Tur pelas ruas próximas a escola, pois tinha algumas coisas para a gente conhecer, fomos na biblioteca (é linda) e depois fomos para um relógio que tem aqui na cidade, esse é o único relógio a vapor que existe no mundo (confesso que o Gabriel falou tanto desse relógio que eu esperava muito mais dele, mas é bem bonito), mas enrolamos tanto, porque nós dávamos um passo e tirávamos 20 fotos, mais um passo mais 20 fotos, com isso a manha se foi e nós fomos almoçar, mas dessa vez um almoço mais saudável: Subway.
Terminou o almoço e a duvida: o que fazer? Tínhamos duas opções Chinatown (programa sugerido pelo Renato desde o dia eu chegamos aqui) e um parque que o Gabriel havia descoberto pela Internet ontem. Eu achava melhor ir para o grande sonho do Renato (Chinatown) mas o resto da galera escolheu ir para o Parque que o Gabriel dizia saber ir, então como a maioria venceu...
Pegamos o seabus, atravessamos o mar, quando descemos em Norte Vancouver, o Gabriel pediu informação sobre qual ônibus podíamos pegar para chegar até o parque (isso porque ele sabia chegar), então o motorista do ônibus respondeu que o parque não era por ali e sim do lado contrario ao que estávamos. Foi só risada.
Já que estávamos ali mesmo, decidimos ir para a famosa ponte suspensa já que para ir ate a ponte nós deveríamos pegar um ônibus naquele local. Entramos no ônibus, mas dessa vez sem perguntar, e o que aconteceu? Entramos no ônibus errado. Só percebemos isso quando o ônibus chegou no ponto final. Então, trocamos de ônibus, voltamos até o meio do caminho, pegamos outro ônibus e fomos para uma ponte perto da ponte suspensa, pois a Capilanos teríamos que pagar 30 dólares e no Lynn Canyon Park a vista seria a mesma e nós não pagaríamos nada. Até que chegamos no nosso destino. Quando desci do ônibus percebi que era o mesmo Park que eu fui a algumas semanas atrás com meu fiel escudeiro, mas já estava com a galera, o solução seria abraçar a ideia e me divertir.
Estávamos tão animados que logo na entrada já começamos a tirar foto, 20 fotos por cada passo. Conseguimos chegar até a metade do Park só, porque já estava escurecendo (aqui fica escuro às 4 da tarde) e lá não tem iluminação. Depois de muitas fotos, hora de voltar para a entrada do park, então começamos a juntar nossas coisas.
Moara pergunta para Gabriel:
- Cadê sua bolsa?
Ele responde:
 - Que bolsa?
Eis então que começa o desespero. Ele não sabia onde tinha deixado as coisas dele. No inicio achei que fosse brincadeira dele, mas ele ficou tão desesperado que percebi que ele realmente não sabia onde estava. Depois achei que alguém tinha escondido, mas como já estava bem escuro, percebi que eu estava enganada mais uma vez. Todo mundo começou a procurar a bolsa e a cada minuto que passava a escuridão ficava mais intensa. O Gabriel nos deixou no local e foi para o inicio do park sozinho ver se ele havia deixado em outro lugar, no caminho ele se lembrou que havia esquecido a bolsa na entrada do Park quando tiramos a primeira foto. Eu e o resto da galera voltamos logo depois dele, pois não achávamos a bolsa. No caminho, Moara achou que tinha perdido a maquina fotográfica do Gabriel, mais um desespero. Estava muito escuro, nós não conseguíamos ver nada, saímos pisando em qualquer lugar, nossos sapatos ficaram imundos.
Chegamos vivo onde o Gabriel havia deixado a bolsa e não encontramos nada. Começamos a perguntar para as pessoas que estavam saindo do park se elas viram algo, mas a resposta era sempre negativa. Chegou um momento que não tinha mais o que fazer, foi quando vimos uma placa dizendo que o local fechava às 6 horas, faltava uma hora ainda, mesmo assim decidimos esperar, pois poderia aparecer alguém para fechar o park e nos dar informações do que poderíamos fazer.  Esperamos em pé, no único local que havia um poste de luz, estava muito frio, segundo nossa menina do tempo (Moara) estava abaixo de zero.
O melhor de tudo é que o medo vai batendo, começou aqueles papos de maníaco do park, cada um tem uma historia para contar. Renato morrendo de medo, eu também não estava me sentindo nada segura no local. Procuramos um telefone e nada. Batemos em uma casa próxima do local e nada. Uma hora esperando e nada do tal do guarda aparecer para fechar o park. Decidimos ir embora. No caminho para pegar o ônibus, o Gabriel encontrou uma mulher que morava ali perto, ela foi muito gente boa, explicou varias coisas para ele. Confesso a vocês que não prestei atenção em nada, o frio era maior que qualquer coisa, até os olhos congelavam.
Finalmente pegamos o ônibus para vir embora e conseguimos nos esquentar. O Gabriel estava congelando, porque estava com o pé molhado. Agora tudo é engraçado, mas na hora...
Chegamos tarde já do lado de cá da cidade. Eu fui jantar no subway de novo, porque já havia passado da hora do jantar e eu estava morta de fome. Não falei uma palavra durante o trajeto até o ônibus, coitada da Tayane que estava comigo, ficou o tempo todo olhando para a minha cara e me vendo comer, o pior, a fome era tanta que eu não ofereci o sanduíche para ela, me esqueci, kkk.
Cheguei em casa morta. Agora acabamos de combinar que vamos voltar ao park amanha para procurar a bolsa de novo, mas dessa vez durante o dia, neh?!
O desespero é grande porque alem das coisas de valor que tinha na bolsa como o ipod da mãe dele, tinha também o passaporte e ele está indo embora na semana que vem. O passaporte é o nosso documento aqui, nada mais vale: carteira de motorista, identidade, CPF... isso é o mesmo que nada. Sendo assim Gabriel não pode andar sozinho na rua, não tem mais dinheiro para nada (nem os 9 dólares, mais, rs..) e muito menos ir para uma festa de reveillon. O que vou fazer agora com o meu sapato novo? Ah, já sei, vou andar de Skytrain!!!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vigésimo quarto dia – 27 de dezembro – Segunda feira

Dia de olhar e não comprar, essa é a forma como posso descrever o dia de hoje.
Acordamos cedo e fomos para o Outlet (eu, Gabriel, Moara e meu fiel escudeiro), passamos o dia lá e não vimos todas as lojas, e olha que para os meninos ficarem o dia todo lá, é porque as coisas realmente estavam boas.
Visitamos nossas marcas preferidas: Garage e Tommy. Nosso dia se resumiu nessas duas lojas, vocês acreditam? As lojas estavam bem cheias, isso também contribuiu para a nossa demora. Os preços continuam muito bons, na verdade a maioria das lojas continuam com as promoções até quinta feria, então dá tempo de comprar tudo o que se sonhou durante o ano todo.
Eu apenas olhei e não adquiri nada, mas confesso, hoje foi o dia mais difícil da minha viagem. Vocês devem estar achando um exagero tudo isso, para alguns de vocês pode até estar chato esse texto, mas eu queria que todos vocês estivesse aqui por alguns minutos, pois só assim vocês iriam me entender. Queria que minha mãe estivesse aqui para ver as coisas que eu vejo, pois só assim ela iria para de dizer “Filha, economize, não faça compras”. Foi horrível olhar, ver todo mundo comprando e eu lá, com cara de “não preciso de nada que tem aqui”.
Em um determinado momento meninas foram para um lado e meninos para o outro, foi ai que eu e Moara nos libertamos, começamos a experimentar tudo o que tinha na loja, mas também uma blusa custava 5 dólares, eu também experimentei, a desculpa era achar uma blusa para o reveillon. Sorte que nada ficou bom, isso porque eu experimentei umas 6 blusas, kkk...
Final do dia, eu sem nenhuma sacola na mão, eis que surgi uma loja de sapato, ótima, lotada, com uns sapatos lindos, eu entrei apenas para conhecer a loja, entende? Só que assim, eu não trouxe nenhum sapato de sair para cá, como vou sair no reveillon sem sapato? Então pensei “é questão de necessidade”. Comprei!! Ahh, contei, minha mãe vai ficar sabendo disso por aqui, portanto se eu sumir por alguns dias é porque ela veio me buscar, ok?! eu tenho que explicar: Mãe, era necessidade, você me entende? Afinal todo mundo compra roupa nova para passar o ano novo, rs... e outra o sapato custou 33 dólares, o que é 33 dólares, certo? Mãe, você vai gostar do sapato, tenho certeza. Então, prometo diante de todos os meu leitores que não vou comprar mais nada (já perdi a aposta duas vezes com o Gabriel), mas dessa vez eu juro, de verdade, mesmo que seja necessidade eu não vou comprar.
Final do dia fomos nos encontrar com os meninos na Tim Hortons (ótimo lugar para comer e é barato, viu?!) os meninos já estavam lá. Depois das compras a fome bateu, mas comer com que dinheiro? Eu não tinha gastado muito, mas já que fiz muitas compras ontem, o resto da semana tenho que comer somente pão e beber somente água (meu tio me disse que eu engordei já, isso acabou com o meu natal, esqueci de contar, rs...), Moara coitada, ficou contando as moedas para conseguir tomar um chocolate quente. Gabriel tem 9 dólares para passar as ultimas semana aqui na cidade. Meu fiel escudeiro está passando tudo no cartão, quero só ver a hora que a fatura chegar, rs... conclusão: todo mundo cheio de sacolas mas passando fome. Nunca imaginei viver essa situação, até que tivemos que ir embora comer em nossas casas. Para melhorar tudo, só eu tinha guarda chuva, então 4 pessoas e mais as sacolas usando um guarda chuva (não sobrou nem para comprar um guarda chuva novo). Não sei se foi desesperador ou engraçado.
Já em casa a preocupação foi outra: comprei o sapato para ir a onde? Pois é, não temos onde passar o ano novo, isso sim está me desesperando, me tirando o sono, pensei até em devolver o sapato, porque vou fazer o que com ele, andar de Skytrain a meia noite? Kkkk... Esse desespero tem uma explicação, pois no ano passado eu passei o reveillon sozinha, minha família foi cada um para um canto, meus amigos foram para a praia e eu fiquei, sobrei (usem a expressão que vocês quiserem...) esse ano não quero ficar sozinha de novo. Mas então o que fazer? Temos todas essas opções: http://www.clubzone.com/ e agora? Para quem não tinha para onde ir?
E vocês, vão fazer o que?

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vigésimo terceiro dia – 26 de dezembro – domingo

Fiz loucura com o cartão de credito, minha mãe vai me matar!!!
Se algum de vocês um dia for para o Boxing Day deixem o cartão de credito em casa, porque mesmo se você for a pessoa mais de boa para comprar, você vai acabar fazendo loucura. Hoje o dia foi de compras e somente compras. Eles fazem essa liquidação aqui, porque depois do natal ninguém mais consume nada.
A gelara combinou de se encontrar no shopping Metrotown, afinal lá tem o melhor preço e juntando os descontos... mas foi um desencontro só, que no final acabou em encontro e deu tudo certo.
Iniciei minhas compras com o Gabriel e terminas as compras com a companhia de Moara e Renato (nos encontramos nas lojas) , mas eu só sei que fiz loucura. Comprei dois casacos, um relógio e uma bolsa. Minha mãe vai me matar, agora vou ter que passar algumas semanas comendo pão e bebendo só água para poder pagar tudo isso.
Os preços não são tão baixos assim, mas tem coisa que compensam muito. Os eletrônicos possuem preços absurdos, me dá raiva de ver o quanto de imposto nós pagamos no Brasil. Estou pensando em levar uma Tv e um microondas, será que vou conseguir? Rs
A Tv que minha mãe quer para colocar na sala da minha casa custa aqui 600 reais, isso seria uma parcela da Tv no Brasil. Essas Tvs que foram lançamento de natal, que está 15 mil reais aí, aqui custa 2 mil reais. Sabe quando custa um microondas? 80 dólares. E a maquina fotográfica, o vídeo game, o computador... chega a bater uma revolta!
O preço das roupas não abaixam tanto assim, tem que saber procurar, andar, andar, andar... muitas vezes não compensa comprar coisas que não é de “marca”, porque devido a liquidação os preços passam a ser bem semelhantes. A melhor marca para comprar aqui é a Tommy (já comprei um monte de coisa) Diesel também é bem barato, as Guess e adidas é marca para comprar um monte de coisa. Enfim, dá para fazer a festa aqui com o cartão de credito.
Eu ainda não comprei tudo o que eu preciso, falta o presente dos amigos e da família. A única coisa que eu sei é vou ficar pobre, e vai ter gente que vai ficar sem presente, kkk....
Depois das compras foi hora de gastar com outra coisa: Pub. Fomos para o Pub (o mesmo que fui na semana retrasada) comemora nossas aquisições, claro, rs... conversamos bastante, e foi muito legal.
Eu estava precisando de um momento como o de hoje. Estava sentindo muita falta de sentar com meus amigos e conversar, dar risada, falar besteira (sentindo saudade de sair com o Mateus e com o tratante do Thiago)... foi muito engraçado, a gente conversou tanto que nunca imaginei conversar sobre certas coisas com a galera daqui, não falamos nada de mais, mas é que sempre estamos na correria de ir para os lugares, cada um com suas preocupações e não falamos muito sobre nossa vida, nossos gostos, sonhos.. no final saímos do Pub dando muita risada. Eu descobri que Moara é ainda mais igual a mim (selado). Tenho certeza que todo mundo gostou da conversa rapidinha que tivemos, porque foi rápida, viu?! (2 horas) kkkkkkkkkkkkkk
Voltei para casa, jantei sozinha porque todo mundo já estava dormindo e agora estou aqui escrevendo. Estou sem sono, acho que é a preocupação das contas de hoje, rs.... estou desanimada também de escrever aqui, ninguém mais comenta nada o que eu escrevo, será meu texto está chato de mais? Ei, tem alguém aí?