segunda-feira, 23 de maio de 2011

O que será de nós?

Você já percebeu que passamos a vida toda falando que estamos com saudade?
É saudade de alguém, saudade de uma comida especifica, saudade de um perfume ou de um lugar, não importa o que seja, mas sempre estamos com saudade, até que chega uma hora que dizer “Estou com saudade...” passa ser igual a um simples “Bom dia” algo que não acrescenta mais em nada. Chega uma certa hora que dizer estar com saudade vira algo cotidiano, fútil, sem importância.

Mas quando a saudade aperta de verdade não há o que faça ela passar. Paramos de sentir fome e frio, o coração chega a ficar apertado e nossos pensamentos se voltam para um único objetivo: Matar essa saudade.

O problema é que nem sempre tirar esse nó de dentro do peito depende exclusivamente de nós mesmos. Que bom seria se querer fosse poder, pois assim poderíamos fazer com mais freqüência coisas que nos agrada, que nos faz dizer: Eu estou feliz!!!

Mas como nem sempre é assim, a solução muitas vezes para diminuir essa distancia são as fotos, os vídeos, a Internet, o telefone e porque não dizer, o avião.

Chega uma hora que a saudade começa a doer tanto que não há fotos, não há vídeos, não há horas na Internet, não há ligações ilimitadas que resolva o problema, a solução então é pegar um avião e IR, IR para onde o coração mandar.

O problema é que muitas vezes IR resolve a angustia, a dor, mata a saudade em alguns momentos, mas depois quando chega à hora de voltar, tudo vira fotos, vídeos, conversar pela Internet e telefonemas novamente; é então que nos damos conta do quanto fomos felizes, o quanto valeu a pena cada foto, cada vídeo, cada email e telefonema. E por mais que um dia voltemos a nos ver, a comer a tão sonhada comida, voltar a sentir o perfume que nunca saiu da nossa mente ou retornar ao lugar tão especial, nunca mais será como foi a primeira vez, não será como foi a segunda vez e também não será como a próxima vez (isso é, se ela acontecer).

É quando percebemos que cada minuto vale a pena, que por mais que não voltemos a nos ver, a comermos naquele restaurante, a sentirmos o perfume um do outro; por mais que nunca mais voltemos aquele lugar, ou a nos falar, seja por telefone ou email, ou então que os vídeos e as fotos se percam no tempo, por mais que todas as lembranças concretas se acabem um dia, o que foi vivido de coração ficará para sempre, por isso, faça valer a pena, SEMPRE!!!!


What will happen with us?

Did you realize that we always pass our whole life talking about missing something?

We always miss people, we always miss an specific food, fragance or a place, doesn´t matter what but we´re always missing something. There is a time when we say “I miss...” it is the some to say “good morning”” something that doesn´t add anything more in our lives. When we truly miss something their is nothing that make this feeling to go away. We don´t feel hunger and cold, our hearts get hurt and our thought turn back to one goal: Killing this feelin.

The problem is that not always to solve it depends exclusively of our selves. It would be good to do things that we could say more: i am happy.

But almost never things are the way we like, many times the solution to this problem are the pics, video, the internet, the telephone and why not to say, their airplane.

There is one moment that this feeling begins to hurt and there are no pics, movies, internet, unlimited phone calls to solve the problem then the solution is to go a place where the hurt chooses.

Many times going to a place is a momentary solution to finished the agony and pain. After all when we get to the moment to go back the memories the pics, videos, the chats on the internet and the phone calls again. That is when we realize how much we are happy and that each pics, it videos, email and phone calls were worth. If one day we go back meet each other again, eating the dream food, smelling the fragance that we never forgot again or going in back to the special place, never we be the some like the first time, never we be the second time, and never we be the next time.

One moment is good and even if we never saw it other again, never it in that same restaurant, never smell the fragance, never turn back to that place or never talk thought telephone or email or even if the pics, videos get lost on the time or if all the concrets memore all so get lost whatever was livid with our hurt will be forever in our minds.

domingo, 13 de março de 2011

Caroline x Caroline

Foram três meses se preparando para a viagem, muitos sonhos e finalmente chegou o dia de embarcar. Na bagagem levou muitos desejos, medos e incertezas, além das duvidas que atormentam qualquer pessoa que vai fazer pela primeira vez uma viagem internacional. No inicio, como tudo que é novo o medo falava mais alto à vontade de pegar as malas e voltar para a casa falava mais alto, mas após treze semanas em Vancouver, além das fotos ficou também o sentimento de dever cumprido.

Carol, valeu a pena?
Sim, valeu muito a pena. Com certeza eu faria tudo de novo, pois conheci pessoas incríveis, lugares que jamais vou esquecer, além da experiência de conhecer outra cultura, coisa que toda pessoa deveria ter a oportunidade.

Como foi lidar com a saudade?
No inicio foi muito difícil, as duas primeiras semanas eu chorava muito, tinha vontade de voltar para a casa 100 vezes em um único dia, me achava louca de ir morar longe de todo mundo, tinha certeza que eu não iria conseguir, foi passando as semanas e a saudade sempre ali, mas depois fui conhecendo pessoas incríveis e viramos uma grande família. Hoje no Brasil, sinto saudade da minha família de Vancouver.

Você mudaria alguma coisa nessa viagem?
Não, não mudaria nada. Tudo me acrescentou, desde os preparativos de marinheiro de primeira viagem indo para o exterior, até a distribuição dos presentes quando cheguei ao Brasil. Falar inglês não é tudo, na verdade para mim não foi nada, ter feito novos amigos e ter contato com uma nova cultura valeu muito mais.

Você acha que três meses são necessários para aprender a falar inglês?
Não, ainda mais no meu caso. Eu fiz nove meses de inglês no Brasil e fui viajar, cheguei no Canadá falando apenas: Eu quero, Eu preciso, por favor e obrigada. Cheguei lá só tinha brasileiro, falava inglês apenas em casa e na sala de aula, não voltei falando inglês perfeitamente, hoje digo que ir viajar é necessário, se não tem condições de ficar seis meses ou um ano, tempo que eu julgo ser o necessário para falar muito bem inglês, vá e fique o tempo que tenha condições de ficar, que seja 15 dias, mas com certeza será o dinheiro mais bem investido.

O que você diria para quem quer fazer intercambio?
Faça!!! Tudo vale a pena, cada minuto, cada comida, cada choro de saudade da família, cada amizade, cada mico, você percebe que você é capaz de muita coisa que não sabia, você se supera todos os dias.

Qual o conselho que você daria para quem quer ir para o Canadá?
Se vai ficar muito tempo, aconselho ficar no inicio em casa de família e depois alugar um apartamento, pois fica muito mais barato. Levar um nextel é muito importante, primeiro porque você tem a liberdade de falar com a sua família e amigos a hora que você precisar, além de que muitos dos brasileiros que vivem no Canadá têm radio, então isso facilita a comunicação. Mas acho que o mais importante é levar um adaptador, pois as tomadas são diferentes da do Brasil e até você se localizar e achar um lugar para comprar um a bateria do celular e do computador já acabaram.

Qual foi a melhor balada?
Em Victoria foi a balada mais animada da minha vida, mas a Caprice era sem duvida a festa mais esperada da semana.


Qual o lugar você recomendaria conhecer?
Fiz duas viagens: Whistler e Victoria. Victoria foi incrível, o lugar é lindo, mas Whistler sem duvida é o melhor lugar que já vi na minha vida. Esse lugar mexeu comigo a beleza da neve se juntando com o céu diz muito.


Qual foi seu lugar preferido em Vancouver?
Meu lugar preferido era o Canadá Place, foi lá o primeiro contato que tive com a cultura canadense, foi lá que vi como é linda a neve nas montanhas, apesar de estar no centro da cidade, trás uma paz muito grande.


 O que ficou de Vancouver?
Ficaram muitas coisas, os amigos que fiz vão ficar para sempre, assim os lugares que conheci. Viajar para fora do país me fez perceber o quanto que eu sou capaz de conseguir as coisas que desejo, me fez ver que posso ser independente, percebi o quanto o meu país é maravilhoso.



E agora, o que será feito com o blog?
Até a próxima!! É isso que posso dizer nesse momento. No inicio era loucura, eu sempre preservei minha vida e nesses últimos meses ela ficou exposta na Internet para todo mundo ler, o que antes era apenas para meus amigos foi criando uma proporção muito grande, pessoas em outros países lendo meu dia a dia, meus amigos de Vancouver esperavam pelos textos ansiosos, as pessoas no Brasil vivendo cada lugar comigo. Hoje posso dizer que vou sentir muita falta de ter o compromisso de escrever, mas na minha próxima viagem farei tudo de novo, então até a próxima. Espero que seja em breve.

Em você, o que mudou?
Meus amigos diziam que eu fui a pessoa que mais mudei durante essa viagem. Deixei algumas coisas para trás e percebei que muita cosia que eu não dava valor tem um significado imenso na minha vida, a maior mudança foi dentro de mim, nos meus valores.

O que você diria para seus amigos?
Eu poderia ter ido viajar para qualquer lugar do mundo, conhecer varias pessoas, lugares lindos, mas não, eu escolhi Vancouver, escolhi morar lá de dezembro a fevereiro e Deus escolheu para mim os melhores amigos. Dizer obrigada é pouco agradecer a todos que me ajudaram a construir esse capitulo da minha vida e que permitiram virar historia nesse blog. Serão eternos.

Uma frase para descrever Vancouver.
Eu deixei Vancouver, mas Vancouver nunca vai me deixar.






Caroline x Caroline


Three months planning and dreaming about trip, finally arrived. My bag has many dreams, fears and questions about this first trip to other country. At the beginning, I was afraid and wanted to go back to my house, but after thirteen weeks in vancouver, I have pics and a good feeling.

Carol, did you like?
yes, I liked and I made all the things that I wanted, because I met good people, beautiful places that I´ll never forget, yet had the experience of discovering other culture. I think that all people might go to other country.

How did you live with the homesick?
The beginning was hard, in the first two weeks,wanted to return to my house, for are hundred times in the day. I thought that I was crazy of  living in an other country. I thought that I couldn´t , the time passed, but I always felt homesick, but after I met many people, we became a big family. today, I miss Vancouver.

Did you change with your trip?
No, I didn´t change. Everything all was important for me, the beginning to make my bag is give the gifts to my friends in Brazil. Speak English is not all, really it is nothing, make new friends and discover other culture was the best.

Do you think that three months are necessary to learn speaking English?
If you can, I think the necessary time ideal to speak English very well is about 6 months or more.

What you can speak for people that want to move?
Traveling is good, each minute, foods, missing the family, new friends. I found out that I can make things that I never imagined.

What can you Say to people that want Canada?
If you will stay a long time, I think it´s better to stay in a host family and after rent a flat, because it´s cheaper. It´s to take a nextel important, because you have the freedom to speak with your family in Brazil, many brasilian guys who live in vancouver have a nextel, but the most important is to take an adapter, because it is different in canada until you buy an adapter your  compute´s battery or cellphone can die.

What was your best party?
Victoria was the best party of my life, but the caprice was the most expected party of the week.

Which place do you think is good to know?
I went in two places: Whistler and Victoria. Victoria is beautiful, but whistler is the most beautiful place that I saw in my life. The snow joins the sky.

Which was your favorite place in Vancouver?
My favorite place was canada place. That place was the first I went in Vancouver. In Canada I saw the snow in the mountain and felt peace.

What did you keep from Vancouver?
I loved Vancouver, my new friends and the place will be on my heart. I found that I am able to get where I want. I also found that my country is beautiful.

What are you gonna do with your blog?
At the beginning I thought that I was crazy because I always kept my life in a blog. At the beginning I wrote only for my friends, but many people read my texts and then people who lived in other countries and my friends who lived in Vancouver started to expect my texts.

What did change in your life?
My friends told me that I was the person who  most changed during the trip. The little things now are  important for me. The biggest change was inside me.

Talk to your friends.
I could have traveled for other places, meet many people, but I wen´t Vancouver from december to march with the best friends who helped me with my stories: This blog.

A frase about vancouver.
I left Vancouver but Vancouver never leaft me.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Cheguei

Eram só 9 horas e 25 minutos, mas como demorou. Primeiro tivemos que esperar cerca de 30 minutos porque começou a nevar e tiveram que jogar um produto para limpar o avião, depois quando finalmente o avião decolou começou a rotina de comer, dormir e ouvir musica. Primeiro jantamos (até que a comida não estava tão ruim), depois fiquei ouvindo musica e acabei pegando no sono (tomei remédio para dormir) e depois acordava olhava no relógio e só tinha passado 15 minutos desde a ultima vez que eu olhei, e assim foi à noite toda. Não encontrava posição para dormir, o corpo doía, a cabeça não encontrava uma posição confortável, comecei a sentir fome, mas ainda estava longe do horário do café da manha, até que finalmente entramos em território brasileiro e lá veio o problema, havia uma grande extensão de turbulência, então o piloto resolveu desviar das nuvens aumentando o tempo da viagem em meia hora.
Chegou uma certa hora que eu não suportava mais ficar dentro do avião, tudo já estava me irritando, então resolvi que dormir não seria a melhor solução, mesmo porque apenas tirei uns cochilos durante toda a viagem. Fiquei então durante um bom tempo ouvindo musica e olhando para o computador que tem a frete das poltronas que vai mostrando o quanto falta para chegar ao destino final, pode até parecer tortura, mas eu precisava ficar olhando e tentar empurrar o avião com os olhos, ele precisava chegar rápido em São Paulo.
Estava eu imaginando como seria ver minha família depois de três meses, fazendo planos de como será minha vida a partir de agora, revivendo coisas que havia deixado para trás e me perguntando se tudo estaria da forma como eu deixei, foi quando a tripulação começou a se movimentar, finalmente era a hora do café da manha, e o melhor faltavam apenas 2 horas para chegar em Guarulhos.
Passei tanto tempo comendo uma comida horrível que não estranhei em nada o café do avião, o omelete realmente não estava ótimo, mas eu consegui comer tranqüilamente. Entre o período que se serviu o café, que eu comi e que a aeromoça passou recolhendo as bandejas, lá se foi uma hora, agora faltava apenas uma hora, essa que passou muito rápido, fiquei ouvindo musica e continuando a olhar para o painel de simulação do vôo, eis que o comandante avisa: Senhores passageiros, por favor, coloquem os cintos, nossa aeronave já tem permissão para pousar no aeroporto de Guarulhos. Ufaaaaaaaaaa, apenas pensei: Cheguei!!! O avião começou a descer e eu tentando imaginar quem estaria no aeroporto a minha espera, minha mãe eu tinha certeza, mas será que tinha mais alguém?
Fui uma das primeiras a sair do avião e ir em direção as esteiras para pegar a mala, no caminho já fui me despedindo de varias das pessoas que fizeram parte da minha vida nesses três meses e que estavam no mesmo vôo. Minha mala não aparecia nunca, todo mundo já havia ido se encontrar com a família e eu lá, a espera da minha mala, ela foi a ultima a aparecer, que alivio, finalmente encontrei todas as minhas aquisições de três meses.kk.
Peguei minhas coisas e fui para o freeshop rumo as ultimas compras, não demorei muito, mas entre o horário que o avião pousou até o momento que estava na fila da alfândega já havia se passado uma hora. Passei pela policia federal sem problemas, e encontrei um pequeno corredor que me leva até onde minha mãe estaria, quando estava quase chegando vi meu primo e depois minha avó, minha mãe, minha tia, meu tio, meu avô e o Dudu. Enfim de volta a realidade.



I´ve arrived

It 9:25 AM, I´m late. The plane is delayed 30 minutes, because it began to snow. After, when the airplane took off, I ate, slept and listened to music. I ate my dinner (good food), listened to music again and slept ( I drank medic). I looked the time, but it didn´t pass. My body, head and stomach hurt all night, because of the turbulence the pilot made other way adding 30 minutes to the trip.

At one point I couldn´t stay in the airplane anymore, because I didn´t sleep. I watched the TV that was in front of my chair, it where the airplane was.

I thought: How will see my family after 3 months? How will my life be backing Brazil? How will be my family? Also, I asked myself things were 3 months ago, because the canadian  food was bad , I although at the breakfast of the airplane was good when I finished eating breakfast, I had 1 hour left in the airplane.

I listened to music and watched Tv, so the pilot talked: Ladies and gentteman put the belt on, we´re arrived in Guarulhos airport. The airplane began to go down. I thought: Who in the airport to meet me?

Got out the airplane and went to take my bags, in the way I went to say "good bye" for many people that lived with me in canada. My bag didn´t arrived I was alone, because my friends all found their families my bags was the last to arrive.

I took my things and went to the duty free, I was late about 30 minutes, so 1 hour had passed that my airplane had arrived in Brazil. I went to the alfandega after I bought the perfum for my mother, so I went to the hall of the airport. When I was near, I saw my cousin, after my grandmother, my mother, my aunt, my uncle, my grandmother and the mother´s boyfriend. So, welcome to reality.

segunda-feira, 7 de março de 2011

No aeroporto

Eu e Jéssica fizemos milagre para conseguir levar minhas malas para o aeroporto, eram duas malas, mas minha bolsa, mais minha mochila com o computador e mais uma mala de mão. Muita coisa? Rs... o problema é que pegamos um ônibus cheio, ou era nós ou eram as malas, mas minha dupla foi fiel, não me abandonou. Melhor do que isso foi que meu ônibus não parou no ponto que estávamos planejar para descer, ele parou na porta no skytrain que dá acesso ao aeroporto, daí foi só alegria, apenas atravessamos a rua seguimos meu caminho.
Depois de cerca de 20 minutos chegamos, foi ali que minha ficha caiu, eu realmente percebi que eu estava voltando para a casa, que não tinha mais volta, que Vancouver foi ótimo enquanto durou. A vontade de chora foi grande, mas eu consegui me controlar, a final eu ainda precisa achar meu portão de embarque e despachar as malas.
Achamos a fila da empresa área muito fácil, e foi lá também que encontrei a Roberta, ela é brasileira e amiga do Renato, conheci ela no almoço de ontem, nós combinamos de nos encontrarmos no aeroporto e deu certo. Despachei minhas malas, e tive muita sorte, uma mala tinha? E a outra?. Pronto venci o primeiro obstáculo, o próximo será no Brasil, a temida alfândega.
Ficamos uma hora esperando o horário para embarcarmos, conversamos, demos risada, comemos, tudo parecia estar perfeito, mas finalmente chegou o momento de dar tchau para Jéssica, eu tinha certeza que não seria fácil. Jéssica foi nessas ultimas semanas uma parte de mim, no inicio não éramos tão amigas, mas o grupo foi se desmanchando e o destino colocou nós frente a frente, foi quando percebemos que éramos igual, que pensávamos igual, que nossas atitudes aram as mesmas, foi quando percebemos que “nossa dupla” era algo maior         eu Vancouver. Me doeu muito der que deixar essa loirinha, eu não queria falar nada, pois sabia que eu ia chorar, mas ela começou a falar e não teve jeito, chorei, mas a pior parte foi olhar ela indo embora, sentido ao skytrain e saber que eu não iria mas encontrá-la mais tarde no Tim, ou combinar algo pelo facebook. Disse a ela quando me despedi que uma parte do meu coração ficava com ela no Canadá, e realmente, Jéssica conseguiu o que dificilmente alguém consegue de mim, eu adoro essa menina e sou grata por ter ganhado a amizade dela. Tenho certeza que essa amizade não acaba em Vancouver.
Hora de voar, eu e Roberta fomos para o avião, que por sinal estava lotado, muita gente conhecida, pessoas que de uma certa forma participaram da minha historia, muitas deles eu nem sei o nome, mas me marcaram de alguma maneira. Havia um grupo de crianças no avião e esse foi o único problema do vôo, acho que era uma excurssao, o problema é que criança querendo ser adulto é algo insuportável, mas nada que um fone de ouvido não resolva.
Finalmente chegamos em Toronto, tivemos 30 minutos para descer do avião, achar o portão de embarque e entrar começar a ultima trajetória para o Brasil. Agora falta pouco, 9 horas e 25 minutos me separa do meu país.

sábado, 5 de março de 2011

Nonagésimo segundo dia – 5 de março – Sábado

Acordei as 6 da manha, abri o olho e vi o teto todo branco que parecia ter letras fixadas dizendo: Acabou!!! Pelo menos foi isso que pensei assim que abri o olho. Eu nunca imaginei esse dia, planejei tudo, mas os últimos minutos em Vancouver eu nunca pensei, não pensei se estaria frio ou, sol ou neve, não planejei minha ida ao aeroporto... enfim, esse dia desde o inicio nunca foi esperado por mim.
Vejo pelos meus amigos, todos eles amaram Vancouver, mas todos sentiram em algum momento a necessidade de voltar, mas eu não, talvez seja porque me encontrei aqui. Ontem à noite Renato fez um balanço sobre minha pessoa, é incrível como ele consegue descrever as pessoas, ele foi muito correto em todas as palavras, me mostrou muitas coisas, até o meu olhar 45 graus. Kkkk. Eu mudei, consegui nesses três meses descobri muito sobre mim, coisas que eu buscava saber a muito tempo e não encontrava.
Tomei meu ultimo banho no Canadá e é incrível como tudo mexe comigo nesse momento, uma das maiores dificuldades é aceitar a dor da perda e aqui convivi com isso desde a primeira semana, pois eu sempre conhecia alguém e depois de algumas semanas essa pessoa estava partindo, despedida, essa foi a palavra mais dita nesses últimos três meses e como em um passo de mágica fui aprendendo a lidar com isso, posso ter sido em alguns minutos até fria, como fui na manha de hoje, mas o que vivi em Vancouver é muito mais que fotos e vídeos.
Meu café foi especial, tinha salada de fruta e ovo para comer com pão, a saudade do Brasil apertou! Depois chegou a hora de fechar a mala, mas quem disse que ela fechava? E quando fechou eu deixei todos os meu líquidos para fora, ou seja, tive que abrir tudo de novo e tentar colocá-los, digo tentar porque fiz e desfiz a mala três vezes até que percebi que não adiantava mais insistir, eu teria que deixar algumas roupas para trás. Escolhi deixar coisas baratas como meia e blusas que já estavam velhas, mas levei todas as minhas aquisições canadenses, até o meu adaptador de tomada, rs...
Quinze para as 10 da manha, eu estava pronta, meu vôo seria a uma da tarde, então era hora de partir. Fui ate o ponto de ônibus me encontrar com a Jéssica, minha dupla linda veio ate a minha casa me ajudar com a mala, ela foi também minha fotografa, pois aproveitei para tirar minhas ultimas fotos com Faith e Stefis.
10 horas da manha em Vancouver, o dia está lindo e eu indo para o aeroporto, não consigo descrever o que estou sentindo, só sei que não quero, não quero deixar Jéssica aqui sozinha, mas ao mesmo tempo sei que preciso voltar, tenho meus amigos, minha família e meu trabalho. Nunca senti o que estou sentindo nesse momento. Brasil aí vou eu!!!

Nonagésimo primeiro dia – 4 de março – Sexta feira

Acordei e pensei: Meu ultimo dia em Vancouver. É horrível você está em um lugar e não poder fazer planos, é horrível se sentir triste e saber que tudo o que você sonhou ao longo dos últimos meses da sua vida vai acabar. Como diz um texto de Fernando Pessoa “ Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.” E é assim que tenho que ver minha vida a partir de agora, encerrei mais um ciclo, e um ciclo muito bom, com coisas que só somaram na minha vida, encerrei mais uma etapa, mas estou pronta para viver novas experiências, e mesmo sabendo de tudo isso, estou triste, o vida viu?!
Fui para a escola e aproveitei para estudar no primeiro período de aula, enquanto Lily fazia revisão. Eu tentava, mas nada entrava na minha cabeça, que por sinal já está no Brasil, pois como não posso mais fazer planos em Vancouver, tenho que pensar como será à volta para a casa.
No segundo período foi a prova, e foi fácil, eu não estudei, a matéria estava difícil, mas eu me saí muito bem. Enquanto esperava minha professora corrigir os testes, aproveitei para tirar foto com os meus amigos de classe e eles também assinaram minha bandeira, eu comprei uma bandeira do Canadá e meus amigos estão assinando e escrevendo coisas para mim, foi à forma que encontrei de eternizar Vancouver. Logo depois Lily me chamou em uma sala ao lado, eu fiquei com medo, pensei varias coisas até entrar na sala, mas a noticia era boa, ela me disse que eu fui muito bem esse mês, que evolui muito e que fiz bons testes, então mesmo faltando uma semana para encerrar o ciclo, ela iria me dar o certificado de conclusão. Confesso que não esperava, estava até triste porque não iria conseguir terminar esse nível.
Terminou a aula e o nó começou na garganta, eu olhava para tudo ao meu redor e pensava que seria a ultima vez que eu estaria vendo tudo aquilo, que eu não teria mais ter a rotina de ir para a escola, de ver as pessoas que passaram a ser minha família, como é difícil aceitar mudanças.
Resolvemos almoçar em Gastown no restaurante de massa. Eu, Renato e Gabi chamamos todos que conhecíamos, e fomos para nossa despedida. Logo que cheguei tive uma boa noticia, na entrada do restaurante existe uma balança, pois é uma balança, eu então resolvi pesar e descobri que perdi três quilos nessa brincadeira de pegar virose, pelo menos passar alguns dias vivendo no banheiro serviram de alguma coisa. kkkkkk.
Ficamos no local até quase 4 da tarde, me despedi da Cíntia e do Fabio, nunca falei deles aqui, pois eram pessoas que não tive muito contato, mas os poucos momentos que passamos juntos foram incríveis. Eles são casados a um ano e vieram para Vancouver aprender inglês juntos, estão em lua de mel.
Fui fazer minhas ultimas compras, na verdade, comprei coisas de comer, pois a comida do avião é horrível, não dá, então fui na dollorama e comprei bolacha e chocolate, eu também fui na Hollister fazer minhas ultimas aquisições e depois fui para a casa.
Quando cheguei, encontrei Faith na porta, ela estava saindo com Stefis, eu havia comprado um buquê de tulipa para dar para ela, então já entreguei e agradeci por tudo, essa foi à forma que encontrei para sair por cima de tudo o que ela fez para mim. A mulher ficou tão feliz, disse que eu sou um doce de menina, rs...
Arrumei-me e voltei para downtown, minha ultima noite com meus amigos. Eu, Jéssica e Natalia fomos comer no subway e depois fomos nos encontrar com o Renato e com a Gabi em um pub. O local não estava legal, nós tivemos que pagar 12 dólares para entrar, Natalia acabou desistindo e foi embora, eu e minha dupla entramos pois tínhamos que nos despedirmos do Renato.
Estava tocando rock, era banda, e só tinha canadense, eu entrei no lugar já dizendo: Eu vou embora!!! Mas quem é que resiste ao charme do Renato?! Rs... acabou que eu, ele, Gabi e Jéssica sentamos em uma mesa e ficamos fazendo um balanço de tudo o que vivemos, choramos, demos risada, falamos besteira, contamos sobre nossos planos e fizemos promessas. A noite terminou com gosto de despedida, agora sim o quarteto acabou!

Nonagésimo dia – 3 de março – Quinta feira

Está chegando ao fim, é apenas isso que eu penso. Acordei no horário normal para ir para a escola, mas acabei não indo, pois precisava conseguir fechar minha mala, as coisas não cabem, já fiz e desfiz minha bagagem umas 5 vezes, mas não adiantou, então resolvi perder o primeiro tempo de aula e resolver esse problema, mas acabei não conseguindo e resolvi ir para a LSC.
Quando cheguei lá estava um silencio imenso, pois não havia quase ninguém, a festa de ontem foi tão boa que quase ninguém apareceu na escola e quem apareceu estava chegando para o segundo período.
Hoje foi dia de finalizar a matéria, a final amanha é da de prova, no meu caso minha ultima prova. A matéria essa semana está complicada, na verdade acho desde que cheguei essa semana foi a mais complicada, pois teve muita gramática e pouco vocabulário.
Hoje fui para o meu ultimo almoço no Pacific Center, confesso que quando algo é rotina enche o saco, mas quando pensei que amanha não vou mais estar ali a uma e 10 e ir comer salada, me dá um frio na barriga e uma vontade de chorar imensa, na verdade à vontade de chorar vai e vem, é o medo do novo de novo.
Depois do almoço resolvi dar uma volta no shopping e comprar algo para dar para Stefis, a final ela me ajudou muito desde o inicio da viagem, sempre teve muita paciência comigo, foi o meu porto seguro quando pisei em Vancouver, assim acho que ela merece ganhar. Acabei comprando um colar, pois ela é toda vaidosa e gosta de biju, então uni o útil ao agradável, mesmo porque o colar não foi tão caro. Saí do shopping e fui para a casa, precisava estudar, pois a noite teria Au Bar, minha despedida da festa brasileira e ainda por cima em clima de carnaval, pois o som da noite de hoje será axé, samba e forró, tem coisa melhor para começar a entrar no clima da folia?
Quando cheguei em casa, estudar foi a ultima coisa que consegui fazer, eu juro que tentei, mas não dava, não me concentrada, eu olhava para minhas coisas e via tudo fora da mala então vinha a sensação que eu não conseguiria levar tudo para o Brasil e eu me desesperava, então deixei o livro de lado, abri mão da ir para a balada, mesmo porque começou a chover e trovejar e a nevar, rs, eu então fui arrumar minhas coisas.
Fiquei colocando as coisas na bolsa e conversando com a Moara no MSN, eu guardava uma roupa e chora, guardava uma roupa e chora e assim eu fui até a uma da manha, relembrando com minha nova amiga tudo o que vive aqui, fazendo planos para nossas próximas viagens e chorando juntas.
Final da noite, uma hora da manha, eu não fui para a festa, não estudei e não consegui fechar a mala, na verdade fechei uma, mas falta à outra e ainda tem muitas coisas para fora, mas quem sabe minha mãe muda de ideia e me liga manha falando: Filha, eu pensei bem e resolvi que você pode ficar aí mais um tempo. Então eu terei que desfazer a mala, certo?!!! A esperança é a ultima que morre e como eu sou brasileira não desisto nunca, vou esperar por isso.rs.

Octogésimo nono dia – 2 de março – Quarta feira

Está chegando à hora!!!
Acordei muito feliz hoje, primeiro porque o texto da Moara foi um sucesso, meu blog nunca teve tantos acessos em um único dia, e os acessos vieram de outros países como Estados Unidos, Reino Unido, Eslovênia, Malásia e Belarus (onde fica isso?). Queria agradecer a todos que continuam lendo meus textos, não sei como meu blog chegou nesses países, tenho certeza que ninguém entendeu nada, mas já está valendo, a final quando tive a ideia de fazer um blog era para escrever meu dia a dia para ficar registrado para sempre as pessoas que iria conhecer e a minha experiência profissional, mas isso seria apenas para eu ler, mas foi ganhando uma proporção que chegou em um momento que não há quem não conheça o blog da Carol na LSC. Espero que vocês tenham gostado do texto da Moara, ela conseguiu colocar tudo que todo mundo sente, muitos não entendem, acham que existe algo a mais do que as amizades e os lugares bonitos, mas só quem já veio para Vancouver sabe o que é deixar essa cidade.
Acordei e como a minha rotina diária em Vancouver, fui para a escola, nesses últimos dias ando pensando muito em tudo o que vivi e nas pessoas que conheci, assim o caminho para a escola é sempre complicado, 50 minutos que tenho apenas a companhia dos meus pensamentos, no inicio da viagem esse momento era a hora do dia que eu escolhia para pensar qual seria a programação da minha vida após a aula, mas nessa semana penso apenas em voltar para a casa e nas pessoas e lugares que conheci por aqui.
Na escola nenhuma novidade, apenas o clima de despedida que já domina a LSC, mesmo porque quem tem que ir embora vai nesse final de semana, quem não for é porque vai ficar mais tempo no Canadá, então um novo grupo de estudantes começa a se definir.
Como acordei bem melhor hoje, até Faith me disse que eu estava com uma cara melhor, resolvi comer comida, não abusei, comi arroz, batata e salada, mas eu precisava disso, meu estomago não agüentava mais viver de gatorade e soro caseiro.
Depois do almoço segui para o Metrotown, eu e Gabi, nós precisávamos fazer nossas ultimas aquisições, vai chegando nos últimos dias aparece mil encomendas, todo mundo resolve te mandar email e pedir para você comprar alguma coisa, mas o meu problema é a mala, comprei de mais, nem mesmo minhas roupas cabem nas malas, quem dirá encomenda dos amigos. Sei que exagerei, só bolsa comprei 7 (rs), mas coisas necessárias, pareço eu consumista louca e compulsiva gastando no cartão de credito, mas só quem já viajou para fora do país sabe como as coisas são baratas, é impossível não comprar. Eu e Gabi fizemos um balanço das compras e da viagem e depois seguimos para nossa casa, a final hoje é dia de Caprice.
Quando cheguei em casa aproveitei para dar uma ajeitada na mala e nas gavetas da minha escrivaninha, mas foi em vão, pois o tempo voou e tive que me arrumar para ir me encontrar com as meninas. A expectativa para a noite era grande, mesmo porque eu, Gabi e Renato deixamos Vancouver no próximo final de semana, Jéssica fica até abril e Natalia vai embora na próxima semana, em breve o Canadá não vai mais contar com a alegria e a animação do meu grupo, como diz Faith: Ela já recebeu vários brasileiros animados, mas nenhum como eu. kkkkkk.
Já na Caprice não ha palavras para descrever o quanto à balada foi inesquecível, a musica estava ótima, muita gente bonita, sem contar a animação que era geral, com certeza fechei a noite em Vancouver com chave de ouro, ultima Caprice para jamais esquecer.
Na volta para a casa mais uma vez aquele filminho de tudo que vivi, programei tanto essa viagem para chegar ao fim tão rápido, mas o problema é que esqueci de planejar a volta, isso não estava nos meus planos.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Vancouver

Vancouver, ou Raincouver para os que vieram. Ainda me lembro como foi o primeiro dia que cheguei nessa cidade, estava um tempo aberto sem nuvens, e acreditem, tinha sol e mesmo assim estava a 0 graus. Eu estava igual a um robô andando, estava morrendo de frio, e na ida para minha casa conheci uma das pessoas mais importantes de toda essa viagem, foi a Carol. No inicio achei que ela era mais uma patricinha mimada que veio passar as ferias na neve, mas logo descobri que ela estudava na mesma escola que eu, começamos a conversar e percebi o quanto ela era valiosa, foi como uma irmã para mim aqui em Vancouver, um cuidando do outro e sempre saiamos juntos para ir explorar a cidade, até nos dias de chuva. No inicio estava desanimado e com vontade de voltar para o Brasil, contando os dias que demoravam a passar, mas nesse tempo fui conhecendo varias pessoas, fiz varias amizades e juntos fizemos varias loucuras e zoeiras juntos, nos divertíamos muito e aproveitamos de Vancouver o maximo que ela podia disponibilizar, visitei vários lugares surreais, como meu amigo Renato diz, estúpidos de tão bonitos, e percebi que neve é legal nos primeiros 5 minutos, porquê acordar as 7 da manha para ir estudar e ter que ir ao ponto de ônibus cheio de neve no chão no frio terrível, é bem “radical”. Vancouver para mim foi como uma das melhores experiências que uma pessoa pode ter, viver por sua conta num pais estrangeiro, na cara e na coragem, confesso que não estava preparado para enfrentar o que enfrentei aqui, mas posso dizer que sou outra pessoa, acredito que todos que veem para Vancouver, tem em mente, vou estudar inglês e tira umas fotos e pronto, mas de tudo que vivenciei aqui comecei a da valor, posso afirmar que sou outra pessoa depois dessa viagem, e ainda recomendaria toda pessoa pelo menos uma vez na vida vir para Vancouver, posso afirmar que, você vai amadurecer e mudar, para muito melhor. De todos lugares que visitei, nada se compara às amizades que fiz e pessoas que conheci, acho que sem eles, Vancouver não seria a mesma coisa, foram amigos que nunca irei me esquecer e continuaremos essa amizade no Brasil, escrevi esse texto no aeroporto faltando 10 minutos para voltar para o Brasil e posso dizer que aproveitei ao maximo e valeu muito a pena ter tido essa experiência, posso deixar Vancouver mas Vancouver nunca mais vai me deixar. Abraço a todos.


Por Marcel Dornelas

Octogésimo oitavo dia – 1 de março – Terça feira

A cada dia se torna mais difícil, a cada dia o tempo passa ainda mais rápido, é uma corrida contra o tempo, é viver tudo intensamente como se fosse o ultimo dia, sem pensar que esse dia está a cada minuto mais próximo.
Hoje acordei melhor, consegui tomar café e ir para a escola. Durante a manha nenhuma novidade, aula, intervalo, planos e principalmente pensamentos longes. Na verdade acho que já estou vivendo no Brasil esses últimos dias, minha cabeça já está nas pessoas que lá estão e nas coisas que tenho que fazer, me peguei hoje varias vezes fazendo planos para quando eu chegar no meu país, não é vontade de voltar, é medo de encontrar as coisas que deixei, de perceber que eu mudei e que as pessoas não, de ver que o que era importante não tem mais tanto valor, medo, medo do novo, a final tudo novo de novo.
Consegui almoçar, mas comi salada, preferi não abusar, a final preciso ficar bem, não posso entrar dentro de um avião do jeito que eu estou, iria precisar de um banheiro só para mim, mesmo porque eu ficaria lá dentro às 18 horas de vôo.
Eu e Gabi tínhamos que fazer nossas ultimas compras, então lá fomos nós para o Metrotown. Jéssica foi com a gente, e não deu outra, três mocinhas no shopping o cartão de credito ficou até feliz. Passamos a tarde fazendo compras, eu rodei o local atrás de um óculos para a minha mãe, mas não encontrei e dessa vez desisti, mesmo porque eu estava muito fraca, não agüentava ficar andando, passei mal varias vezes, então sentava e ficava esperando as meninas terminar de olhar a vitrine. Hoje definitivamente eu não fui uma boa companhia, acho que ate atrapalhei, mas por mais que eu tivesse vontade de andar e comprar minhas pernas não me obedeciam.
Depois das compras, resolvemos ir ao cinema, pois aqui já está em cartas o filme que ganho o Oscar, O Discurso do Rei. Já esta passando no Brasil?
Confesso a vocês que foi muito difícil entender a historia, o inglês era britânico, fato que dificulta ainda mais, e como é um filme de época, os diálogos são bens formais. Eu não entendi muito bem, Jéssica entendeu mais ou menos e a Gabi é quem foi nos explicando a historia. Eu conseguia entender o filme pelo contexto, não dava tempo de pensar, o inglês ia entrando e eu tinha que ir absorvendo. O filme é ótimo, tenho certeza que se eu visse em português eu iria chorar (novidade, neh?!), o roteiro realmente é excelente, e como na maioria dos filmes de sucesso, é uma historia de superação. Quando chegar ao Brasil vou assistir de novo.
Sai do cinema e vim para a casa, todos já estavam dormindo, então jantei sozinha e vim para o meu quarto me preparar para dormir, mas isso foi apenas uma tentativa, pois eu comecei a passar mal de novo. Até quando isso vai continuar?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Vamos viver tudo o que há pra VIVER..

Interromper essa sequência aqui vai ser difícil, mas senti uma necessidade tão grande de fazer isso que talvez eu consiga tirar de letra.
Já se passaram três meses que eu estive no Canada e hoje fazem exatos três dias que eu voltei pro Brasil, voltei pra realidade. Semana passada eu estive no paredão com a Caroline Terbega, foi difícil, muito difícil mesmo porque desde o inicio eu já sabia que o meu paredão ia ser com ela, eu queria ter ficado mais e a casa sabia disso mas o público já tinha decido desde antes, mas o mais difícil foi a retrospectiva que fiz essa última semana que se passou, lembrei de como passou rápido e que um dia pensei em desistir, que na hora de entrar na sala de embarque olhei pra minha mãe chorando e falei que não ia mais, dai meu pai com toda a calma do mundo mandou eu entrar e sem olhar pra trás e foi o que eu fiz, ainda bem. Os primeiros dias não foram bons, foram terríveis pra ser sincera, eu me perguntava o que eu tava fazendo ali, logo se passou uma semana eu conheci a Carol, conheci de um jeito meio estranho e que achei que não ia vingar em nada só que as coisas foram acontecendo e acontecendo e quando eu vi nós já não nos desgrudávamos. Se ela quisesse ir no Tim Hortons eu ia junto, se eu quisesse ir no Canada Place íamos juntas, mesmo que muitas vezes a nossa maior vontade fosse dizer que não. Se uma ficasse doente a outra cuidava, se uma não quisesse ir a festa uma arrastava a outra, fomos nos identificando aos poucos, tudo começou pelo amor por FOTOS, e como isso ajudou, passamos um dos melhores dias juntas, um dia em Grouse Mountain, começamos num dia de sol maravilhoso depois veio chuva, começou a nevar e pra fechar bem lindo o pôr do sol foi encantador com uma lua que nasceu as 4h da tarde, é um dos dias que jamais vamos esquecer. Certeza!
Falar de Vancouver é lembrar do quarteto, no inicio eramos um grupão, onde todo mundo fazia tudo junto ( mesmo que pra isso eu e a Carol tivéssemos que esperar a maldita aula C do pessoal haha), mas as pessoas foram indo e indo e nós fomos ficando, quando percebemos eramos quatro, Carol, eu, Renato e Gabriel, fazíamos tudo juntos, passamos por cada uma que hoje a gente ri, mas na hora era um desespero.. Eram coisas simples, uma caminhada, uma ida ao shopping, ir aos pontos turísticos que o Gabriel tanto queria ou recusar a tão esperada ida a China do Renato. Engraçado é que cada um tem uma personalidade, um jeito, uma essência, muita das vezes eu saia na porrada com o Gabriel, o Renato sempre tentando apaziguar e a Carol se espocava de rir, mas o que havia entre nós era tão maior que a gente sempre acabava rindo. Gabriel é aquele tipo de pessoa que topa qualquer parada, que adora festa, tá sempre preocupado em reunir a galera e acha que educação é fundamental, ele adora foto, mas adora tirar foto dos lugares não dele. Ele é bem paciente e tolerante, mas não pisa no calo dele. O Renato é bem centrado, tem uma maturidade acima do que deveria, desde que chegou em Vancouver só pensava em conhecer um lugar : CHINATOWN. Ele também adora uma balada, tem uma paixão pela mãe que é linda. Tem uma risada que faz qualquer pessoa rir, adora gravar video (inclusive ele tem uns muito sem noção haha), se alguém pisca diferente ele quer gravar hahaha. A Carol gosta mais do dia, quer aproveitar bem o dia sempre, se a gente marcasse as 11h da manhã ela achava que tava tarde então marcávamos mais cedo, adora fotos, tem um sotaque lindo, tinha um roteiro pra lugares incrível, escreve muito bem, é meio cabeça dura, não gosta de dar o braço a torcer, tem um jeito de menina-mulher, adora uma palhaçada e é bem decidida mesmo que na maior parte do tempo ela fique na duvida. Eu, ah não vale falar de mim, em capítulos anteriores quando eu deixei Vancouver para ir pra Toronto ela escreveu aqui pra mim e sobre mim, então é desnecessário. Então, mesmo com muitas diferenças ainda sim nós quisemos ser amigos, no meio de tudo isso tempos algo em comum que o tempo foi mostrando, nós topamos qualquer coisa, nós damos a cara a tapa, temos vontade de abraçar o mundo, de fazer tudo agora e pra já. Achamos que a vida é uma só e só se dá pra quem se deu, pra quem riu, pra quem chorou, pra quem brincou e aprendemos que o tempo não volta, que a vida é uma só e por isso começamos a aproveitar cada minuto, experimentando comidas que jamais pensamos, bebendo, saindo, nos divertindo, rindo, chorando, gargalhando, ficando em silêncio, ou apenas assistindo um pôr do sol, tudo pra gente é válido, tudo a gente tira uma lição..Muitos pensavam que eramos um quarteto de uma forma que não tinha a ver, mas como o Gabriel disse “do nosso jeito nós somos um quarteto” e de fato, eramos e sempre seremos. Nunca nos fechamos, sempre deixamos nosso grupo aberto, sempre fomos muito receptivos, por isso começaram a entrar pessoas que fizeram com que nós amassemos tanto aquele lugar, de quatro passamos a ser mais uma vez um grupo de 12 pessoas, uns se agregavam temporariamente mas sempre estavam ali e outros ficaram pra sempre e fizeram história junto conosco. Tayane veio pra ser pra sempre, a louca do stick, na verdade ela sempre esteve com a gente mas era meio dividia até que ela se encaixou, se encontrou na gente de uma tal forma que nunca mais se separou, depois chegaram os meninos do Rio, três de uma vez só, engraçado na primeira semana já nos identicamos muito com eles, mesmo achando que eles tinham cara de marrento hehe com eles veio de brinde o Diogo, não era da nossa escola mas era um agregado, o Marcel também sempre esteve com a gente mas ele dava uma preferência maior digamos assim aos jogos dele haha então o Renato conheceu a Jéssica e nos apresentou, e claro, ela ficou pra sempre também, já perto de eu deixa-los chegou a Gabriela.
Vancouver tem algo especial, tem o dom de fazer as pessoas não quererem voltar pra casa, tem magia, é algo que só sabe quem passa, que tem que ir olhar com os próprios olhos e sentir com o coração pra poder entender, porque não há palavra ou foto que descreva isso. Talvez tenha sido por isso que me doeu tanto, que me fez chorar tanto ter deixado tudo isso, o lugar e as pessoas pra ir pra Toronto, mas no final deu tudo certo porque Toronto também me apresentou um mundo lindo, Toronto foi tão especial quanto Vancouver mas se meus pais perguntassem “Quer ficar mais três meses?” eu diria “ Quero, mas me coloca pra Vancouver de novo!”. Não tem como comparar as cidades porque são opostos, e acho que por isso gostei tanto das duas. É tão estranho se sentir triste, sentir um vazio mesmo sabendo que quando você está voltando você vai encontrar as pessoas que mais te amam no MUNDO, mas é que nós construímos uma família no Canada, saber que nunca mais a convivência diaria será a mesma dói em cada um, saber que amigos arabes, mexicanos, coreanos nós possivelmente jamais veremos dói mais ainda, os brasileiros sabemos que com esforço a gente se vê, mas os outros, dói demais. Canada é um país multicultural que faz a gente aprender muito, experiência de vida que cada um tirou fez cada um mudar, isso é que é o mais dificil porque nós não percebemos isso, mas seus familiares, amigos e namorados percebem no instante que te abraçam no aeroporto.
Fácil mesmo é viver tudo isso, difícil é encontrar palavras pra descrever. Só mesmo agradecendo a Deus por essa oportunidade única, porque muitos queriam tá no nosso lugar e nem todos tiveram ou tem essa sorte.
Por isso pra minha melhor amiga de Vancouver eu digo, aproveite essa última semana, curta muito, ria bastante, seja feliz, VIVA e quando você voltar pro Brasil não deixe esse Caroline que você descobriu ou reencontrou ai, arraste ela junto com você.
É isso, pra termina isso aqui vou deixando uma das músicas de Vancouver que marcou pra todos.
Eu vejo a vida
Melhor no futuro
Eu vejo isso
Por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste
Em nos rodear...
Eu vejo a vida
Mais clara e farta
Repleta de toda
Satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão...
Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...
Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não, não, não...
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...
Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...
Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não...
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há prá viver
Vamos nos permitir...
E não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir.."
Tempos Modernos - Lulu Santos

Por: Moara Calderaro Cristo

terça-feira, 1 de março de 2011

Octogésimo Sétimo dia – 28 de Fevereiro – Segunda feira

Faltam 5 dias!!!!
Acordei as 4 e meia da manha, na verdade me acordaram, mas confesso que amei, fazia muito tempo que eu não recebia um bom dia de alguém muito especial, mesmo que seja pelo MSN valeu muito a pena, queria que todos os dias fossem assim, seria tudo bem melhor, mesmo porque ate o frio hoje estava fácil de suportar. Voltei a dormir logo depois, mas a dor na barriga não me deixou, já havia acordado varias vezes na noite com dor, quando foi as 6 e meia realmente levante e resolvi ir para a escola.
Como eu não estava nada bem, acho que estou com virose, comi apenas salada de fruta e fui para o meu ponto pegar o ônibus. No caminho fui lembrando tudo que vivi aqui, passei pelo ponto do Marcel e me deu uma saudade, depois pelo ponto da Tayane, e assim fui me lembrando das nossas conversas, de quando voltávamos juntas falando sobre os acontecimentos da balada, Marcel e seu veneno, que saudade, mas o pior é que dizem que saudade dá e passa, mas essa saudade não está passando, não sei o porque, rs...
Hoje na escola a hora demorou a passar mesmo porque aprendemos vocabulário de computador (partes do PC), então acho que o assunto não ajudou muito, além disso Lyli resolveu dar uma brincadeira chata, me senti na pré escola eu olhava no relógio de 5 em 5 minutos, quando deu 1 e 10 nem acreditei, parecia mentira.
Saímos da escola e fomos almoçar eu resolvi comer salada, mas comi bem pouco porque fiquei com medo de passar mal, mas não adiantou muito não, logo depois que terminei de comer percebi que o melhor programa para hoje seria vir para a casa e foi o que fiz. Comprei gatorade, acreditem eu encontrei isso aqui, e vim para a casa.
Quando cheguei aqui fui explicar para Faith que eu não iria jantar hoje porque estava com dor no estomago e disse que eu deveria ter comido algo que não estava muito legal. Surpreendentemente ela ficou muito preocupada, tirou minha temperatura e me perguntou o que estava sentindo e me aconselhou beber muita água e foi o que fiz. Fiquei no meu quarto o dia todo, dormia e acordava e a dor ali, junto comigo eu não consegui comer nada, na verdade não queria ver comida na minha frente.
No inicio da noite resolvi tomar banho e comer alguma coisa, Faith se ofereceu para fazer algo para mim, pois eu precisava comer algo leve. Ela fez um caldo, não sei o que tinha nele, mas estava bom, e eu preparei soro caseiro (prometi e cumpri), então tomei o caldo com a uma bolacha com gosto de papel e passei o resto da noite tomando o soro, que por sinal é horrível.
Agora é esperar e ver como eu vou acordar amanha.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Octogésimo Sexto dia – 27 de Fevereiro – Domingo

Faltam 6 dias!!!!
Acordei e a dor na barriga ainda me acompanhava, não agüento mais, acho que estou com virose, mas pior do que isso é não poder sair de casa, pois é, 24 horas de neve constante, Vancouver parada, os ônibus não conseguiam andar nas ruas, as casas todas cobertas, sair de casa apenas em questão de necessidade, ou seja, não fiz nada hoje.
Para não dizer que não fiz nada, nada, eu assisti jogo (São Paulo e Palmeiras) e depois comecei a arrumar minha mala, uma já está pronta, coloquei todos os presentes nela, a outro vou arrumar mais no final da semana com as minhas coisas.
Foi difícil dobrar as roupas e guardar na mala, vai passando um filme na cabaça, fui lembrando de quando comprei uma ou outra blusa, de quando usei uma ou outra roupa, sei que parece besteira, mas mulher tem essas coisas, uma blusa da sorte, uma calça que gosta mais e aqui não poderia ser diferente, tudo fez historia, até as roupas.
Assisti ao Oscar também, aqui do meu quarto eu escutava Faith lá da sala gritar quando o ganhador era anunciado, então percebi como os costumes mudam, nós no Brasil não ligamos muito para o Oscar, assistimos a abertura porque é depois do fantástico e vamos dormir, no dia seguinte damos apenas uma olhadinha na Internet para ver qual foi o melhor filme e depois ir até a banquinha de camelo da esquina ver se tem ele para vender, mas aqui não, Faith não fez nem jantar hoje, comprou comida que por sinal estava horrível (no almoço ela esquentou uma pizza que deveria estar no congelador há no mínimo 15 dias) e ficou lá na sala dando gritinhos de felicidade; ela só veio me chamar para o jantar depois que terminou a entrega do premio.
Como não tinha muita coisa para fazer hoje, meus pensamentos iam e vinham, e entre essas idas e vindas fiquei pensando como será meu ultimo texto. Já tive varias idéias, já li os meus primeiros textos para ver se pensava em algo diferente, já pensei em simplesmente parar de escrever ou então fazer um resumo de tudo. Gabi me sugeriu fazer um texto em inglês; já Marcel leu meus pensamentos e me disse para deixar meus amigos escreverem aqui. Confesso não saber o que fazer, pois não sei se existe alguém que ainda está acompanhando o blog, a final 4 meses vir aqui ler o dia a dia de uma simples mortal não é para qualquer pessoa, então preciso de uma ideia, se alguém tiver uma e puder me sugerir agradeço.
Faltam 6 dias!!!!



Octogésimo Quinto dia – 26 de Fevereiro – Sábado

Faltam 7 dias!!!
Começou a contagem regressiva, parece mentira, mas começou, a cada dia que vai chegando mais perto de voltar o coração vai ficando apertado e a vontade de permanecer em Vancouver vai aumentando, parece que os dias passam mais rápido, que ninguém me entende, que a hora voa e eu só sei chorar, pois é, chorar!!!!
Acordei com um recado maravilhoso da Moara no meu facebook, logo depois conversei com ela pelo bate-papo e me acabei de chorar, ela lá em Toronto indo para o aeroporto e eu aqui em casa com saudade de tudo o que vivi, querendo voltar no dia 5 de dezembro, conhecer todas as pessoas que conheci aqui de novo, poder abraçá-las e dizer o quanto foram importantes para mim nesses últimos meses.
O medo de voltar a ter a mesma vida de antes, de voltar à realidade e descobri que tudo o que vivi aqui foi sonho e ficou apenas na memória é igual ao medo que sentia antes de vir pra cá. Lembro-me que no dia em que eu embarquei, fiquei firme o dia todo, mas na hora de dar tchau falei para a minha mãe: Não quero mais ir! Mas ela não podia fazer nada. Hoje sinto a mesma vontade, queria poder dizer: Não quero mais ir! E dessa vez ela mudar o destino, afinal mãe dá jeito para tudo, não é mesmo?!
Não sei como será minha ultima semana, não sei como vou viver esses últimos dias, não sei se vou vir aqui escrever durante os próximos 7 dias, já está muito difícil, é horrível você passar pelos lugares e saber que é a ultima vez, é triste de mais ver o quanto você foi feliz e não poder continuar sendo. Nunca pude imaginar que uma simples viagem para fora do país fosse mexer tanto comigo, sempre soube que seria uma ótima experiência, mas tenho certeza que só foi perfeita porque conheci pessoas abençoadas por Deus, todas as pessoas que conheci aqui somaram na minha vida de alguma forma, algumas delas já deixaram Vancouver, outras eu serei obrigada a deixar aqui. Como é difícil querer e não poder!!!!
Depois de muito choro fui me encontrar com as meninas e como o Renato, fomos almoçar. Eles foram ao aquário, como eu já fui, preferi ficar em casa e fiz uma boa escolha, porque não acordei muito bem, na verdade não dormi bem essa noite, minha barriga doeu à noite toda. Cheguei atrasada para o almoço, as meninas já estavam bravas comigo, kkk.... comi salada, verdade final de semana e eu almoçando salada, nada de Mc Donald ou chocolate, S-A-L-A-D-A, minha barriga estava doendo de mais, então eu não podia abusar.
Como estava nevando desde as 11 da manha, não tinha como a gente fazer nada, então a solução encontrada foi fazer compras. Gabi resolver ir para a casa, mas eu, Jéssica, Renato (meu parceiro de compra, me ajudou a escolher novas roupas) e a Giovana resolvemos gastar no Metrotown. Passamos a tarde toda no shopping, comprei meus últimos presentes e vim para a casa.
Não parou de nevar um único minuto do dia, neve constante, que foi cobrindo as ruas e as casas, Vancouver foi ficando branca e se misturando com a cor do céu, que era tão claro que chegava a clarear mais do que nos dias de lua cheia. Estava frio de mais, então resolvemos não sair, eu fiquei em baixo da coberta vendo Tv.
Faltam 7 dias!!!

Octogésimo Quarto dia – 25 de Fevereiro – Sexta feira

Encerrando a semana muito bem por vários motivos. Acordei e tinha um sol perfeito brilhando no céu, o frio como mais uma vez estava avisando que estou no Canadá, o termômetro marcava menos 6 com sensação térmica de menos 13, mas vou reclamar? Jamaissss. Eu estou no Canadá!!!!
Na escola tudo ótimo, aproveitei o primeiro período para estudar, pois devido a festa de ontem não havia feito isso e no segundo período fiz a prova. O teste de gramática estava tranqüilo, mas o de escutar e escrever, é brincadeira, a mulher fala qualquer coisa menos inglês e o engraçado é que é difícil sempre para todos os níveis, já começa que o inglês é o britânico, mesmo assim eu consegui ir bem.
Saímos da escola e já tínhamos destino garantindo, na verdade estávamos programando isso desde semana passada: Samba!!! Fomos almoçar no restaurante brasileiro e levamos dois gringos com a gente, apresentamos o famoso churrasco para eles. O lugar não estava muito cheio, mesmo porque a quantidade de brasileiros aqui já diminuiu bem, então dessa vez comemos muito bem, a picanha estava ótima, assim como o feijão com arroz. Ficamos um tempo no restaurante conversando e depois eu vim para a casa, pois iríamos para o jogo de Hockey.
No caminho para a casa comecei a passar mal, meu estomago começou a doer muito, eu perdi toda a minha força, não conseguia levantar nem mesmo o braço, não podia ouvir falar em comida, queria mesmo ficar deitada o resto do dia, mas como essa seria a ultima oportunidade para ver um jogo, me arrumei e fui me encontrar com as meninas na escola, pois foi meu colégio que organizou esse passeio. A escola realiza eventos todos os dias, para poder aproximar os alunos e o evento dessa sexta foi o jogo. Ficamos um tempo esperando o pessoal chegar (26 pessoas, na maioria brasileiros), depois seguimos de ônibus para o estádio.
O jogo era entre Giants e Bruins, era um jogo muito importante, pois os donos da casa (Giants) completavam 10 anos, alem de que são considerados os campeões da temporada desse ano. Em Vancouver existem dois times de Hockey, o principal deles e o Canucks (http://canucks.nhl.com/) eles estão na elite da campeonato, são o orgulho de Vancouver, o hockey aqui é como se fosse o futebol para o Brasil. O segundo time é o Giants, é como se fosse um time de juniores (http://www.vancouvergiants.com/), com novos talentos. O ingresso para ver um jogo da elite do campeonato custa a partir de 70 dólares, já o jogo dos Giants é bem mais barato a partir de 18 dólares.
Quando chegamos no estádio, eu já fiquei encantada, meu coração bateu forte, assim como quando vou ver um jogo de futebol, que saudade... Tiramos muitas fotos e fomos procurar nosso lugar, pois aqui as cadeiras são marcadas. Ficamos no lugar mais barato, mas a visão foi perfeita. A torcida é educada, faz barulho apenas quando aparece no placar à palavra “Noise” no placar eletrônico, não briga com o juiz, e assiste ao jogo todo sentado.
Finalmente a partida começou, eu e as meninas não sabíamos nada sobre as regras do jogo
(http://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%B3quei_no_gelo), mas bastou observar os primeiros minutos para entender. Os Giants saíram na frente, e no final do primeiro tempo já estavam ganhando de dois a zero, esse placar realmente mostrou porque os garotos são considerados os campeões da temporada 2011, comandaram todo o primeiro tempo, terminarão a primeira etapa com 5 ataques ao gol contra 1 dos Bruins.
Começou o segundo tempo e o time da casa continuou mandando no jogo, aos 12 minutos o placar marcava 4 a 2, já era quase certo uma vitória, mesmo sabendo que ainda faltava o terceiro tempo. E foi nesse momento que saiu a primeira e única briga do jogo, o momento mais esperado. Após o ataque do Giants começou a confusão que não durou mais de um minuto, mas foi nesse momento que a torcida mais se animou. Final do segundo tempo e o Giants na frente faltavam apenas 20 minutos para comemorar os 10 anos de historia em grande estilo.
Começou o terceiro tempo e os donos da casa esqueceram como chegar ao ataque, tudo o que realizaram no primeiro e no segundo tempo não funcionava mais, o time visitante empatou e virou o placar, 5 a 4. Você já ouviu aquela expressão: Quem perde de 1 perde de 10. Restavam os últimos minutos e o técnico do Giants resolveu tirar o goleiro e colocar todo mundo no ataque, mas o posicionamento da equipe falhou, um dos jogadores do Bruins pegou o disco e lançou do meio do campo em direção ao gol, como não existia o ultimo homem de defesa, o disco entrou, golllllllll. Final do jogo: 6 a 4. A torcida todo se levantou e foi embora.


sábado, 26 de fevereiro de 2011

Octogésimo Terceiro dia – 24 de Fevereiro – Quinta feira

Acordei e já percebi que meu dia não iria ser bom, pois encontrei um cabelo na minha salada de fruta. Eu não agüento mais isso, estou louca querendo comer a comida da minha casa, não agüento mais o gosto da comida aqui de casa, cheguei a um ponto que tudo me irrita, tenho nojo de tudo, não suporto nem olhar para uma simples salada de fruta, se eu fosse ficar aqui mais tempo, não iria agüentar comer aqui. Como não consegui comer nada no café, fui para o Tim Hortons e comprei dois Pães com creme e chocolate, eu precisava comer algo que me deixasse feliz, pois encontrar cabelo na comida logo de manha deixa qualquer pessoa irritada.
O dia estava lindo, um sol que doía até os olhos, mas o frio persiste, essa semana é o record de baixa temperatura no mês de fevereiro, e na minha opinião, é também a semana mais fria desde que cheguei, pois o termômetro marcou hoje entre menos 4 e menos 6, mas a senção térmica é bem menor.
Na escola o dia passou bem rápido, a professora finalizou a matéria da semana e nos deu algumas dicas do que vai cair na prova de amanha, além de dar muitas tarefas.
Já na hora do almoço, Renato foi comer com o pessoal da sala dele, eu, Gabi e Jéssica partimos para a salada, meninas únicas para vencer a balança, apesar que não está adiantando nada, mas somos brasileiras e não desistimos nunca, certo? Quando terminamos de comer, abrimos o livro e começamos a contar qual era nossas duvidas sobre a matéria que iria cair em nossas provas, uma foi ajudando a outra. Saímos do shopping e foi cada um para a sua casa, precisávamos estudar, além de que todo mundo estava com dificuldade para memorizar o vocabulário da prova, era muita coisa.
Eu não consegui estudar tudo o que eu precisava, pois era muita coisa para decorar e eu tive muitas duvidas, mas sem o menor peso na consciência jantei e resolvi sair essa noite. Estou na ultima semana e de verdade, compromisso agora é o que eu menos quero, preciso viver o que ainda me resta, pois no final de semana entro na contagem regressiva para voltar para o Brasil.
Encontrei-me com a Jéssica e com a Gabi e fomos para o Au Bar. Quando chegamos não tinha muita gente na fila, então entramos rapidinho, não passamos muito frio. A festa estava cheia de brasileiros, mesmo porque até o segurança do local fala português. As musicas estavam ótimas, um clima bem diferente da balada de ontem. Não tinha muita gente conhecida, então aproveitamos para fazer novos amigos.
Estávamos nos divertindo até que uma mulher bateu a mão no olho da Gabi e acabou machucando, ela não conseguia abrir o olho, esperamos um tempo e olho dela não melhorava, então resolvemos ir embora, mesmo porque estávamos mortas de fome, pois todas nós havíamos jantado sopa, ou seja, mesma coisa que nada.
Resolvemos comer e fomos para o Tim Hortons. Eu comi mais um pão de creme e chocolate (três só hoje), as meninas também não resistiram e acabaram comendo. Ficamos lá conversando por um tempo e depois fomos embora, a final saímos a semana toda, o cansaço estava começando a bater, mas pelo menos a noite de hoje valeu a pena!

Octogésimo segundo dia – 23 de Fevereiro – Quarta feira

O que esperar de um dia congelante? Foi o que pensei assim que acordei, pois o frio estava de doendo até meu cérebro, mas frio é psicológico, certo? Então criei coragem levantei me arrumei e fui para a escola.
Hoje ganhamos mais um colega de classe, é um árabe, o nome dele é Mohamed, assim como todos os árabes, ele não fala muito bem inglês, é bem tímido e se comunica apenas com os outros árabes da classe. Lily nem sabia que teria um novo aluno na sala, ficou sabendo apenas quando ele chegou, porque o dia de novos alunos é na terça feira.
A aula passou rápido hoje, fizemos um jogo que confesso nunca ter dado tanta risada na minha vida. Nós aprendemos o nome de varias partes do corpo humano, mas varias mesmo que iam desde o pé até o cordão umbilical, então logo depois fizemos um jogo para memorizar. Minha professora distribuiu vários pedaços de papel com nome de varias partes do corpo, então quando a musica parasse nós teríamos que tocar o colega um colega com a parte de nosso corpo que estava no papel que ganhamos (será que deu para entender?). Conclusão foi só risada! A hora hoje voou.
Almoçamos no mesmo lugar de sempre, mas hoje eu comi comida de verdade, meu estomago estava gritando tão alto, que eu até fiquei com vergonha na sala de aula, mas isso não significa que eu desisti do meu regime.
Almocei e vim para a casa descansar e começar a organizar as coisas para ir embora, não estou fazendo as malas ainda, mas tinha muita coisa fora do lugar, mas a Internet não me deixou fazer isso, meus planos mais uma vez ficaram só nos planos. Talvez possa parecer bobagem eu ficar na Internet uma tarde toda, mas é a única forma que tenho para não ficar tão ausente da vida das pessoas que eu amo, pois já tem gente reclamando que eu mudei e esqueci meus amigos.
Participei do jantar normalmente hoje, e o assunto foi minha programação para minha ultima semana; depois de uma hora de conversa fui me arrumar, a final hoje é dia de Caprice. Renato e Gabi não foram, eu e Jéssica como não perdemos uma festa, marcamos de nos encontrarmos no Tim (Como sempre). O frio desanimava qualquer um (a baixo de zero), mas nós fomos mesmo assim.
Chegamos na porta da Caprice à fila estava gigantesca, assim como nos últimos meses quando a cidade estava lotada de brasileiros. Nós tivemos que ficar no final do fila e acabamos conhecendo dois meninos do sul, muito gente boa os garotos. Depois de aproximadamente 15 minutos, a fila não andava, Jéssica encontrou um amigo que já estava bem perto da entrada da balada, não tivemos duvida e cortamos a fila, sei que isso é errado, mas o frio não dava, ou fazíamos isso ou voltávamos para a casa.
Como a fila estava grande achamos que a festa iria ser boa e entramos muito animadas, mas não foi dessa vez. A balada ficou muito lotada, mas tinha um povo muito estranho que nunca vimos, tinha muito coreano e árabe e um pessoal muito mal educado, sem contar que acho que todo mundo resolveu ir para a balada sem tomar banho, o cheiro era insuportável, dava até vontade de vomitar. Dessa vez as musicas não estavam ruins, mas o clima da festa não era legal. Ficamos apenas 2 horas e viemos embora nos perguntando: O que está acontecendo com a Caprice?