quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Quadragésimo dia – 12 de janeiro – Quarta feira

Viva a quarta feira, tudo que é bom acontece na quarta: balada, balada e balada!!! Acordei e estava tudo cheio de neve, na rua era impossível de passar, na calçada então... as arvores todas infestadas, o telhado das casas... Vancouver tinha uma única cor: branco.
Comecei o dia bem: não tinha nada para comer no café de hoje e ainda por cima perdi o ônibus para ir para a escola. Faith não fez nem salada de fruta para mim, que triste!! Comi apenas uma fatia de pão puma, mas de nada adiantou, saí de casa na maior dificuldade por causa da neve, mal dava para andar, não dava para ver nada, tudo coberto, não sabia onde era rua e onde era calçada, então na hora que eu cheguei na rua onde pego o ônibus ele já estava parado no ponto, ou eu corria para alcançar ou eu perdia o ônibus e chegava atrasada, preferi chegar atrasada. Imaginem a cena: eu saindo correndo, escorregando na neve, deslizando ate o ônibus, me molhando toda e ficando toda roxa. Legal, neh? Então por isso resolvi não correr, o pior de tudo é que o próximo ônibus demorou e eu ainda tinha que comprar algo para comer. Cheguei no meu ponto final faltavam 10 minutos para começar a aula, subi a ladeira correndo, parei na 7 eleven 9toda esquina tem um aloja dessa, vende de tudo), comprei um pão, e fui correndo para a sala, tempo exato, nunca mais eu consigo isso.
 A maioria das pessoas da minha sala não foram a aula hoje, tudo isso por causa da neve. Quando neva, é comum que no dia seguinte a cidade fique uma bagunça, porque as ruas ficam congestionadas, o skytrain não funciona direito, as pessoas que tem carro preferem deixar o veiculo em casa e usar o transporte publico, enfim ninguém chega onde precisa chegar, mesmo porque as principais ruas da cidade ficam tomadas pelos caminhões que recolhem a neve, e as calçadas pelas pessoas que vão retirando a neve com uma pá, como se fossem os garis no Brasil. É uma estrutura imensa para tentar diminuir os problemas. Alem da neve, também estava chovendo.
A aula foi bem cansativa, ter que ficar decorando verbo é um saco, mesmo porque a sala está muito cheia, tem gente que sabe um pouco de inglês, tem gente que não sabe nada, o tempo passa, a professora explica 30 vezes a mesma coisa, até que chega uma hora que eu não agüento mais e vou dar uma passeada no corredor. Eu tenho que passar de nível, porque ficar mais um mês nessa sala, não vai dar certo.
Hoje almocei cachorro quente, resolvi economizar, a final a noite tinha festa. Depois que comi vim para a casa, precisava me arrumar e lavar minha roupa também.
Aqui eles separam apenas as roupas por escura e clara para colocar na maquina de lavar, eu fico morrendo de medo toda vez que vou lavar roupa, dá um medo de manchar tudo, imagina só, já não tenho muito roupa aqui, se manchar então... hoje lavei todas as roupas claras, ainda bem que tudo saiu como eu imaginava, só tive um problema: a calça do meu pijama encolheu, estou linda, dormindo com uma calça que virou short, rs...
Estava pronta para ir encontrar o pessoal, só faltava comer, então fui para a cozinha às 6 horas em ponto, mas o jantar ainda não estava pronto, sentei na cadeira e fiquei esperando, até que Faith se tocou e arrumou meu prato. A comida estava horrível, batata e cenoura cozida e só! Quando eu já estava quase terminando de comer, apareceu um pedaço de carne, então fui com aquela vontade, mas a visão não foi boa: tinha um cabelo no meio do recheio. Eu não sei porque eu sempre acho essas coisas na comida, eu sou premiada. Cortei um pedaço da carne e deixei de lado e comi o resto, na verdade eu não comi, eu apenas engoli, porque a vontade de comer desapareceu.
No caminho da balada encontrei com a Tayane e depois nos encontramos com Moara e Jéssica, fomos direto para a Caprice, porque tínhamos que pegar o carimbo (é igual ao carimbo que ganhamos na mão quando estamos no camarote de algum evento) antes da 10 horas para conseguir entrar de graça. Carimbo garantido atravessamos a rua e fomos para a Joseph, como todas as quartas feiras. Hoje a balada tava chata, as musicas estranhas, um pessoal estranho, então apenas bebemos os drinks que ganhamos e voltamos para a Caprice.
Que balada foi essa! Cada festa aqui eu me surpreendo mais, quando eu penso: Essa balada foi a melhor! Eu vou para a próxima festa e consigo me divertir ainda mais. A Caprice é quase enfrente a Joseph, mas é mil vezes melhor. O lugar é lindo e faz lembrar muito a Sunfest (uma balada que tinha em guará), mas é muito grande. As musicas são ótimas, como tem muito brasileiro o DJ toca também os nossos sucessos, daí já viu, a galera toda cantando, todo mudo junto se divertindo, só quem vive isso sabe o que eu estou falando. Não tem só brasileiro na festa, mas a maioria das pessoas são do Brasil, isso significa animação garantida! Eu não queria vir embora, mas já estava na hora do meu ônibus, então não teve jeito, eu e Tayane viemos na chuva rindo dos acontecimentos da noite. Resolvemos parar no Burger King para comprar um lanche e fomos correndo para o ponto de ônibus com o lanche na mão.
Já no ponto, me encontrei um uma menina de Campinas (não sei o nome dela) eu a conheci na sexta feira passada no mesmo ponto, quando estava esperando o ônibus para vir para casa, ela tem 15 anos. Ela contou que três pessoas foram deportadas no inicio da semana para o Brasil, porque estavam com passaporte falso para entrar na balada. Isso foi no sábado, mas nós não ficamos sabendo porque estávamos em Victoria. De acordo com a garota a policia entrou na balada, mandou ascender à luz e começou a conferir o passaporte de todo mundo, até que descobriu que três pessoas estavam com o passaporte falso. Isso é muito comum aqui, as pessoas falsificam documento para entrar na balada porque a maior idade aqui é 19 anos.
Finalmente cheguei em casa, agora vou dormir porque tenho três horas apenas de sono!

Trigésimo nono dia – 11 de janeiro – Terça feira


Acordei na maior expectativa para o jantar de hoje à noite na casa dos meninos do Rio. Estava tão ansiosa que não senti nem vontade de tomar café da manha, mas quando cheguei na cozinha e vi dois ovos fritos e panqueca, senti fome na hora. Pode parecer estranho começar o dia comendo tanta coisa, mas se eu pudesse eu comeria comida no café da manha, adoro comer bem logo que acordo e hoje me senti realizada, além disso, teve salada de fruta.
Já na escola dia de novidades. Como toda terça feira sempre ganhamos novos amigos e hoje não foi diferente. Chegaram três mulheres na minha sala, uma é mexicana e a outras duas brasileiras. A mexicana e uma brasileira até que falam bem, mas a outra mulher, eu não sei como ela chegou até aqui, a mocinha não sabe nada, mas sabe o que é nada, estou morrendo de dó dela, ela tenta conversar com as pessoas em português, acho que ela pensa que as pessoas vão entender ela, o tristeza.
Já no almoço, a galera se reuniu e decidiu ir almoçar no shopping, hoje todo mundo estava com espírito de comida saudável, a gente economiza em um dia e gastamos tudo no outro.
Todo mundo estava na maior expectativa para o jantar de hoje à noite, mas os meninos tinham aula ate as 3 e meia, então o jeito foi dar um tempo no shopping. Tayane procurando um shampoo, Moara uma mala e eu não estava procurando nada, mas no final não teve jeito, fui obrigada a comprar um moletom na Hollister, ele estava apenas 22 dólares, e eu vou usar ai no Brasil, alem de que é Hollister! Minha mãe já está sabendo e nem falou nada, que maravilha; comprei também um creme de corpo, muito caro, 10 dólares, é a mesma marca que eu uso no Brasil, mas mesmo assim, vocês entenderam que eu paguei 20 reais em um creme? Tayane também achou o shampoo que queria, aqui os produtos que são usados em salão de beleza são muito baratos, por isso ela comprou. Já Moara preferiu apenas pesquisar e deixar as compras para amanha, ela só fez compras na Dollarama, afinal ela é a garota propagando da loja, compra algo lá todos os dias e depois sai falando que fez uma boa compra para todo mundo e ainda por cima indica o lugar.
Finalmente deu a hora da gente se encontrar com os meninos do Rio, a ansiedade era muita, todo mundo loco para comer alguma coisa familiar. Fomos ao supermercado e lá começou a caça aos ingredientes. Aqui existe muita pouca marca de comida que tem no Brasil, então não tinha como a gente achar o que precisávamos pela embalagem. Achamos a carne com facilidade, o queijo também, mas e o creme de leite. Alguém sabe como é creme de leite em inglês? Pois é, a gente não sabia, então o André passou um radio para um amigo que mora aqui e perguntou, isso foi a nossa salvação. Ainda bem que existe nextel!!!
Depois das compras fomos para o apartamento. Quando entrei na casa, que horror, quem foi à pessoa que teve a ideia de deixar esses meninos morarem sozinhos? Quem bagunça. Tudo bem que homem não é muito organizado, mas tenho alguns amigos que sabem se virar, já os meninos do Rio... A pia estava lotada de louça, não tinha como fazer nada naquele lugar, então eu e Tayane resolvemos dar um jeito na bagunça e começamos a lavar tudo o que achávamos pela frente, até que conseguimos deixar o lugar com cara de limpo. Serviço finalizado foi à vez do André ir para a cozinha, ele ficou responsável em preparar a comida, mas enquanto isso nós assistimos os vídeos de Victoria e demos muita risada, como pode, a gente fala as coisas e depois vê que falamos besteira, mas o melhor é que ninguém se desespera, todo mundo só dá risada, porque é uma perola após a outra.
Finalmente a comida ficou pronta. Que saudade do Brasil. O arroz ficou papa (o arroz daqui é bem diferente do arroz do Brasil, não sei o que acontece que ele não fica solto), a carne estava espetacular, e batata frita então.... vocês não devem sentir falta de comer isso, certo? Mas aqui, a gente sente saudade de tudo, por mais que encontremos lugares que tenham comida parecida com a do Brasil não é a mesma coisa, até as frutas não tem o mesmo gosto, a banana, por exemplo, não tem gosto nenhum, o abacaxi não é doce, tem um gosto de nada, a maça é dura, a pêra é molenga, enfim, nada como a comida do meu país. De acordo com a Faith, as frutas são assim porque todas elas são importadas, como o país é muito frio, eles não têm condições de produzir o ano todo, então a solução é comprar de outro país. A comida aqui em geral é bem cara, a carne principalmente, eles comem carne raramente, frango e peixe é mais comum.
Enfim, só sei que comi bastante, o arroz estava sem sal, mas até dou um desconto para o André, afinal cozinhar para 9 pessoas (até o Marcel resolveu comer, isso é um milagre) não é nada fácil. A parte salgada estava boa, mas a sobremesa (dessa vez o brigadeiro deu certo) estava muito boa. Eu fiz brigadeiro, na verdade a única coisa que eu sei fazer (coitado de quem casar comigo, será brigadeiro no café, no almoço e no jantar) mas ficou muito bom, não foi porque foi eu que fiz não. Nós comemos de colher (descobri que eu não consegui enrolar o brigadeiro no natal porque ele fica mole aqui, não tem a mesma textura como no Brasil, portanto a culpa do brigadeiro não ter ficado bom não foi minha e sim do leite condensado daqui, rs...). Estava eu lá fazendo o brigadeiro, eis que o André grita: Caraca está nevando!! E não é que estava mesmo.
Eu, Marcel, Renato e Jéssica comemos o brigadeiro rápido e nos despedimos do pessoal, tudo isso para sair na rua logo e ver a neve de perto. Dessa vez nevo muito, mas muito mesmo, que coisa linda, parecia flocos de algodão caindo do céu. Ao contrario do que eu imaginava, não é preciso estar muito frio para nevar, é claro que estava frio, mas já teve noites mais frias. Eu parecia uma criança, Renato e Marcel queriam gravar tudo (só podia ser brasileiro mesmo) e o mais engraçado é que só a gente que fazia festa para a neve, mas ninguém.
No caminho para a casa as ruas estavam lotadas de neve, tudo branco, não era possível andar pela calçada. No meu bairro nevo muito, era quase impossível andar e não escorregar, mas eu nem liguei para isso, queria mesmo fotografar tudo. A rua de casa estava toda branca e clara, como não tem iluminação na rua eu fico todo dia com medo de chegar tarde em casa, mas hoje a rua estava muito clara, o céu estava claro e muito bonito, era tudo branco: chão, calçada, céu, carro, casa... mas um branco que iluminava, um branco abençoado! Se eu já estava feliz, a neve veio apenas para abrilhantar a noite!!!


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Trigésimo oitavo dia – 10 de janeiro – Segunda feira

Como toda segunda feira a semana começa naquela dificuldade. Confesso que foi muito difícil de acordar hoje, meu corpo todo doía, eu dormi a noite inteira na mesma posição, a vontade de ir para a aula era nula, mas eu sou uma menina esforçada, então levantei e fui. Estava frio de mais, menos quatro graus.
Quando eu cheguei aqui parece que não estava tanto frio, mas agora, eu coloco roupa e não esquenta, parece que não adianta nada, como diz meu amigo Renato: O frio é escroto, ela não respeita nada!
Foi difícil manter os olhos abertos na escola, eu não queria dormir, afinal essa é uma semana importante para mim, sexta feira tem prova e é a prova que vai dizer se eu posso ou não mudar de nível, a matéria dessa semana é Past Simple, tentei mas não consegui, na hora do intervalo eu dormir, mas foram os melhores 20 minutos de sono da minha vida, acordei outra pessoa e ai sim consegui prestar atenção na aula.
Fomos almoçar no shopping hoje. Comi no restaurante grego. E depois vim para a casa dormir, não estava conseguindo manter meus olhos abertos, estava passando mal de cansaço.
O assunto do almoço de hoje foi à diversidade cultural que encontramos aqui no Canadá, além de estarmos em um outro país e conhecer a cultura daqui, aprendemos também coisas sobre o Brasil, percebemos que saímos do nosso país para conhecer outra cultura sem conhecer as nossas próprias coisas. Aqui tem gente de todos os lugares do Brasil, então na hora da conversa sai cada coisa... segue a lista de expressões usadas pela galera aqui, tenho certeza que muitos de vocês nunca ouviram falar.

De Belém:
Pomba lesa: É uma pessoa toda monga, lesa, lenta, que nunca entende nada.
Selado: Confirmado.
Momo: preguiça, momento de preguiça, curtir a preguiça.

Do Rio:
Leque: moleque
Cambuca: vasilha pequena.
Pica: É como se fosse o cara.
Partiu: Vamos para algum lugar.

Trigésimo sétimo dia – 9 de janeiro – Domingo

Domingão, galera é lógico que perdeu a hora. Acordamos com tanta fome, que o café da manha do Hotel nem era tão bom, mas a gente comeu muito. Estomago cheio, hora de começar o passeio do dia: Craigdarroch Castle.
Começamos o dia bem, Moara demorou para se arrumar (ela vai ficar brava comigo) então o pessoal foi na frente com o professor para o castelo e nós claro fomos depois porque nossa Joelma (banda Calypso) tinha que se maquiar.
Poxa, quando se fala em castelo o que você pensa? Pois é, por menor que seja a sua imaginação tenha certeza que ela ainda foi bem melhor do que o castelo que fomos. Gastamos 2 e 50 para ir de ônibus até o local, depois pagamos 5 dólares para entrar no castelo, e posso dizer que eu não quero mais voltar lá. O lugar até que é bonito, gostei bem mais do que o museu de ontem, mas não tem nada de mais, o lugar não é muito bem preservado, é bem pequeno e fica dentro de um condomínio residencial, como diz o Nicolas (um dos meninos do Rio) a casa de Eike Batista (os meninos amam ele) é maior do que o castelo.
O local fica no numero 1050 Joan Crescent, Victoria, B.C., V8S 3L5 (www. Thecastle.ca), tem 39 quartos e foi de Joan Dunsmuir que morreu em 1908, depois disso o lugar se transformou em hospital militar, colégio, escola, conservatório de musica até que virou um museu. Tenho certeza que existem lugares bem melhores para se visitar na cidade, mas por curiosidade vale a pena conhecer.
Depois desse animado passeio fomos almoçar em um restaurante que fica duas quadras a baixo do hotel, ele se chama “The old Spaghetti factory”, como o nome já diz ele vende massa. O preço não é tão bom assim, mas vale a pena comer no local, a comida é ótima e tem muita variedade.
Não tínhamos mais muito tempo, então resolvemos dar um volta por ali mesmo, fizemos vários vídeos de novo e em quase todos eles lembramos do Gabriel (assim ele vai se achar, porque eu só falo dele aqui).
Hora de voltar para a casa, não conhecemos muitos lugares, poderíamos ter ficado mais uns dois dias por lá, mas só a balada já valeu todo o passeio, mas o melhor do dia ainda estava por vir.
Todo mundo cansado, loco para chegar em casa e dormir, sempre quando isso acontece à bobeira toma conta da galera e com a gente não poderia ser diferente. Descobrimos que os meninos do Rio (André e Nicolas, o Enzo não foi com a gente para Victoria) fizeram uma lista das meninas que eles ficariam aqui, bem coisa de carioca, não é?! KKKK. Eles negam, mas nós sabemos que essa lista existe, estamos montando um plano para invadir o apartamento e achar essa lista, vamos ganhar muito dinheiro com ela, porque tem gente desesperada para saber se tem chance com eles, tem gente se descabelando para entrar nessa lista, tem gente criando inimizade para tentar ter uma chance, tem gente falando o que não deve para descobrir alguma coisa da famosa lista dos meninos do Rio, mas tenho que confessar uma coisa, essa lista é Vip, não é para quem quer e sim para quem pode, então meninas, não adianta tentar mais quem teve o nome cortado, é melhor é para o Rio tentar uma nova oportunidade, porque aqui... rs!
Agora que já contei da lista, preciso contar algo sobre as meninas e a escolhida foi a Tayane. Estávamos voltando para casa no Ferry, galera conversando, todo mundo cansado, nossa amiga de São Paulo pegou o stick (é como se fosse uma manteiga de cacau) e começou a passar na boca, mas a mocinha se empolgou tanto que a boca dela ficou branca, mas muito branca, todo mundo começou a rir, ela saiu correndo para o banheiro sem entender o que estava acontecendo, aqui nasceu o filme: A louca do stick. Esse curta tem a direção de Jéssica, aquela que não faz barulho para sorrir, participação especial dos meninos do Rio, a filmagem é de Renato (Chiiiina) e trilha sonora de Joelma (Calypso). Breve no blog de Caroline Teberga. Rs...


Trigésimo sexto dia – 8 de janeiro – Sábado


Sabadão eu já acordei com sono, mas preferi esquecer que tinha dormido apenas 3 horas essa noite, mesmo porque o final de semana só estava começando. Hoje na hora que acordei parece que a ficha caiu que o Gabriel havia ido embora e comecei a pensar que no próximo final de semana será a Moara e depois o Marcel, enfim, acordei mal, mas o dia estava tão lindo que era impossível não sorrir. Terminei de arrumar minhas coisas e fui para a escola me encontrar com a galera, a final Victoria, uma das viagens mais esperadas, a expectativa estava alta, a vontade de chegar até lá também.
Para que vocês entendam, Victoria (http://www.attractionsvictoria.com/) é a capital da província de Colúmbia Britânica no Canadá. Ela está na ponta sul da ilha Vancouver. É também conhecida como "cidade-jardim" devido aos Jardins de Butchart (nós não fomos conhecer, não deu tempo), e a outras arvores e flores que enfeitam a cidade durante o verão, mesmo sabendo que a ilha seria mais bonita nessa estação do ano, tínhamos a certeza de que iríamos encontrar um lugar maravilhoso. A cidade é bem pequena, não é preciso ficar muitos dias no local para explorar toda área. Perto de Victoria ficam Tofino, famosa pelo surf e pela natureza, Comox e Courtney, famosas pelas suas praias.
A excursão foi organizada pela escola (paguei 145 dólares, nesse valor estava incluso o hotel com café da manha), éramos em aproximadamente 50 pessoas, dessas 45 eram brasileiros, não preciso dizer que a festa já estava garantida, certo? Pegamos o ônibus as 9 da manha em frente a escola. Uma hora depois estávamos no local para pegar o barco que nos levaria até a ilha. Na verdade é como se fosse uma balsa, mas é grande, cabem muitos carros e muitas pessoas. A estrutura dentro do Ferry é inacreditável, tem Internet, loja de roupa, restaurante, maquina de fliperama, enfim por fora parece até um navio de tão grande. Esse local fica em Tsawwassen, a sul de Vancouver. O Ferry é tão grande que Samantha (ela é da minha sala, já falei dela aqui antes) se perdeu da turma dentro do barco e acabou ficando para trás, teve que pegar um ônibus e ir para Victoria, chegou umas duas horas depois da gente.
Uma hora e meia depois chegamos a Swartz Bay, esse local fica a meia-hora de Victoria, então entramos no ônibus novamente e fomos para a cidade. Chegando lá o professor que estava com a gente foi nos mostrar alguns lugares por perto do hotel. Nós ficamos em um hotel bem localizado (Strathcona Hotel), o local era simples mas era bom, era ao lado da balada que iríamos a noite.
Tivemos um tempo para almoçar e depois fomos para o Royal British Columbia Museum que é bem perto do hotel, na verdade tudo é perto em Victoria, porque a cidade é bem pequena.
O museu é dividido em três partes: O primeiro andar é um lugar onde tem as informações, banheiro, enfim toda a estrutura para receber os visitantes. No segundo andar fica uma galeria de coisas históricas da natureza; já no terceiro andar a exposição é sobre pessoas. Confesso a vocês que não há nada de mais no local, foi legal porque pudemos tirar muitas fotos, mas nada alem disso, não há nada de extraordinário, mesmo porque não estávamos em clima de museu e sim bagunça. Não ficamos muito tempo no local, saímos de lá e fomos conhecer alguns lugares ao redor. A cidade tem belas construções como os Edifícios Legislativos da Colúmbia Britânica, é tão perfeito que parece até desenho. Já o centro de Victoria está cheio de pequenas lojas, é possível encontrar lojas de recordações até lojas de eletrônicos com bons preços. Gravamos muitos vídeos, Renato agora não quer tirar foto e sim gravar vídeo, vocês já podem imaginar no que deu, só palhaçada.
Depois do passeio hora de se arrumar e ir para a balada. Todo mundo achou que iria ser horrível, teve uma galera que desanimou até, porque nos tínhamos que entrar na balada até as 10 horas para não precisar pagar. Quando entramos no local não tinha ninguém, só a gente, pessoal todo ficou desesperado, uma parte da galera voltou para o hotel, mas só sei que no final todo mundo saiu dizendo que foi umas das festas mais legais aqui no Canadá.
Antes deve o famoso esquenta, mas a balada (Club 129) foi ótima. Não dá para descrever o porque foi boa, a final festa boa é festa que tem uma boa bebida, uma boa musica, gente legal... enfim, foi ótimo porque todo mundo curtiu a festa junto, o DJ era bom, tocou muita musica que ouvimos nas festas aí no Brasil, mas o melhor de tudo foi ver as canadenses dançar, que isso, até os meninos ficaram indignados com os gestos que elas fazem, depois dizem que é no Brasil que mulher não presta, o mundo precisa rever esse contexto.
Final de festa e hora de dormir, a final amanha tem mais.




domingo, 9 de janeiro de 2011

Trigésimo quinto dia – 7 de janeiro – Sexta feira

Uma semana a menos e ainda dia de despedida, é assim que termina essa etapa.
Acordei e tomei um ótimo café da manha, estou até estranho, Faith está um anjo, tenho medo disso. Ela fez salada de fruta e ovo com peito de peru defumado para mim e ainda se sentou à mesa para me acompanhar no café, não sei se isso tudo é arrependimento ou ela está aprontando alguma coisa. Depois dessa surpresa fui para a escola, afinal era dia de prova.
Estava com muito medo, deixei até de sair ontem para estudar, mas sabe quando você estuda e parece que nada entra na sua cabeça, que estudar ou não, não faz a mínima diferença. A matéria já era um pouco complicada, mas a professora também não ajudou muito. No primeiro período de aula na sexta feira, a professora faz uma revisão geral da matéria que vai cair na prova e tira as duvidas, confesso a vocês que não fui muito bem nos exercícios. No segundo período veio a prova, essa semana o teste foi de gramática e de escreve, até prefiro a prova de escrever do que a de escutar, não sou muito boa nisso, mas como eu iria me dar mal na prova de gramática, de nada adiantaria ir bem no segundo teste. E veio a prova, a professora até foi legal, ao invés de 15 deu 20 minutos para a gente resolver as questões, 5 minutos valiosos. O resultado? Ahh, nem acredito, fui muito bem nas duas provas, mas muito bem mesmo.
Missão cumprida na escola, hora de almoçar. A galera se dividiu, um pouco foi almoçar no restaurante brasileiro que tem aqui chamado Samba, eu, Marcel e Moara fomos almoçar com o Gabriel, afinal ultimo dia dele no Canadá.
Para falar a verdade eu e Moara só fomos almoçar com ele por esse motivo, porque vontade de ir mesmo: nenhuma! Ele estava com umas amigas da nossa escola, mas nós duas não tínhamos muito contato com as meninas, então ficamos no inicio um pouco de lado, mas depois acabamos fazendo amizade com as garotas. Como o dia era do Gabriel, fomos almoçar onde ele escolheu. O restaurante se chama Stepho’s Souvlaki, é um restaurante de comida grega. Nós andamos bastante até chegar no local, mas poderíamos ter ido de ônibus. O local fica no numero 1124 Davie St. Caminhando da nossa escola até o restaurante deu aproximadamente 10 minutos.
A comida do lugar é ótima, eu recomendo, afinal é o restaurante com a comida mais próxima daquilo que comemos no Brasil. Eu comi muito bem, mas bem mesmo e olha que eu pedi o menor prato (arroz, pão, carne e legumes) porque lá você pode escolher se quer um prato pequeno ou o grande. A comida é ótima e não é cara, minha conta ficou em 7,95. O prato mais caro custa 11,95 e olha que é o prato grande, essa opção é para duas pessoas. Valeu muito a pena, eu pretendo voltar em breve.
Como o dia era do Gabriel, fomos as ultimas compras com ele. Finalmente compramos o estetoscópio (eu e Moara achacávamos que isso era uma luneta, que vergonha) e depois fomos para o Shopping. Na verdade o Gabriel foi para o Metrotonw gastar no cartão de credito da mãe dele, rs.. eu e minha fiel amiga, fomos para o outlet. Na verdade fomos fazer uma compra útil, amanha vamos para Victoria (é uma ilha que tem aqui perto), vamos passar o final de semana lá e não temos mala para levar nossas coisas, então fomos comprar, uma aquisição necessária. Em uma hora e meia nós chegamos no local, compramos apenas o que precisávamos e voltamos para o shopping para nos encontrar com o Gabriel. Essa foi umas das compras mais difíceis que fizemos, afinal nos nem olhamos o resto da loja, fomos direto ao local onde estavam as malas, tudo isso para não comprar nada alem do que fomos comprar.
Já no shopping combinamos de nos encontrar mais tarde para fazer o bota fora do Gabriel. Vim para a casa para me arrumar, e olha me arrumei muito rápido, eu moro longe de mais, foi o tempo de chegar em casa, tomar banho e comer (estava tendo jantar aqui em casa, tinha um monte de gente, inclusive uma amiga brasileira da Faith. Eu apenas me sentei a mesa para comer e já me levantei, acho que minha querida anfitriã não gostou muito não, mas o que eu não faço pelo Gabriel...kkk).
O combinado era que nos iríamos para o Ceilis, o pub que sempre vamos, mas no caminho eu e Gabriel encontramos com o André e acabamos indo para o apartamento dos garotos (André, Nicolas e Enzo) do Rio.
O apartamento é muito legal, é quase ao lado do pub. Já falei dos meninos antes, eles chegaram a pouco tempo aqui e vieram para passar um mês, são muito gente boa e estão morando no local por opção, eles não quiseram ficar em casa de família, coisa a qual eu faria se soubesse como funciona as coisas por aqui. É legal ficar em casa de família, tem as suas vantagens, mas ficar em um apartamento é bem melhor, você tem muito mais liberdade, além de que pode reunir os amigos e matar um pouco a saudade do Brasil.
Mas enfim, demos um tempo no apartamento e fomos para o pub nos encontrar com o resto do pessoal. Pagamos 12 dólares para entrar, muito caro, mas a festa foi bem legal, o local estava cheio e com uma musica ótima para dançar. Eu, Gabriel, Débora (uma amiga dos meninos do rio), os meninos do rio, Moara, Tayane e Renato nos divertimos muito. O legal de sair essa galera toda é que a gente conversa muito, o papo flui, então a noite acaba sendo boa independente da bebida ou da musica estar boa.
Fiquei no pub até a uma hora, tinha que vir para a casa para arrumar minhas coisas, afinal minha primeira viagem aqui vai ser amanha, a expectativa era grande e eu não poderia esquecer de levar nada (mala de mulher dispensa comentário, certo?). Ao mesmo tempo que eu precisa vir para a casa eu não queria vir, pois teria que me despedir e eu não gosto de despedida.
Achei que eu fosse chorar para no momento do tchau, mas consegui ser forte. Eu sou a única pessoa aqui que não quer voltar para a casa, todo mundo tem um certo sentimento de dever cumprido, mas o meu espero que nunca chegue. A galera todo sentiu muito a ida do Gabriel para o Brasil, mas eu Moara e Renato ficamos órfãs de um grande companheiro, como nós brincávamos, éramos o quarteto, fazíamos tudo junto e acabava dando certo porque cada um contribuía com um pouco do que tem melhor, e o Gabriel era a alegria da nossa turma, era o animado, não tinha tempo ruim.
Vivemos muitas cosias aqui, afinal é um novo país, mas as amizades é algo que mais marca. Tudo é muito intenso e de repente acaba, por mais que a gente lute para manter contato, nunca mais será a mesma coisa, nunca mais teremos as mesmas conversas, cada um vai seguir sua vida quando voltar para o Brasil, talvez não nos encontremos nunca mais, mas ficaremos marcados na vida um dos outros para sempre. Quando meus netos me perguntarem como foi minha experiência no Canadá, com certeza o “quarteto” será a primeira coisa que eu vou me lembrar.
A partir de agora será praticamente uma despedida por final de semana, até chegar a minha vez (eu serei a ultima a ir embora), mas tenho certeza que vamos lembrar do Gabriel todos os dias (Já comecei escrever esse texto varias vezes e não consegui terminar porque me dá vontade de chorar, rs...).
Ei, você vai fazer falta!!!