quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Trigésimo quarto dia – 6 de janeiro – Quinta feira

O que esperar de um dia com muito sono? Nada!!!
Acordei super bem, apesar do sono já que não dormi nada essa noite, mas veja bem eu apenas acordei bem, porque meu estomago começou a revirar logo depois. Até a hora do café eu estava muito bem, mas depois não sei o que aconteceu. Quando eu cheguei na cozinha achando que ira tomar café sozinha como todos os dias, Faith estava lá, estava preparando a salada de fruta. Ela havia feito também uma panqueca para mim, que por sinal é muito boa, enfim tomei meu café e fui terminar de me arrumar, eis que tudo começa a revirar. Comecei a passar muito mal, mas mal mesmo, minha pressão caiu, eu suava frio... enfim, mas eu achei que fosse apenas um momento ruim e fui para a aula.
Saí de casa apenas com uma blusinha porque eu estava com calor, levei meu casaco na mão, todo mundo olhava para mim na rua (estava muito frio), a minha sorte é que eu cheguei no ponto de ônibus e o veiculo chegou logo depois, então fui sentadinha no primeiro banco. O mal estar foi passando, mas o ônibus foi lotando e eu voltei a passar mal, tinha a impressão que eu ia desmaiar, comecei a me desesperar, pensei varias vezes em descer do ônibus e voltar para a casa, mas eu não tinha força nas pernas, então entrou um menino no ônibus com uma cara de brasileiro e ficou em pé do meu lado, eu juro que pensei em falar para ele que eu estava passando mal e se ele podia me ajudar, mesmo porque tinha que ser um brasileiro nessa hora, eu não conseguiria falar tudo isso em inglês, rs... mas também não tive coragem, afinal nunca vi o garoto na minha vida. Comecei a me desesperar, tava chovendo muito, os vidros do ônibus todos fechados, o aquecedor ligado, estava muito quente eu não agüentava mais de calor, mas eu não tinha mais roupa para tirar... eis que eu olho na placa que tem no ônibus que mostra o nome do próximo ponto que o veiculo vai parar e vejo: Main. Essa rua fica dois pontos antes do ponto que eu tenho que descer, confesso a vocês que eu nunca gostei tanto de chegar na escola como dessa vez. Eu já fui levantando, me arrumando e indo em direção aporta, só sei que quando o ônibus parou no meu ponto eu sai igual um foguete e fui para a escola, mas eu estava passando tão mal que eu nem me lembro do caminho que fiz para chegar até lá.
Ainda faltavam 30 minutos para a aula começar eu fui para a minha sala e dormi, acordei com o pessoal chegando a poucos minutos Do inicio da aula. Era visível que eu não estava bem, minha professora até perguntar se eu tinha saído na noite anterior, rs.. o vida viu?!
O mal estar foi passando, mas meu estomago continuou revirado, então na hora do intervalo encontrei com uma parte da galera e descobri que não era só eu que estava passando mal. Deve ter sido a água que a gente bebeu ontem na festa que fez mal.... kkkkk.
Resolvi almoçar comida hoje, mesmo porque não podia lembrar da pizza de ontem, então fomos comer no arroz (é o nome que demos para o restaurante Urban Sushi). Comi super bem, a comida estava ótima, mas foi comer e voltar a passar mal, então resolvi voltar para a casa.
Marcel veio comigo no ônibus, ele falava comigo e eu não respondia, queria chegar logo em casa, tudo revirava. Finalmente cheguei e dormi, isso porque hoje seria a balada de despedida do Gabriel. A galera também foi desanimando, mas tem um motivo, além de estar todo mundo quebrado por causa de ontem, amanha é dia de prova e temos que estudar.
A minha prova será muito difícil, a professora não deu conta de dar toda a matéria essa semana, hoje ela matou o resto do conteúdo, além de que a sala tem 10 pessoas agora e tem gente que não sabe nada, então ela perde muito tempo explicando a mesma coisa. Eu não agüento mais a minha sala, tenho que conseguir passar de nível semana que vem, mas não sei não, a prova de amanha será bem complicada.
Ahhh, eu acordei melhor. Estou melhor da gripe também. Não escrevi ontem porque realmente cheguei bem tarde. Torçam por mim na prova de manha, ok?!

Trigésimo terceiro dia – 5 de janeiro – Quarta feira

É inacreditável como o tempo voa, há um mês eu estava vindo pra cá, chorando no aeroporto, viciado no celular, cheia de planos e promessas, tudo isso há um mês, realmente o tempo não é nada mesmo. Muita coisa aconteceu como eu queria, mas também tive muitas surpresas agradáveis, me superei em muitas coisas, percebi o quanto sou capaz e não sabia, percebi que a prioridade da minha vida sou eu, percebi que sentir saudade é bom e valorizar é melhor ainda.
As surpresas hoje começaram cedo, bem cedo. Acordei e estava todo mundo dormindo, então fui tomar meu café bem feliz, quando vi um bilhete em cima da salada de fruta que Faith deixa pronta todas as manhas para mim. No bilhete ela dizia que eu tinha uma boa oportunidade de estar em casa no jantar (às 6 horas) porque assim ela poderia me conhecer melhor, pois eu não estou participando do jantar. Confesso a vocês que levei um susto, nunca esperava isso dela, mesmo porque depois do ocorrido eu dificilmente participo do jantar, ou como algo na rua antes de vir para casa ou janto bem mais tarde para não precisar me encontrar com ninguém. Tenho certeza que a desapontei, pois como resposta deixei um outro bilhete dizendo que eu não estaria em casa para o jantar; na verdade eu não tinha nada planejado para o dia de hoje, até queria voltar logo para a casa, acordei chata hoje de TPM (Quem convive comigo sabe, neh? O pior é que aqui está sobrando tudo para o Gabriel e para a Moara, rs...) mas como eu não quero ficar muito tempo em casa, pensei em dar um tempo na rua e chegar em casa no final do jantar, mas isso era apenas algo que estava planejando.
Hoje voltou a chover bastante aqui, durante a aula até nevou e choveu ao mesmo tempo (descobri o nome disso: sleet), eu descobri que sou apaixonada por neve, mas só porque não neva no Brasil, rs...
Saímos da aula e fomos almoçar, eu influenciei a galera a comer pizza, precisava economizar, já que no final de semana tem viagem, não dá para ficar gastando muito durante a semana. Pela primeira vez a pizza estava horrível, era pizza amanhecida, tenho certeza; sabe quando você morde a pizza e ela não vem, fica aquele puxa-puxa, então estava assim, uma porcaria, não gosto nem lembrar!
Depois do almoço fomos dar uma volta para o tempo passar, precisávamos esperar o Renato e o Gabriel saírem da aula, o lugar escolhido como sempre foi a loja preferida da Moara: Dollarama. Nessa loja é possível encontrar ótimas pechinchas como sabão em pó, pasta de dente, sabonete e até uns doces ótimos como bolacha e chocolate (é muito barato por isso a gente come chocolate todo dia). Essa loja é bem parecida com as lojas de 1 e 99 do Brasil, só que aqui o preço é 1 dólar. Vale muito a pena conhecer (Moara que o diga, rs...). é possível encontrar essa loja em vários locais da cidade, entre eles 668 Seymour Street (em frente à estação de metrô da Grandville).
Feito as compras, voltamos para a escola e ficamos no MSN, rs... as vezes é preciso matar a saudade de casa e a melhor forma é a Internet, como nós tínhamos que esperar os meninos, porque não ficar na Internet, certo?! Terminou a aula dos mocinhos e começou a discussão de todos os dias: O que vamos fazer? Estava chovendo muito, assim desanima qualquer um, mas mesmo assim resolvemos ir para um Pub, mas antes fomos às compras, com quem? Lógico com o Gabriel, mas dessa vez não deu certo, não achamos a encomenda do pai dele e ainda por cima pagamos o maior mico, pois fomos procurar a encomenda em um lugar nada a vê, rs.. Gabriel ficou ate bravo com a Moara porque ela não parava de rir, rs... esse dois viu (igual gato e rato).
Fomos para o Pub, mas não conseguimos entrar porque o passaporte do Gabriel ainda não está pronto, então resolvemos ir para a balada na Joseph, é o mesmo lugar que fomos há algumas semanas atrás, na Robson St; mas antes tivemos que dar um tempo na pizzaria, porque ainda faltava uma hora para a balada abrir. Eu adoro essas “pré”, pois é aqui que surgem os melhores assuntos. Conhecemos a Jéssica, ela chegou essa semana aqui na cidade e está na nossa escola, me parece ser bem gente boa, ela é de São Paulo.
Finalmente a balada abriu e nós claro fomos os primeiros. O bom das festas daqui é que elas tem um dia que a gente entra free e ainda por cima ganha 2 drinks. Na quarta feira é dia de ir para a Joseph, então não tem erro, lota a balada. A galera foi chegando, os meninos do Rio de Janeiro que conhecemos através do Renato também chegaram, enfim fizemos a nossa festa. Na verdade a balada foi muito boa, mesmo porque tenho certeza que ninguém esperava terminar a noite na balada, estávamos de qualquer jeito, roupa nada a vê, sem maquiagem. As melhores festas são essas, as que a gente não espera naaaaaaaaaaaada!!!!!
Eu voltei para a casa no final da noite, mas uma parte do povo foi para outra balada. Eu não queria voltar não, mas o problema é que eu teria que ficar sozinha no ponto de ônibus e a rua aqui de casa não é muito iluminada. Eu sei que eu estou no Canadá, mas mesmo assim, não me sinto segura, eu sou muito encanada com essas coisas.
Cheguei em casa e fui fazer todo o ritual: banho e jantar. Já estava todo mundo dormindo e eu tentei não fazer barulho para não acordar a Faith, mas sabe que a mulher me surpreendeu: ela estava dormindo com a porta do quarto aberta para escutar a hora que eu chegasse. Achei tão bonitinho.
A saudade de quem vai já está apertando, nosso quarteto vai se desmanchar, hoje foi nossa ultima festa. É bem engraçado como a gente fica muito intimo de pessoas que nunca vimos na vida e como tudo acaba e fica apenas na historia. Não sei como será nosso primeiro final de semana a três (Eu, Renato e Moara), mas tenho certeza que os momentos que vivemos juntos serão lembrados para sempre, mesmo que eu seja a única a não ser convidada para ir passar um feriado em Vitória, rs....

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Trigésimo segundo dia – 4 de janeiro – Terça feira

O dia começou frio e escuro, saí de casa e não dava para enxergar nada, até achei que eu estava indo no horário errado para escola, mas infelizmente não estava, o horário estava correto, não dava para dormir mais um pouco.
Estou sentindo muita falta de Saul aqui em casa, agora faço tudo sozinha, ela era uma grande companheira, além claro de estar sempre ouvindo minhas reclamações sobre Faith.
Quando cheguei na escola hoje levei até susto, minha sala de uma hora para outra lotou. Hoje tinha muita gente nova, duas eram árabes, uma coreana e depois no segundo tempo chegou mais um senhora coreana; essa ultima coitada, não entende nada, não sei como ela conseguiu chegar na escola, ela não sabe nada, mas nada mesmo, não entende nada o que a gente fala e muito menos compreende a professora, é nessas horas que eu fico revoltada, me pergunto o que eu estou fazendo naquela sala, mas como fico sempre sem resposta...  As árabes são irmãs, elas têm 10 irmãos, vocês acreditam? E o pior, o pai é casado com duas mulheres. É incrível como a cultura muda muito de um país para o outro, elas usam aqueles lenços na cabeça, não trabalham e não tem muita vaidade também; a mais nova tem 18 anos e não abre a boca na sala, a mais velha tem 26 anos e é muito chata, mas muito chata mesmo, ela acha que ela sabe muito inglês e que não preciso aprender mais nada. Hoje fizemos uma atividade em dupla e ela foi capaz de me dizer “pode fazer porque eu vou ficar apenas olhando” mandei ela caçar sapo, mas não adiantou, ela não entendeu, rs... Já a coreana, essa merecia um capitulo especial aqui, um frio de matar hoje (3 graus) e a menina com um micro short, meia e sapato de salto. Até a professora comentou sobre a roupa dela! Ela tem 28 anos e é medica, ela não aparenta a idade que tem, até que é bonita, viu?! Eu queria entender como as coreanas fazem para não passar frio aqui, porque a maioria delas usam roupas assim, às vezes penso que é uma forma de se libertar da ditadura que enfrentam no país onde nasceram, mas tem hora que o frio é tão grande que não dá para entender.
Quando a aula terminou, eu estava morta de fome, então fui me encontrar com o pessoal para almoçar, no caminho encontrei meu fiel escudeiro com o presente dele, até que ele me surpreendeu e falou comigo, mas a boneca de louça nem olhou para a minha cara (acho que vou me jogar na frente do trem, rs...). fomos almoçar no shopping hoje, em um restaurante grego, nesse lugar encontramos algo mais parecido com o que consideramos almoço no Brasil. O prato que já vem montado tem salada, arroz, pão, molho e uma carne que pode ser bife ou frango, a comida é ótima, mas peguei 9 dólares, o que eu economizei comendo pizza ontem, hoje....
Depois do almoço fomos fazer compras com o Gabriel, afinal o cartão de credito dele chegou e ele não consegue passar um dia sem comprar nada, rs... depois fomos para o cinema, havíamos combinado isso ontem a noite, mas no final ninguém foi, só eu, Gabriel e Marcel.
O filme era todo em inglês, The Fighter (já está passando no Brasil?), paguei 6,24 para ver o filme (no Metrotown). Confesso a vocês que entendi mais o filme pelas cenas do que pela conversa entre os personagens, no momento em que as conversas eram mais tranqüilas eu entendia, mas quando acelerava, aí... o filme é legal, eu indico, rs... adorei a minha companhia de hoje, dei muita risada com os meninos, principalmente com o Marcel. Já o Gabriel não preciso nem dizer, neh?! Rs...
Essa noite não tive um sonho muito legal, daí acho que acordei um pouco para baixo e pensando em coisas tristes, digo triste porque despedida é sempre triste para mim. Nossa turma começa a se desfazer, o primeiro a dar adeus será Gabriel no final de semana, depois Moara, Marcel, enfim... vou terminar minha viagem sozinha, sem meus companheiros, mas isso é assunto para outro dia.
Vou deixar aqui um link de um vídeo que o Gabriel me mandou. Eu fico aqui escrevendo, escrevendo, escrevendo sobre a beleza dos lugares aqui no Canadá mas nesse vídeo vocês vão conseguir entender o que vivemos aqui, qual é o espírito de cada intercambista.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Trigésimo primeiro dia – 3 de janeiro – Segunda feira

Feriado na cidade, mas eu graças a Deus tive aula. Acordei cedo no maior frio do mundo e fui toda animada para a escola, o vida boa. Volta as aulas vocês sabem como é, ninguém nem aí para nada. A escola estava no maior silencio do mundo, isso porque hoje foi dia agitado, toda segunda feira chega gente nova e hoje não foi diferente, mas a galera que já está aqui estava de ressaca do ano novo, então o silencio predominava; a gente só escuta alguns comentários bem baixinhos aqui, outros ali, tudo mundo colocando as fofocas do reveillon em dia. Descobri que um outro grupo de brasileiros também foi convidado a se retirar da balada de ano novo, porque um dos meninos bebeu de mais. Descobri também que aqui não pode beber muito na balada, por isso nós fomos expulsos do local, rs... Minha professora disse que o comentário entre os professores hoje era que estava muito difícil de dar aula, porque todos os alunos queriam dormir, inclusive eu. Ahh, mas eu tenho um motivo, ta?! Rs... acordei hoje bem melhor da gripe, mas resolvi tomar mais um remédio, só para ter certeza que a gripe foi embora de vez, mas meu querido medico (rs..) não me avisou que o remédio que eu estava tomando dava sono, conclusão eu dormi na aula (coitada da minha professora, gosto muito dela, acho uma falta de respeito muito grande dormir na aula, mas eu não consegui segurar) sem contar que eu tive um ataque de espirro. Minha professora ficou tão preocupada que até me disse para vir para a casa repousar, mas eu não vim claro, afinal depois da aula estava programado o passei mais esperado por Renato: Chinaaaaaaaaaaa, kkkk.
Depois da aula fomos almoçar pizza, na verdade hoje foi um consenso comer essa delicia (não agüento mais) porque está tudo mudo na maior pobreza, mas é todo mundo mesmo e pizza é o que há de mais barato. O assunto do almoço? Ahh, claro, cada um contou a sua situação financeira, foi só risada, não sei quem é o mais pobre entre a minha turma; mas o melhor foi Marcel dizendo que não iria almoçar porque já havia gastado com o café da manha (5 dólares) então terminamos a pizza a fomos para o shopping pesquisar preço de eletrônico, vocês acreditam que o mocinho me compra um jogo de vídeo game de 116 dólares, eu posso com isso? Ele vai levar para o Brasil 36 jogos. Assim tem que passar fome mesmo!
Enfim, como eu já adiantei, Gabriel e Renato foram para aula depois do almoço, eu Moara e Marcel fomos pesquisar preço de eletrônico (porque eu nasci pobre, alguém pode me explicar? rs) está tudo em promoção ainda, eu fico loca, na verdade eu mal olho para a vitrine das lojas para não achar algo que é de necessidade adquirir, rs...
Depois de pesquisar os preços, voltamos para a escola e nos encontramos com os meninos e finalmente fomos Chinatown. Foi bem fácil chegar lá, pegamos o metro e descemos na estação que leva o nome do lugar, essa é a mesma estação que você desce para ir ao estádio de Hockey. Chegando lá, depois de sair do skytrain e ter acesso à rua, vire a primeira direita e primeira esquerda e pronto, você já estará em Chinatown.
Não deu tempo de nós conhecermos tudo, afinal chegamos lá já estava tarde e também hoje é feriado aqui, então não tinha muita coisa aberta, mas o que conseguimos ver eu achei bem bonito. Para quem já foi no bairro da liberdade em São Paulo vai saber melhor do que eu estou falando, pois eu me senti lá, não que seja parecido em estrutura, mas é um bairro todo voltado para a cultura oriental: lojas, roupas, arquitetura; enfim vale a pena conhecer, é bem bonito.
Nós tiramos algumas fotos bem legais, além de realizar o sonho do nosso amigo Renato, certo? Fomos em um jardim que é bem famoso aqui, estava muito frio (2 graus) a noite foi bem fria, então estava aquela beleza congelada (existe isso?). Nós não conseguimos visitar o jardim todo porque já estava fechando, mas se Renato quiser, eu volto com ele lá, rs.... afinal agora nós já sabemos o caminha para CHINAAAAA, e o melhor sabemos que ela existe de verdade! Rs...
Fim do passeio e eu voltei para a casa. Cheguei a tempo para o jantar, mas logo percebi que teríamos visita, eu fiquei tensa porque não gosto de jantar com visita, pois as comidas são todas piores do que já são, além de que tem mil talheres, mil copos e eu tenho que ficar sentada esperando todo mundo comer. No dia da posse da Dilma, uma amiga de Faith me disse que viu na Tv que o Brasil tinha uma nova presidente, ela me perguntou o que eu achava, eu respondi dizendo que ela não seria muito boa no comando, ela logo me cortou e disse: Eu vi mesmo que ela gosta de uma ditadura (minha cara foi no chão!).  Eu quero ficar o Maximo de tempo na rua, mas quando estou em casa quero ficar no meu quarto, estudar, ficar na Internet e não fazer sala para os amigos da Faith.
O jantar foi às 7 horas, o anjo me gritou lá de cima, Stefani não estava em casa, mas chegou bem na hora que o jantar seria servido, um alivio, confesso! Subi com uma cara de pouco amigos, mas quando entrei na sala me deparei com uma escultura, sim uma escultura, porque o que eu vi não era uma pessoa, era muito perfeito (me desculpem meninos, pulem essa parte, sei que vocês não vão querer ler isso, mas eu preciso contar, rs...) os convidados eram um casal bem jovem, ela é alguma coisa da Faith, já vi varias fotos dela, na verdade acho que ela é irmã, mas não tenho certeza; mas enfim vamos ao que interessa, o mocinho que estava com a mocinha é algo que não dá para comentar. Sabe aqueles cantores de rap que você vê na Tv? Alto, com aquela roupa toda larga, cabelo todo desenhado, meu Deus que pecado aquilo. Eu queria tirar uma foto, mas não fiquei amiga o suficiente do casal para isso. Na hora que eu fui apresentada ao mocinho mudei de ideia sobre o jantar e me sentei na hora à mesa ao lado dele (obrigada senhor, que visão rs...), mas o melhor ainda estava por vim. Pensei comigo “a comida vai ser algo que sobrou do jantar do natal” eis que Faith aparece com a comida: picanha ao forno com um molho de otimooooooooo. Aí pensei: Hoje é meu dia!!!
Comi, comi e comi, a minha sorte é que o mocinho comeu bastante também, então acho que não ficou muito feio. Todo o sacrifício do almoço compensou no jantar, porque além da picanha tinha arroz, preciso falar algo mais? Só sei que comi tanto que estou até passando mal, a ultima vez que me senti assim foi o dia que minha avó fez a minha comida preferida na ultima semana que eu estava no Brasil, e não é que já vai fazer um mês isso?! Ahhhh, não quero ir embora!





domingo, 2 de janeiro de 2011

Trigésimo dia – 2 de janeiro – Domingo

Que gripe chata, mas até que demorou pra ela me pegar, viu?! O dia estava lindo hoje, acordei feliz, mas gripada, mas isso não foi motivo para eu ficar desanimada. Tomei um mega café da manha com ovo e bacon e caminhei depois 15 minutos até ao supermercado para comprar meu cartão de ônibus desse mês. Dói o meu coração de ver meu rico dinheirinho indo embora em um cartão de ônibus, 110 dólares, quantas coisas eu faria com esse dinheiro, mas o que posso fazer tenho que pagar.. aqui os ônibus não tem cobrador como no Brasil, as pessoas que não tem esse cartão (pode comprar em vários estabelecimentos e de varias zonas. O meu é caro porque posso usá-lo em duas zonas, assim posso passear por toda a cidade e não pagar o ônibus) colocam o dinheiro da passagem (2,50) em uma maquina logo na entrada do ônibus e ganham um ticket comprovando que pagaram, esse cartão pode ser usado de novo em até uma hora e 30 minutos.
Com o cartão na mão foi hora de partir para o nosso ponto de encontro. Gabriel e Moara já estavam me esperando (que bonitinhos não falaram nada pelo meu atraso, mas também a cara de morte que eu estava...) fomos para a Robson St e lá pegamos o ônibus para Granville Island. Gabriel dizendo que sabia como chegava no local durante todo o caminho, mas na verdade não sabia nada (ele não sabia o ponto de ônibus que deveríamos descer, tivemos que perguntar para o motorista), o caminho até chegar no lugar é bem diferente do que estamos acostumados a ver nos lugares onde fomos até agora, Moara disse que o local é assustador, mas não chega a isso não, só é bem diferente, mas bem mesmo.... O local é bem bonito para tirar foto, é como se fosse uma Vila, tem lago, tem uma vista perfeita para o mar, tem um mercado com ótimas comidas (caraaaaaas), frutas, flores, enfim vale a pena conhecer.
A melhor cena do dia foi protagonizada por Moara, na verdade ela e Marcel fazem competição para ver quem solta a perola do dia; primeiro ela contou pra gente tinha piercing no nariz e tirou para vir para cá porque tinha medo de não passar no detector de metal (kkkkkkkkk) hoje a menina me olha para um cachorro e diz: Gente, aquilo é um burro? Ahhh mocinha, assim você me envergonha, viu? kkk
Depois de algumas horas no local, voltamos até a metade do caminho e pegamos um ônibus (eu não sei explicar como chegar, mas se alguém tiver a fim de ir, é só pegar o ônibus de numero 6 na Robson St) para uma das praias mais famosas daqui, a English beach. Essa praia é uma das mais frequentadas no verão, é claro que a gente não iria entrar na água, mas também não poderíamos deixar de conhecer. O lugar é simplesmente lindo (existem praias mais bonitas no Brasil) vale muito a pena conhecer porque é bem diferente da imagem que temos de praia, aqui existem vários troncos espalhados pela areia, assim as pessoas ficam sentadas olhando o por sol, a visão é incrível, como disse o Gabriel “lugar perfeito para estar com a pessoa que a gente ama”.
Depois de muitas fotos viemos embora. Gabriel e Moara foram às compras, eu vim para a casa, afinal a dor no corpo estava me matando, minha cara nas fotos hoje estava horrível, mas eu não podia deixar de conhecer os lugares, além de serem lindos, eram todos de graça, quer coisa melhor? Rs...
Ahh, preciso contar de jantar de hoje. Depois de comer muito ontem (fondue) o jantar de hoje foi um pedaço de torta com salada de alface e alface, rs. Que fome, acho que ela percebeu que eu comi muito ontem e hoje resolveu me colocar de regime, rs...
Hoje é o ultimo dia de férias, que pena, porque eu estava adorando acorda tarde, mas também estava sentindo falta da escola (e olha que eu reclamo dela, heim) porque lá eu falo inglês, essa semana foi bem avacalhada, falei muito pouco, na verdade quase nada de inglês, Gabriel até pegou no pé (só para variar, afinal ele nunca faz isso, rs...)
Bom, vou colocar algumas fotos de hoje, assim vocês podem ver como eu não estava mentindo sobre a beleza dos lugares.



Vigésimo nono dia – 1 de janeiro – Sábado

Feliz ano novo!!!!!!!!!!!!!!!!
Enquanto vocês ai no Brasil já estavam indo dormir, a nossa noite aqui estava apenas começando. Depois da tequila, hora de comemorar o novo ano. Posso adiantar a vocês que todos nós nos divertimos muito, afinal tudo era novidade para a gente.
A balada aqui começa bem cedo, cerca de 8 ou 9 horas e termina no Maximo as 4 da manha, então tínhamos muito tempo. As pessoas já estavam indo embora quando deu meia noite, as que ficaram já estavam bêbadas (o melhor da festa vem agora), dizem vocês que bebem que quando a bebida entra a verdade sai, ok? então vimos cada coisa aqui, kkk.
Começando pelas roupas: os mocinhos (nem todos) vão de terno para a balada, vocês acreditam nisso? Parece que estamos em um baile de formatura, é bem legal, afinal homem arrumado, é bom de mais, não é mesmo? já as meninas... a maioria delas de saia (na verdade esse é um costume daqui, pode estar o frio que for que elas estão de saia), mas se você achava que a saia das brasileiras eram curtas, é porque você não viu as que elas usam aqui; são muito curtas, mas curtas mesmo, elas bebem e as saias sobem, viram cinto, e elas não estão nem ai, continuam dançando numa boa, quem não quiser vê que não olhe. As mocinhas se vestem mal. kkk
Em relação à dança eu confesso a vocês que me assustei muito. Se você é como eu que acha que o mundo está perdido, vai começar a achar que todo mundo vai para o inferno. Eles dançam aqui se esfregando muito, colocam a mão em todos os lugares imagináveis na frente de todo mundo, é muita falta de respeito. Beijo aqui em publico não é normal, mas sexo é!! Por ai vocês podem imaginar o que é possível ver na noite aqui, certo?
Eles bebem como a gente, mas achei que eles são um pouco fracos para bebida, não sei se foi apenas um achismo, mas... além de que eles fumam maconha para todo mundo ver. Aqui não é liberado, mas a policia não está nem ai, então é bem comum ver pessoas fumando tanto dentro dos estabelecimentos como também na rua em plena luz do dia.
As musicas não são muito diferentes das nossas. É claro que eles têm as preferidas, as mais tocadas, mas os sucessos são os mesmos que os nossos.
Enfim, estávamos nós nos divertindo bastante, eis que o cansaço bateu, afinal estávamos desde as 7 horas da manha de pé, não descansamos nada, fomos em uma batida só o dia todo, Moara não agüentou e abaixou a cabeça na mesa, o pior que não era bebida não, era cansaço mesmo, nós bebemos sim, mas todo mundo estava bem. Enfim, o segurança trouxe um copo de água para ela e perguntou se ela estava bem, ela disse que sim e voltou a abaixar a cabeça na mesa. Passou alguns minutos e volta o segurança e pede para a gente acompanhar ele, os inocentes aqui foram. Ele colocou a gente para fora da balada, fomos expulsos, escorraçados... enfim. O Gabriel tentou argumentar com o segurança, Stefani também, mas não teve jeito, o segurança colocou agente para fora porque Moara “estava dormindo na mesa”. Para piorar a situação, ele queria que a gente pagasse 15 dólares para ele, para que não fossemos retirados da festa, vocês acreditam? Nós pegamos nossas coisas e saímos, revoltados é claro. No final, demos risada do ocorrido.
Hora de ir embora, mas como? Graças a deus Stefani estava comigo e sabia que naquele momento existia um ônibus para a gente vir para casa. Aqui não tem ônibus de madrugada, algumas linhas possuem ônibus em alguns horários. Eu e Stefani viemos em um, Gabriel pegou outro ônibus e Moara foi de táxi.
Quem já foi para Porto Seguro sabe o que eu vou contar agora. O ônibus estava muito lotado, tinha muita gente, pessoas de todos os tipos, tinha gente em pé, sentado, na janela, pendurado, com muita roupa, pouca roupa... esse ônibu estava igual o ônibus que leva as pessoas embora da balada de Porto Seguro, uma muvuca só. O melhor de tudo é que a maioria das pessoas que estavam no ônibus eram brasileiros, então já deu para imaginar a festa que foi, certo? Era musica, piada... foi uma segunda festa, assim não deu para sentir o desconforto dos 40 minutos de pé até chegar em casa. O resto do dia? Dormi!! Rs...
Para amanha temos vários planos, mas espero que a gripe me deixe realizar todos!!
Desejo a vocês um ótimo ano, que toda a felicidade que eu estou vivendo aqui possa refletir em vocês. Muita paz, amor, saúde, trabalho, todos os desejos realizados em 2011, espero que os meus se realizem também!