sábado, 5 de março de 2011

Nonagésimo segundo dia – 5 de março – Sábado

Acordei as 6 da manha, abri o olho e vi o teto todo branco que parecia ter letras fixadas dizendo: Acabou!!! Pelo menos foi isso que pensei assim que abri o olho. Eu nunca imaginei esse dia, planejei tudo, mas os últimos minutos em Vancouver eu nunca pensei, não pensei se estaria frio ou, sol ou neve, não planejei minha ida ao aeroporto... enfim, esse dia desde o inicio nunca foi esperado por mim.
Vejo pelos meus amigos, todos eles amaram Vancouver, mas todos sentiram em algum momento a necessidade de voltar, mas eu não, talvez seja porque me encontrei aqui. Ontem à noite Renato fez um balanço sobre minha pessoa, é incrível como ele consegue descrever as pessoas, ele foi muito correto em todas as palavras, me mostrou muitas coisas, até o meu olhar 45 graus. Kkkk. Eu mudei, consegui nesses três meses descobri muito sobre mim, coisas que eu buscava saber a muito tempo e não encontrava.
Tomei meu ultimo banho no Canadá e é incrível como tudo mexe comigo nesse momento, uma das maiores dificuldades é aceitar a dor da perda e aqui convivi com isso desde a primeira semana, pois eu sempre conhecia alguém e depois de algumas semanas essa pessoa estava partindo, despedida, essa foi a palavra mais dita nesses últimos três meses e como em um passo de mágica fui aprendendo a lidar com isso, posso ter sido em alguns minutos até fria, como fui na manha de hoje, mas o que vivi em Vancouver é muito mais que fotos e vídeos.
Meu café foi especial, tinha salada de fruta e ovo para comer com pão, a saudade do Brasil apertou! Depois chegou a hora de fechar a mala, mas quem disse que ela fechava? E quando fechou eu deixei todos os meu líquidos para fora, ou seja, tive que abrir tudo de novo e tentar colocá-los, digo tentar porque fiz e desfiz a mala três vezes até que percebi que não adiantava mais insistir, eu teria que deixar algumas roupas para trás. Escolhi deixar coisas baratas como meia e blusas que já estavam velhas, mas levei todas as minhas aquisições canadenses, até o meu adaptador de tomada, rs...
Quinze para as 10 da manha, eu estava pronta, meu vôo seria a uma da tarde, então era hora de partir. Fui ate o ponto de ônibus me encontrar com a Jéssica, minha dupla linda veio ate a minha casa me ajudar com a mala, ela foi também minha fotografa, pois aproveitei para tirar minhas ultimas fotos com Faith e Stefis.
10 horas da manha em Vancouver, o dia está lindo e eu indo para o aeroporto, não consigo descrever o que estou sentindo, só sei que não quero, não quero deixar Jéssica aqui sozinha, mas ao mesmo tempo sei que preciso voltar, tenho meus amigos, minha família e meu trabalho. Nunca senti o que estou sentindo nesse momento. Brasil aí vou eu!!!

Nonagésimo primeiro dia – 4 de março – Sexta feira

Acordei e pensei: Meu ultimo dia em Vancouver. É horrível você está em um lugar e não poder fazer planos, é horrível se sentir triste e saber que tudo o que você sonhou ao longo dos últimos meses da sua vida vai acabar. Como diz um texto de Fernando Pessoa “ Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.” E é assim que tenho que ver minha vida a partir de agora, encerrei mais um ciclo, e um ciclo muito bom, com coisas que só somaram na minha vida, encerrei mais uma etapa, mas estou pronta para viver novas experiências, e mesmo sabendo de tudo isso, estou triste, o vida viu?!
Fui para a escola e aproveitei para estudar no primeiro período de aula, enquanto Lily fazia revisão. Eu tentava, mas nada entrava na minha cabeça, que por sinal já está no Brasil, pois como não posso mais fazer planos em Vancouver, tenho que pensar como será à volta para a casa.
No segundo período foi a prova, e foi fácil, eu não estudei, a matéria estava difícil, mas eu me saí muito bem. Enquanto esperava minha professora corrigir os testes, aproveitei para tirar foto com os meus amigos de classe e eles também assinaram minha bandeira, eu comprei uma bandeira do Canadá e meus amigos estão assinando e escrevendo coisas para mim, foi à forma que encontrei de eternizar Vancouver. Logo depois Lily me chamou em uma sala ao lado, eu fiquei com medo, pensei varias coisas até entrar na sala, mas a noticia era boa, ela me disse que eu fui muito bem esse mês, que evolui muito e que fiz bons testes, então mesmo faltando uma semana para encerrar o ciclo, ela iria me dar o certificado de conclusão. Confesso que não esperava, estava até triste porque não iria conseguir terminar esse nível.
Terminou a aula e o nó começou na garganta, eu olhava para tudo ao meu redor e pensava que seria a ultima vez que eu estaria vendo tudo aquilo, que eu não teria mais ter a rotina de ir para a escola, de ver as pessoas que passaram a ser minha família, como é difícil aceitar mudanças.
Resolvemos almoçar em Gastown no restaurante de massa. Eu, Renato e Gabi chamamos todos que conhecíamos, e fomos para nossa despedida. Logo que cheguei tive uma boa noticia, na entrada do restaurante existe uma balança, pois é uma balança, eu então resolvi pesar e descobri que perdi três quilos nessa brincadeira de pegar virose, pelo menos passar alguns dias vivendo no banheiro serviram de alguma coisa. kkkkkk.
Ficamos no local até quase 4 da tarde, me despedi da Cíntia e do Fabio, nunca falei deles aqui, pois eram pessoas que não tive muito contato, mas os poucos momentos que passamos juntos foram incríveis. Eles são casados a um ano e vieram para Vancouver aprender inglês juntos, estão em lua de mel.
Fui fazer minhas ultimas compras, na verdade, comprei coisas de comer, pois a comida do avião é horrível, não dá, então fui na dollorama e comprei bolacha e chocolate, eu também fui na Hollister fazer minhas ultimas aquisições e depois fui para a casa.
Quando cheguei, encontrei Faith na porta, ela estava saindo com Stefis, eu havia comprado um buquê de tulipa para dar para ela, então já entreguei e agradeci por tudo, essa foi à forma que encontrei para sair por cima de tudo o que ela fez para mim. A mulher ficou tão feliz, disse que eu sou um doce de menina, rs...
Arrumei-me e voltei para downtown, minha ultima noite com meus amigos. Eu, Jéssica e Natalia fomos comer no subway e depois fomos nos encontrar com o Renato e com a Gabi em um pub. O local não estava legal, nós tivemos que pagar 12 dólares para entrar, Natalia acabou desistindo e foi embora, eu e minha dupla entramos pois tínhamos que nos despedirmos do Renato.
Estava tocando rock, era banda, e só tinha canadense, eu entrei no lugar já dizendo: Eu vou embora!!! Mas quem é que resiste ao charme do Renato?! Rs... acabou que eu, ele, Gabi e Jéssica sentamos em uma mesa e ficamos fazendo um balanço de tudo o que vivemos, choramos, demos risada, falamos besteira, contamos sobre nossos planos e fizemos promessas. A noite terminou com gosto de despedida, agora sim o quarteto acabou!

Nonagésimo dia – 3 de março – Quinta feira

Está chegando ao fim, é apenas isso que eu penso. Acordei no horário normal para ir para a escola, mas acabei não indo, pois precisava conseguir fechar minha mala, as coisas não cabem, já fiz e desfiz minha bagagem umas 5 vezes, mas não adiantou, então resolvi perder o primeiro tempo de aula e resolver esse problema, mas acabei não conseguindo e resolvi ir para a LSC.
Quando cheguei lá estava um silencio imenso, pois não havia quase ninguém, a festa de ontem foi tão boa que quase ninguém apareceu na escola e quem apareceu estava chegando para o segundo período.
Hoje foi dia de finalizar a matéria, a final amanha é da de prova, no meu caso minha ultima prova. A matéria essa semana está complicada, na verdade acho desde que cheguei essa semana foi a mais complicada, pois teve muita gramática e pouco vocabulário.
Hoje fui para o meu ultimo almoço no Pacific Center, confesso que quando algo é rotina enche o saco, mas quando pensei que amanha não vou mais estar ali a uma e 10 e ir comer salada, me dá um frio na barriga e uma vontade de chorar imensa, na verdade à vontade de chorar vai e vem, é o medo do novo de novo.
Depois do almoço resolvi dar uma volta no shopping e comprar algo para dar para Stefis, a final ela me ajudou muito desde o inicio da viagem, sempre teve muita paciência comigo, foi o meu porto seguro quando pisei em Vancouver, assim acho que ela merece ganhar. Acabei comprando um colar, pois ela é toda vaidosa e gosta de biju, então uni o útil ao agradável, mesmo porque o colar não foi tão caro. Saí do shopping e fui para a casa, precisava estudar, pois a noite teria Au Bar, minha despedida da festa brasileira e ainda por cima em clima de carnaval, pois o som da noite de hoje será axé, samba e forró, tem coisa melhor para começar a entrar no clima da folia?
Quando cheguei em casa, estudar foi a ultima coisa que consegui fazer, eu juro que tentei, mas não dava, não me concentrada, eu olhava para minhas coisas e via tudo fora da mala então vinha a sensação que eu não conseguiria levar tudo para o Brasil e eu me desesperava, então deixei o livro de lado, abri mão da ir para a balada, mesmo porque começou a chover e trovejar e a nevar, rs, eu então fui arrumar minhas coisas.
Fiquei colocando as coisas na bolsa e conversando com a Moara no MSN, eu guardava uma roupa e chora, guardava uma roupa e chora e assim eu fui até a uma da manha, relembrando com minha nova amiga tudo o que vive aqui, fazendo planos para nossas próximas viagens e chorando juntas.
Final da noite, uma hora da manha, eu não fui para a festa, não estudei e não consegui fechar a mala, na verdade fechei uma, mas falta à outra e ainda tem muitas coisas para fora, mas quem sabe minha mãe muda de ideia e me liga manha falando: Filha, eu pensei bem e resolvi que você pode ficar aí mais um tempo. Então eu terei que desfazer a mala, certo?!!! A esperança é a ultima que morre e como eu sou brasileira não desisto nunca, vou esperar por isso.rs.

Octogésimo nono dia – 2 de março – Quarta feira

Está chegando à hora!!!
Acordei muito feliz hoje, primeiro porque o texto da Moara foi um sucesso, meu blog nunca teve tantos acessos em um único dia, e os acessos vieram de outros países como Estados Unidos, Reino Unido, Eslovênia, Malásia e Belarus (onde fica isso?). Queria agradecer a todos que continuam lendo meus textos, não sei como meu blog chegou nesses países, tenho certeza que ninguém entendeu nada, mas já está valendo, a final quando tive a ideia de fazer um blog era para escrever meu dia a dia para ficar registrado para sempre as pessoas que iria conhecer e a minha experiência profissional, mas isso seria apenas para eu ler, mas foi ganhando uma proporção que chegou em um momento que não há quem não conheça o blog da Carol na LSC. Espero que vocês tenham gostado do texto da Moara, ela conseguiu colocar tudo que todo mundo sente, muitos não entendem, acham que existe algo a mais do que as amizades e os lugares bonitos, mas só quem já veio para Vancouver sabe o que é deixar essa cidade.
Acordei e como a minha rotina diária em Vancouver, fui para a escola, nesses últimos dias ando pensando muito em tudo o que vivi e nas pessoas que conheci, assim o caminho para a escola é sempre complicado, 50 minutos que tenho apenas a companhia dos meus pensamentos, no inicio da viagem esse momento era a hora do dia que eu escolhia para pensar qual seria a programação da minha vida após a aula, mas nessa semana penso apenas em voltar para a casa e nas pessoas e lugares que conheci por aqui.
Na escola nenhuma novidade, apenas o clima de despedida que já domina a LSC, mesmo porque quem tem que ir embora vai nesse final de semana, quem não for é porque vai ficar mais tempo no Canadá, então um novo grupo de estudantes começa a se definir.
Como acordei bem melhor hoje, até Faith me disse que eu estava com uma cara melhor, resolvi comer comida, não abusei, comi arroz, batata e salada, mas eu precisava disso, meu estomago não agüentava mais viver de gatorade e soro caseiro.
Depois do almoço segui para o Metrotown, eu e Gabi, nós precisávamos fazer nossas ultimas aquisições, vai chegando nos últimos dias aparece mil encomendas, todo mundo resolve te mandar email e pedir para você comprar alguma coisa, mas o meu problema é a mala, comprei de mais, nem mesmo minhas roupas cabem nas malas, quem dirá encomenda dos amigos. Sei que exagerei, só bolsa comprei 7 (rs), mas coisas necessárias, pareço eu consumista louca e compulsiva gastando no cartão de credito, mas só quem já viajou para fora do país sabe como as coisas são baratas, é impossível não comprar. Eu e Gabi fizemos um balanço das compras e da viagem e depois seguimos para nossa casa, a final hoje é dia de Caprice.
Quando cheguei em casa aproveitei para dar uma ajeitada na mala e nas gavetas da minha escrivaninha, mas foi em vão, pois o tempo voou e tive que me arrumar para ir me encontrar com as meninas. A expectativa para a noite era grande, mesmo porque eu, Gabi e Renato deixamos Vancouver no próximo final de semana, Jéssica fica até abril e Natalia vai embora na próxima semana, em breve o Canadá não vai mais contar com a alegria e a animação do meu grupo, como diz Faith: Ela já recebeu vários brasileiros animados, mas nenhum como eu. kkkkkk.
Já na Caprice não ha palavras para descrever o quanto à balada foi inesquecível, a musica estava ótima, muita gente bonita, sem contar a animação que era geral, com certeza fechei a noite em Vancouver com chave de ouro, ultima Caprice para jamais esquecer.
Na volta para a casa mais uma vez aquele filminho de tudo que vivi, programei tanto essa viagem para chegar ao fim tão rápido, mas o problema é que esqueci de planejar a volta, isso não estava nos meus planos.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Vancouver

Vancouver, ou Raincouver para os que vieram. Ainda me lembro como foi o primeiro dia que cheguei nessa cidade, estava um tempo aberto sem nuvens, e acreditem, tinha sol e mesmo assim estava a 0 graus. Eu estava igual a um robô andando, estava morrendo de frio, e na ida para minha casa conheci uma das pessoas mais importantes de toda essa viagem, foi a Carol. No inicio achei que ela era mais uma patricinha mimada que veio passar as ferias na neve, mas logo descobri que ela estudava na mesma escola que eu, começamos a conversar e percebi o quanto ela era valiosa, foi como uma irmã para mim aqui em Vancouver, um cuidando do outro e sempre saiamos juntos para ir explorar a cidade, até nos dias de chuva. No inicio estava desanimado e com vontade de voltar para o Brasil, contando os dias que demoravam a passar, mas nesse tempo fui conhecendo varias pessoas, fiz varias amizades e juntos fizemos varias loucuras e zoeiras juntos, nos divertíamos muito e aproveitamos de Vancouver o maximo que ela podia disponibilizar, visitei vários lugares surreais, como meu amigo Renato diz, estúpidos de tão bonitos, e percebi que neve é legal nos primeiros 5 minutos, porquê acordar as 7 da manha para ir estudar e ter que ir ao ponto de ônibus cheio de neve no chão no frio terrível, é bem “radical”. Vancouver para mim foi como uma das melhores experiências que uma pessoa pode ter, viver por sua conta num pais estrangeiro, na cara e na coragem, confesso que não estava preparado para enfrentar o que enfrentei aqui, mas posso dizer que sou outra pessoa, acredito que todos que veem para Vancouver, tem em mente, vou estudar inglês e tira umas fotos e pronto, mas de tudo que vivenciei aqui comecei a da valor, posso afirmar que sou outra pessoa depois dessa viagem, e ainda recomendaria toda pessoa pelo menos uma vez na vida vir para Vancouver, posso afirmar que, você vai amadurecer e mudar, para muito melhor. De todos lugares que visitei, nada se compara às amizades que fiz e pessoas que conheci, acho que sem eles, Vancouver não seria a mesma coisa, foram amigos que nunca irei me esquecer e continuaremos essa amizade no Brasil, escrevi esse texto no aeroporto faltando 10 minutos para voltar para o Brasil e posso dizer que aproveitei ao maximo e valeu muito a pena ter tido essa experiência, posso deixar Vancouver mas Vancouver nunca mais vai me deixar. Abraço a todos.


Por Marcel Dornelas

Octogésimo oitavo dia – 1 de março – Terça feira

A cada dia se torna mais difícil, a cada dia o tempo passa ainda mais rápido, é uma corrida contra o tempo, é viver tudo intensamente como se fosse o ultimo dia, sem pensar que esse dia está a cada minuto mais próximo.
Hoje acordei melhor, consegui tomar café e ir para a escola. Durante a manha nenhuma novidade, aula, intervalo, planos e principalmente pensamentos longes. Na verdade acho que já estou vivendo no Brasil esses últimos dias, minha cabeça já está nas pessoas que lá estão e nas coisas que tenho que fazer, me peguei hoje varias vezes fazendo planos para quando eu chegar no meu país, não é vontade de voltar, é medo de encontrar as coisas que deixei, de perceber que eu mudei e que as pessoas não, de ver que o que era importante não tem mais tanto valor, medo, medo do novo, a final tudo novo de novo.
Consegui almoçar, mas comi salada, preferi não abusar, a final preciso ficar bem, não posso entrar dentro de um avião do jeito que eu estou, iria precisar de um banheiro só para mim, mesmo porque eu ficaria lá dentro às 18 horas de vôo.
Eu e Gabi tínhamos que fazer nossas ultimas compras, então lá fomos nós para o Metrotown. Jéssica foi com a gente, e não deu outra, três mocinhas no shopping o cartão de credito ficou até feliz. Passamos a tarde fazendo compras, eu rodei o local atrás de um óculos para a minha mãe, mas não encontrei e dessa vez desisti, mesmo porque eu estava muito fraca, não agüentava ficar andando, passei mal varias vezes, então sentava e ficava esperando as meninas terminar de olhar a vitrine. Hoje definitivamente eu não fui uma boa companhia, acho que ate atrapalhei, mas por mais que eu tivesse vontade de andar e comprar minhas pernas não me obedeciam.
Depois das compras, resolvemos ir ao cinema, pois aqui já está em cartas o filme que ganho o Oscar, O Discurso do Rei. Já esta passando no Brasil?
Confesso a vocês que foi muito difícil entender a historia, o inglês era britânico, fato que dificulta ainda mais, e como é um filme de época, os diálogos são bens formais. Eu não entendi muito bem, Jéssica entendeu mais ou menos e a Gabi é quem foi nos explicando a historia. Eu conseguia entender o filme pelo contexto, não dava tempo de pensar, o inglês ia entrando e eu tinha que ir absorvendo. O filme é ótimo, tenho certeza que se eu visse em português eu iria chorar (novidade, neh?!), o roteiro realmente é excelente, e como na maioria dos filmes de sucesso, é uma historia de superação. Quando chegar ao Brasil vou assistir de novo.
Sai do cinema e vim para a casa, todos já estavam dormindo, então jantei sozinha e vim para o meu quarto me preparar para dormir, mas isso foi apenas uma tentativa, pois eu comecei a passar mal de novo. Até quando isso vai continuar?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Vamos viver tudo o que há pra VIVER..

Interromper essa sequência aqui vai ser difícil, mas senti uma necessidade tão grande de fazer isso que talvez eu consiga tirar de letra.
Já se passaram três meses que eu estive no Canada e hoje fazem exatos três dias que eu voltei pro Brasil, voltei pra realidade. Semana passada eu estive no paredão com a Caroline Terbega, foi difícil, muito difícil mesmo porque desde o inicio eu já sabia que o meu paredão ia ser com ela, eu queria ter ficado mais e a casa sabia disso mas o público já tinha decido desde antes, mas o mais difícil foi a retrospectiva que fiz essa última semana que se passou, lembrei de como passou rápido e que um dia pensei em desistir, que na hora de entrar na sala de embarque olhei pra minha mãe chorando e falei que não ia mais, dai meu pai com toda a calma do mundo mandou eu entrar e sem olhar pra trás e foi o que eu fiz, ainda bem. Os primeiros dias não foram bons, foram terríveis pra ser sincera, eu me perguntava o que eu tava fazendo ali, logo se passou uma semana eu conheci a Carol, conheci de um jeito meio estranho e que achei que não ia vingar em nada só que as coisas foram acontecendo e acontecendo e quando eu vi nós já não nos desgrudávamos. Se ela quisesse ir no Tim Hortons eu ia junto, se eu quisesse ir no Canada Place íamos juntas, mesmo que muitas vezes a nossa maior vontade fosse dizer que não. Se uma ficasse doente a outra cuidava, se uma não quisesse ir a festa uma arrastava a outra, fomos nos identificando aos poucos, tudo começou pelo amor por FOTOS, e como isso ajudou, passamos um dos melhores dias juntas, um dia em Grouse Mountain, começamos num dia de sol maravilhoso depois veio chuva, começou a nevar e pra fechar bem lindo o pôr do sol foi encantador com uma lua que nasceu as 4h da tarde, é um dos dias que jamais vamos esquecer. Certeza!
Falar de Vancouver é lembrar do quarteto, no inicio eramos um grupão, onde todo mundo fazia tudo junto ( mesmo que pra isso eu e a Carol tivéssemos que esperar a maldita aula C do pessoal haha), mas as pessoas foram indo e indo e nós fomos ficando, quando percebemos eramos quatro, Carol, eu, Renato e Gabriel, fazíamos tudo juntos, passamos por cada uma que hoje a gente ri, mas na hora era um desespero.. Eram coisas simples, uma caminhada, uma ida ao shopping, ir aos pontos turísticos que o Gabriel tanto queria ou recusar a tão esperada ida a China do Renato. Engraçado é que cada um tem uma personalidade, um jeito, uma essência, muita das vezes eu saia na porrada com o Gabriel, o Renato sempre tentando apaziguar e a Carol se espocava de rir, mas o que havia entre nós era tão maior que a gente sempre acabava rindo. Gabriel é aquele tipo de pessoa que topa qualquer parada, que adora festa, tá sempre preocupado em reunir a galera e acha que educação é fundamental, ele adora foto, mas adora tirar foto dos lugares não dele. Ele é bem paciente e tolerante, mas não pisa no calo dele. O Renato é bem centrado, tem uma maturidade acima do que deveria, desde que chegou em Vancouver só pensava em conhecer um lugar : CHINATOWN. Ele também adora uma balada, tem uma paixão pela mãe que é linda. Tem uma risada que faz qualquer pessoa rir, adora gravar video (inclusive ele tem uns muito sem noção haha), se alguém pisca diferente ele quer gravar hahaha. A Carol gosta mais do dia, quer aproveitar bem o dia sempre, se a gente marcasse as 11h da manhã ela achava que tava tarde então marcávamos mais cedo, adora fotos, tem um sotaque lindo, tinha um roteiro pra lugares incrível, escreve muito bem, é meio cabeça dura, não gosta de dar o braço a torcer, tem um jeito de menina-mulher, adora uma palhaçada e é bem decidida mesmo que na maior parte do tempo ela fique na duvida. Eu, ah não vale falar de mim, em capítulos anteriores quando eu deixei Vancouver para ir pra Toronto ela escreveu aqui pra mim e sobre mim, então é desnecessário. Então, mesmo com muitas diferenças ainda sim nós quisemos ser amigos, no meio de tudo isso tempos algo em comum que o tempo foi mostrando, nós topamos qualquer coisa, nós damos a cara a tapa, temos vontade de abraçar o mundo, de fazer tudo agora e pra já. Achamos que a vida é uma só e só se dá pra quem se deu, pra quem riu, pra quem chorou, pra quem brincou e aprendemos que o tempo não volta, que a vida é uma só e por isso começamos a aproveitar cada minuto, experimentando comidas que jamais pensamos, bebendo, saindo, nos divertindo, rindo, chorando, gargalhando, ficando em silêncio, ou apenas assistindo um pôr do sol, tudo pra gente é válido, tudo a gente tira uma lição..Muitos pensavam que eramos um quarteto de uma forma que não tinha a ver, mas como o Gabriel disse “do nosso jeito nós somos um quarteto” e de fato, eramos e sempre seremos. Nunca nos fechamos, sempre deixamos nosso grupo aberto, sempre fomos muito receptivos, por isso começaram a entrar pessoas que fizeram com que nós amassemos tanto aquele lugar, de quatro passamos a ser mais uma vez um grupo de 12 pessoas, uns se agregavam temporariamente mas sempre estavam ali e outros ficaram pra sempre e fizeram história junto conosco. Tayane veio pra ser pra sempre, a louca do stick, na verdade ela sempre esteve com a gente mas era meio dividia até que ela se encaixou, se encontrou na gente de uma tal forma que nunca mais se separou, depois chegaram os meninos do Rio, três de uma vez só, engraçado na primeira semana já nos identicamos muito com eles, mesmo achando que eles tinham cara de marrento hehe com eles veio de brinde o Diogo, não era da nossa escola mas era um agregado, o Marcel também sempre esteve com a gente mas ele dava uma preferência maior digamos assim aos jogos dele haha então o Renato conheceu a Jéssica e nos apresentou, e claro, ela ficou pra sempre também, já perto de eu deixa-los chegou a Gabriela.
Vancouver tem algo especial, tem o dom de fazer as pessoas não quererem voltar pra casa, tem magia, é algo que só sabe quem passa, que tem que ir olhar com os próprios olhos e sentir com o coração pra poder entender, porque não há palavra ou foto que descreva isso. Talvez tenha sido por isso que me doeu tanto, que me fez chorar tanto ter deixado tudo isso, o lugar e as pessoas pra ir pra Toronto, mas no final deu tudo certo porque Toronto também me apresentou um mundo lindo, Toronto foi tão especial quanto Vancouver mas se meus pais perguntassem “Quer ficar mais três meses?” eu diria “ Quero, mas me coloca pra Vancouver de novo!”. Não tem como comparar as cidades porque são opostos, e acho que por isso gostei tanto das duas. É tão estranho se sentir triste, sentir um vazio mesmo sabendo que quando você está voltando você vai encontrar as pessoas que mais te amam no MUNDO, mas é que nós construímos uma família no Canada, saber que nunca mais a convivência diaria será a mesma dói em cada um, saber que amigos arabes, mexicanos, coreanos nós possivelmente jamais veremos dói mais ainda, os brasileiros sabemos que com esforço a gente se vê, mas os outros, dói demais. Canada é um país multicultural que faz a gente aprender muito, experiência de vida que cada um tirou fez cada um mudar, isso é que é o mais dificil porque nós não percebemos isso, mas seus familiares, amigos e namorados percebem no instante que te abraçam no aeroporto.
Fácil mesmo é viver tudo isso, difícil é encontrar palavras pra descrever. Só mesmo agradecendo a Deus por essa oportunidade única, porque muitos queriam tá no nosso lugar e nem todos tiveram ou tem essa sorte.
Por isso pra minha melhor amiga de Vancouver eu digo, aproveite essa última semana, curta muito, ria bastante, seja feliz, VIVA e quando você voltar pro Brasil não deixe esse Caroline que você descobriu ou reencontrou ai, arraste ela junto com você.
É isso, pra termina isso aqui vou deixando uma das músicas de Vancouver que marcou pra todos.
Eu vejo a vida
Melhor no futuro
Eu vejo isso
Por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste
Em nos rodear...
Eu vejo a vida
Mais clara e farta
Repleta de toda
Satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão...
Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...
Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não, não, não...
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...
Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...
Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não...
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há prá viver
Vamos nos permitir...
E não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir.."
Tempos Modernos - Lulu Santos

Por: Moara Calderaro Cristo

terça-feira, 1 de março de 2011

Octogésimo Sétimo dia – 28 de Fevereiro – Segunda feira

Faltam 5 dias!!!!
Acordei as 4 e meia da manha, na verdade me acordaram, mas confesso que amei, fazia muito tempo que eu não recebia um bom dia de alguém muito especial, mesmo que seja pelo MSN valeu muito a pena, queria que todos os dias fossem assim, seria tudo bem melhor, mesmo porque ate o frio hoje estava fácil de suportar. Voltei a dormir logo depois, mas a dor na barriga não me deixou, já havia acordado varias vezes na noite com dor, quando foi as 6 e meia realmente levante e resolvi ir para a escola.
Como eu não estava nada bem, acho que estou com virose, comi apenas salada de fruta e fui para o meu ponto pegar o ônibus. No caminho fui lembrando tudo que vivi aqui, passei pelo ponto do Marcel e me deu uma saudade, depois pelo ponto da Tayane, e assim fui me lembrando das nossas conversas, de quando voltávamos juntas falando sobre os acontecimentos da balada, Marcel e seu veneno, que saudade, mas o pior é que dizem que saudade dá e passa, mas essa saudade não está passando, não sei o porque, rs...
Hoje na escola a hora demorou a passar mesmo porque aprendemos vocabulário de computador (partes do PC), então acho que o assunto não ajudou muito, além disso Lyli resolveu dar uma brincadeira chata, me senti na pré escola eu olhava no relógio de 5 em 5 minutos, quando deu 1 e 10 nem acreditei, parecia mentira.
Saímos da escola e fomos almoçar eu resolvi comer salada, mas comi bem pouco porque fiquei com medo de passar mal, mas não adiantou muito não, logo depois que terminei de comer percebi que o melhor programa para hoje seria vir para a casa e foi o que fiz. Comprei gatorade, acreditem eu encontrei isso aqui, e vim para a casa.
Quando cheguei aqui fui explicar para Faith que eu não iria jantar hoje porque estava com dor no estomago e disse que eu deveria ter comido algo que não estava muito legal. Surpreendentemente ela ficou muito preocupada, tirou minha temperatura e me perguntou o que estava sentindo e me aconselhou beber muita água e foi o que fiz. Fiquei no meu quarto o dia todo, dormia e acordava e a dor ali, junto comigo eu não consegui comer nada, na verdade não queria ver comida na minha frente.
No inicio da noite resolvi tomar banho e comer alguma coisa, Faith se ofereceu para fazer algo para mim, pois eu precisava comer algo leve. Ela fez um caldo, não sei o que tinha nele, mas estava bom, e eu preparei soro caseiro (prometi e cumpri), então tomei o caldo com a uma bolacha com gosto de papel e passei o resto da noite tomando o soro, que por sinal é horrível.
Agora é esperar e ver como eu vou acordar amanha.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Octogésimo Sexto dia – 27 de Fevereiro – Domingo

Faltam 6 dias!!!!
Acordei e a dor na barriga ainda me acompanhava, não agüento mais, acho que estou com virose, mas pior do que isso é não poder sair de casa, pois é, 24 horas de neve constante, Vancouver parada, os ônibus não conseguiam andar nas ruas, as casas todas cobertas, sair de casa apenas em questão de necessidade, ou seja, não fiz nada hoje.
Para não dizer que não fiz nada, nada, eu assisti jogo (São Paulo e Palmeiras) e depois comecei a arrumar minha mala, uma já está pronta, coloquei todos os presentes nela, a outro vou arrumar mais no final da semana com as minhas coisas.
Foi difícil dobrar as roupas e guardar na mala, vai passando um filme na cabaça, fui lembrando de quando comprei uma ou outra blusa, de quando usei uma ou outra roupa, sei que parece besteira, mas mulher tem essas coisas, uma blusa da sorte, uma calça que gosta mais e aqui não poderia ser diferente, tudo fez historia, até as roupas.
Assisti ao Oscar também, aqui do meu quarto eu escutava Faith lá da sala gritar quando o ganhador era anunciado, então percebi como os costumes mudam, nós no Brasil não ligamos muito para o Oscar, assistimos a abertura porque é depois do fantástico e vamos dormir, no dia seguinte damos apenas uma olhadinha na Internet para ver qual foi o melhor filme e depois ir até a banquinha de camelo da esquina ver se tem ele para vender, mas aqui não, Faith não fez nem jantar hoje, comprou comida que por sinal estava horrível (no almoço ela esquentou uma pizza que deveria estar no congelador há no mínimo 15 dias) e ficou lá na sala dando gritinhos de felicidade; ela só veio me chamar para o jantar depois que terminou a entrega do premio.
Como não tinha muita coisa para fazer hoje, meus pensamentos iam e vinham, e entre essas idas e vindas fiquei pensando como será meu ultimo texto. Já tive varias idéias, já li os meus primeiros textos para ver se pensava em algo diferente, já pensei em simplesmente parar de escrever ou então fazer um resumo de tudo. Gabi me sugeriu fazer um texto em inglês; já Marcel leu meus pensamentos e me disse para deixar meus amigos escreverem aqui. Confesso não saber o que fazer, pois não sei se existe alguém que ainda está acompanhando o blog, a final 4 meses vir aqui ler o dia a dia de uma simples mortal não é para qualquer pessoa, então preciso de uma ideia, se alguém tiver uma e puder me sugerir agradeço.
Faltam 6 dias!!!!



Octogésimo Quinto dia – 26 de Fevereiro – Sábado

Faltam 7 dias!!!
Começou a contagem regressiva, parece mentira, mas começou, a cada dia que vai chegando mais perto de voltar o coração vai ficando apertado e a vontade de permanecer em Vancouver vai aumentando, parece que os dias passam mais rápido, que ninguém me entende, que a hora voa e eu só sei chorar, pois é, chorar!!!!
Acordei com um recado maravilhoso da Moara no meu facebook, logo depois conversei com ela pelo bate-papo e me acabei de chorar, ela lá em Toronto indo para o aeroporto e eu aqui em casa com saudade de tudo o que vivi, querendo voltar no dia 5 de dezembro, conhecer todas as pessoas que conheci aqui de novo, poder abraçá-las e dizer o quanto foram importantes para mim nesses últimos meses.
O medo de voltar a ter a mesma vida de antes, de voltar à realidade e descobri que tudo o que vivi aqui foi sonho e ficou apenas na memória é igual ao medo que sentia antes de vir pra cá. Lembro-me que no dia em que eu embarquei, fiquei firme o dia todo, mas na hora de dar tchau falei para a minha mãe: Não quero mais ir! Mas ela não podia fazer nada. Hoje sinto a mesma vontade, queria poder dizer: Não quero mais ir! E dessa vez ela mudar o destino, afinal mãe dá jeito para tudo, não é mesmo?!
Não sei como será minha ultima semana, não sei como vou viver esses últimos dias, não sei se vou vir aqui escrever durante os próximos 7 dias, já está muito difícil, é horrível você passar pelos lugares e saber que é a ultima vez, é triste de mais ver o quanto você foi feliz e não poder continuar sendo. Nunca pude imaginar que uma simples viagem para fora do país fosse mexer tanto comigo, sempre soube que seria uma ótima experiência, mas tenho certeza que só foi perfeita porque conheci pessoas abençoadas por Deus, todas as pessoas que conheci aqui somaram na minha vida de alguma forma, algumas delas já deixaram Vancouver, outras eu serei obrigada a deixar aqui. Como é difícil querer e não poder!!!!
Depois de muito choro fui me encontrar com as meninas e como o Renato, fomos almoçar. Eles foram ao aquário, como eu já fui, preferi ficar em casa e fiz uma boa escolha, porque não acordei muito bem, na verdade não dormi bem essa noite, minha barriga doeu à noite toda. Cheguei atrasada para o almoço, as meninas já estavam bravas comigo, kkk.... comi salada, verdade final de semana e eu almoçando salada, nada de Mc Donald ou chocolate, S-A-L-A-D-A, minha barriga estava doendo de mais, então eu não podia abusar.
Como estava nevando desde as 11 da manha, não tinha como a gente fazer nada, então a solução encontrada foi fazer compras. Gabi resolver ir para a casa, mas eu, Jéssica, Renato (meu parceiro de compra, me ajudou a escolher novas roupas) e a Giovana resolvemos gastar no Metrotown. Passamos a tarde toda no shopping, comprei meus últimos presentes e vim para a casa.
Não parou de nevar um único minuto do dia, neve constante, que foi cobrindo as ruas e as casas, Vancouver foi ficando branca e se misturando com a cor do céu, que era tão claro que chegava a clarear mais do que nos dias de lua cheia. Estava frio de mais, então resolvemos não sair, eu fiquei em baixo da coberta vendo Tv.
Faltam 7 dias!!!

Octogésimo Quarto dia – 25 de Fevereiro – Sexta feira

Encerrando a semana muito bem por vários motivos. Acordei e tinha um sol perfeito brilhando no céu, o frio como mais uma vez estava avisando que estou no Canadá, o termômetro marcava menos 6 com sensação térmica de menos 13, mas vou reclamar? Jamaissss. Eu estou no Canadá!!!!
Na escola tudo ótimo, aproveitei o primeiro período para estudar, pois devido a festa de ontem não havia feito isso e no segundo período fiz a prova. O teste de gramática estava tranqüilo, mas o de escutar e escrever, é brincadeira, a mulher fala qualquer coisa menos inglês e o engraçado é que é difícil sempre para todos os níveis, já começa que o inglês é o britânico, mesmo assim eu consegui ir bem.
Saímos da escola e já tínhamos destino garantindo, na verdade estávamos programando isso desde semana passada: Samba!!! Fomos almoçar no restaurante brasileiro e levamos dois gringos com a gente, apresentamos o famoso churrasco para eles. O lugar não estava muito cheio, mesmo porque a quantidade de brasileiros aqui já diminuiu bem, então dessa vez comemos muito bem, a picanha estava ótima, assim como o feijão com arroz. Ficamos um tempo no restaurante conversando e depois eu vim para a casa, pois iríamos para o jogo de Hockey.
No caminho para a casa comecei a passar mal, meu estomago começou a doer muito, eu perdi toda a minha força, não conseguia levantar nem mesmo o braço, não podia ouvir falar em comida, queria mesmo ficar deitada o resto do dia, mas como essa seria a ultima oportunidade para ver um jogo, me arrumei e fui me encontrar com as meninas na escola, pois foi meu colégio que organizou esse passeio. A escola realiza eventos todos os dias, para poder aproximar os alunos e o evento dessa sexta foi o jogo. Ficamos um tempo esperando o pessoal chegar (26 pessoas, na maioria brasileiros), depois seguimos de ônibus para o estádio.
O jogo era entre Giants e Bruins, era um jogo muito importante, pois os donos da casa (Giants) completavam 10 anos, alem de que são considerados os campeões da temporada desse ano. Em Vancouver existem dois times de Hockey, o principal deles e o Canucks (http://canucks.nhl.com/) eles estão na elite da campeonato, são o orgulho de Vancouver, o hockey aqui é como se fosse o futebol para o Brasil. O segundo time é o Giants, é como se fosse um time de juniores (http://www.vancouvergiants.com/), com novos talentos. O ingresso para ver um jogo da elite do campeonato custa a partir de 70 dólares, já o jogo dos Giants é bem mais barato a partir de 18 dólares.
Quando chegamos no estádio, eu já fiquei encantada, meu coração bateu forte, assim como quando vou ver um jogo de futebol, que saudade... Tiramos muitas fotos e fomos procurar nosso lugar, pois aqui as cadeiras são marcadas. Ficamos no lugar mais barato, mas a visão foi perfeita. A torcida é educada, faz barulho apenas quando aparece no placar à palavra “Noise” no placar eletrônico, não briga com o juiz, e assiste ao jogo todo sentado.
Finalmente a partida começou, eu e as meninas não sabíamos nada sobre as regras do jogo
(http://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%B3quei_no_gelo), mas bastou observar os primeiros minutos para entender. Os Giants saíram na frente, e no final do primeiro tempo já estavam ganhando de dois a zero, esse placar realmente mostrou porque os garotos são considerados os campeões da temporada 2011, comandaram todo o primeiro tempo, terminarão a primeira etapa com 5 ataques ao gol contra 1 dos Bruins.
Começou o segundo tempo e o time da casa continuou mandando no jogo, aos 12 minutos o placar marcava 4 a 2, já era quase certo uma vitória, mesmo sabendo que ainda faltava o terceiro tempo. E foi nesse momento que saiu a primeira e única briga do jogo, o momento mais esperado. Após o ataque do Giants começou a confusão que não durou mais de um minuto, mas foi nesse momento que a torcida mais se animou. Final do segundo tempo e o Giants na frente faltavam apenas 20 minutos para comemorar os 10 anos de historia em grande estilo.
Começou o terceiro tempo e os donos da casa esqueceram como chegar ao ataque, tudo o que realizaram no primeiro e no segundo tempo não funcionava mais, o time visitante empatou e virou o placar, 5 a 4. Você já ouviu aquela expressão: Quem perde de 1 perde de 10. Restavam os últimos minutos e o técnico do Giants resolveu tirar o goleiro e colocar todo mundo no ataque, mas o posicionamento da equipe falhou, um dos jogadores do Bruins pegou o disco e lançou do meio do campo em direção ao gol, como não existia o ultimo homem de defesa, o disco entrou, golllllllll. Final do jogo: 6 a 4. A torcida todo se levantou e foi embora.