quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Vigésimo sexto dia – 29 de dezembro – Quarta feira

Mais um dia, será que vamos ter sorte?
Assim que saí de casa para me encontrar com o Gabriel começou a nevar, vocês acreditam? Então pensei: hoje o dia vai ser bom!! Meu humor ficou ótimo, todo mundo na rua fugindo da neve (o povo que mora aqui não gosta de neve) e eu lá, pulando no meu da calçada e tentando pegar a neve. rs...
Encontrei com Gabriel e Tayane na escola e fomos em direção ao park, ele tinha a esperança de encontrar a bolsa por lá, afinal procurar algo com a luz do dia é bem melhor, certo?!
Pegamos o skytrain e fomos até o seabus, depois pegamos outro ônibus e subimos para o park. A conversa estava tão boa que na hora de dar sinal para o ônibus parar, eu avisei meus amigos, mas Gabriel me disse, a gente desce no próximo, só que o próximo nunca chegava. Conclusão: voltamos para o meio do caminho de novo, só que durante todo esse trajeto nos tivemos um problema: mau humor.
É acreditem nós demos o azar de encontrarmos a motorista (era uma mulher, isso aqui é bem comum) do ônibus com o maior mau humor do mundo. Ela sabia que nós estávamos indo para o park e viu que nós não descemos do ônibus, ela não avisou a gente. Depois na volta, quando nós chegamos no ponto final, o Gabriel foi falar com ela sobre como nós faríamos para voltar para o park. Ela respondeu que nós deveríamos sair do ônibus e esperar 20 minutos e completou dizendo que nós deveríamos puxar a cordinha do ônibus quando quiséssemos descer, vocês acreditam?
Estava muito frio, ela não deixou a gente ficar dentro do ônibus esperando, nós descemos e ela foi capaz de fechar a porta e ficar dentro do ônibus comendo, até que chegou um senhor e bateu na porta, ela não olhou, ele foi na frente dela e deu sinal, ela não olhou para a cara dele. Ficamos todos nós do lado de fora esperando 20 minutos no maior frio.
Entramos no ônibus de novo e fomos para o park, dessa vez deu certo. Descemos no lugar onde deveríamos descer. Ainda não tinha ninguém no park, estava bem cedo e um frio de congelar qualquer pessoa. Procuramos a bolsa por toda a parte e nada, fomos na casa da administração do park, mas ela estava fechada devido as festas de final de ano e só vai abrir no dia 4 de janeiro. No local tem um restaurante que também estava fechado, sendo assim não conseguimos nenhuma pista do que poderíamos fazer, a decisão então foi procurar o consulado brasileiro.
Pegamos o ônibus de volta para Vancouver, todo mundo morto, com todo esse stress ninguém dormiu direito. Chegamos no lado de cá e o Gabriel ligou para a casa dele aqui e pediu para que descobrissem o endereço do consulado brasileiro, que para nossa sorte era bem perto de onde estávamos, então partimos a pé. Nós tínhamos um numero muito grande na mão: 6662020. Achávamos que iríamos andar muito para chegar até o local, porque os prédios de onde estávamos tinham números como: 440, 448... foi quando decidimos pegar um táxi. Falamos para o taxista o endereço de onde queríamos ir e que era o consulado brasileiro, ele nós explicou em um inglês muito mal que o prédio era em outra rua e nos levou até lá. Pagamos 7 dólares e quando descemos do carro descobrimos que não era naquele local e sim em um prédio que estava perto de onde pegamos o táxi. Queríamos matar o taxista, mas já não tinha mais como ele já tinha ido embora. Então voltamos para o prédio correto e descobrimos que o numero do prédio era 666 e o andar 2020. Quando encontramos o consulado foi um alivio, pois saber que a gente poderia explicar tudo em português e que alguém iria nos ajudar de verdade, mas essa sensação durou pouco, muito pouco. O consulado estava cheio, tivemos que esperar por alguns minutos, até que finalmente chegou a vez do Gabriel ser atendido e o senhor que nos atendeu foi muito legal, rs.. ele disse assim: Meu jovem você está ferrado, junte copia dos seus documentos e traga junto com mais 200 dólares, mas faça isso rápido. Saímos de lá revoltados, mas não tínhamos mais o que fazer, agora era com o Gabriel. Ele foi embora tentar conseguir o que precisava, eu e Tayane fomos ao shopping almoçar e depois vim para casa.
É estranho como a gente se decepciona com as pessoas. Achávamos que iríamos encontrar um outro tipo de ajuda no consulado, afinal era gente do nosso país. Sabe aquela historia que a gente sempre comenta sobre funcionário publico, sobre a vontade de trabalhar e ajudar o próximo? Pois é, isso também acontece aqui. Talvez eles realmente não pudessem fazer algo a mais do que fizeram, mas nós precisávamos de um apoio, de uma explicação sobre o que fazer, onde ir e não recebemos isso, o problema é que o Gabriel está indo embora semana que vem e não tem passaporte, o desespero só aumentou quando fomos buscar um conforto. Agora é torcer para que amanha seja um dia bem melhor!!

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