Sexagésimo sétimo dia – 8 de Fevereiro – Terça feira

Terça feira acordei empolgada a final amanha já é quarta, mas quando sentei a mesa para tomar café, tive uma surpresa bacon e ovo no café da manha: E o meu regime? Comi apenas a salada de fruta e pão com ovo, o bacon eu jogue no lixo, sei que é errado, mas bacon de manha e bem na semana que eu resolvo fazer regime não iria dar certo, não.

Na escola os dois períodos foram com a professora chata, mas ela realmente me surpreendeu, porque a aula foi muito boa novamente, além disso, tivemos novidades, chegou um aluno novo, o nome dele é Niko e ele é francês, não sabe muito de inglês então não conversou muito com a turma.
Como o dia estava maravilhoso novamente, resolvemos fazer um passeio logo apos a aula, mesmo porque sol e Vancouver são coisas que não combinam, o lugar escolhido foi Deep Cove
(http://www.deepcovebc.com/).

Esse lugar fica em norte vancouver e para chegarmos ate lá pegamos um ônibus e fomos para norte até Pib's Exchange, então trocamos de veiculo, pegamos um ônibus com o nome do local. Deep Cove é uma enseada, no verão existe muito mais cosia para fazer do que no inverno, mas o lugar é lindo, e como o dia estava  bonito, a paisagem ficou ainda melhor, pois víamos o mar com as montanhas em volta cheias de neve. Foi lá que foi gravado o crepúsculo e é nesse local também que fica a casa da Bela. Quando cheguei em Deep Cove falei para as meninas que o local me lembrava o cenário do meu filme preferido de infância (Free Willy). Ficamos apenas uma hora no local, mas com certeza vamos voltar com mais calma, pois existem varias lojas de artesanato e restaurante que vendem sorvetes, além de uma trilha de aproximadamente 40 minutos que leva até o cenário do filme crepúsculo. O dia já estava chegando ao fim, então pegamos o mesmo ônibus para voltarmos para downtown.
Cheguei em casa e já estava na hora do jantar, mas como eu havia avisado que iria jantar mais tarde a comida não estava pronta, então Faith me disse que iria fazer algo para eu comer, mesmo porque eu iria sair depois e hoje seria o ultimo jantar do japinha aqui em casa, havia vários convidados.

A programação dessa noite seria uma balada que nunca tínhamos ido: Fórum (http://www.forumsportsbar.com/), essa balada é a melhor de Terça Feira, então resolvemos ir para lá. Combinei de me encontrar com as meninas as 8 , mas eu cheguei uma hora atrasada (desculpa meninas), pois tudo resolveu acontecer. Primeiro eu esqueci minha identidade em casa e tive que voltar aqui para buscar do meio do caminho (sem documento eu não entro em lugar nenhum), depois meu ônibus demorou 45 minutos para passar, sendo que ele passa de 15 em 15 à noite; sendo assim uma mulher do meu ônibus ligou para a central para reclamar do atraso do veiculo, então a central ligou para o motorista (dentro do ônibus tem um telefone) e ele parou o veículo para falar ao telefone; para melhorar a situação, a maquina que faz a cobrança da passagem (aqui não tem cobrador) quebrou e ônibus ficou parado de novo esperando a maquina voltar a funcionar, sendo assim depois de uma hora eu cheguei.

A noite tinha que ser muito boa para compensar e foi. Quando chegamos a Fórum, ainda era Pub e depois as luzes foram diminuindo e virou balada, o lugar é muito bonito, a musica é boa, não é muito grande e só tinha brasileiro, mas é bem legal, a bebida também tem um preço bem legal. Ficamos um tempo lá e depois voltamos para a casa, a final hoje só era terça feira e a semana “noturna” está apenas começando.

Sexagésimo sexto dia – 7 de Fevereiro – Segunda feira

Acordei e só pensava em uma coisa: Estou de regime!!! Sendo assim comi apenas salada de fruta no café da manha e fui para escola.

Hoje tive aula nos dois períodos com a professora da aula B (Heather) é essa que é a professora insuportável, mas a aula foi bem legal, acho que ela sabe que a aula dela é chata e resolveu fazer algo diferente na aula de hoje, tivemos varias atividades diferentes, vários jogos.

Já na hora do almoço resolvi comer apenas salada e as meninas resolveram me ajudar nessa nova etapa saudável da minha vida. Achamos um restaurante no Pacific (shopping) que vende apenas salada, o nome é Insalata. Nesse local tem um monte de verduras e legumes e você monta o seu prato de acordo com o que quer comer, depois é só pesar e pagar, o problema é que é caro, pelo menos eu achei, a cada vez que eu vou comer fica entre 11 e 12 dólares, mas é melhor pagar caro do que chegar no Brasil pesando 75 quilos, certo? Depois do almoço veio àquela vontade loca de comer chocolate, mas as meninas estão me ajudando muito e não deixaram, rs...

O dia estava lindo, um sol perfeito, mas o frio também estava presente, mesmo assim resolvemos fazer um passeio na verdade todos foram fazer um passeio que eu queria, fomos na University of British Columbia (http://www.ubc.ca/), essa é a maior universidade de Vancouver e uma das maiores do Canadá, hoje ela possui cerca de 27 mil alunos e é igual as que vemos nos filmes. Para chegar até lá pegamos o ônibus que leva o nome da universidade na Pender e depois de aproximadamente 30 minutos chegamos no local. Não é um lugar bonito para tirar foto, mas vale muito a pena conhecer, o local é muito grande, mas nós não conseguimos andar muito por lá porque o Renato estava com o joelho machucado, mas o que conseguimos ver valeu muito a pena, pois existe tudo que você possa imaginar dentro do centro universitário, desde de biblioteca, como praça de alimentação, loja que vende produtos com o nome da universidade até campo de golfe e um centro aquático. Ficamos uma hora no local e depois pegamos o mesmo ônibus para voltar para Downtown. A cidade tem também outros centros de educação superior importantes: Universidade Simon Frasier, localizada em Burnaby (lugar onde eu moro) e a Vancouver Film School.

Cheguei em casa e estava morta de fome, a final quem agüenta comer só salada? A minha sorte é que estava na hora do jantar. Hoje participaram do jantar eu e Faith, o japonês ou coreano (não sei o que ele é) e a mãe dele, então fiquei contando que tinha ido a universidade e que gostei bastante, então eles começaram a me dar dicas de lugares que eu deveria conhecer.

Durante a conversa Faith me perguntou como eu estava me planejando para minhas ultimas semanas no Canadá eu disse que eu não queria ir embora e que estava triste, ela ficou inconformada, pois me disse que o Brasil tem praias lindas, não entendia como eu pude gostar tanto assim de Vancouver. Expliquei que vivi coisas incríveis aqui e conheci pessoas que quero levar comigo para toda a minha vida, aproveitei a oportunidade para dizer que eu estava triste apenas por um motivo, então contei que engordei nesses últimos dois meses. Faith se mostrou muito preocupada, me disse que até eu engordar um pouco seria normal porque estou vivendo uma rotina aqui que não é a que meu corpo está acostumado, mas que 10 quilos era muito. O jantar terminou e eu me levantei da mesa, foi quando a mãe do japonês me disse: Nossa você realmente está barriguda. Acho que dessa vez vou ter que levar o regime a serio!!!

Sexagésimo quinto dia – 6 de Fevereiro – Domingo

Hoje foi a vez da Gabi me acordar pelo MSN, ainda bem porque se ela não tivesse feito isso, eu iria dormir o dia todo, então levantei e fui me encontrar com as meninas para irmos a Chinatown. Hoje foi a festa de comemoração do ano novo dos chineses e Jéssica queria ir, como era aniversario dela, fomos sem pensar duas vezes.

Nós encontramos como de costume no Tim Hortons, dessa vez tínhamos um novo companheiro, Jéssica levou o coreano que mora na casa dela. Ele é muito educado e fala inglês muito bem, mas é muito difícil de entender o sotaque dele, então ele acaba ficando com vergonha e não fala muito, apenas dá risada de tudo.

Quando chegamos na parada, o desfile já havia começado, e logo de cara não gostamos do que vimos. Fomos esperando algo grandioso, a final os chineses gostam de festa e são muito disciplinados, mas não foi isso que observamos. Até que estava tudo organizado, mas não tinha nada de espetacular, os enfeites eram sempre os mesmos, era tudo muito colorido, mas nada que chamasse muito a atenção. Eu fiquei um pouco decepcionada, porque fui esperando algo grandioso, assim como foi a parada de natal que durou aproximadamente duas 2 horas, mas dessa vez assisti a um desfile bem pequeno. Acredito que a chuva que caiu o dia todo também atrapalhou o espetáculo, porque nem tudo o que foi preparado pode ir para o desfile, como por exemplo, algumas fantasias, pois as pessoas tiveram que colocar capa de chuva por cima das roupas. O que mais me chamou a atenção foi que mesmo com chuva, os idosos estavam lá cantando e balançando suas bandeiras e distribuindo presentes, como por exemplo, a mascara de coelho esse que representa o novo ano que se inicia. Na cultura chinesa, o coelho representa luz, felicidade e sorte.

Mesmo com a chuva, havia muita gente vendo a parada, tinha muita criança. O ruim é que tinha guarda chuva para todos os lados, então ficou aquele esbarra – esbarra, mas valeu a pena, pois conhecemos outra cultura. Essa comemoração aconteceu em vários lugares da cidade, mas nós escolhemos Chinatown porque tem uma das festas mais tradicionais de Vancouver.

Saímos da parada e fomos almoçar para comemorar o aniversario da Jéssica, ela escolheu o restaurante Spaghetti Factory em Gastown. Esse é o mesmo restaurante que comemos em Victoria. Enquanto esperávamos desocupar uma mesa, eu resolvi pesar, mas quando desci da balança minha vontade era de vir correndo para casa, em dois meses eu engordei 10 quilos, isso mesmo 10 quilos, eu fiquei muito mal com isso, perdi até a vontade comer. Quem me conhece sabe que isso é morte para mim!!! Fiquei tão triste que saí do restaurante depois do almoço e vim para casa. Amanha eu começo um regime!!!

Sexagésimo quarto dia – 5 de Fevereiro – Sábado

Que dia foi esse, muitas coisas para contar, e coisas que valeram a pena!!!

Acordei com o meu MSN gritando, era minha mãe querendo saber as novidades da noite de ontem, enquanto conversava com ela, aproveitei para pesquisar um lugar para ir hoje com a Gabi e a Jéssica (Renato nós abandonou), mesmo porque a comemoração do aniversario da Jéssica já começaria hoje.

Depois de muito pesquisar resolvemos ir ao Queen Elizabeth Park (vancouver.ca/parks/parks/queenelizabeth), ele fica na rua Cambie Street e é um park muito famoso, apesar de que é mais visitado no verão, porque as flores deixam tudo muito colorido. Nós pegamos o ônibus 15 sentido Cambie na Pender e depois de aproximadamente 15 minutos descemos na rua 33, ela já dá acesso ao Park. Andamos cerca de uma hora pelo local, para quem gosta de natureza vale muita a pena, pois o lugar é bem bonito. Tiramos muitas fotos e conversamos também sobre nossos planos para esse ano. Um dos momentos mais interessantes foi à hora que encontramos um casal de árabes que estavam tirando foto porque haviam se casado, a noiva estava toda colorida e cheia de ouro, as madrinhas também estavam muito bem arrumadas. Nesse local sempre acontece casamento, principalmente na época em que o park está florido; depois dos árabes foi à vez de uma coreana casar. No park existe até uma mini igreja. Enquanto eu, Gabi e Jéssica olhávamos os árabes e tentávamos tirar foto deles escondido, rs, uma menina que deveria ter uns 8 anos se aproximou da gente e perguntou que língua nós estávamos falando, a garota estava encantada com nós três, mas também a gente saiu falando alto, tirando foto de tudo e subindo em tudo para conseguir o melhor ângulo para uma boa foto que não tinha como a garotinha não perceber a gente. Depois da nossa bagunça viemos embora no mesmo ônibus 15 com o nome de Downtown.

Como era aniversario da Jéssica resolvemos nos reunir na casa da Gabi para cantarmos parabéns para ela, mas não foi possível, então vim para a casa me arrumar para irmos para a balada. As meninas compraram uma garrafa de vodka e resolveram tomar antes de entramos na festa, mas aqui em Vancouver não pode beber na rua, então elas deram uma de esperta e misturaram a vodka com suco e foram bebendo no caminho para a Robson. Nós estávamos em duvida de onde iríamos, pois nunca havíamos saído para balada no sábado, até que encontramos um grupo de brasileiros que nós indicou a Venue (www.venuelive.ca) então resolvemos que iríamos para lá. No caminho encontramos com um grupo de meninos da escola, eles estavam em um PUB na Granville esperando para ver a luta entre Anderson Silva e Vitor Belfort então resolvemos assistir a luta com eles também. Todos os bares da cidade estavam cheios, muita gente com a blusa do Brasil, os canais canadenses todos anunciando o confronto como o mais esperado de todos os tempos, Vancouver tinha outro nome nessa noite: UFC. As baladas vazias, pouca gente na rua, a cidade parou para ver o confronto dos brasileiros. Deu muito orgulho!!!!!!!!!

Quando entramos no pub a atendente pegou a garrafa das meninas e percebeu que tinha vodka e pediu para a Jéssica ficar do lado de fora com a garrafa, eu resolvi ajudar e coloquei a garrafa em baixo da mesa, mas foi a pior coisa que fiz nessa noite, pois passou alguns minutos e eu só vejo um homem se aproximando e pegando a garrafa, depois ele cheirou o conteúdo. Não tive coragem de olhar para trás, apenas imaginei eu indo para a delegacia, sendo deportada para o Brasil porque eu estava com bebida alcoólica na rua, enquanto eu me via dentro do carro de policia, Jéssica olhou para mim e disse: Era isso que você queria? Então tive a certeza que eu seria presa. Resolvi olhar para trás e já fui pensando como eu iria falar que a garrafa não era minha, foi quando eu encontrei um catador de lixo (bêbado) levando a garrafa embora, que alivio!!!! Esse foi o minuto mais longo da minha vida, porque o mais rápido foi à luta, já que e o Anderson resolveu acabar com a festa logo.

Saímos do PUB e fomos finalmente para a Venue, mas tivemos que esperar até as 10 e 30, pois até esse horário só entra quem tem o nome na lista. Ficamos conversando e acabamos conhecendo uns meninos de Cuiabá e uns cariocas também, os meninos são muito gente boa.

Pagamos 15 dólares para entrar na festa, mas valeu muito a pena, o lugar é lindo, a musica é ótima (eletrônica) tem muita gente bonita e quase nenhum brasileiro, pena que a bebida é cara, uma tequila custa 7 dólares, mas acho que todo mundo tem quer ir pelo menos uma vez, pois é uma versão melhorada da Caprice, mas sem brasileiros.

Sexagésimo terceiro dia – 4 de Fevereiro – Sexta feira

Não sei se fico feliz ou triste porque hoje é sexta feira, pois sempre gostei do ultimo dia da semana, mas aqui toda vez que a sexta feira chega representa uma semana a menos em Vancouver, ainda mais porque hoje é dia de despedida, muita gente indo embora, a final as aulas começam aí no Brasil.

No primeiro período na escola foi revisão e no segundo foi à prova, aproveite o tempo escasso e fui passando minha bandeira do Canadá para algumas pessoas assinarem, entre elas meu fiel escudeiro. Como foi difícil me despedir dele, meu primeiro amigo aqui, foi ele que me salvou muitas vezes quando eu não conseguia falar inglês, foi ele que me levou em todos os pontos turísticos, ele me escutou todas as vezes que eu queria ir embora, me deu força e carinho quando eu mais precisava, colocava meus pés no chão, agüentou minha TPM, enfim ele conseguiu me ensinar até mesmo quando se afastou de mim por conta da sua boneca de louça.

Conversei durante alguma tempo com ele e me despedi, mas depois ele voltou na minha sala para me dar tchau de novo, me disse que não gostava da ideia de saber que talvez não iria me ver mais. Essa é a sensação de perda que absorve todo mundo sempre que tem uma despedida, sei que a gente só sente isso quando teve esse alguém em nossas vidas, mas aqui nós temos as pessoas intensamente, nos preocupamos, rimos e choramos juntos e depois a distancia é que toma conta desses momentos. Aprendi que o que acontece em Vancouver fica em Vancouver. Não chorei, mas confesso que vontade não faltou.

Na hora do almoço, os meninos nos abandonaram então eu, Gabi e Jéssica decidimos que iríamos as compras, nada melhor para deixar uma mulher feliz. Eu até que consegui me controlar, Gabi destruiu o cartão de credito e Jéssica resolveu comprar todos os presentes de aniversario (ela faz aniversario no domingo) e mandar a conta do cartão para alguém pagar no Brasil, rs.... Ficamos a tarde toda no shopping, andamos muito, mas não conseguimos ver tudo que queríamos ver, combinamos de voltar outro dia.

Eu e Gabi resolvemos sair, Jéssica não podia porque tinha um jantar na casa dela para comemorar o ano novo chinês. Gabi, mega animada, me disse que topava qualquer coisa, então me arrumei e fui me encontrar come ela, Renato também se encontrou com a gente, mas acabou indo para um Pub onde estava rolando a despedida de alguns brasileiros da escola, eu e Gabi preferimos uma noite canadense.

Depois de passarmos por algumas baladas, resolvemos entrar na Republic (www.donnellygroup.ca/republic), essa festa fica também na Robson (onde tudo acontece à noite), a galera já havia ido lá, mas eu e Gabi não. Dia de sábado o lugar é balada e na sexta é um Pub na parte de cima e na parte de baixo uma pista de dança. É um lugar onde toca musicas bem diferentes da que estamos acostumados em baladas, é musica eletrônica mas com uma batida mais forte e não existe brasileiro nesse lugar, só tinha canadense. Eu gostei apesar de ter achado a bebida bem cara, então quem gosta de beber bastante na balada, não é um bom lugar para ir, a chapelaria também é cara, 5 dólares, mesmo assim vale a pena conhecer.

Depois de muitas risadas, resolvemos ir embora, mas o nosso lado noturno não deixou, então resolvemos entrar no Cinema (Já falei desse Pub aqui), mesmo porque dia de sexta feira não paga nada para entrar. No Cinema não tem como ser ruim é Pub também com pista de dança, mas o Dj é muito bom, só toca musica conhecida, lá também não tem muito brasileiro.

Cansadas resolvemos ir embora, mas nosso estomago não deixou, então paramos no Subway para comer, o menino que trabalha lá de madruga até já conhece a gente, porque sempre passamos por lá no final da noite. Eu e Gabi ficamos um tempo conversando até que finalmente resolvemos ir embora, mas meu lado detetive não deixou, rs... Gabi pegou um táxi e foi para a casa eu estava indo pegar meu ônibus quando recebi uma missão: Seguir e investigar. Caroline Teberga a detetive entrou em ação, mas como eu estava com um sapato de salto muito alto, não consegui terminar minha missão, mas Vancouver é bem pequeno e eu ainda tenho um mês para terminar meu trabalho com sucesso, rs...

Sexagésimo segundo dia – 3 de Fevereiro – Quinta feira

Mais um dia de despedida, é assim que posso resumir essa quinta feira. Acordei e fui para a escola com uma dor muito grande no coração, hoje seria o ultimo dia que eu teria uma companhia para pegar o ônibus na ida e na vinda da escola. O pessoal não apareceu para a primeira aula de hoje, conseqüência na da festa de ontem. No primeiro momento ate me desesperei, pois Marcel também não foi à aula, mas no intervalo ele apareceu, assim como o restante do pessoal.

Na hora do almoço a conversa era sobre as conseqüências da balada de ontem e também sobre Marcel, pois esse menino marcou a vida de todo mundo, a minha principalmente. Lembro-me do meu primeiro dia aqui em Vancouver, desci do avião e me encontrei com ele, pois iríamos pegar o mesmo transfer, conversamos um pouco dentro do carro, até que chegamos a Igreja onde Faith estava a minha espera, me lembro que na hora que eu fui me despedir dele, o mocinho apenas me disse: Boa sorte para você, aí!!!  Mal ele sabia que a minha sorte estava ao lado dele.

Já na segunda feira, primeiro dia de aula, todo mundo nervoso, ansioso, era muito pouco tempo para responder as questões, tudo novo e lá estava Marcel. Saí da prova e ele foi a primeira pessoa que encontrei, eu falei com ele e ele me respondeu em inglês, eu não entendia nada então pedi para ele conversar comigo em português e o convidei para ir almoçar comigo, a partir daí almoçamos todos os dias juntos. Esse menino foi um exemplo aqui para todo mundo, como diz a Gabi, um dia a gente arruma um namorado igual a ele. Todas as historias e as brincadeiras, as perolas do Marcel, as vezes que ele deixou de comer para comprar jogos de vídeo game (37), tudo isso marcou cada um de nós de alguma forma, até mesmo os venenos dele vão fazer falta.

Gabi, Jéssica e Renato se despediram dele assim que terminou o almoço, eu ainda tive pela ultima vez uma companhia no ônibus para voltar para a casa. Viemos conversando bastante, relembrando os momentos que éramos eu ele e Tayane, trocamos confidencias e fiz uma promessa: Não vou deixar que nada atrapalhe minha viagem.  (já estou cumprindo)

Marcel sempre tem alguma coisa para contar, seja sobre o valor da multa que você leva se jogar lixo no chão, ou sobre o valor da taxa que pagamos quando compramos alguma coisa, mas a historia de hoje foi para eu colocar no blog (palavras dele). O transporte publico de Vancouver é excelente, para o meu bairro por exemplo, o ônibus passa de 5 em 5 minutos durante a semana e final de semana de 15 em 15, os ônibus nunca atrasam, sempre passam na hora marcada, mas Marcel me contou que quando foram implantar esse sistema de ônibus usaram como exemplo o sistema de transporte europeu, mas não adaptaram as necessidades da população canadense, então os ônibus são muito altos, mas a população daqui é baixa já que grande parte da população é coreana, então tiveram que colocar argolas nos canos que ficam perto do teto do ônibus para que as pessoas pudessem alcançar quando precisassem segurar, mas mesmo assim eles não usam, não estão acostumados com isso, então fica todo mundo aglomerado perto dos canos que saem do chão do veiculo. Informações da enciclopédia Marcel Dornelas.

Finalmente chegou a hora da despedida, ele me disse que estava com os olhos cheio de lagrimas que era para eu olhar para ele, mas não tive coragem, pois sabia que iria chorar, ele então me abraçou e disse que gostava de mim assim como gosta da irmã dele, eu não consegui dizer mais nada, apenas esperei ele sair do ônibus e chorei.

Amanha é dia de mais uma despedida, meu fiel escudeiro também vai encerrar a jornada dele por aqui.