sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Quadragésimo nono dia – 21 de janeiro – Sexta feira

Quanta expectativa, hoje é sexta feira!!!
No café da manha tinha uma mini salada de fruta, com três pedaços de banana, dois pedaços de laranja e duas uvas, com uma única colher eu comi tudo, mas antes isso do que nada. Fui para a escola em um ônibus lotada, fiz até malabarismo para conseguir sair do veiculo, na verdade todo dia está sendo assim, fico perto da porta mas não tem jeito é sempre complicado.
Já na escola a primeira aula foi de revisão, fizemos alguns exercícios que seriam semelhantes com os que iriam cair na prova, como eu já sabia que não iria bem no teste resolvi os exercícios sem muita vontade. Hoje “apertei” a tecla do F... para a escola, não é eu que não esteja levando a serio, mas hoje cheguei no meu limite com aquele lugar, nada me acrescenta nas aulas, minha sala está muito lotada com gente de vários níveis, a aula não rende, eu vou para a escola para dormir, porque a professora não consegue ter dinâmica na sala de aula, essa semana tenho duas professoras, sendo que uma é legal mas não sabe o plural de arvora, a outra fala muito rápido, ninguém entende nada o que ela fala, ou seja, estou jogando dinheiro fora. Me irritei profundamente durante o teste, eu já sabia que não iria bem porque a matéria dessa semana foi de coisas que nunca ninguém estudou na vida, só se aprende aqui na LSC: o som da letra A e o som do S. Pois é o som, não sei em que isso vai mudar minha vida, mas... Já na prova, o ultimo exercício era um mapa e eu tinha que dar as coordenadas, pois bem, fui mal por causa do mapa, tinha uma rua que o correto seria eu dizer que a pessoa teria que subir a rua, porque a rua era inclinada, mas eu escrevi que era para seguir enfrente, agora eu pergunto: Como vou olhar para um mapa e descobrir se a rua desce ou se a rua sobe? Conclusão fui mal na prova, agora preciso tirar 8 nas duas próximas provas, não sei se vou conseguir, porque minha vontade de ir para a escola está cada vez mais nula, cada dia que passa sinto que estou a passeio aqui e não para estudar. Essa é a opinião de todas as brasileiras da minha sala, alem de mim existem mais 3. Decidi que minha nota baixa não iria atrapalhar meu final de semana, eu passando ou não para o próximo nível, não me importa mais, eu vou é curtir ainda mais a minha viagem.
Resolvemos almoçar em um restaurante de massa, indicação dos meninos do Rio, mas nos demos muito mal, preciso ate pedir desculpa para o pessoal (Jéssica, Tayane, Gabriela, Lucca e Marcel) pois eu escolhi o lugar que iríamos almoçar e levei todo mundo para a maior furada. O lugar se chama Pacifico Restaurants e fica no numero 970, na Smithe street, vou dizer pela primeira vez aqui no blog: Eu não indico o lugar. A comida é muito ruim, todo mundo pediu massa e todo mundo comeu muito mal, nada tinha gosto, o macarrão estava duro, o suco era de caixinha e no final pagamos caro, deu 18 dólares para cada um.
Saímos do restaurante e fomos compras algumas coisas para levar para a viagem amanha, fomos na dollorama e compramos um aquecedor de pé, é só colocar ele dentro do sapato que ele mantêm a temperatura, em Whistler a media de temperatura é de menos 10 graus.
Consegui chegar em casa a tempo para jantar, mas tive uma surpresa logo na entrada. Quando entrei na minha rua, vi que o carro da Faith não estava na garagem, logo achei que ela não estava em casa, mas as luzes todas estavam acessas, achei estranho porque ela apaga as luzes quando sai. Abri a porta e o alarme estava ligado, eu então fui e desliguei, afinal se disparasse de novo, Faith iria me expulsar de casa. Fui para o andar de cima e encontrei a japonesa, ela fez sinal para mim de que o telefone havia tocado, eu expliquei para ela que não tinha problema, pois Faith não estava em casa e ela não deveria atender, mas logo depois percebi que teríamos problema essa noite. Se a garota estava em casa o alarme não poderia estar ligado, e seria muita coincidência o telefone tocar bem na hora que eu desliguei, ou seja, tinha algo errado. Faith chegou em seguida e já veio me perguntar se eu tive problemas com o alarme, eu apenas respondi que havia desligado e completei dizendo que deveria estar com problema porque a garota já estava em casa quando eu cheguei. Ela não acreditou em mim e chamou a menina, perguntou para ela quem havia chegado primeiro e a garota não sabia responder, então Faith perguntou se o alarme tinha disparado e a menina só soube dizer que o telefone tocou e ela disse que não sabia falar inglês, foi aí que chegamos a uma conclusão: Ela chegou em casa e não conseguiu desligar o alarme. Como a mocinha não fala nada e inglês, eu tive que explicar tudo para a Faith o que havia acontecido, e ela me entendeu não sei como, pois quando o alarme disparou comigo eu tentava explicar pra ela e ela não me entendia, mas enfim ela começou a falar um monte para a garota, eu vim para o meu quarto, achei muito desconfortável ficar vendo a menina levar uma bronca. Daqui eu conseguia ouvir o que Faith falava, a garota não pronunciava uma palavra, a policia chegou para ver o porque o alarme havia tocado, Faith conversou com o policial, mas eu não fui lá para ver o que estava acontecendo, só escutei quando ela disse para a garota que cada vez que o fosse alarme falso, ela tinha que pagar 200 dólares, então eu pensei: ainda bem que consegui explicar para o guarda que era engano quando o alarme disparou comigo, porque se não eu teria que pagar.
Faith ficou tão brava que pediu para que eu coloca-se o jantar na mesa e saiu, ela disse que iria na casa da irmã, não sei se foi mesmo. A japonesa me pediu desculpa durante o jantar, eu expliquei para ela que era normal, que ela não estava acostuma com a rotina da casa, mas não sei se ela entendeu o que eu disse. Vejo nela o desespero que tive nas duas primeiras semanas aqui, vamos ver se ela vai agüentar ficar nessa casa.

Quadragésimo oitavo dia - 20 de janeiro – Quinta feira

Porque será que eu sabia que não iria conseguir acordar hoje, heim?! O relógio despertou, mas eu olhei para ele e disse: Boa noite!! Voltei a dormir bem feliz, sem nenhum peso na consciência, mas a felicidade durou pouco.
Faith bateu na porta do meu quarto e perguntou se eu não iria a aula, ela não me deixa nem dormir em paz, assim fica difícil, mas cheguei a conclusão que é a escola que manda os anfitriões fazerem isso, porque varias pessoas que não queriam ir a aula hoje foram acordadas da mesma forma, então não teve jeito, fui para escola assistir a aula B, cheguei faltavam 4 minutos para o sinal bater, não tinha lugar para eu sentar,  a sala estava lotada, mesmo assim eu entrei.
A escola estava vazia, quase ninguém foi à aula, mas isso faz sentido, porque se a maioria das pessoas da minha escola são do Brasil e a maioria das pessoas que vão a Caprice são brasileiros...  Pouquíssimas pessoas que foram na balada foram para a aula A, quando eu cheguei na escola tinha varias pessoas chegando também: Viva a Caprice!
Fomos almoçar no shopping, o assunto era claro a balada, quem não foi queria saber o que tinha acontecido, quem foi tinha algo para contar. Voltamos para a escola e ficamos na Internet por um tempo, depois fizemos algumas ligações para o Brasil e seguimos para o Shopping, Metrotown.
Tayane estava a procura de uma bota, eu queria um casaco para levar na viagem do final de semana, no final das compras: Tayane comprou uma calça e eu também, Marcel dessa vez não comprou nada, está economizando para a viagem, eu também, rs....
Na hora de vir embora eu resolvi dar uma de esperta e me dei mal, ao invés de pegar o ônibus que estou acostumada (135) quando vou no shopping, eu resolvi pegar outro (144) que também passa perto da minha casa, mas o que eu não sabia é que o ônibus demorava uma hora, enquanto que outro demora 30 minutos,  quase cheguei atrasada para o jantar. Por um lado foi bom porque eu conheci vários lugares importantes de Burnaby, como museu, park e um lago bem famoso, agora quando que quiser ir nesses lugares já sei qual ônibus pegar. As casas que eu vi pelo caminho também são bem diferentes das que eu estou acostumada a ver, mesmo porque meu bairro é como se fosse periferia (muito diferente da periferia no Brasil) e as residências que eu vi nesse trajeto, são quase iguais as dos filmes.
Logo que cheguei em casa Faith veio me dizer que o jantar seria as 6 e meia, porque a japonesa havia se perdido e estava atrasada, eu achei ótimo, pois tinha que fazer varias coisas antes de comer, mas não demorou muito e a garota chegou, então fomos jantar. Eu toda cheia de coisa para fazer e a menina na maior lerdeza do mundo, demoramos uma hora para jantar um prato de salada e um pedaço de torta (teve sobremesa).
Tentei conversar com ela, mas foi impossível, a garota não sabe nada de inglês, mas nada mesmo, ela aponta para as coisas e faz gestos, eu tenho que ficar adivinhando o que ela quer me dizer , fiquei com pena, afinal me vi na mesma situação quando cheguei, mas não posso fazer muito para ajudar, ela tem que estudar também. Depois do jantar temos que arrumar a cozinha, então foi ainda mais triste ver Faith explicando as coisas para a garota e ela fazendo tudo ao contrario porque não entendia nada, minha querida anfitriã perdeu a paciência e não explicou mais.
A garota mal chegou e já tem algumas coisas que estão me irritando, sei que estão irritando Faith também (tudo irrita ela), ela não dá descarga quando vai ao banheiro, toda vez que eu vou usar o banheiro tenho que olhar o vaso sanitário; ela toma banho e não enxuga a banheira (já vi Faith falando com ela sobre isso), mas é coisa de novata, logo ela se acostuma.
Depois do jantar vim para o quarto estudar, mas recebi uma noticia triste. A avó da Nathalia (uma amiga da minha sala) faleceu, ela estava desesperada porque não conseguia falar com ninguém Brasil, eu estava com ela no MSN, mas ela chorava muito e não me respondia, passei alguns minutos de desespero, estou preocupada ate agora; depois disso não consegui estudar, o melhor a fazer é dormir, porque amanha é dia de prova.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Quadragésimo sétimo dia - 19 de janeiro – Quarta feira


Quarta feira não tem como ser ruim, por mais que não aconteça o planejado, no final da noite sempre tenho a impressão de que valeu a pena.
Acordei feliz porque não tinha café da manha para mim, me livre de comer cabelo de novo! Já na escola, cada vez mais insuportável, as aulas, a matéria, nada ajuda, um saco, mas fazer o que, eu estou aqui para isso...
Hoje almocei com a Nathalia, comemos pizza, o resto da galera foi almoçar em um restaurante japonês, eu não fui porque queria vir para casa logo, precisa dormir, caso contrario não iria conseguir sair hoje à noite.
Nosso plano para hoje seria andar de Limousine (aqui o aluguel de uma é bem barato, vale muito a pena realizar o meu sonho), mas ninguém teve a iniciativa de procurar saber como a gente teria que fazer, achamos que seria só encontrar uma na rua e dar sinal, como se fosse táxi e ela iria parar, coisa de brasileiro! Todo mundo deixou de jantar em casa para poder chegar cedo na escola (nosso ponto de encontro). Nicolas e Enzo (não é novidade) não estavam a fim de ir, mas mesmo assim nos estávamos confiantes que iríamos conseguir. André com aquela boa vontade não conseguiu nada (ele estava no apartamento tentando ver se conseguia achar alguma coisa na Internet), a solução foi comer no Buger King e ir para a casa dos meninos do Rio. Durante nosso jantar rolou aquele papo cabeça, problemas de família, ficamos conhecendo melhor a historia de vida um do outro.
Desistimos mesmo da Limousine e fomos para o apartamento dos cariocas. Chegando lá, os meninos já estavam muito bêbados, estava de irritar, começaram a discutir sobre futebol, foi um tal de: Carol, o Vitor do grêmio....... porque o Vitor do grêmio Carol..... não posso acreditar Carol, o Vitor do grêmio... Só dando muita risada! Depois de tanto Vitor do grêmio, chegou à hora das brincadeiras ridícula dos meninos (vou poupar vocês de saberem os detalhes) só posso dizer o seguinte, eles ficaram muito chatos, vou até pedir uma coisa: Meninos, por favor não bebam mais como beberam hoje!!!
Depois de muitas besteiras resolvemos ir para a balada. Essa festa entrou para a historia de Vancouver por vários motivos:
1 - Marcel foi para a balada;
2 - Tayane é a melhor agente que eu tive na minha vida (rs);
3 - André resolveu chorar as magoas para todo mundo (sobrou até para o Marcel);
4 - Descobrimos que o Enzo tem coração;
5 - Diogo (amigo dos meninos do Rio) desanimado na balada que estava ótima;
6 -Tarcisio (amigo numero 2 dos meninos do Rio) desistiu por causa do Vitor do Grêmio (rs);
7 - Gabriela desceu ate o chão;
8 - Jéssica tomou 10 cervejas sem querer tomar;
9 – Renato descobriu que é inconseqüente;
10 - Nicolas só sabia dizer: Aí, to bolado contigo!
Precisa de mais alguma coisa?
No começo a balada estava desanimada, as musicas não estavam legais, mas mesmo assim estava valendo muito a pena estar lá, eis que tocou a musica do filme Tropa de Elite (toca toda balada) a galera foi ao delírio, o chão parecia que se mexia de tanto animação, o som entrava e o corpo ia se mexendo sem que a gente percebesse, todo mundo cantando (só da brasileiro na balada), depois disso não teve gente desanimada, não teve gente parada, essa foi a melhor Caprice de todas, mas o melhor de tudo é saber que na próxima semana ela será melhor ainda, porque lá é assim, uma balada sempre supera a outra, só indo para saber!!!
Eu e Marcel voltamos para a casa no ônibus da uma. Eu voltei porque tinha que voltar, minha vontade era de ficar até as 2, mas.... No caminho meu querido amigo estreante de balada tentou me convencer que eu não iria estar bem para ir a aula no dia seguinte, usou vários artifícios como: Você vai sentir muito sono amanha. Vamos faltar na aula, eu falto também. Eu já não gosto de ir para a escola, ainda ficam me incentivando...
Cheguei em casa e entrei no facebook, fiquei conversando com alguns amigos do Brasil, aí não deu outra: Acho que vou faltar amanha!!!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Quadragésimo sexto dia - 18 de janeiro – Terça feira

Que maravilha, cheguei na cozinha de casa e não tinha nada para eu comer mais uma vez, que felicidade, logo pensei: o dia vai ser ótimo!!! E não é que foi mesmo!
Tomei um susto hoje na escola, quando eu cheguei na minha sala, o que era aquilo? Não cabia nem mais um passaro, tinha muita gente, minha sala está lotada agora, chegou um monte de japonês e coreano e uma brasileira, não tinha lugar para eu sentar, tive que improvisar em um canto da mesa. A brasileira se chama Luciana, ela é do Rio Grande do Sul (aqui só tem gente de São Paulo e do Sul), além dela chegou um japonês e seis coreanos, sendo duas mulheres e o restante homem. Que dificuldade foi entender esse povo, e decorar o nome deles então, eles falam para dentro eu não consigo ouvir e muito menos entender o que eles falam.
Senti que terei problemas, tem muita gente em uma única classe, a aula não anda, a professora perde muito tempo explicando e dando atenção para quem tem dificuldade e é nesse momento que eu me pergunto o que estou fazendo alí. Não estou me desfazendo de ninguém, mas tem gente que nunca vai aprender inglês, é melhor desistir, que isso! No primeiro período aprendemos gramática, no segundo continuamos vendo vocabulário relacionado a musica e fizemos também vários jogos nos dois períodos. As aulas foram legais, o tempo passou rápido, mas teve coisa que já aprendi no mês passado, daí desanima.
O almoço foi coletivo, digo coletivo porque fomos ao shopping almoçar como sempre, mas dessa vez foi uma galera, juntamos um monte de mesa para caber todo mundo (coisa de brasileiro) tinha gente que eu nem sabia o nome, mas está valendo, como diz o Renato: Vamos agregar gente ao nosso grupo.
A maioria do pessoal foi para a aula C (porque todo mundo tem aula C?) eu, Tayane e Marcel, ficamos resolvemos coisas importantes como comprar chocolate e depois fomos para a escola entrar na Internet (como o mundo viveu tanto tempo sem Internet?), nesses momentos aproveito para matar a saudade dos meus amigos, que por sinal alguns deles me abandonaram.... tive também que agüentar o Marcel tirando com a minha cara porque escrevi algumas coisas erradas aqui (o importante é que todo mundo entendeu, neh?!)
Nos encontramos com o pessoal e fomos para a agencia resolver nossa viagem do final de semana: Tudo certo!!! Nós vamos para Whistler. A agencia se chama West Trek Tours, ela fica no numero 736 Granville St. Procuramos em outras agencias, mas essa foi a que tinha um preço melhor. Eu paguei 140 dólares pelo transporte e uma noite no hotel (mas teve gente que pagou um valor bem maior), resolvi deixar para alugar as coisas que vou precisar para fazer snow lá mesmo, pode ser mais barato e mesmo porque ainda não sei o que vou encontrar na montanha, de repente pode valer mais a pena passear. A grande maioria da galera vai para ficar na montanha. Tenho certeza que essa viagem será boa, como diz a Tayane: O melhor de Vancouver são as viagens! Além de que fechamos um grupo grande pessoas: eu, Tayane, Jéssica, Gabriela (resolveu ir aos 45 do segundo tempo), os meninos do Rio (até o Enzo vai), Marcel (ele viajando é fato raro) e o Luccas (amigo do Marcel). Alguém tem duvida de que essa viagem promete?
Saímos da agencia e fomos para a Robson St patinar, é patinar. Na verdade fomos tentar, porque só os superpatinadores cariocas é que deram show, o restante da galera sofreu muito, cada tombo (tenho que confessar que ate o Nicolas caiu), Renato se achando o melhor da pista, Jéssica caiu e depois resolver até dançar de patins, com tudo isso mais demos risadas do que patinamos. Nós pagamos 3 dólares para ficar uma hora na pista, nesse valor já está incluso o aluguel do patins, muito barato, com certeza vamos voltar lá mais vezes.
Voltei para a casa e tive mais uma surpresa agradável (hoje essa casa me proporcionou momentos ótimos, rs...) não tinha ninguém aqui, Faith e Stefani foram ao cinema. Preciso dizer que fiz a festa? Esquentei minha comida e vim para o meu quarto comer na frente do computador (quanto tempo eu não fazia isso), apesar da comida estar horrível; depois fiz uma panela de brigadeiro para mim (ganhando mais alguns kilos) e para terminar lavei minha roupa (hoje coloquei calça jeans, com roupa vermelha e roxa, pode acreditar não aconteceu nada, elas saíram inteiras).
Elas chegaram em casa por voltas das 10 e meia, eu já estava no meu quarto. Hoje me livre dos encantos da Faith.
Acho que amanha eu terei surpresa, pois tinha na geladeira um prato a mais com um nome de coreana (eu acho que era de coreana, rs...) depois fui olhar o quarto que era de Saouri e tinha um computador e algumas outras coisas, acho que terei uma nova companheira, mas essa duvida eu tiro amanha!!!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Quadragésimo quinto dia - 17 de janeiro – Segunda feira

Recomeçar, assim como toda segunda feira. Mais uma semana, eu não sei se fico feliz ou se choro, o tempo está passando muito rápido, eu não quero ir embora!!! Hoje o dia foi marcado por descobertas, coisas boas, mas eu não estava muito bem hoje não, precisava de colo, carinho, precisava de alguém para me ouvir, de alguém que me entendesse.
Acordei um com dia bonitinho, digo bonitinho porque não estava chovendo e a temperatura estava muito agradável (12 graus), mas não tinha sol. Meu dia ficou ainda melhor quando eu fui tomar café e não tinha nada para eu comer, que alivio, dei de graças a deus que eu não iria precisar comer nessa casa, acabei tomando café na rua com o  Marcel.
Hoje foi dia de recomeço na escola, nova sala, nova professora e novos amigos. Minha sala mudou de andar, mas eu estou muito bem de vizinhos, não tenho o que falar, rs... quanto a sala, tem apenas um casal de coreanos que eu não conhecia; ele é mais velho do que o restante da classe, é fazendeiro na Coréia, ela é novinha, estuda ainda, vai ficar pouco tempo aqui, eles repetiram o nível 2. o restante da classe é de pessoas que já estudavam comigo no nível 1: Nathália, as duas coreanas, Luciana (brasileira), e uma das árabes (a outra não passou de nível). Já a professora.... quero a professora da semana passada de volta!!! Essa semana tenho duas professoras, não sei explicar o porque, ninguém tem duas professoras, só a minha sala. A primeira se chama Cathy, fala muito rápido, ela é inglesa, não dá para entender quase nada o que ela fala, fica todo mundo com aquela cara de ponto de interrogação; a segunda professora é novinha, conhece um monte de país, inclusive o Brasil, ela passou o ultimo carnaval na Bahia (eu moro no Brasil e nunca fui, rs...) ela se chama Heather, a aula dela é mais legal, passou rapidinho, nem deu para sentir o peso da aula, hoje nos falamos sobre instrumento musical e ouvimos musica; mas mesmo assim, ela é estranha, não sei explicar, ela não me fez nada, mas no final da aula a opinião geral das pessoas era que a professora do ultimo mês era bem melhor, mas a semana só está começando, vamos ver o que vai acontecer, mesmo porque amanha posso ter novos amigos de classe, terça feira é dia de aluno novo.
Hoje almocei cachorro quente, primeiro porque eu não estava com fome, então comi somente para não sentir fome depois e segundo porque tenho que economizar essa semana (se a minha mãe ler isso ela vai me matar, eu economizando com comida, rs...) no final de semana devo viajar, então preciso guardar uma grana. Estamos a procura de uma agencia para irmos para Whistler, esse é o lugar que todo mundo ama, porque a montanha é linda, além de que tem a melhor balada da região (gostei disso, rs...), procuramos alguns preços em algumas agencias e amanha vamos resolver.
Seguimos então para o melhor shopping de todos: Metrotown. Eu precisava comprar leite condensava para fazer brigadeiro, Tayane a procura de roupa (fez boas compras), Renato foi só para passear, Marcel fez algumas encomendas, mas não tinha dinheiro para pagar, rs... e Gabriela queria um celular; no final fizemos um bom passeio com muita risada ( se não tiver palhaçada não é a minha turma).
Voltei para casa a tempo de jantar, mas me atrasei 10 minutos, então pensei: Hoje vou ter que ouvir de novo! Mas vocês acreditam que não?! Faith estava me esperando, ela não disse nada, pelo contrario, foi bem legal, acho que estava na minha cara que eu não estava muito legal hoje. A comida estava ótima, teve massa (macarrão) e uma salada com uma carne fria. Foi a melhor comida dessa casa até hoje!!! Era algo com gosto brasileiro, tudo bem que não era a comida da minha avó, mas deu para comer muito bem, o problema é que eu procuro cabelo em tudo o que eu vou comer e fico de olho na água que vou beber para ver se não tem nada, enfim não me sinto segura aqui em relação à comida e isso é péssimo, porque tenho um bom tempo pela frente ainda! Ela até me ofereceu sobremesa, era uma torta de chocolate muito boa, eu até tinha tido hoje para a Tayane que estava com vontade de comer um bolo, uma torta, algo assim, mas nunca poderia esperar que ela fosse me oferecer sobremesa, mesmo porque ela esconde tudo nessa casa.
Hoje foi o dia em que eu mais conversei com ela, na verdade acho que eu nunca havia dado oportunidade para que isso acontecesse. No inicio eu tinha vergonha e depois foram acontecendo todas aquelas coisas, então fui me afastando. A conversa de aconteceu porque precisava conversar, eu já havia conversado um pouco com a Nathália na escola, mas não fiquei satisfeita, então tive que falar tudo para a Faith, rs... estou preocupada com o meu inglês, eu não acho que mudou muita coisa nesse tempo que eu estou aqui, tenho vergonha de falar inglês perto dos brasileiros; eu estou aproveitando muito a minha viagem, tanto é que não quero mais ir embora, sinto que tenho muita coisa para viver aqui ainda, eu estou muito feliz, estou conhecendo pessoas que estão sendo maravilhosas comigo, que gostam de mim, que me tratam muito bem, ao contrario do que acontece muitas vezes no Brasil, mas não consigo realizar o meu objetivo da viagem: Falar Inglês!! Hoje realmente não estou nada bem, mas não quero voltar para a casa, rs... sou estranha? Kkk
Depois do meu desabafo vim para o meu quarto e comecei a escrever no blog, mas então me peguei viajando olhando fixo na Tv (enfrente a minha cama tem um tv e um radio), levantei e fui mexer na bichinha, eu nunca coloquei a mão nela nesse tempo que estou aqui (mamãe me ensinou a não mexer nas cosias dos outros, rs...) vocês acreditam que ela funciona? Não só ela como o radio também! Pegam super bem, a tv tem canal pago, tem um canal só de esporte (estou vendo futebol agora), tem um que passa até ídolos. Eu tinha tv no meu quarto esse tempo todo e não sabia, eeeee pombalaiser, rs.....
Mas o melhor ainda estava por vir, estou eu aqui escrevendo no blog, texto quase pronto, eis que paro de escrever para conversar com a Gabriela (conhecemos ela na sexta feira, ela saiu com a gente), estávamos falando sobre os nossos planos para amanha, e para o final de semana, eis que eu descubro que ela era a menina que iria vir morar aqui em casa, a brasileira que eu não deixei vir, vocês se lembram? Pois é, é ela! O pior é que ela me disse que me odiava por isso, rs... eu já imagina isso, neh!! Conversamos bastante, ela me contou a versão dela sobre a historia e eu me expliquei, espero ter adiantado alguma coisa, rs... eu procurei ela na escola, mas nunca encontrei, e ela me disse que me procurou também e nunca me achou, olha só como Vancouver é pequeno, ela estava ao meu lado o tempo todo e eu nem percebi.
Para fechar a noite, fiquei pensando o que está acontecendo que todo mundo resolveu me falar o que sente a meu respeito, resolveram se explicar sobre problemas passados, não sei se a distancia está ajudando, mas só sei que tem muita gente querendo me deixar louca, e olha que vocês vão conseguir!!!


domingo, 16 de janeiro de 2011

Quadragésimo quarto dia - 16 de janeiro – Domingo

Domingo com cara de Brasil, que saudade!!! Todo mundo que me pergunta do que eu mais sinto falta, ganha a mesma resposta: a comida e o futebol. Acordei e já fui procurar um site para ver a rodada do campeonato paulista (Renato me ajudou, muito obrigada), que saudade eu estava de ver um jogo. Não acredito que os estudais começaram, como é bom abrir os sites esportivos e ter noticia de verdade para ler. Como é bom assistir aos melhores momentos de um jogo, ver gol, será que alguém me entende ou eu sou realmente estranha?
Hoje eu assisti ao jogo do São Paulo, mesmo de longe a torcida deu certo, meu time começou bem, vamos ver se vai continuar assim até o fim. Já minha torcida contra não deu certo, o Americana ganhou do Bragantino, confesso a vocês que na hora que o jogo começou me deu aperto grande no coração, passou um filme na minha cabeça, ainda mais que essa semana vi uma foto do ninho da garça (no orkut do Regis) revivi toda aquela agonia da saída de novo. Poxa, estava com saudade de escrever sobre futebol, rs....
Depois do jogo, foi hora de matar outra saudade: a comida. Aqui existe um restaurante de comida brasileira. Quando saí do Brasil, o Diogo me disse que não era para eu ir ao restaurante porque a comida era ruim. Cheguei aqui e falei isso para todo mundo, mas eu quebrei a cara, o lugar é ótimo.
Nós estávamos com tanta vontade de comer a nossa comida, que resolvemos nos arriscar e ir ao tal restaurante. Faith me disse que o lugar não era muito bom, porque tinha muita carne no espeto (churrasco), mas como essa mulher não é muito normal, fui para conferir com o meu próprio estomago.
O lugar se chama “Samba” (não poderia ter outro nome), ele fica no numero 1122, rua Alberni, Vancouver B.C.V6E 1A5. É bem perto da escola e eu não sabia. O restaurante não é muito barato, ele funciona como rodízio, você paga um valor e come a vontade, dia de semana é mais barato. Minha conta ficou em 24 dólares, eu comi e bebi um suco, mas posso dizer que comi muito bem. Se você comparar o preço da comida de hoje com a comida dos outros dias até que é barato, porque nesse restaurante nós comemos comida mesmo, tinha arroz, feijoada, farofa, salada (beterraba, alface, tomate, vinagrete), maionese, soja, tinha peixe, frango e churrasco (picanha, lingüiça, porco, frango, carneiro...) a comida é ótima, não tinha nada de ruim, eu não sei se a vontade comer comida brasileira era tão grande que eu achei tudo ótimo, mas a galera não me deixa mentir, todo mundo comeu muito bem, todo mundo saiu satisfeito; eu então sai até passando mal de tanto que eu comi (ganhei mais alguns kilos). O melhor de tudo é que a musica que toca no restaurante é brasileira, e na Tv passa futebol.
Tínhamos combinado que depois do almoço iríamos patinar, mas ninguém conseguia, rs... todo mundo estava morto, então resolvemos dar um passeio, caminhar, assim nossa consciência não ficaria tão pesada.
Resolvemos ir para o Canadá Place (meu lugar preferido), passamos o resto da tarde lá, tiramos muitas fotos e demos muita risada, eu não sei o que tinha na picanha, porque todo mundo estava numa bobeira só, um tropeçava todo mundo dava risada; o outro cantava todo mundo ria; a outra dançava (eu) todo mundo dava gargalhada. Isso só pode ser o cumulo da felicidade, porque até para tirar foto saía cada palhaçada.
Depois da crise de bobeira voltei para a casa. Chegando aqui tinha comida para eu jantar, que tristeza, depois de comer uma bela picanha no almoço, eu tive que jantar a carne do dia do aniversario da amiga da Faith, detalhe, essa carne estava em um prato que era para eu almoçar, mas como eu fui no Samba, a comida ficou na geladeira para eu jantar. Não sei se alguém me entende, mas não suporto mais comer aqui, comida requentada todos os dias, é apenas nessas horas que eu sinto vontade de voltar para a minha casa, minha mãe faz comida nova todo dia (quero minha mãe).
Passei o resto da noite aqui no meu quarto, daí bateu uma tristeza, voltou aquele sentimento de estar jogando dinheiro fora, aquela sensação de não estar aprendendo nada de inglês, de estar aqui a passeio, de férias... minha cabeça deu um nó, acho melhor eu ir dormir.




Quadragésimo terceiro dia - 15 de janeiro – Sábado

Sábado com cara de domingo. Acordei uma hora da tarde, tava um dia horrível, chuvoso, dia de ficar em baixo do cobertor e ver um filme, mas como essa possibilidade aqui não existe, o jeito foi mandar a preguiça para o lado encarar a chuva.
Eu, Tayane e Jéssica fomos almoçar juntas, na verdade comemos Subway. O assunto do nosso almoço não poderia ser outro: Moara. Tentávamos imaginar como ela estava e comentávamos sobre a falta que ela já estava fazendo, foi aí que bateu a tristeza. Mulher triste, qual a solução? Shopping. E foi isso o que fizemos, fomos para o shopping comprar. Tayane bem que tentou, mas não achou o que ela queria; Jéssica foi econômica comprou apenas uma blusa, eu também fiz uma boa compra, paguei 30 dólares em duas blusas para sair a noite, a final minhas roupas de balada ficaram todas no Brasil e as que eu trouxe não servem mais, a pessoa aqui engordou (também come chocolate todo dia).
Como nosso humor havia melhorado, resolvemos que iríamos sair a noite, voltamos para a casa para nos arrumar e combinar onde iríamos, mas como somos enroladas decidimos nos encontrar e então ver o que iríamos fazer. Quando eu estava saindo de casa, na verdade já estava na esquina, ouvi alguém me chamando, era Faith, ela ficou me gritando até que eu voltasse para a varanda da casa; ela me perguntou onde eu estava indo, eu contei, então ela me disse que eu cheguei em casa, comi, tomei banho e estava saindo de novamente sem falar com ela. O que fiz? Pedi desculpa e dei tchau, já estava na hora do meu ônibus e eu não iria me atrasar por causa dela.
Já na Robson andamos a rua toda, mas tudo estava lotado, então resolvemos entrar no Pub de sempre, Céilis, pois a fila não estava tão grande assim. O problema é que ficamos meia hora em pé na fila e nada dela nadar, o lugar já estava lotado e aqui não é como no Brasil, eles respeitam a capacidade de publico do local, então tínhamos que esperar alguém sair para a gente poder entrar. Além disso, existia uma fila que seria dos vips, você pagava 20 dólares e tinha preferência para entrar, a fila em que estávamos cobrava 12. Pensamos em mudar de fila, pois a hora estava passando e nada da gente conseguir entrar, além disso, começou a chover muito forte e agente na chuva, mas percebemos que a fila dos vips também não andava, então se fosse para pagar 20 dólares e ficar na fila, nós pagaríamos 12 e ficaríamos onde estávamos.
Eis que demos alguns passos, mas não foi a fila que andou, não. Tinha cinco garotos na nossa frente (desculpa gente, mas eu tenho que contar isso), eles estavam bebendo vodka e whisky, mas a mistura não fez bem para um dos garotos e ele vomitou, que cheiro horrível! Então veio o segurança e tirou o rapaz da fila, os amigos em solidariedade saíram também, então surgiu a possibilidade da gente dar alguns passos, mas como? Se o vomito do garoto estava bem no caminho. Apareceu então um segurança com um balde de água para limpar a calçada. Vocês sabem o que aconteceu, certo? Na hora que ele jogou a água subiu aquele cheiro que ninguém mais agüentou respirar; ao invés de limpar a calçada, a sujeira se espalhou ainda mais complicando a nossa permanência no local. Passou um tempo e lá veio o segurança de novo com um balde de água, aí não teve jeito, juntou o cheiro horrível, com a chuva, e com a demora, resolvemos ir para outro lugar. Mas para onde?
Estava tudo lotado, já estava um pouco tarde, a cada minuto ficava mais difícil de encontrar um lugar para entrar, então fomos andando na Robson para tentar achar um Pub, e encontramos. O lugar se chama “Deuce Bungalow” é bem pequenino, mas muito confortável. Ele fica quase enfrente a Caprice. Parece mais com um restaurante, mas tem DJ tocando, a musica é bem legal. Eu gastei 20 dólares, pois o valor que temos que pagar pelo DJ é um pouco caro, mas no final valeu a pena. A galera estava um pouco desanimada, tinha um clima no ar, parecia que a gente não estava à vontade para conversar, estava todo mundo para baixo, mesmo assim conseguimos nos divertir.

Carta a uma amiga

Toda separação é difícil, seja ela de marido e mulher, namorados... mas se separar de um amigo talvez seja a separação mais doida, porque o amigo é aquele que te aceita como você é; é aquele que te entende quando você está triste; é aquele que diz para você: eu acho que não vai dar certo, mas se você quer fazer, faça, eu estarei aqui sempre. Uma amizade ultrapassa as barreiras sociais, a dificuldade na comunicação. Uma amizade verdadeira consegue vencer a inveja e a distancia.
Ser amiga é segurar a mão da outra nos momentos difíceis, é sorrir simplesmente para retribuir um “bom dia”; ser amiga é ir fazer compras sem poder comprar nada, ir apenas para fazer companhia; ser amiga é fazer compras juntas e depois dizer “fizemos boas compras”; ser amiga é conseguir tirar 100 fotos juntas em um único dia; ser amiga é dividir o lanche, é dividir a bebida na balada; ser amiga é você olhar para a outra e entender o que ela está querendo te dizer; ser amiga é dar um abraço sem esperar nada em troca; ser amiga é perdoar, é reconhecer o erro, é muitas vezes fingir que nada aconteceu.
Mas existe um tempo para saber se alguém é realmente seu amigo? Sempre achei que sim, mas agora tenho a certeza que não! Vancouver está me mostrando muitas coisas que não sabia sobre mim mesma; está trazendo e levando pessoas que jamais vou esquecer, e como nada é por acaso.... tive que sair do Brasil para conhecer você.
No inicio confesso que não fui muito com o seu jeito não, pensei varias vezes em me afastar, comentei isso com varias pessoas, seu gênio não é muito fácil (assim como o meu), suas respostas muitas vezes atravessadas me machucavam; esse seu jeito de ficar brava com tudo, seja com uma brincadeira ou por não te acompanhar em algo que quer fazer.
Pois bem, depois fui descobrindo que você tinha os mesmos gostos que minha mãe; que adorava tirar fotos como eu; descobri que seu gênio é muito parecido com o de uma amiga do Brasil (Gabi); que você tem historias parecidas com a da Camila (uma amiga do Brasil); que você sonha assim como minha alma gêmea (Anne); que você topa tudo quando o assunto é festa (assim como o Mateus); que você se preocupa muito com o que as pessoas vão pensar a seu respeito (igual a Patrícia); descobri que não gostar de alguém, não é motivo para não tratar mal (assim como a Érica); descobri que quando conversava com você os meus dias ficavam bem melhores (assim como é o Rafael na minha vida); para você as pessoas que ama está em primeiro lugar (você e o Thiago se parecem muito).
Com tantas características parecidas com a das pessoas que amo, como poderia não gostar de você? Como poderia não estar ao seu lado nos três meses mais importantes da minha vida? Seria eu ingrata a ponto de não retribuir a atenção que ganhei desde o primeiro minuto que te conheci na escada da escola? O que seria de mim se fosse embora se aprender o “égua” ou o “selado” ?
Encontrei em você em pouquinho de tudo o que deixei no Brasil, encontrei em você as características das pessoas que são muito importantes para mim, que são a base do que sou a cada dia. Encontrei em você companheirismo, carinho, alegria. Encontrei em você a força que precisava para dar meus primeiros passos em Vancouver.
Hoje você está presente nas minhas orações, e quando rezo por você, peço a Deus que tudo o que você me proporcionou aqui você possa ter em dobro em toda a sua vida, afinal você não é uma pessoa qualquer, Deus olhou para você, apontou e disse: Essa menina merece ir para o Canadá!  Se sinta vencedora por isso. Vou te encontrar no Brasil e vamos fazer um novo balanço do que foi estar em Vancouver. Me espera, que em breve a gente se encontra!
Obrigada por tudo, Moara!!!!



Quadragésimo segundo dia – 14 de janeiro – Sexta feira

Sexta feira com clima de despedida, sexta feira é o dia que decidi se terei um bom final de semana, que responsabilidade tem essa tal sexta feira.
As surpresas já começaram logo de manha, cheguei na cozinha para tomar meu café da manha e lá estava um pote com minha salada de fruta e um prato com uma omelete que Faith fez para o meu café da manha ontem a noite (cruel comer ovo requentado), junto tinha um bilhete dela me desejando boa sorte na prova na hoje, quando a esmola é de mais o santo desconfia, certo? Pois é, comi a salada de fruta toda feliz, estava ótima, adoro fruta; mas na hora que eu parti a omelete para colocar no pão, eu encontro dois cabelos gigantescos na comida. Que nojo, só de contar isso aqui meu estomago revira. O problema é não era um simples cabelo, era um cabelo maior que o meu, é impossível ter caído no ovo e ela não ter visto, posso ser muito maldosa, mas acho que foi de propósito, é impossível dois dias seguidos eu encontrar cabelo na comida, e hoje eram 2! Peguei o ovo e joguei no lixo, se eu já não estava conseguindo comer aqui em casa, imagina agora... fui para a escola com fome e revoltada.
O dia D! é assim que posso definir o data de hoje na escola. No primeiro período teve a famosa revisão, hora de tirar as duvidas para a prova. Já no segundo período, escolhemos fazer a prova logo que a professora entrou na sala, os próximos 15 minutos seriam de tortura e duvida de como seria minha vida no próximo mês em Vancouver.
Prova de gramática, não estava difícil, mas lembrar todos os verbos no passado foi complicado, não fui muito bem nessa prova. A segunda prova foi de escutar e responder algumas perguntas, é nisso que está a minha maior dificuldade, não fui muito bem. Desanimei assim que a prova acabou, eu me cobro muito e não iria aceitar ficar mais um mês no nível 1, com uma sala que não me acrescenta, mas se eu não conseguisse a media, esse seria o meu destino.
Enquanto a professora estava corrigindo as provas, começou a seção de fotos. Todo mundo queria tirar foto com todo mundo, a final quem passasse de nível iria estudar com uma outra turma. Tirei foto com as árabes, mas elas me pediram para não publicar a foto, porque elas não podem tirar foto, tiraram apenas porque eu insisti muito. Hoje foi o dia de dar tchau para a Samantha, ela já está voltando para o Brasil, fazer o que, a vida aqui é assim: um dia a gente ganha no outro a gente perde pessoas valiosas.
Finalmente a professora voltou para a sala. Eu tinha um sentimento de querer e não querer saber minha nota, incrível, eu fui a primeira pessoa a receber a prova. APROVADA! Não acredito, realmente não fui tão bem na prova, mas consegui a media e fui aprovada para o próximo nível. Adeus nível um que tanto me perseguiu até agora, adeus pessoas que não me acrescentam nada, meu final de semana seria ótimo, na próxima segunda feira nova sala, novos amigos, novo professor (eu adoro minha professora, ela é ótima), tudo novo de novo! Me despedi do pessoal da minha sala e fui me encontrar com a minha galera. O assunto não poderia ser outro: aprovados e não aprovados. Na verdade aqui o nível que a gente esta não muda muita coisa, o importante é aprender, mas a minha sala era de mais para mim.
Depois de todas essas emoções, acho que vem a que mais me marcou no dia todo: fomos para o ultimo almoço com a Moara, ela vai embora amanha. O pessoal almoçou em um restaurante japonês, eu e Marcel fomos comer no Mc Donald, mas todo mundo não se desgrudar da Moara.
Saímos do restaurante e cada um foi para a sua casa, a final à noite teríamos a festa de despedida da nossa mocinha preferida, mas eu e ela fomos a Dollarama, fazer umas compras, mesmo porque ela é a garota propaganda da loja, tinha que ir se despedir. Depois das compras sentamos na escadaria da loja para conversamos pela ultima vez em Vancouver, pedi para ela fazer um balanço de tudo o que ela viveu aqui, foi uma choradeira só, mas foi uma conversa que jamais vou esquecer, tiramos fotos e demos risada, ahh perdemos a hora também. Saímos da loja eram 5 horas, nos tínhamos 2 horas para irmos para a casa, nos arrumar e voltarmos para a festa. Entrei no ônibus chorando e ainda por cima não tinha lugar para sentar, eis que eu percebi que todo mundo estava olhando para mim, eu olhei para o lado de trás do ônibus e já não tinha quase mais ninguém, um monte de lugar para eu sentar e eu lá em pé chorando a mais ou menos uns 30 minutos.
Cheguei em casa e tive uma surpresa: festa de aniversario. O jantar que eu achei que fosse ser ontem, foi hoje, era aniversario de uma amiga da Faith, tinha até bolo para cantar parabéns. Me arrumei e subiu para jantar, eles me perguntaram porque eu não havia jantado com eles, minha cara foi no chão, expliquei que eu estava de saída, arrumei um prato pequeno e comi na cozinha, não consigo mais nem beber água nessa casa.
Já no caminho para a o apartamento dos meninos do Rio (a festa de despedida seria lá) vi um a mulher sendo assaltada, dois homens tentavam tirar a bolsa e ela grudava no casaco deles para não deixar que eles levassem. Fiquei muito assustada, nunca poderia imaginar que aqui, uma cidade que foi considerada uma das melhores do mundo para se viver, eu fosse ver uma cena dessa.
Finalmente cheguei no apartamento dos meninos, demos muita risada, tiramos muitas fotos, mas tudo em clima de despedida, depois da bagunça (os vizinhos devem amar esse cariocas, viu?! É festa todo dia, rs...) fomos para uma balada chamada Cinema, ela fica na Robson, assim como a maioria dos barzinhos. Essa balada fica na esquina no Pub que sempre vamos, o Céilis. Chegamos um pouco tarde, eu não fiquei muito tempo porque tinha que pegar o ônibus para voltar para a casa, mas o lugar é bem legal, não tem brasileiro, só tem canadense, o lugar é pequeno mas selecionado, eu paguei apenas três dólares para entrar, na verdade esse era o valor da chapelaria.
Que dia foi esse? É possível eu estar muito triste e muito feliz em um único dia?




Quadragésimo primeiro dia – 13 de janeiro – Quinta feira

Acordei destruída, mas estava feliz nem liguei para o sono, afinal três horas de sono é cruel, mas mesmo assim fui toda feliz para escola e acreditem não dormi na aula, estava bem mesmo tendo saindo ontem.
A aula hoje foi importante, aprendemos vários verbos, a única coisa ruim é que vou ter que decorar todos eles para a prova de manha.
Já no almoço fomos comer no shopping, na verdade isso já está virando rotina, porque como nosso grupo é grande e cada um gosta de comer uma coisa a solução é sempre o shopping.
Depois do almoço fomos para a Dollarama comprar chocolate, afinal 1 dólar é muito barato, por isso que eu não resisto, rs... em seguida vim para a casa, a final precisava dormir e estudar, amanha é o grande dia, tudo ou nada!
Chegando em casa, liguei o computador como sempre, mas quem disse que dormi? Claro que não, meus amigos estavam na Internet, que saudade de todos eles, então fiquei no MSN a tarde todo, estudar que é bom nada!!!
Hoje de manha quando sai para ir para a escola a mesa da sala de jantar estava toda arrumada, então achei que hoje fosse ter uns daqueles jantares chatos, apaguei a luz e fiquei quieta aqui no quarto quando deu 6 horas, não estava nem um pouco a fim de fazer sala para as visitas da Faith, mas acabei me dando mal. Não teve jantar hoje, eu subi para jantar eram umas 8 horas, não tinha ninguém em casa e ainda por cima tinha uma comida que eu tive que colocar no microondas, a comida era horrível, depois do cabelo de ontem não consigo mais comer, agora eu entendendo quando o Gabriel ficava reclamando da comida da casa dele, não consigo olhar para o prato.
Enfim, comi e depois voltei para o quarto com a desculpa de estudar, mas estava com muita preguiça, a Internet me envolve de uma certa forma, mas não teve jeito, estudei, estudei e estudei; agora estou aqui escrevendo para vocês e a Faith atrás da porta do meu quarto, deve estar tento escutar alguma coisa. As coisas aqui em casa estão cada vez mais frias, um dia é ela implicando com a roupa de cama (que por sinal nunca mais foi trocada), um dia é o cabelo na comida, um dia eu tenho que lavar o banheiro (não lavei, ela que está lavando) não consigo ter uma relação de família aqui, é cada vez mais difícil, procuro ficar menos tempo possível em casa e quando fico estou no meu quarto, o problema de vir para casa é que bate depressão, ficar sozinha aqui não é algo legal, sinto saudade dos amigos, da minha família, sinto saudade até de quem eu não deveria sentir, mas mesmo assim eu ainda digo que não quero voltar para o Brasil, nunca fui tão feliz na minha vida como estou sendo aqui, mesmo sabendo que tudo isso que estou vivendo em Vancouver é um mundo de faz de conta, é um sonho do qual terei que acordar, mas enquanto isso sigo sonhando, vivendo e sendo feliz!!!