sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sexagésimo primeiro dia – 2 de Fevereiro – Quarta feira

Quem diria, dois meses em Vancouver, o tempo voou, muitas coisas aconteceram. Me lembro quando resolvi viajar, Dudu (meu padrastinho)  me disse que minha viagem teria três partes: a primeira seria chorar todos os dias porque eu queria ir embora, a segunda parte eu iria curtir tudo, e a terceira eu iria chorar porque não queria voltar para a casa. É, acho que estou entrando no terceiro sintoma, na verdade é uma mistura de querer ir embora com uma vontade de ficar, vai batendo um medo, uma insegurança, é algo parecido com o que senti quando vim para cá, não sei o que me espera de volta no Brasil, não sei se vou encontrar as coisas como eu deixe, não sei se alguma coisa mudou, o novo me amedronta e foi com esse pensamento que acordei hoje. A vida é feita de escolhas, eu fiz a minha escolha vindo para Vancouver, abri mão de muitas coisas, mas hoje a única decisão que eu preciso tomar é: ir ou não a Caprice? Essa resposta eu encontrei logo que cheguei a escola, pois encontrei Jéssica e Gabi e lá veio a pergunta: Caprice hoje, neh? Claro, com certeza, Caprice sempre!!!!
Na escola nada de mais, as mesmas chatices de sempre, a professora mudando só os brasileiros de lugar, nada novo, nada que acrescente nesse texto, então vamos ao que interessa, certo?
Almocei e vim para a casa dormir, precisava dormir para agüentar sair a noite, mas confesso que mudei meus planos quando cheguei em casa, pois estava passando o jogo do Flamengo, estréia do Ronaldinho Gaúcho, eu não podia perder. Depois do jogo, aí sim eu dormir.
Hoje participaram do jantar apenas eu, Faith e a mãe japonês, pois ele estava dormindo. A mãe dele não fala muito bem inglês, mas Faith insistia em conversar com a mulher, elas prepararam o jantar juntas, mas minha anfitriã tinha que repetir varias vezes a mesma coisa para que ela entendesse o que deveria fazer. Comi e fui me encontrar com o pessoal.
Ao contrario de quarta feira passada não estava com expectativas, já havia esperado muita coisa e não havia dado certo, então foi apenas por ir, não tive problemas nem mesmo na hora de escolher minha roupa, rs... a festa de hoje seria diferente, pois seria a despedida do Marcel e a primeira balada de um amigo nosso.
Chegamos no horário de sempre a Caprice, 8 e 15, mas a fila estava muito grande, nunca tinha visto uma fila daquele tamanho, o pior é que as pessoas já estavam pegando o carimbo, mas tinha muita gente cortando fila, então não conseguíamos entrar nunca, além de que precisávamos entrar logo para pegar o carimbo e passar para o nosso novo amigo, ele tem 18 anos e aqui a maior idade é 19, então tínhamos que conseguir fazer com ele entrasse sem precisar mostrar o documento.
Como a fila não andava, Renato entrou na balada com uns amigos que estavam mais à frente, passou pelo segurança, pegou o carimbo e voltou para a fila para passar o carimbo para o novo mocinho da turma. Tudo certo, então era hora do nosso novo amigo tenta entrar. O segurança liberou a entrada numa boa, não tivemos problemas, como Renato já na balada, agora era só a gente esperar a nossa vez.
Depois de uma hora em pé no frio, as meninas conseguiram entrar, eu não consegui, pois bem na hora que eu iria apresentar meu documento, o segurança disse que a partir daquele momento ele queria dois documentos e não apenas um. Eu só levo o RG quando eu saio, nunca pediram dois documentos para mim, mas dessa vez.... saí da fila com vontade de chorar, eu não acreditava no que estava acontecendo, todo mundo entrando na balada e eu olhando. Me lembrei da Nathalia, pois ela passava muita dificuldade para conseguir entrar nas festas antes fazer aniversario, é uma sensação horrível, você ver todo mundo entrando, fazendo planos para a noite e você do lado de fora.
Jéssica, minha princesa, teve uma ótima ideia, se Renato conseguiu passar o carimbo para nosso novo amigo, porque ela não iria conseguir passar para mim? Foi o que as meninas fizeram. Gabi pegou o carimbo e voltou para a fila, então escondido, colou o pulso dela no meu e pronto, eu tinha o carimbo para entrar, que alivio!!!!!
Quando consegui entrar, a balada já estava cheia, mas estava muito boa, apesar das musicas serem as mesmas (de acordo com o Marcel até a seqüência é igual), além disso tinha muita gente conhecida (adoro isso).
Voltei antes do horário que eu sempre volto, Marcel estava a fim de vir embora então resolvi fazer companhia para ele. Acho que as coisas estão voltando ao normal!!!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sexagésimo dia – 1 de Fevereiro – Terça feira

A vida segue. É isso que temos que pensar aqui a cada despedida, como é difícil saber que as pessoas estão indo e eu estou ficando, agora está começando a bater uma vontade de ir embora, as coisas não são mais como eram antes. Como pode, em um mês tanta coisa acontecer, sendo assim tenho que pensar que tenho mais um mês para que as coisas também aconteçam.
O dia amanheceu ensolarado, estava lindo apesar do frio. Fiquei até animada para ir para a escola, tomei meu café e quando estava saindo da cozinha, deu de cara com um japonês com um pijama de bolinha (quase a visão do inferno). Ele perguntou qual era o meu nome e me disse que Faith já havia falado de mim, então dei bom dia para e ele e fui para a escola. Os dois quartos que estavam vagos aqui em casa estavam com a porta fechada, então imaginei que além do japinha, existiam outras pessoas também.
Peguei o mesmo ônibus de todos os dias, mas ele estava vazio, na verdade a cidade já está ficando vazia, não tem mais tanto estudante na cidade, antes dentro do ônibus só ouvia português, agora nosso idioma não é mais prioridade, os coreanos e japoneses estão em maior numero.
Chegando na escola descobri que existia um aluno novo, ele é brasileiro e se chama Ismael, é da mesma cidade que a Gabi (Tubarão). Ele teve uma boa impressão sobre a aula do segundo período, pois minha querida professora deu uma ótima aula hoje, foi a primeira vez que aproveitei algo que ela falou nessas ultimas semanas, mas como nem tudo é perfeito, ela implicou de novo com os lugares que estávamos sentados, e coincidência ou não, ela mudou apenas os brasileiros de lugar. Na hora do intervalo, Luciana veio me falar que nossa amada professora entende português, então está explicado o porque ela não gosta dos brasileiros da minha sala, nós falamos mal dela todas as aulas, rs...
Finalmente chegou a hora de almoçar e foi muito estranho, pois estávamos acostumados a sentar em uma mesa enorme para que todo mundo comesse junto, agora não é mais preciso, uma única mesa acabe todo o nosso grupo, pior do que isso é saber que em breve ele vai diminuir ainda mais. Depois do almoço resolvemos fazer um passeio com o Marcel, a final é a ultima semana dele aqui, mas apenas eu, Gabi, Nathalia e Jéssica estávamos animadas, Renato e Lucca queriam ir a aula C (essa aula C só atrapalha), mas o poder de persuasão feminino falou mais alto e nós convencemos os meninos a irem também.
Enquanto esperávamos o ônibus, eu ataquei de detetive e posso dizer, quando voltar para ao Brasil vou trabalhar nessa área, eu consigo seguir as pessoas na rua sem que elas percebam, portanto cuidado comigo, rs... Nosso destino foi Stanley Park, mesmo porque o dia estava lindo.
Escolhemos ir para um lado do park que nunca havíamos ido antes, era novidade para todo mundo. Tiramos varias fotos do por sol refletindo no mar (só quem já viu essa cena aqui sabe a beleza que é), mas o espetáculo do dia foi Renato correndo na praia sem camisa, pois é sem camisa, ele queria fazer um vídeo para mostrar que mesmo no inverno ele aproveitou a praia em Vancouver, então tirou o tênis, a camisa e começou a correr na praia. Marcel foi correndo atrás com a câmera para registrar o momento. Eu não sei o que foi pior: Renato sem camisa no maior frio e todo mundo olhando, ou Marcel com uma bota de usar na neve correndo na areia todo cheio de blusa, rs....
Depois da palhaçada resolvemos voltar para o inicio do park para pegarmos o ônibus de volta para Downtown, mesmo porque já eram 5 horas (está anoitecendo mais tarde agora) e o sol já estava sumindo, o problema é que não sabíamos como voltar, pois havíamos andado quase duas horas e não chegamos em lugar algum, não podíamos voltar pelo mesmo caminho, pois já estava escurecendo e o park não tem iluminação. Resolvemos pedir informação para varias pessoas de como fazíamos para chegar ao ponto de ônibus, todas elas indicaram a mesma direção, mas o problema é que esse caminho era por dentro do park e não tinha luz alguma. Eu sugeri que nós continuássemos a caminhar, pois já estávamos perto de alguns prédios, então com certeza iríamos encontrar um ônibus, mas meus colegas não gostaram da minha ideia então fomos pelo caminho que nos indicaram.
Andamos muito, a noite já estava chegando, o local ficando escuro e nada de acharmos um ponto de ônibus, foi quando vimos a famosa ponte que dá acesso a Norte Vancouver, então passamos por uma trilha e finalmente chegamos a rua. Não havia ponto de ônibus nesse local, só carros passavam, não tinha uma viva alma na rua, essa que nem calçada tinha. Estávamos muito longe da civilização. Além disso estava muito frio, eu estava morrendo de fome, sorte que o Marcel tinha um quite sobrevivência e salvou o meu estomago (batata de lata).
Caminhamos por mais meia hora até encontrar o ponto de ônibus, nesse momento Renato até ajoelhou e agradeceu, nós sabíamos que uma hora iríamos chegar em algum lugar, mas o problema é que caminhamos durante três horas, com frio e fome até acharmos esse ponto de ônibus. Lucca foi para a casa, Gabi já estava praticamente na porta de casa, Renato e Jéssica também foram para suas respectivas casas, já eu e Marcel estávamos ferrados, pois não aparecemos para o jantar. Já estava imaginado eu abrindo a porta aqui de casa e vendo a cara linda da Faith olhando para mim, eu tentei avisar que iria me atrasar, mas ninguém atendeu o telefone.
Abri a porta e dei de cara com um relógio, eram 7 horas da noite, eu só estava atrasada em uma hora. Ouvi muitas vozes, então percebi que minha situação era pior do que eu imaginava, mas não tinha como, eu tinha que dar alguma satisfação. Entrei na cozinha com uma cara de cachorro sem dono e encontrei Faith arrumando os pratos, o jantar iria começar em 5 minutos. Fiquei muito aliviada, hoje era meu dia de sorte, rs...
A casa estava cheia com um casal de amigos da Faith que sempre estão aqui, mas eu não sei o nome deles, rs, além de Stefani, o menino japonês do pijama de bolinha a mãe dele e um outro casal. Esse garoto já morou aqui em casa, ele estudou inglês durante 6 meses e agora veio fazer uma visita e trouxe a mãe junto. O outro casal também é do Japão, ele também morou aqui há alguns anos atrás. Ao contrario dos outros jantares dessa vez foi bem legal, conversei com todos eles, acho que foi o jantar que eu mais falei, eles tiveram muita paciência comigo, perguntaram varias coisas sobre o Brasil. No final do jantar ganhei até um elogio, Faith e Stefani falaram que meu inglês já melhorou muito, não sei de onde elas tiraram isso.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Qüinquagésimo nono dia – 31 de janeiro – Segunda feira

Acordar hoje não foi difícil, o difícil mesmo foi levantar da cama, meu corpo todo doía, eu não conseguia me mexer, minha perna e meu bumbum estavam doendo muito e estavam roxos dos tombos que eu tomei, pensei varias vezes em não ir para aula, mas o lado razão do meu cérebro falou mais alto, então resolvi fazer minhas atividades diárias normalmente. O difícil foi olhar para a minha calça preferida e ver que ela estava rasgada, sei que vou ter que jogar no lixo, mas não consigo, coitadinha, ela veio para Vancouver achando que iria fazer um mega passeio e não vai mais voltar para o Brasil, não sei se sinto mais dó dela que vai ficar por aqui ou de mim que fiquei sem minha calça preferida.
O dia estava estranho, mas também era de mais querer dois dias seguidos de sol em Vancouver, ou será que tudo isso era porque os meninos estão indo embora? (eles vão se sentir mais ainda tendo um texto inteiro falando deles)
Já na escola muita gramática, a hora não passava, eu tinha vontade de arrastar o ponteiro do relógio para ele andar mais rápido. Hoje a professora mudou todo mundo de lugar, como era na primeira serie do ensino fundamental, sabe? Intercalou um aluno de cada país, segundo ela era para separar os coreanos, porque eles são em grande numero na sala, mas sabemos que não é isso, na verdade a professora chata da aula B, com certeza reclamou que nós estávamos falando muito durante a aula e que ela tinha que ficar pedindo para a gente falar em inglês todos os dias, mas tudo bem, se não podemos falar, escrevemos, rs....
Finalmente chegou na hora do almoço, esse foi o almoço mais esperado desse ultimo um mês. Saímos da escola e fomos (Eu, Lucca, Marcel, Renato, Gabi e Jéssica) almoçar pela ultima vez com os meninos do Rio. Eles escolheram comer no Earls Restaurante (almoçamos nesse restaurante em Whistler), mesmo porque é em baixo do apartamento deles, a preguiça no ultimo dia falou mais alto. Pedimos a mesma comida que comemos em Whistler (massa), mas não estava como a de lá, estava boa, mas a de Whistler... tudo de Whistler é melhor, rs..... ficamos um bom tempo conversando e claro relembrando tudo o que vivemos juntos.
Lembro-me até hoje do dia que conheci esses garotos, nós fomos a Chinatown e o Renato convidou eles para irem com a gente, eles estavam com vergonha ainda, não brincavam muito, ficaram a maior parte do passei falando no nextel (habito que durou até o final da viagem), eu querendo tirar foto de tudo e eles nem aí, confesso que achei eles bem estranho, tentava achar um motivo pelo qual o Renato havia chamado eles para andar com a gente, três moleques do Rio, marrentos, mas como eles não ligaram muito para a gente durante o passeio, achei que eles não fossem levar a amizade adiante, mas eu estava engana. No dia seguinte, fomos almoçar e eles também foram, depois a noite fomos para a balada e eles lá novamente, foi aí que eles me conquistaram. São marrentos, fazem umas brincadeiras que eu adoro (ficar chutando o outro na rua e a brincadeira de tapa no saco), falam muito feio (rs), cada gíria que não entendo nada, são muito bagunceiros e o melhor, o maior defeito deles é não saber o defeito (André então... rs) mas não adianta, eu não largo mais esses meninos.
Três amigos, mas três personalidades diferentes. Enzo chegou todo quieto, não falava com ninguém, sempre almoçava sozinha, brincávamos que ele não tinha coração, pois dificilmente dava espaço para brincadeiras, nunca queria sair nas fotos, até que o menino mudou e mudou muito, foi conhecer a Caprice e morder a maça (como diz Renato) que virou outra pessoa. Nicolas só conhecendo para saber, é o mais cabeça de todos, às vezes tem seu momento tapa no saco, rs... mas é o mais centrado, procura resolver as coisas conversando, ama uma night (aprendiiii), gosta de brincar com os outros e valoriza uma boa amizade. André, esse é só tamanho, foi com quem eu mais me identifiquei, falava o que tinha para falar, chorava quando sentia vontade, era muito carente (coitada de quem namorar esse garoto, rs), sempre chamava a gente para sair, animava todo mundo, era o gogoboy de Vancouver, bem que ele tentou mas não conseguiu me ensinar a dançar, rs...
Chegou a hora da despedia. Achei que eu fosse chorar muito, pois toda vez que eu pensava em me despedir deles já dava uma dor no coração, mas despedida é algo que já está virando rotina nessa minha vida, então fiquei triste sim, mas não chorei (milagre). Foi difícil sair do restaurante e caminhar pelas ruas e eles não estarem juntos, não tinha ninguém para cantar, não tinha brincadeira de chutar o outro, não tinha o “Porra”. Talvez o momento mais difícil do dia, foi revelar para O Enzo o segredo do Vitor do Grêmio, não queria, a final ele se decepcionou comigo, mas não podia mais carregar isso comigo. Enzo você me perdoa? A partir de agora os meninos do Rio são apenas lembranças!!
Saímos do restaurante e fomos para Gastown. Já falei desse lugar aqui, é onde fica o relógio a vapor. As ruas são lindas, parece com as ruas de antigamente. Nesse local ficam as lojas que vendem lembranças da cidade, existem varias lojas, com vários preços e varias coisas que vai desde de roupa até miniatura de esculturas famosas. Quem quer levar recordação de Vancouver é um ótimo lugar para se visitar e foi por isso que fomos em Gastown, Marcel foi fazer suas ultimas compras, ele vai embora na sexta feira. Eu aproveitei e comprei uma bandeira do Canadá para meus amigos assinarem (vai ficar faltando muita gente que já foi embora).
Voltei para casa logo depois das compras, quando cheguei aqui Faith estava de saída. Ela me disse que estava indo ao aeroporto e que eu teria que jantar sozinha, então dei de graças a deus, porque ontem a comida estava horrível joguei até no lixo, passei três dias comendo a mesma coisa, não há estomago que agüente isso. Ela não me disse quem ela iria encontrar no aeroporto, só sei que quando ela chegou tinha voz de homem, eu preferi não sair do quarto, vou deixar para descobrir quem são essas pessoas amanha.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Qüinquagésimo oitavo dia – 30 de janeiro – Domingo

Acordei com o sol entrando na minha janela, às 10 horas da manha. O dia estava perfeito, parecia aqueles dias de verão do Brasil que a gente acorda e pensa: Vou para a praia com certeza. Foi um dos dias mais bonitos que vi aqui, não tinha uma nuvem no céu, o sol estava até esquentando. Mesmo com o dia perfeito, a preguiça de sair da cama estava grande, eis que meu MSN grita (eu durmo com o computador ligado) era o André me chamando para ir para Grouse Mountain fazer snow, dessa vez não tive como recusar. O dia estava lindo, Enzo ficou dizendo o tempo todo que estava uma neve ótima para eu aprender, além de que eu tinha um professor particular, o André se comprometeu a me ensinar. Dessa vez eu não tinha como escapar.
Me encontrei com o André, Diogo e Enzo (Nicolas me abandonou) em downtown e fomos para a montanha. No caminho os meninos falaram muito na minha cabeça, queriam me ensinar como se faz snow dentro do seabus (nos encontramos com a Jéssica), queriam saber qual o meu pé que me dava mais apoio, enfim me encheram de informação, mas eu não consegui guardar nada.
Chegamos em Grouse Mountain e tivemos que pagar 49 dólares para subir na montanha, depois fomos alugar nossas coisas para fazer snow, o equipamento ficou em 61 dólares. Eu precisava de uma calça impermeável, pois só tenho a blusa, eles alugam a roupa também, mas como a montanha estava muito cheia, não tinha mais roupa para alugar, então a solução era fazer de calça jeans mesmo.
Peguei minhas coisas e fui toda feliz para a pista de iniciante, os meninos falaram tanto que era fácil que eu acreditei. Diogo e Enzo me abandonaram e foram para a pista mais difícil, mas André e Jéssica ficaram comigo. Fiquei com dó do André, ele foi muito legal, tentava me explicar varias vezes o que eu tinha que fazer, mas eu não conseguia, então agradeci ele e falei que iria ficar tentando que ele podia ir com os meninos. Agora era eu e eu.
Jéssica tentou me ajudar algumas vezes, pois eu não conseguia colocar a prancha no pé e levantar, tem que ter muita força na perna, coisa que eu não tenho. Nessas ajudas, eu a derrubei um monte de vez, coitada, ela tentava me ajudar e saia eu e ela rolando montanha a baixo, era só risada, não só nossa, mas também de quem estava ali por perto. Era eu para um lado, Jéssica para o outro, prancha de snow para outro lado, as pernas da Jéssica com o Ski (Jéssica estava fazendo ski, ela acha mais fácil) para outro lado, era a coisa mais horrível que já vi na vida. Até que a mocinha cansou de me ajudar, já era hora neh?! E foi skiar. Então não teve jeito eu tinha que tentar sozinha e foi o que eu fiz. Como quando eu quero eu consigo, não deu outra, tentei muito, mas muito que consegui ficar em pé na prancha e descer a pequena montanha para iniciantes, mas isso é claro depois de muitos tombos, de sair rolando montanha a baixo varias vezes, de atropelar muita gente (eu não conseguia parar, então tinha que me jogar no chão), mas o que importa é que eu consegui.
É incrível como cansa fazer snow, eu nunca poderia imaginar que eu iria transpirar na neve, é absurdo como isso acontece, estava frio, chegou até nevar, mas eu não sentia nada; sem falar na força que tem que ter na perna, porque você controla a prancha com o pé fazendo movimento para os lados e para frente e para trás. Se tivesse isso no Brasil eu iria fazer com certeza.
Os meninos me falaram que se eu ficasse tentando o dia todo, eu iria sair de lá pelo menos conseguindo me equilibrar e foi o que aconteceu, fiquei muito feliz, é uma sensação incrível, porque você pode controlar a velocidade que você deseja, pode escolher o lado, enfim que nunca fez faça pelo menos uma vez. Os meninos são fominhas de snow, eu não entendia o porque, mas depois de hoje, passei entender eles perfeitamente.
Depois que tentei varias vezes que cai e rolei na neve os meninos apareceram. O Diogo machucou o braço e não estava conseguindo mais fazer snow, então enquanto ele se recuperava eu resolvi mostrar minhas habilidades (nenhuma) e descer a montanha para eles verem como eu estava. André e Enzo foram na frente eu desci em seguida, mas não foi uma boa ideia. No meio da montanha eu caí, não conseguia levantar, então tirei a prancha e subi a montanha a pé, nesse momento escuto o André dando risada, quando eu virei para perguntar o que estava acontecendo ele gritou para Grouse Mountain inteira escutar: Carol, sua calça rasgou, sua bunda está aparecendo! Que vergonha. A sorte é que eu estava com uma segunda pele por baixo, então ficou aparecendo à outra calça. Não sei como isso aconteceu, porque rasgou a calça toda, não tinha mais como eu ficar na montanha, além de estar toda molhada (não estava com a calça apropriada) eu ainda estava com a calça rasgada. A solução que encontrei na hora foi amarrar meu cachecol na cintura para tampar o rasgo e conseguir chegar ate o banheiro para trocar de calça, pois eu tinha levado uma calça de moletom para colocar junto com a que eu iria alugar, ainda bem, porque se não eu teria que vir embora com a calça rasgada.
Troquei de roupa e fomos comer, afinal o dia todo fazendo snow sem almoçar, era de mais. Ficamos um bom tempo conversando, Jéssica estava impossível, fiquei até com dó do Enzo. André (meu professor) queria curtir os últimos momentos em Vancouver, mas existia uma pergunta: ficar ou não feliz em ir embora? Enfim, resolvi vir embora, não tinha mais como eu fazer snow, Diogo veio comigo, pois o braço dele estava doendo muito.
No final do dia descobri que eu tinha uma calça a menos, que havia gastado muito com essa brincadeira e que eu estava com o corpo todo roxo e dolorido de tanto cair.





Qüinquagésimo sétimo dia – 29 de janeiro – Sábado

Depois de duas horas de sono, acordei para ir levar a Tayane no aeroporto. Peguei o mesmo ônibus que peguei semana passada para ir para Whistler (ahh, Whistler) e encontrei as mesmas pessoas, dessa vez à vontade de perguntar o que elas estavam fazendo ali as 6 da manha de sábado não me perturbou tanto, a final o sono era bem maior.
Quando cheguei em downtown, fui direto para o Tim Hortons tomar café, estava morta de fome. Fiquei um tempo lá e depois subi para a estação do metro. Fiquei esperando a Tayane e o Renato por aproximadamente 30 minutos, nesse momento foi passando um filme na minha cabeça de tudo que vivemos aqui, me lembrei da ultima semana que estava no Brasil, eu estava com muito medo de vir para cá, pensei em desistir varias vezes, hoje eu estou aqui na minha nona semana, não quero ir embora, estou muito feliz e grata a Deus por todas as pessoas que passaram na minha vida.
Eu esperando de um lado da rua, Tayane e Renato do outro, até que a Tayane resolveu ir para o aeroporto e atravessou a rua, foi quando nos encontramos, tudo bem que ainda estava escuro, mas isso não é justificativa para a nossa cegueira (isso se chama night), rs.... pegamos o skytrain e fomos para o aeroporto relembrando tudo o que foi importante nesse período, Tayane também contou os planos dela para Toronto. Fomos direto para a fila de embarque, faltava muito pouco tempo para o vôo, o problema é que a mocinha comprou tanta coisa em Vancouver que além da mala ter passado dos 32 kilos, estava pesando do peso permitido com pagamento de taxa, ela tinha que tirar algumas coisas para diminuir o peso da bagagem. Então abrimos a bolsa e começamos a remanejar as coisas, foi absorvente para um lado, pijama para o outro, secador e recarregar de celular para o outro, mas mesmo assim não deu muito certo, então começamos a tirar as coisas para deixar no aeroporto, quer dizer, essa era a ideia da Tayane, porque eu fui esperta e peguei uma sacola que estava dentro da bolsa dela e comecei a colocar tudo o que ela iria jogar fora, no final ganhei muitas coisas: Shampoo, creme, pijama... não vou mais precisar comprar essas coisas aqui, vou economizar uma grana. Tayane, muito obrigada.
Minha louca preferida já teve que entrar na sala de embarque assim que despachou as malas, como ela já havia chorado tudo o que tinha para chorar na noite anterior, a despedida foi um pouco mais fácil, mesmo porque nós vamos nos ver em São Paulo e em Ubatuba com certeza.
Voltei com a bolsa cheia de presente, com o Renato dormindo no skytrain ao meu lado, sendo assim restaram eu e meus pensamentos sobre o que será de mim a partir de agora sem Moara e Tayane, pensei sobre meus planos para esse ultimo mês e acabei dando risada dos momentos que vivi ao lado da louca do stick.
Momento para dizer algumas palavras para a Tayane: Lindona, queria que você soubesse que foi muito importante na minha vida, no começo nós não éramos tão próximas, depois que a Moara foi embora começamos a compartilhar nossos pensamentos e percebemos que tínhamos muitas coisas em comum, acabou que eu, Você e Moara viramos uma só menina moleca com muita vontade de ser feliz e curtir a vida. Você vai fazer sempre parte da minha vida. Obrigada por me ensinar que a vida é uma só, aprendi a viver tudo intensamente, cada minuto, minuto esses que valeram muito a pena ao seu lado.
Voltando ao texto... cheguei em casa e encontrei Faith na porta, ela queria saber se eu tinha dormido fora de casa, porque eu cheguei e saí de novo e ela não me viu, expliquei o que tinha acontecido e aproveitei para tomar café, depois disso fui finalmente dormir.
Quando acordei já estava no final da tarde, foi o tempo de tomar banho, me arrumar e jantar (não agüento mais a comida dessa casa, três dias que eu janto a mesma comida) e ir para o aniversario da Nathalia. No caminho me encontrei com Jéssica, Gabi e Marcel e fomos para o apartamento do Pink Boy (Marcos), a festa da minha loira preferida de Vancouver estava sendo lá. O apartamento é bem pequeno, a escola toda estava lá, não tinha como se mexer muito menos respirar.
Ficamos lá por algum tempo, então fomos embora, pois havíamos combinado com os meninos do Rio de sairmos com ele pela ultima vez (não quero me despedir de vocês), ficamos andando na Robson por algum tempo, mas como meus queridos amigos não deram sinal de vida, eu, Jéssica, Gabi e Marcel resolvemos em pouco tempo o nosso destino. Acho que na verdade todo mundo queria ir para o mesmo lugar, então não houve discussão, apenas um: Vamosss. Posso garantir que foi muito legal, demos muita risada, conversamos muito, falamos mal dos outros (rs). Gabi resumiu a noite como: Uma noite feminina com o venenoso Marcel. O garotinho estava impossível, era algo do tipo: quer terminar seu relacionamento, chame o Marcel. Desde que voltamos de Whistler, ele está diferente, impossível, não é mais o mocinho que conhecemos quieto e tímido, acho que ele resolveu mudar porque é a ultima semana dele, cada um curte a ultima semana de um jeito, ele resolveu virar “O venenoso”. kkkkkk. Fui dormir 3 horas da manha, até que fim algo deu certo essa semana!!!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Qüinquagésimo sexto dia – 28 de janeiro – sexta feira

Sexta feira, mais uma semana terminado, ultimo dia da Tayane, dia de prova, depois de dois dias com sol voltou a chover, dia de levantar a cabeça esquecer as decepções.
Fui para escola contando os minutos para chegar 1 e 10 da tarde, e até que deu certo a minha contagem, rs... no primeiro horário tivemos revisão do que iria cair na prova, o tempo voou; no segundo período foi apenas a prova.
Se você pretende vir estudar em Vancouver, não estude na LSC, a cada dia eu fico mais decepcionada com a escola. Na hora da prova, dois incidentes aconteceram. O primeiro foi quando recebemos a prova e não sabíamos o que o exercício pedia, não conhecíamos as palavras, então pedimos para A professora explicar, ela simplesmente disse: Não posso explicar nada durante a prova!! Como a gente iria fazer sendo que não sabíamos o que era para fazer? Tentamos, mas a professora enxergou (eu não sei da onde) que a Nathalia e a Luciana estavam olhando na minha prova, justo na minha prova e tomou a prova delas, elas não conseguiram terminar o exercício, mesmo porque minha sala tem 15 pessoas, não tem lugar para todo mundo sentar, então a gente se mexe e claro que acaba vendo o que está ao lado, mesmo se a gente não quiser, dá para ver perfeitamente. Conclusão todo mundo foi mal na prova, mas eu e a Nathalia resolvemos que vamos reclamar na segunda feira, não temos mais vontade de estudar, estamos jogando dinheiro fora nessa escola. Hoje também foi dia de despedida, uma das coreanas foi embora, a Jenna, ela era um amor, tirou um monte de foto com as brasileiras. Enquanto a professora corrigia as provas, ela ficou conversando comigo, então ela me perguntou se eu tinha tatuagem, quando eu respondi que sim, a menina deu um grito na sala que eu fiquei roxa de vergonha, ela então perguntou se eu tinha piercing, eu disse que sim, a menina deu outro grito na sala, eu queria entrar em baixo da mesa. As coreanas me explicaram que na Coréia é comum as meninas usarem tatuagem e piercing, mas que nenhuma delas tinham porque os pais não deixavam e completaram dizendo que elas querem fazer uma cirurgia plástica no olho, para ficar com o olho igual ao nosso, porque elas não gostam do formato do olho delas e além de que, os homens da Coréia também não.
Depois da escola resolvemos almoçar no restaurante brasileiro “Samba”, precisávamos comer comida de verdade. Foi uma galera: Eu, Marcel, Jéssica, Lucca, Tayane, Nicolas, André, Enzo, Renato e Gabi. O problema é que toda a minha escola teve essa ideia de ir almoçar lá, conclusão: não comemos bem e fomos mal atendidos. Ficamos um tempo conversando no restaurante, relembrando nossos momentos aqui em Vancouver, principalmente os melhores momentos da Louca do stick (Tayane) que estava com as horas contadas em Vancouver.
Saímos do restaurante e fomos cada um para a sua casa, a final hoje é sexta feira, dia de sair e despedida Tayane. Como eu comi muito no restaurante, não consegui jantar, apenas me arrumei e fui me encontrar com o pessoal, deixei a janta para quando eu voltasse.
Nosso plano inicial era ir ao Pub, mas como o Lucca tem 18 anos, ele não poderia entrar, então resolvemos ir ao mesmo lugar que fomos a duas semanas atrás, o Deuce Bungalow. Foi bem legal, o lugar é bom, mas a conta é que assustou, lá é muito caro. Espero que a Tayane tenha tido uma boa despedida.
Saímos de lá, Lucca foi embora, eu tinha que voltar para a casa para comer a comida (se eu não comesse estava perdida), o resto do pessoal foi para o Au bar, com a Tayane, minha louca preferida queria aproveitar os últimos minutos aqui em Vancouver. Dia de sexta feira, o bar é mais Pub do que balada (http://www.aubarnightclub.com/), mas como eles estavam de galera, curtiram bastante.
Eu vim embora pensando em tudo que vivi ate agora aqui, e cheguei a conclusão que tudo valeu muito a pena e que eu viveria tudo de novo, ainda tenho um mês pela frente, mas sei que não vai ser a mesma coisa sem Tayane, Moara, os meninos do Rio e o Marcel. Tudo que vivi aqui foi muito intenso, ganhei uma família, ganhei amigos, cresci muito ao lado deles, cada um deles colaborou para que eu fosse uma pessoa melhor em todos os aspectos da minha vida, depois que descobri como é Vancouver com esse pessoal, posso dizer que essa cidade nunca mais será a mesma com a ausência de todos eles.
Cheguei em casa e tive que comer a comida que Faith tinha feito para mim, a comida estava horrível, era um arroz misturado com carne moída e repolho, que tortura. Depois disso fui dormir, a final amanha vou com a Tayane ao aeroporto.


Qüinquagésimo quinto dia – 27 de janeiro – Quinta feira

Hoje minha missão é talvez a mais difícil de todas até aqui. Queria sempre escrever coisas boas, e dizer que estou muito feliz, mas hoje não será possível. Depois das duas primeiras difíceis semanas aqui, hoje senti vontade de ir embora, queria muito poder ver a minha mãe, conversar com a Érica no sofá da minha casa, ouvir a Patrícia me dizer: Eu te avisei, mas você... Queria muito a minha cama e meu cobertor, meus amigos de verdade que gostam de mim assim como eu sou, que me entendem, que choram comigo.
Tudo isso porque hoje acordei do sonho que era Vancouver até agora para mim, mesmo com tudo que aconteceu no inicio da minha estadia aqui, posso dizer que até então havia sido muito feliz aqui todos os dias, mesmo Gabriel me dizendo que tudo isso era um sonho, mesmo meu fiel escudeiro me dizendo que não havia amizade aqui e sim interesses comuns, mas eu tentava não acreditar nisso tudo, tentava acreditar que eu havia encontrado aqui tudo aquilo que estava me faltando no Brasil quando resolvi sair de Guará.
Hoje acordei e não estava chovendo de novo, isso é quase um milagre, dois dias seguidos sem chover. Tomei café e fui para escola, estava bem, com um pouco de sono, mas estava bem, mesmo depois da noite de ontem. Resolvi acreditar que o dia de hoje seria melhor, a final nada melhor do que um dia após o outro, certo? Nesse caso errado!!!
Por mais que a aula não estivesse tão interessante, eu consegui prestar atenção e assim a hora hoje passou rápido, algo que nunca acontecesse naquela escola, hoje foi dia de finalizar
o livro, pois amanha é dia de prova, então tudo o que eu teria que perguntar tinha que ser hoje, porque amanha é mais um daqueles dias que vai definir como será o final de semana.
Saí da escola e fui almoçar no shopping, comi hambúrguer de novo (Mateus eu estou muito gorda, rs...) e depois vim para a casa estudar e me arrumar, afinal hoje é dia de Au Bar, essa é uma balada brasileira sendo assim as musicas são os sucessos que tocam nas nossas baladas, a maioria das pessoas que estão na balada são brasileiros, enfim não há lugar melhor para se sentir em casa. Eu ainda não tinha ido nessa balada, mas hoje resolvi conhecer, mesmo porque estou em clica de despedida, Tayane e os meninos do Rio estão de partida.
A balada é muito legal, o lugar é pequeno, mas você consegue se sentir bem. A festa fica ao lado da escola. Hoje o movimento é maior porque com o ticket você não paga nada para entrar, então lota e como nós estamos sempre a procura de algo que não vá dinheiro... a balada é boa eu recomendo. O melhor de tudo foi que eu, Tayane e Jéssica entramos de graça, na fila vip, não pagamos nada e no final ainda ganhamos uma bebida porque éramos bonitas (coisa de brasileiro).
Ok, mas porque eu quero minha mãe, meus amigos e minha casa se a balada foi tão boa assim? Então, foi como eu disse, acho que hoje acordei do sonho, voltei para a realidade, isso porque eu achava que nunca iria acontecer isso, eu seria feliz as 13 semanas que tenho para viver aqui, mas o mundo não é cor de rosa (Gabi que sempre me lembra isso).
Tudo aqui é muito intenso, com esse clima de despedida eu fico muito sensível, talvez seja por isso que não curti tanto à noite de ontem e nem a de hoje, isso porque eu esperei muito por essas baladas, mas na hora, me deu vontade de ir para casa, de estar na companhia de quem eu gosto, mesmo que seja para fazer programa de índio como ficar dando volta de carro sábado a noite (Paty primeira coisa que vamos fazer quando eu voltar) só para achar uma pessoa. Senti falta de tudo isso porque por mais bobo que possa ser faço isso ao lado de pessoas que gostam de mim e que estão ao meu lado porque querem estar, pessoas que por mais que me decepcionem, continuo amando. Sei que se me decepcionei hoje a culpa é minha, eu coloquei expectativa, eu acreditei que o que estavam me dizendo e vivendo ao meu lado fosse verdadeiro, mesmo que fosse algo que ficasse só em Vancouver, mesmo sabendo que quando eu voltar para o Brasil muitas das pessoas que conheci aqui só vou voltar a falar no dia do aniversario porque vou deixar recado de parabéns no orkut. Continuo batendo na tecla que mentira não leva a nada e que respeito é mais que bom é essencial para qualquer tipo de relação, mesmo que essa relação não exista para as duas pessoas, ou exista apenas por algum tempo, mas sem respeito.... as vezes acho que me deixo enganar fácil pelas pessoas, por um outro lado posso ser fria e não falar o que sinto, mas é meu jeito e ninguém tem que entender os motivos pelo qual sou assim, mas quando eu me envolvo em alguma coisa é de verdade, tem sentimento, quando eu dou um sorriso é porque é verdadeiro e se eu não gosto ou não quero mais, tento não magoar, muitas vezes isso não é possível, mas pelo menos eu tentei e se não consegui, cheguei pelo menos perto.
Queria entender o porque as pessoas usam mascaras ou de uma hora para outra apertam a tecla do “foda-se” e esquecem que amizade e respeito um dia existiram. Minha ex-sogra (nossa de onde eu fui tirar isso agora, rs) me disse uma vez que podemos terminar um relacionamento (seja amizade, namoro, casamento) de varias formas, mas atingir o ego de uma pessoa é muito sujo, pois há não preço que pague a alta estima de alguém, quando ela me disse isso confesso que não entendi, mas se passaram três anos e hoje, justo hoje entendi o que é isso.
Tenho uma parcela de culpa em tudo isso também, mesmo sabendo como era, mesmo sabendo que não era aquilo que imaginava eu dei uma chance (minha mãe sempre me pede para dar uma segunda chance), mas acho que não foi para a pessoa certa, mas o que me conforta é que na vida podemos recomeçar todos os dias e podemos ter vários amores e fazer vários amigos!

Qüinquagésimo quarto dia – 26 de janeiro – Quarta feira

Esperei tanto pelo dia de hoje, para chegar aqui e dizer: Pior dia em Vancouver!!!
É engraçado como pequenas coisas se transformam em grandes aqui, tudo isso porque estamos longe de casa, longe da família, longe dos amigos, longe das pessoas que são a base do que construímos diariamente.
Acordei e fui muito feliz para a escola, não estava chovendo, não estava fazendo frio, que maravilha, tudo dando certo para que a quarta feira fosse mais uma vez o melhor dia da semana.
Hoje na escola foi cruel, aprendi nome de animais, fala serio, aprendi isso quando estava no pré no Colégio do Carmo. Estava morrendo de sono, essa matéria ajudou a me dar mais sono ainda. O melhor da escola é a hora que o relógio aponta para 13:10, final da aula, que maravilha, é nesse momento que o dia começa, ainda mais hoje que resolvi comer comida de verdade no almoço. Almocei comida grega ao invés de lanche e batata frita, hoje resolvi não economizar.
Eu, Gabi, Marcel e Jéssica fomos dar uma volta no shopping depois do almoço, precisávamos achar uma blusa para sair à noite, dia de quarta feira aqui é como se fosse sábado no Brasil, temos que colocar a melhor roupa, e como nosso repertorio acabou.... eu acabei comprando uma camisa na “Guess” (estava na promoção, por isso que eu comprei, mesmo porque “Guess” aqui também é caro), Marcel me ajudou escolher a blusa (melhor vendedor que uma loja pode ter, ele convence qualquer pessoa a comprar), as meninas também compraram. Depois das compras vim para a casa, precisava descansar, mesmo porque hoje a noite era dia de andar de limousine.
Encontrei com o pessoal logo no inicio da noite, nos fomos na Caprice pegar o carimbo, pois sem ele não poderíamos entrar na balada, a fila não andava (eles fazem isso para entrar o mínimo de pessoas, pois depois das 10 horas você tem que pagar para entrar na festa) estava dando a hora da gente ir até a escola (marcamos na rua da escola de encontrar nosso veiculo) para andar de limousine, os meninos do Rio não chegavam nunca na Caprice (Marcel, Lucca e Renato já estava na escola a espera do carro), quando já estávamos desistindo e indo embora a fila começou andar, que alivio, bem nesse momento os meninos chegaram, então entramos pegamos o carimbo e fomos nos encontrar com o resto da turma. Quando chegamos no local marcado, Marcel já estava bravo com a gente, a final já fazia uns 10 minutos que o carro estava a nossa espera, mas acabou que deu tudo certo, tiramos algumas fotos e finalmente fomos andar no carro mais lindo do mundo. kkkk
Parecia um sonho para mim tudo o que estava acontecendo, quando eu era criança eu sempre dizia que eu iria morar no Rio de Janeiro e iria ter uma limousine, não havia realizado nenhum dos meus sonhos ainda, pois nunca fui no Rio (estou esperando um convite, rs...) e ter uma limousine seria um sonho, hoje realizei o sonho de andar em uma ao lado dos meninos mais bonitos do Rio (agora falei bem de vocês em meninos, vocês me devem essa, rs...) quer coisa melhor? Nós poderíamos escolher o caminho que queríamos fazer durante essa uma hora, mas estávamos tão empolgados que não falamos sobre isso com o motorista, se alguém me perguntar por onde passei não vou saber dizer, na verdade nem sei se a limousine saiu do lugar, estava tão empolgada que só percebi que o tempo voou. Estávamos em 10 pessoas: Eu, Jéssica, Gabi, André, Enzo, Nicolas, Tayane, Lucca, Renato e Marcel. Não sei quem era o mais feliz de todos nós, o sonho era meu, mas todo mundo curtiu muito, pois fizemos uma “pré” dentro do carro antes de ir para a Caprice. Esse momento talvez foi um dos mais especiais aqui para mim. Pagamos 18 dólares cada um para curtir uma hora dentro do carro (se alguém quiser andar tem que pesquisar o preço é só procurar na Internet).
Mas estava tudo muito bom para ser verdade. Descemos do carro praticamente na porta da balada e como já estávamos com o carimbo passamos na frente de todo mundo e entramos. Que felicidade, mas as coisas deram certo até esse momento, mesmo porque acho que esperei tanto por esse dia que a balada foi horrível. A musica estava legal, na verdade era a mesma de sempre, mas o lugar estava muito cheio, não dava para dar um passo dentro do lugar, alem de que meus planos ficaram sendo somente planos. Passei a festa toda querendo ir embora, não sei o que aconteceu, entrei na balada e perdi totalmente à vontade de ficar no lugar, minha mãe diz que eu tenho um sexto sentido muito forte, que tenho que aprender a lidar com isso, mas ainda não aprendi. Durante a balada foram acontecendo coisas que realmente me fez perceber que eu não deveria estar lá, percebi que realmente amor e amizade não andam juntos, que respeito é algo que trazemos com a gente e que não importa onde estamos ou como estamos (podemos estar até bêbados), mas o respeito não deve acabar nunca. É impressionante como uma simples atitude pode destruir algo que construímos com muito amor durante pouco ou muito tempo. Minha mãe sempre me diz que não temos o poder de fazer com que as pessoas gostem da gente, mas temos o poder de fazer com que elas desgostem, hoje percebi que isso é realmente verdade.
Tem um texto muito famoso de William Shakespeare que diz que “E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de uma criança e não com a tristeza de um adulto”. Pena que a gente lê essas coisas, acha bonito, mas só entende na pratica.
Chegou uma hora que percebi que vir para a casa era a melhor solução, pois já tinha visto muita coisa que não era preciso ver.