quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Quinto dia – 8 dezembro – quarta feira

Hoje seria o típico dia que eu pegaria as minhas coisas e iria embora. Posso dizer que não fiz isso por pouco, muito pouco. Tenho a seção que eu estou a passeio aqui no Canadá, na verdade é como se fosse um programa de índio.
O país é muito legal, as pessoas são educadas, Vancouver é muito bonita, mas estou aqui por estar nesses últimos dois dias. Não gostei da minha escola, estou na sala de iniciantes (isso me desanimou muito, até sabia que meu inglês não era bom, mas poxa, ficar na sala de iniciante é sacanagem, ainda mais que estou aprendendo umas coisas ridículas, como as cores, o nomes das comidas, está muito fácil para mim e eu tenho e impressão que não está me acrescentando em nada).
Nesses dois últimos dias choveu e eu não consegui fazer nada. Pense bem: eu já não estou aprendendo inglês, então vamos fingir que a viagem é para diversão, mas nem isso está dando para fazer, por exemplo, hoje fui para escola e depois fomos tentar ir ao Park, chegamos até o meio do caminho quando começou a chover, então nós voltamos para a região da escola, porque Park com chuva não dá, neh?! Então nos restou ficar no shopping, andando, andando... resolvemos então sair na chuva assim mesmo, afinal já que estamos aqui... andamos, andamos e andamos na chuva até que chegamos no estádio do time de hóquei (é assim que escreve?), me animei, poxa quando vou ter a oportunidade de ver um jogo desse no Brasil? Depois de saber o preço do ingresso desanimei: 60 dólares. Mas esse era o preço com o cambista (é país de primeiro mundo, mas tem cambista). Agora me digam: onde eu iria arrumar 60 dólares em dinheiro? Conclusão: Voltei para a casa na maior chuva e me perdi no meio do caminho. Ok, depois de andar eu me localizei, fui para o ponto do ônibus e voltei para casa. Cheguei em casa já havia passado a hora do jantar e eu jantei duas fatias de pão com manteiga. Que beleza!!!
Depois de andar e andar no shopping percebi que viajar sem dinheiro é melhor ficar em casa. Quem me conhece sabe que eu sou controlada com compras, compro só o necessário, mas aqui eu estou voltando para casa todos os dias com algo na cabeça.
Ontem eu me apaixonei por um gravador de voz e por um porta retrato digital. Não comprei! Hoje, eu encontrei uma bolsa da Guess por 50 dólares e uma jaqueta linda, perfeita, ela foi feita para mim, mas minha mãe não deixou eu comprar. Depois entrei em uma loja que eu nunca vi a marca, cada coisa linda, umas blusas para sair a noite perfeita, mas cadê o dinheiro?
Eu não quero ficar comprando coisas no impulso aqui, tenho medo de ficar sem grana até o final da viagem. Estou pensando em arrumar um trabalho assim que entrar 2011. Minha escola auxilia nesse processo, mas para isso meu inglês precisa estar melhor.
Estou com saudade dos meus amigos, da minha família linda, do feijão com arroz, mas a saudade mesmo de apertar, de dar vontade de ir para casa, de chorar já passou. Rafael (um amigo) sempre me falava que eu iria me acostumar em sentir saudade, que o pior seria a primeira semana. Ele tinha razão, hoje não quero mais voltar por saudade e sim porque acho que essa viagem está sendo um nada para mim. É engraçado isso, porque quando eu adiantei a data da viagem, eu tinha medo de vir para cá por vir, ser algo perdido, investir em algo que não iria dar em nada, e é isso que está acontecendo.
A Faith me pediu para ter calma. Estefani também. Elas me falaram que eu tenho três meses e que tudo dará certo, que eu estou em um país diferente, com pessoas diferentes, que eu preciso me acostumar com tudo isso, mas de verdade eu estou hoje em um ponto que não consigo acreditar nisso.
É estranho sabe, eu entendo o que as pessoas falam. É claro que não tudo e também não perfeitamente, mas entendo; o problema é falar. Não consigo conjugar os verbos corretamente, colocar os verbos auxiliares no lugar correto, enfim... não estou desistindo, mas não está fácil, mas quer saber: alguém disse que seria fácil?

Quarto dia – 7 de dezembro – Terça feira

Hoje meu dia não foi legal! Acordei e fui para escola, eu fui a primeira a chegar. Fui cedo assim porque precisava usar a Internet, porque ainda não consegui uma Internet aqui para a casa. Na verdade até consegui, mas tenho que pagar 30 dólares por semana, é muito grana, eu não vou pagar isso.
Enfim, hoje eu também fiquei sabendo qual a sala que eu iria estudar. Foi isso que me deixou triste! Eu estou no nível 1, é nível de iniciante, poxa, eu não acho que meu inglês é tão ruim assim, mas fazer o que neh... fiquei triste também porque eu não estou na sala dos meninos que eu estou andando aqui, eles estão no nível 6, bem mais avançado do que o meu, além disso na minha sala tem eu e mais dois meninos que são do Afeganistão, Israel, sei lá da onde, mas é para esses lados. Eles são muito bobos, brincam a aula toda, fazem piada de tudo, não falam nada de inglês e ainda por cima quando falam eu não entendo nada, eles falam para dentro, com um sotaque muito estranho. O nível 1 é muito fácil para mim, isso realmente acabou com o meu dia.
Depois que a aula terminou, eu e os meninos ficamos andando pelas ruas ao redor da escola. Hoje na verdade foi o dia das compras. Eu não comprei nada, apenas pesquisei alguns preços, mas os meninos compraram muita coisa. As coisas aqui não são tão baratas assim como todo mundo fala. Realmente tem coisa com preços inacreditáveis, mas tem umas coisas que não dá para comprar. Uma Tv de plasma aqui é muita barata, um computador portátil, com tudo o que você imagina, de ultima geração custa mil dólares. Mas tem coisa que pelo amor de deus, um fio dental custa 4 dólares, vocês sabem o que é isso? Dá aproximadamente 8 reais. Um chapéu custa 30 dólares.
Hoje também andei pela Robson st, essa é a rua mais famosa daqui, é como se fosse a Oscar Freire.
Para completar o dia eu quase perdi a hora do jantar aqui em casa. Nós ficamos conversando com um grupo de brasileiros que encontramos em uma das lojas que estávamos e no fim eu perdi o ônibus para vir para a casa. Conclusão: eu cheguei no meu ponto as 5:55. O meu ônibus demora 45 minutos da escola até a minha casa. Eu desci do ônibus e vim correndo para a casa, igual uma retarda na chuva (hoje foi o primeiro dia que choveu), mas até que fim algo deu certo, na hora que eu cheguei em frente a minha casa, avistei a Faith, ela estava chegando do supermercado, estava tirando as compras do carro, ufaaaaaaaa, que alivio!! Aproveitei para fazer uma media, ajudei ela com as compras, o jantar não estava pronto. Nós conversamos bastante sobre minha escola e eu contei que não estava feliz, ela me deu muitos conselhos, e eu até que entendi, rs... nós jantamos hoje as 7 horas da noite.
Hoje encontrei também com o Erick, eu conheci ele por um site. Na verdade eu já tinha visto ele por aqui, mas não tinha certeza que ele era ele.
Hoje meu dia não pareceu com nada, a melhor coisa a fazer é dormir!!!

Terceiro dia – 6 de dezembro – Segunda feira

Hoje o dia começou cedo. Levantei as 6 e meia da manha para me arrumar e ir para meu primeiro dia de escola. Sai de casa as 7:30 porque tinha que chegar as 8:30 na escola por ser o primeiro dia. A Saul foi comigo. Ela é japonesa e ama futebol, estuda português sozinha para ir ao Brasil na copa do mundo. Detalhe ela ama o Danilo que joga no Corinthians, rs... ela é muito legal, me ajuda em tudo que pode.
Nós fomos no mesmo ônibus para a escola, mas meu ponto é antes do dela. Ontem a Estefani me ajudou muito com os mapas da região da minha escola, assim hoje não teve erro, fui certinho, sem problemas.
Quando eu cheguei na porta da escola encontrei o Caíque, eu já tinha trocado algumas palavras com ele no aeroporto, ele por sinal foi bem grosseiro comigo. Ele estava com um menino que também é brasileiro, mas eu não sei o nome dele, por sinal ele é bem bonitinho, o melhor que eu encontrei até agora.
A porta da escola estava fechada, então ficamos esperando algum funcionário da escola chegar. Quando a porte se abriu, fomos para o primeiro andar, onde recebemos uma folha para preencher e fomos para uma sala cheio de computador fornecer alguns dados. Detalhe tudo em inglês. Depois fomos para uma outra sala fazer um teste. Nesse momento descobri que apenas três pessoas que estavam fazendo o teste não eram brasileiras, sendo assim como fugir dos meus conterrâneos? Mas falando do teste, ele era formado por 60 questões com alternativas de: A, B, C e D. Eram questões diversas, desde preencher a lacuna com palavras, até completar textos e usar a preposição correta, conclusão eu não fui muito bem, fiz apenas a metade do teste. Amanha sai o resultado. Depois do teste, a Silvia, ela é portuguesa, veio nos apresentar algumas regras da escola. Ela também falou tudo em inglês, confesso que entendi algumas coisas, mas não tudo, rs... depois da Silvia veio um japonês explicar algumas coisas que estavam ao redor da escola, como metro, ônibus, lugar que podíamos comer, nós estávamos na rua nesse momento passando frio! Voltamos para a escola e foi hora de fazer o teste oral. Eu fui a primeira a ser chamada (o sorte, viu), entrei em uma sala com um cara, acho que o nome dele é: Critis. Ele me fez algumas perguntas. Eu entendi tudo o que ele falou (ufaaaaaaaa), respondi todas as questões, que foram sobre minha cidade, minha profissão, expliquei também por que escolhi vir para Vancouver, enfim foi fácil. Depois do teste eu já estava liberada. Confesso a vocês que achei que fosse ser bem mais difícil do que foi, estava apreensiva. Bom, amanha sai o resultado do nível que eu vou estudar, como eu não fui muito bem na prova escrita, acho que vou ficar na sala de iniciante, kkk.
Depois que terminou o teste eu fui correndo para o computador, o vicio de orkut e MSN estava me deixando loca, rs... ahh, eu também precisava saber quem tinha ganhado o campeonato brasileiro. Quando eu estava me atualizando no mundo virtual, chegou o Marcel, ele é o garoto que estava no carro comigo quando chegamos em Vancouver. Nós tentamos conversar em inglês, porque na escola não se pode falar outra língua que não seja o inglês, eu então, chamei ele para ir almoçar comigo. Na verdade fiz isso porque ele fala muito bem inglês e em qualquer problema ele iria me salvar. Eu sei que é feio dizer isso, mas foi questão de sobrevivência.
Nós fomos almoçar no mesmo local que almocei ontem com a Estefani, e eu comi hot dog de novo, mesmo porque era a única coisa que eu conseguia comprar. Depois do almoço fomos para o ponto pegar o ônibus e voltar para a nossa casa, mesmo porque não sabíamos fazer mais nada na região. Nós usamos a mesma linha de ônibus. No caminho do stop bus, como eles dizem aqui, encontramos o Caíque. Paramos e ficamos conversando sobre o teste que fizemos de manha. Então resolvemos andar pela região, para ver o que tinha ali por perto, até que fomos parar no Porto de Vancouver, o mesmo que eu já tinha ido ontem, mas tudo bem, melhor do que vir para casa, certo?!
Andamos a tarde inteira e combinamos que amanha vamos conhecer o parque mais famoso da cidade, é onde também fica o aquário que eu sonhei todos esses meses em conhecer.
Depois de todos os planos, vim para a casa. Chegando aqui a Faith estava saindo e eu fiquei sozinha em casa. Graças a deus, ele sabe o que faz, porque eu precisava lavar meu cabelo e com certeza eu iria passar dos 10 minutos no banho. Ahh, lavei a minha alma, tomei um banho de verdade, bem demorado, que alivio!!!
Na hora do jantar, apenas eu e a Faith comemos, as meninas não estavam em casa. Eu gosto das meninas, mas elas não estando aqui eu tenho que fazer todo o serviço sozinha. Lavar, enxugar e limpar a cozinha, ahh, daí não dá, neh? mas enfim, espero ser só hoje.
Estou com um problema, o cartão Travel Money que todo mundo mandou eu trazer porque era bem aceito, não é aceito em lugar nenhum nessa cidade, então tudo o que eu comprei até agora foi com dinheiro e eu não trouxe muito dinheiro. Conclusão: a semana não começou direito e eu já gastei 200 dólares.

Segundo dia – 5 de dezembro – Domingo

Acordei as 6:30 da manhã, me arrumei e tomei café. No café comi apenas uma fatia de pão e junto levei o meu primeiro puxão de orelha. Nós havíamos combinado que iríamos todas juntas no concerto de natal da Igreja da Faith. O concerto começava as 7 horas e eu não estou conseguindo comer rápido porque minha boca ainda está anestesiada, conclusão: minha queria anfitrião me xingou porque nós estávamos atrasadas e eu estava comendo muito devagar. Eu apenas ouvi, não entendi uma palavra, mês percebi que ela estava brava, então levantei da mesa guardei o que eu estava comendo e fui escovar o dente. Ela brigou comigo de novo porque eu não lavei a minha louça do café. Gente, pelo amor de deus, a louça eu lavava depois neh? escovar o dente era mais importante.
Enfim, fomos para o concerto. A sobrinha da Faith ia cantar, era um coral todo de crianças da igreja. A igreja é protestante. O coral até que foi legal, tudo bem que eu não entendi uma palavra do teatro que tinha durante o concerto, mas achei bem legal, afinal no Brasil não tem isso. Terminou o concerto e o padre pregou por alguns minutos, depois todos se levantaram e rezaram para encerrar a celebração.
Eu e as meninas saímos da igreja e fomos conhecer minha escola. Na verdade a Saul, apenas pegou o mesmo ônibus que a gente e desceu em uma estação antes. Eu e a Estefani fomos para o centro de Vancouver, é lá que fica a minha escola. Ela foi muito legal comigo, me mostrou todo o percurso, o ônibus que eu tenho que pegar para ir para a escola, onde fica o ponto de ônibus, enfim depois que eu vi onde ficava minha escola, nós fomos andar pelas ruas perto da escola.
Conheci um centro de apoio ao turista; nunca vi algo tão legal, tem um monte de recepcionista, cada um fala uma língua alem do inglês, então se você está em Vancouver e precisa de informação, ou de um mapa da cidade, por exemplo, é só ir até esse local, além de que ele está muito bem localizado. Depois fomos conhecer o local onde ficou a tocha das olimpíadas de inverno e o porto da cidade. Lugares muito bonitos.
Nesse momento já estava na hora do almoço, então nos encontramos com duas amigas da Estefani, as meninas são coreanas, e fomos almoçar. Até que enfim comi algo conhecido: Hot dog. Nunca dei tanto valor a um hot dog na minha vida como dessa vez. Até que enfim uma comida com gosto de Brasil.
Saindo do almoço, que foi no Shopping, fomos para a parada de natal. É lindo! É como se fosse a nossa celebração de 7 de setembro. As pessoas ficam na calçada de umas das ruas do centro de Vancouver vendo o desfile. Nessa parada tem varias coisas relacionadas ao natal, como por exemplo, os policias colocam roupa de natal e desfilam, assim como os bombeiros, pessoas ligadas a Igreja, mas o que mais me chamou a atenção é que tinha uma ala dos cachorros que dizia: O cachorro faz a diferença. Essa ala era dos cegos que utilizam os cachorros adestrados para andar pela cidade. É claro que no final do desfile, vem o papai Noel em um trenó imenso com as renas. O desfile durou cerca de uma hora, mas foi muito bem organizado.
Saímos da parada de natal e ficamos andando pelas ruas do centro que por sinal estava lotada, devido ao desfile. Depois fomos para o shopping e ficamos lá conversando. Ahh, ok, você se perguntou: Mas você consegue conversar com elas? Então, achei que eu fosse ter mais dificuldade do que estou tendo. Tanta as meninas como a Faith tem muita paciência comigo, repetem quantas vezes for preciso e falam bem pausado para que eu posso entender. Na verdade elas mais me entendem do que eu entendo elas. Meu inglês não é correto gramaticalmente, mas elas conseguem me entender, mas quando elas falam comigo eu não consigo entender tudo perfeitamente, na verdade tem hora que eu não entendo nada, mas estou conseguindo. O teste final será amanha na escola quando eu terei que fazer uma prova para testar o quanto eu sei de inglês.
Quando foi 4 horas da tarde fomos embora, mesmo porque já estava escuro e o frio começou a apertar. Aqui clareia a partir das 7:00/7:30 e as 4 horas da tarde já está escuro.
No caminho para casa paramos no supermercado, fiz algumas comprinhas e viemos para a casa. Jantamos, mas hoje foi só com as meninas, porque a Faith foi para o norte de Vancouver. Ahh, ela deixou o jantar pronto, fez um prato para cada menina e no meu prato era carne, nem acredito. Não sei se já contei, mas aqui se janta às 6 horas da tarde.
Durante o dia pude reparar em algumas coisas: existe sim gente pedindo dinheiro na rua em Vancouver, e não é uma só não, são varias. Existem também mendigos, mas eles estão “bem vestidos” já que aqui precisa de muita roupa para esquentar. Outra coisa interessante é que as pessoas aqui gostam muito de policiais, as crianças tem até o símbolo da policia tatuado, como aquelas tatuagens de chiclete. As pessoas não são tão educadas como a gente escuta falar, tem pessoas que jogam sim lixo na rua, mas são bem poucas, já os motoristas realmente param o carro assim que você pisa na faixa de pedestre.

Eu no Canadá

Sai de Guaratinguetá na sexta feira, dia 3 de dezembro, as 5 horas da tarde rumo ao aeroporto de Guarulhos. Durante o caminho o coração foi ficando apertado, mas aquela vontade mesmo de desistir de tudo veio na hora que eu cheguei no aeroporto, por volta das 8 horas da noite. No momento em que a gente entrou no aeroporto eu perguntei para a minha mãe: Dá para desistir? Paramos e carro e entremos, e o coração foi ficando ainda mais apertado, mas esse aperto também foi porque fui vendo que meu  celular não ia mais tocar, e essa foi a melhor resposta que eu poderia ter para as perguntas que não tinha resposta.
Achamos o lugar onde eu tinha que despachar as malas e acertar os detalhes da passagem. Eu tinha 15 minutos para comer e entrar para a sala de embarque.
Tentei beber um suco e comer uma empada, mas não deu. No final do lanche eu desabei a chorar. Minha mãe tentou ser forte. Eu levantei da cadeira e disse: Vamos acabar logo com isso! Então, fui para a fila da sala de embarque. Abracei minha mãe que começou a chorar. Eu não consegui dizer uma palavra. Eu tentava largar dela, mas ela não deixava. Ela me disse antes de deixar de me abraçar que havia colocado um bilhete no meu casaco (depois quando desfiz a mala achei outros muitos) e que era para eu ler quando chegasse em Vancouver. Abracei o Dudu e agradeci por tudo, queria ter pedido para ele cuidar da minha mãe, mas não consegui. Peguei minhas coisas e entrei na fila, naquele momento o que eu mais queria eu voltar para Guará.
Dei o meu cartão para o segurança, ele conferiu e me mandou entrar. Mandei um beijo para a minha mãe e fui!
Foi nesse momento que eu paguei o primeiro mico. Tinha três esteiras passando a bagagem de mão. Todas as pessoas que estavam na minha frente foram para uma fila. Incrível, os números eram: 21, 22 e 23. Eu achei que esses números tinham a ver com o cartão de embarque, e fiquei procurando o numero 24. Numero que não existia. Eis que eu solto a primeira perola: Moça, cadê o numero 24? Ela disse: Querida aqui não é portão de embarque, entre em qualquer fila.
A única coisa que passou na minha cabeça: Se no Brasil eu estou assim, imagina quando chegar no Canadá?
Eu tremia muito nesse momento. Era tão visível que a moça que estava na esteira me disse para ter calma e colocar os meus pertences na bandeja. Depois disso fui para a fila da policia federal, recebi o ok e fui procurar o meu portão. Achei fácil, fácil. Foi um alivio!! Liguei na hora para a minha mãe para falar que eu tinha achado.
Não demorou muito e o avião chegou (20 minutos). Na fila fiz amizade com duas meninas. Uma é a Rebeca e a outra é a Fernanda, mas tive que sentar longe delas.
Eu sentei na janelinha, ao meu lado se sentaram duas moças. Elas não falaram comigo na hora que chegaram porque eu estava chorando, porque é lógico que eu não esperei chegar em Vancouver para ler a carta da minha mãe. Nesse momento eu desabei!!!
No momento da decolagem, a aeromoça veio até as meninas e pediu para elas arrumarem a cadeira que estava deitada. As lindinhas olharam para mim. Elas não sabiam uma palavra em inglês e como o vôo era internacional... eu então tive que traduzir o que a aeromoça havia dito. Foi a primeira coisa que entendi. A viagem estava começando com o pé direito. O problema é que a partir daí tudo elas queriam que eu respondesse e daí, ferro. O jantar foi horrível. Bem na minha hora de escolher entre carne ou frango, a carne acabou e tive que comer frango, o problema é que eu não como frango, ou seja, não comi, fiquei com fome!!! Já que eu não matei a fome, então a solução era dormir, certo? Errado! Eu não consegui pregar o olho, mas não foi de ansiedade não, foi porque não tinha mesmo posição para dormir.
Madrugou, então hora de tomar café (detalhe o meu estomago roncou a noite toda) Pensei comigo: Agora eu vou matar a fome. E lá veio a aeromoça perguntando o que eu queria. O problema é que eram duas coisas que eu nunca ouvi na vida. A primeira vir a descobrir depois que cheguei em Vancouver que era ovo, mas não tinha o nome de egg. A segunda que eu não sei o nome, todo mundo tava pedindo, então como eu não sabia o que era, pedi também. Gente, que coisa horrível!!! Era um queijo com vinagrete. Nunca comi nada tão horrível na vida, ou melhor, não comi, era muito ruim e meu estomago continuou a roncar.
Detalhe dessa parte da viagem: Era preciso preencher um cartão para entregar na alfândega. Ninguém me contou isso. O cartão era todo em inglês. Faltado uma meia hora para o avião descer em Toronto, as coleguinhas do lado me pediriam para eu ajudar elas a preencher o cartão. Eu disse: Eu não sei!! Foi aí que elas descobriram que eu não sabia falar inglês e que elas comeram o queijo ruim no café da manha por minha culpa!rs
Chegamos em Toronto. E daí eu tinha que mostrar que posso andar com as minhas próprias pernas. Eu desci do avião e segui o fluxo, afinal não sabia o que eu tinha que fazer e para onde ir. Na hora do desespero comecei a prestar atenção na conversa do povo. Eis que uma menina fala na conversa com outras o numero do vôo que ela iria para Vancouver. Não tive duvida, cheguei na maior cara de pau e falei: Oi, a gente vai no mesmo vôo. kkkkkkkkkk
Jornalista que é jornalista não pode ter vergonha ainda mais numa hora como essa. Enfim, fui conversando com ela, achando que ela sabia o que estava fazendo. Chegamos no fim do corredor e lá estava os policias da imigração. A menina da agencia havia me dito que haveria uma placa escrito: bilíngüe. Eu deveria entrar nessa fila, por que o policial iria falar comigo em português. Mas é claro que não seria tudo perfeito. Até existia a placa, mas não tinha ninguém, estava vazio. Mas eu pensei rápido: Poxa, essa menina sabe falar inglês, ela vai me salvar. Terminei de pensar isso, vem a pergunta da Adriana: Eu não sei falar nada de inglês, você pode ir comigo conversar com o policial?
Meu coração gelou. E eu tive que dizer mais uma vez: Eu também não sei falar nada!
Bom, a Adriana foi na minha frente (eu empurrei ela) o guarda não perguntou um nada para ela. Ela conseguiu o visto! Faltava eu.
Cheguei no guarda muda e entreguei o passaporte com o cartão que eu tentei preencher no avião. Eis que veio a pergunta. Ele queria saber onde eu iria morar no Canadá: Ufa, eu entendi e respondi: Toronto!! Kkkk é gente, eu respondi errado e ele me corrigiu. Não contente ele me perguntou se eu e a Adriana éramos amigas. E eu respondi: Yes!!! Complicar para que? Rs...
Saí da imigração e o segurança me apontou uma escada. Eu desci! Quando cheguei no fim da escada (a Adriana estava comigo) percebemos que eram as esteiras com as nossas malas. Tinham varias esteiras, mas como chegamos bem no inicio da manha, não tinha outro avião chegando a não ser o nosso, então foi fácil achar nossas malinhas.
Com as malas era hora de achar o próximo portão de embarque. O maior medo de Caroline Teberga. E não foi que eu achei? Ela me perguntou: E agora? Eu só sei que vi na minha frente a palavra connect, eu disse é por ali. Eu nem tinha certeza. Mas, não é que deu certo gente. Eu consegui! Fui seguindo as placas e pedindo ajuda para os guardas e consegui chegar no portão certo. Ahh, vocês estão se perguntando se eu entendi o que o guarda falava?  então, não!!! Mas eles apontavam para uma direção e eu fui indo.
Conclusão: achei o portão fácil, fácil. Primeira etapa vencida!
Peguei o avião em Toronto às 8 horas da manha horário local. Não tenho noção de quanto tempo durou o vôo, mas acho que umas horas, mas foi às duas horas mais longas da minha vida.
Acho que juntou o cansaço, a fome, a ansiedade, só sei que não agüentava mais ficar dentro de um avião e para ajudar eu não podia comer dentro do avião. Esse vôo de Toronto para Vancouver era vôo domestico, ou seja, tudo que você come você paga, para vocês terem uma ideia um café simples, custava 8 reais.
Cheguei em Vancouver!! E sabe como eu consegui achar as malas? Seguindo o fluxo. Bem que minha mãe dizia: Na duvida segue o fluxo.
Peguei minhas coisas e me despedi da Adriana. Ela foi para Vitória é uma cidade ao lado de Vancouver, tem que pegar até balsa para chegar (lembrei da Camila). Foi uma pena porque eu me dei muito bem com ela!!!
Então, vamos para a melhor parte da viagem: vocês se lembram da limousine? Estou até agora esperando, pois é tinha um cara me esperando e esperando também mais 5 pessoas, mas não existia limousine. Para começar nós saímos do aeroporto com as nossas malas e andamos, andamos, até chegar no carro. Eu feliz achando ser o carro dos meus sonhos, mas não era. Eu não sei que carro é aquela, era um furgão da Ford. Esse foi o carro mais velho que eu vi em Vancouver até agora. Que decepção!!! Mas pelo menos o carro andou. kkkkk
O motorista começou a entregar a duas meninas primeiro, pois o bairro delas não era não perto e também mal localizado. Depois foi a minha vez, mas a Faith não estava em casa, então o motorista ligou para ela e avisou que estava indo me entregar, ela pediu para que ele me levasse na igreja dela. Ela estava com a sobrinha, Jeila, a menina tem 6 anos e fica com ela durante o dia. Ahh, ela também adora a Hanna Montana.
Mas durante todo esse percurso eu quase desmaiei de fome, de verdade, mas minha mãe não pode saber, ok?! A comida do avião era horrível e no avião vindo para Vancouver eu não comi nada, só sei que minha pressão foi caindo. Eu senti tanto calor que tirei até a blusa. Todo mundo de sobretudo e eu de blusinha, mas enfim cheguei na igreja e a Faith já estava na porta me esperando. Foi super gentil comigo, mas estranhei porque ela não sabia meu nome e muito menos que eu era do Brasil, mas enfim coloquei as coisas no carro e fomos para a casa. Durante o percurso que durou cerca de 15 minutos ela foi me enchendo de perguntas, como: se eu estava com fome e do que eu gostava de comer. Quando eu disse que não comia frango, ela me disse que na casa dela se come frango todo dia. Eu para ser educada eu disse que não tinha problema, kkkkk.
Chegando na casa ela me mostrou os cômodos e fez uma comida rápida para mim. Na verdade ela faz a comida e congela, então na hora das refeições ela apenas esquenta no microondas.
A comida aqui é muito temperada. Geralmente se come arroz, mas tem algumas coisas no arroz, como cenoura, tomate, enfim tudo bem picado. Come-se também frango, mas ela faz carne para mim, que mais parece uma carne moída com um monte de legumes junto. Detalhe, eu também não como carne moída, mas como eu vou falar isso para ela? É questão de sobrevivência comer isso! Os legumes na grande maioria são todos crus, então fica muito duro e eu não consigo comer por que meu dente ainda está doendo. A salada eles colocam em um prato a parte, geralmente tem pepino, um negocio que parece com um feijão branco, romã, alface e mais umas coisas que eu nunca vi na vida, mas que é bom, apesar de ser tudo muito duro.
Depois que eu comi, fui tomar banho. A hora mais esperada da minha estadia na casa da Faith, rs.. ela me explicou como funciona o chuveiro e depois me mostrou onde fica o pano para enxugar o banheiro. Tomei o banho mais rápido da minha vida, a água estava muito quente, não consegui ficar de baixo do chuveiro. Terminei o banho e sequei o banheiro todo, porque não tem ventilação devido ao frio, tem até aquecedor no banheiro.
Depois fui conhecer onde ficava o supermercado. A Estefani levou um monte de garrafa e latinha de refrigerante para trocar por dinheiro. Acreditem, aqui tem um lugar que você leva esse tipo de coisa e eles te dão dinheiro em troca. Voltei para a casa e fiquei o resto do dia no meu quarto arrumando as coisas. Quando foi 6 horas a Faith me chamou para jantar, e adivinhem: frangooooo. Como eu fiquei feliz!! Rs.
Todo mundo que mora na casa janta junto, assim exercitam o inglês contando o que fizeram durante o dia e se programando para o dia seguinte. Além de mim e da Faith, moram também a Estefani que é suíça, a Saul que é japonesa e mais uma menina que é japonesa também, mas eu não sei o nome dela, porque a gente nunca se encontra.
Voltando ao jantar, depois que se come, é preciso lavar a louça e varrer o chão da cozinha. Cada menina vai fazendo uma coisa, assim terminamos o serviço rápido. Feito tudo, geralmente cada uma vai para o seu quarto e fica por lá até a hora de dormir.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

primeiro dia de aula

hj e meu primeiro dia de aula, mas estou triste, n estou na sala dos meninos que estou andando aqui!!! eles estao no nivel mais avancado que eu... hj nos vamos em um parque bem famoso aqui. esta chovendo e muito frio.... preciso saber o q esta acontecendo no brasil, m mandem noticias!!!! vou p aula. bjs

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Chegueiiiiiiiiiiii

Gente eu cheguei, deu tudo certo... eu estou sem net, mas assim que eu conseguir eu comeco a escrever a aqui, ok!!! a minha familia e bem legal... eu ja fiz varias coisas aqui, mas ainda n consegui nenhum amigo na escola... ahhh, meninas, os homens nao sao bonitos, kkkk, os mais bonitos sao os brasileiros... a comida e muito temperada.... ja passei varios micos, mas isso eu conto depois....... bjssss

ps: desculpa os erros, mas o teclado e muito diferente do nosso!!