quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Futebol

Minha relação com futebol começou muito cedo. 
A família da minha mãe toda é corintiana, na verdade o Corinthians é como uma religião. Dia de jogo de Corinthians é dia especial, é como as tradicionais macarronadas de domingo.
Eles são tão fanáticos que sabem tudo sobre o timão, sempre foram aos jogos, cantam todas as musicas de torcida e dizem que o Corinthians tem sim estádio: O Morumbi. rs.

Enfim, sempre cresci deixando minhas bonecas de lado para ver jogos de futebol, chorar na frente da tv quando o Brasil perdia a copa e claro, rezar, afinal era isso que fazíamos antes de todos os jogos. Meu tio Mauro colocava a imagem de Nossa Senhora da Rosa Mística em cima da Tv, a família toda se unia na frente da telinha, rezávamos e sentávamos todos na varanda da casa da minha avó Ana para assistir aos jogos.

Fui gostando desse mundo e as bonecas foram ficando cada vez mais de lado, mesmo porque os meus primos, que tinham a minha idade, eram todos homens; então não tive muita escolha, ou eu iria ver meus primos jogar bola (eles nunca me deixavam jogar), trocar figurinhas de futebol e aprender com o meu primo Mauricio a fazer embaixadinhas (essa ultimo que anos mais tarde me rendeu uma medalha na escola) ou eu brincava sozinha.
Quando me entendi por gente, conheci o São Paulo Futebol Clube. Na verdade quem me fez trocar o Corinthians pelo São Paulo foi o porteiro do meu prédio. Verdade gente, eu virei a casaca. kkk

Desde o dia que me assume como são paulina não mudei mais. E o gosto do futebol foi cada vez crescendo.
Vivi muita coisa boa torcendo pelo São Paulo, mas foi um outro motivo que me fez viver futebol, respirar futebol, acordar pensando em futebol.
Entre 1997 e 1998, o São Paulo revelou na minha opinião um dos melhores jogadores dos últimos tempos. Acho inclusive que não chegou a ser o melhor do mundo por gostar tanto de um mundo que não combina com o mundo da bola.
Ele conseguiu ir para a copa de 98 e claro, foi ai que descobri de verdade o que era seleção brasileira, quem era Ronaldo, Roberto Carlos e Rivaldo. Descobri o que era impedimento, bandeirinha e o que é xingar a mãe do juiz. Rs.

Denílson de Oliveira é o nome dele. Sim, foi amor! Mas não amor de desejo, homem e mulher, ou um amor platônico. Era admiração, encantamento. Ver ele jogar era algo que me paralisava, os dribles, a facilidade com a bola foi algo que me vez conhecer o futebol arte.
Logo após a copa ele foi vendido para o Betis da Espanha, então eu tive que acompanhar campeonato europeu e comecei a gostar ainda mais de um bom jogo de futebol.
Depois ele jogou no Flamengo, foi para a França, Palmeiras (ele também virou a casaca) e Vietnã e eu sempre ali, lendo e acompanhando tudo.

Percebi que futebol era algo que fazia parte da minha vida e que ter esse esporte como lazer era muito pouco, foi assim que decidi fazer jornalismo.
Ir a estádios e acompanhar a criação do Guaratinguetá colaboraram para que eu me tornasse ainda mais apaixonada pelo futebol. Essa paixão que fica a cima de Ltdas, de lavagem de dinheiro ou briga de torcidas.

Sou sim torcedora do São Paulo, mas antes de tudo sou amante do futebol. Encanta-me ver Neymar e Ganso jogarem. Acredito e muito no trabalho de Luiz Felipe Scolari. Sou apaixonada pela torcida do Corinthians e aprendo muito com a sabedoria de Muricy Ramalho.
Dia de futebol não precisa me chamar para sair de casa, quarta e domingo são dias sagrados.

Vou sentir falta de tudo isso nesse tempo que estiver fora país.
Só quem já teve o prazer de se arrepiar com o gol do seu time, chorar no rebaixamento que era impossível, gritar: Eu sou pentacampeão!! sabe o que estou falando. Só quem nasceu com o futebol no sangue sabe o que é ir a um estádio e assistir uma boa partida de futebol, sabe que futebol é sagrado e que não tem preço tomar chuva ou ficar igual a um camarão para ver a vitória do seu time.
É claro, que vou sentir falta dos meus amigos, da minha família e da comida minha avó. Vou sentir falta também da única boneca que restou que fica em cima da minha cama com uma camisa da Seleção Brasileira de Futebol.

Eu e Ele.

2 comentários:

  1. Ótimo o seu texto. Também sou apaixonado assim. Mas troquei o Palmeiras e até a seleção pelo Guaratinguetá. Sou doente pelo time. E continuo não acreditando que ele foi embora. Ou melhor. Eu não quero acreditar. Gostaria que você escrevesse um texto com sua opinião sobre tudo o que envolveu a saída para Americana. A ida à FPF foi histórica. Será que foi em vão nossa luta? Eu ainda não sei responder isso.

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  2. pode deixar Francisco, vou escrever sim. até o ultimo dia em guará, eu prometo escrever algo, ok?!

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