quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Trigésimo nono dia – 11 de janeiro – Terça feira


Acordei na maior expectativa para o jantar de hoje à noite na casa dos meninos do Rio. Estava tão ansiosa que não senti nem vontade de tomar café da manha, mas quando cheguei na cozinha e vi dois ovos fritos e panqueca, senti fome na hora. Pode parecer estranho começar o dia comendo tanta coisa, mas se eu pudesse eu comeria comida no café da manha, adoro comer bem logo que acordo e hoje me senti realizada, além disso, teve salada de fruta.
Já na escola dia de novidades. Como toda terça feira sempre ganhamos novos amigos e hoje não foi diferente. Chegaram três mulheres na minha sala, uma é mexicana e a outras duas brasileiras. A mexicana e uma brasileira até que falam bem, mas a outra mulher, eu não sei como ela chegou até aqui, a mocinha não sabe nada, mas sabe o que é nada, estou morrendo de dó dela, ela tenta conversar com as pessoas em português, acho que ela pensa que as pessoas vão entender ela, o tristeza.
Já no almoço, a galera se reuniu e decidiu ir almoçar no shopping, hoje todo mundo estava com espírito de comida saudável, a gente economiza em um dia e gastamos tudo no outro.
Todo mundo estava na maior expectativa para o jantar de hoje à noite, mas os meninos tinham aula ate as 3 e meia, então o jeito foi dar um tempo no shopping. Tayane procurando um shampoo, Moara uma mala e eu não estava procurando nada, mas no final não teve jeito, fui obrigada a comprar um moletom na Hollister, ele estava apenas 22 dólares, e eu vou usar ai no Brasil, alem de que é Hollister! Minha mãe já está sabendo e nem falou nada, que maravilha; comprei também um creme de corpo, muito caro, 10 dólares, é a mesma marca que eu uso no Brasil, mas mesmo assim, vocês entenderam que eu paguei 20 reais em um creme? Tayane também achou o shampoo que queria, aqui os produtos que são usados em salão de beleza são muito baratos, por isso ela comprou. Já Moara preferiu apenas pesquisar e deixar as compras para amanha, ela só fez compras na Dollarama, afinal ela é a garota propagando da loja, compra algo lá todos os dias e depois sai falando que fez uma boa compra para todo mundo e ainda por cima indica o lugar.
Finalmente deu a hora da gente se encontrar com os meninos do Rio, a ansiedade era muita, todo mundo loco para comer alguma coisa familiar. Fomos ao supermercado e lá começou a caça aos ingredientes. Aqui existe muita pouca marca de comida que tem no Brasil, então não tinha como a gente achar o que precisávamos pela embalagem. Achamos a carne com facilidade, o queijo também, mas e o creme de leite. Alguém sabe como é creme de leite em inglês? Pois é, a gente não sabia, então o André passou um radio para um amigo que mora aqui e perguntou, isso foi a nossa salvação. Ainda bem que existe nextel!!!
Depois das compras fomos para o apartamento. Quando entrei na casa, que horror, quem foi à pessoa que teve a ideia de deixar esses meninos morarem sozinhos? Quem bagunça. Tudo bem que homem não é muito organizado, mas tenho alguns amigos que sabem se virar, já os meninos do Rio... A pia estava lotada de louça, não tinha como fazer nada naquele lugar, então eu e Tayane resolvemos dar um jeito na bagunça e começamos a lavar tudo o que achávamos pela frente, até que conseguimos deixar o lugar com cara de limpo. Serviço finalizado foi à vez do André ir para a cozinha, ele ficou responsável em preparar a comida, mas enquanto isso nós assistimos os vídeos de Victoria e demos muita risada, como pode, a gente fala as coisas e depois vê que falamos besteira, mas o melhor é que ninguém se desespera, todo mundo só dá risada, porque é uma perola após a outra.
Finalmente a comida ficou pronta. Que saudade do Brasil. O arroz ficou papa (o arroz daqui é bem diferente do arroz do Brasil, não sei o que acontece que ele não fica solto), a carne estava espetacular, e batata frita então.... vocês não devem sentir falta de comer isso, certo? Mas aqui, a gente sente saudade de tudo, por mais que encontremos lugares que tenham comida parecida com a do Brasil não é a mesma coisa, até as frutas não tem o mesmo gosto, a banana, por exemplo, não tem gosto nenhum, o abacaxi não é doce, tem um gosto de nada, a maça é dura, a pêra é molenga, enfim, nada como a comida do meu país. De acordo com a Faith, as frutas são assim porque todas elas são importadas, como o país é muito frio, eles não têm condições de produzir o ano todo, então a solução é comprar de outro país. A comida aqui em geral é bem cara, a carne principalmente, eles comem carne raramente, frango e peixe é mais comum.
Enfim, só sei que comi bastante, o arroz estava sem sal, mas até dou um desconto para o André, afinal cozinhar para 9 pessoas (até o Marcel resolveu comer, isso é um milagre) não é nada fácil. A parte salgada estava boa, mas a sobremesa (dessa vez o brigadeiro deu certo) estava muito boa. Eu fiz brigadeiro, na verdade a única coisa que eu sei fazer (coitado de quem casar comigo, será brigadeiro no café, no almoço e no jantar) mas ficou muito bom, não foi porque foi eu que fiz não. Nós comemos de colher (descobri que eu não consegui enrolar o brigadeiro no natal porque ele fica mole aqui, não tem a mesma textura como no Brasil, portanto a culpa do brigadeiro não ter ficado bom não foi minha e sim do leite condensado daqui, rs...). Estava eu lá fazendo o brigadeiro, eis que o André grita: Caraca está nevando!! E não é que estava mesmo.
Eu, Marcel, Renato e Jéssica comemos o brigadeiro rápido e nos despedimos do pessoal, tudo isso para sair na rua logo e ver a neve de perto. Dessa vez nevo muito, mas muito mesmo, que coisa linda, parecia flocos de algodão caindo do céu. Ao contrario do que eu imaginava, não é preciso estar muito frio para nevar, é claro que estava frio, mas já teve noites mais frias. Eu parecia uma criança, Renato e Marcel queriam gravar tudo (só podia ser brasileiro mesmo) e o mais engraçado é que só a gente que fazia festa para a neve, mas ninguém.
No caminho para a casa as ruas estavam lotadas de neve, tudo branco, não era possível andar pela calçada. No meu bairro nevo muito, era quase impossível andar e não escorregar, mas eu nem liguei para isso, queria mesmo fotografar tudo. A rua de casa estava toda branca e clara, como não tem iluminação na rua eu fico todo dia com medo de chegar tarde em casa, mas hoje a rua estava muito clara, o céu estava claro e muito bonito, era tudo branco: chão, calçada, céu, carro, casa... mas um branco que iluminava, um branco abençoado! Se eu já estava feliz, a neve veio apenas para abrilhantar a noite!!!


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