quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Quadragésimo dia – 12 de janeiro – Quarta feira

Viva a quarta feira, tudo que é bom acontece na quarta: balada, balada e balada!!! Acordei e estava tudo cheio de neve, na rua era impossível de passar, na calçada então... as arvores todas infestadas, o telhado das casas... Vancouver tinha uma única cor: branco.
Comecei o dia bem: não tinha nada para comer no café de hoje e ainda por cima perdi o ônibus para ir para a escola. Faith não fez nem salada de fruta para mim, que triste!! Comi apenas uma fatia de pão puma, mas de nada adiantou, saí de casa na maior dificuldade por causa da neve, mal dava para andar, não dava para ver nada, tudo coberto, não sabia onde era rua e onde era calçada, então na hora que eu cheguei na rua onde pego o ônibus ele já estava parado no ponto, ou eu corria para alcançar ou eu perdia o ônibus e chegava atrasada, preferi chegar atrasada. Imaginem a cena: eu saindo correndo, escorregando na neve, deslizando ate o ônibus, me molhando toda e ficando toda roxa. Legal, neh? Então por isso resolvi não correr, o pior de tudo é que o próximo ônibus demorou e eu ainda tinha que comprar algo para comer. Cheguei no meu ponto final faltavam 10 minutos para começar a aula, subi a ladeira correndo, parei na 7 eleven 9toda esquina tem um aloja dessa, vende de tudo), comprei um pão, e fui correndo para a sala, tempo exato, nunca mais eu consigo isso.
 A maioria das pessoas da minha sala não foram a aula hoje, tudo isso por causa da neve. Quando neva, é comum que no dia seguinte a cidade fique uma bagunça, porque as ruas ficam congestionadas, o skytrain não funciona direito, as pessoas que tem carro preferem deixar o veiculo em casa e usar o transporte publico, enfim ninguém chega onde precisa chegar, mesmo porque as principais ruas da cidade ficam tomadas pelos caminhões que recolhem a neve, e as calçadas pelas pessoas que vão retirando a neve com uma pá, como se fossem os garis no Brasil. É uma estrutura imensa para tentar diminuir os problemas. Alem da neve, também estava chovendo.
A aula foi bem cansativa, ter que ficar decorando verbo é um saco, mesmo porque a sala está muito cheia, tem gente que sabe um pouco de inglês, tem gente que não sabe nada, o tempo passa, a professora explica 30 vezes a mesma coisa, até que chega uma hora que eu não agüento mais e vou dar uma passeada no corredor. Eu tenho que passar de nível, porque ficar mais um mês nessa sala, não vai dar certo.
Hoje almocei cachorro quente, resolvi economizar, a final a noite tinha festa. Depois que comi vim para a casa, precisava me arrumar e lavar minha roupa também.
Aqui eles separam apenas as roupas por escura e clara para colocar na maquina de lavar, eu fico morrendo de medo toda vez que vou lavar roupa, dá um medo de manchar tudo, imagina só, já não tenho muito roupa aqui, se manchar então... hoje lavei todas as roupas claras, ainda bem que tudo saiu como eu imaginava, só tive um problema: a calça do meu pijama encolheu, estou linda, dormindo com uma calça que virou short, rs...
Estava pronta para ir encontrar o pessoal, só faltava comer, então fui para a cozinha às 6 horas em ponto, mas o jantar ainda não estava pronto, sentei na cadeira e fiquei esperando, até que Faith se tocou e arrumou meu prato. A comida estava horrível, batata e cenoura cozida e só! Quando eu já estava quase terminando de comer, apareceu um pedaço de carne, então fui com aquela vontade, mas a visão não foi boa: tinha um cabelo no meio do recheio. Eu não sei porque eu sempre acho essas coisas na comida, eu sou premiada. Cortei um pedaço da carne e deixei de lado e comi o resto, na verdade eu não comi, eu apenas engoli, porque a vontade de comer desapareceu.
No caminho da balada encontrei com a Tayane e depois nos encontramos com Moara e Jéssica, fomos direto para a Caprice, porque tínhamos que pegar o carimbo (é igual ao carimbo que ganhamos na mão quando estamos no camarote de algum evento) antes da 10 horas para conseguir entrar de graça. Carimbo garantido atravessamos a rua e fomos para a Joseph, como todas as quartas feiras. Hoje a balada tava chata, as musicas estranhas, um pessoal estranho, então apenas bebemos os drinks que ganhamos e voltamos para a Caprice.
Que balada foi essa! Cada festa aqui eu me surpreendo mais, quando eu penso: Essa balada foi a melhor! Eu vou para a próxima festa e consigo me divertir ainda mais. A Caprice é quase enfrente a Joseph, mas é mil vezes melhor. O lugar é lindo e faz lembrar muito a Sunfest (uma balada que tinha em guará), mas é muito grande. As musicas são ótimas, como tem muito brasileiro o DJ toca também os nossos sucessos, daí já viu, a galera toda cantando, todo mudo junto se divertindo, só quem vive isso sabe o que eu estou falando. Não tem só brasileiro na festa, mas a maioria das pessoas são do Brasil, isso significa animação garantida! Eu não queria vir embora, mas já estava na hora do meu ônibus, então não teve jeito, eu e Tayane viemos na chuva rindo dos acontecimentos da noite. Resolvemos parar no Burger King para comprar um lanche e fomos correndo para o ponto de ônibus com o lanche na mão.
Já no ponto, me encontrei um uma menina de Campinas (não sei o nome dela) eu a conheci na sexta feira passada no mesmo ponto, quando estava esperando o ônibus para vir para casa, ela tem 15 anos. Ela contou que três pessoas foram deportadas no inicio da semana para o Brasil, porque estavam com passaporte falso para entrar na balada. Isso foi no sábado, mas nós não ficamos sabendo porque estávamos em Victoria. De acordo com a garota a policia entrou na balada, mandou ascender à luz e começou a conferir o passaporte de todo mundo, até que descobriu que três pessoas estavam com o passaporte falso. Isso é muito comum aqui, as pessoas falsificam documento para entrar na balada porque a maior idade aqui é 19 anos.
Finalmente cheguei em casa, agora vou dormir porque tenho três horas apenas de sono!

Um comentário:

  1. Poxa, vc falando da Caprice...me deu uma vontade de ir!!!!!....Nossa e que pesado esse lance dos brasileiros deportados...que triste heim!!!
    se cuida aí!
    bjos
    Gabriel

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