segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Qüinquagésimo oitavo dia – 30 de janeiro – Domingo

Acordei com o sol entrando na minha janela, às 10 horas da manha. O dia estava perfeito, parecia aqueles dias de verão do Brasil que a gente acorda e pensa: Vou para a praia com certeza. Foi um dos dias mais bonitos que vi aqui, não tinha uma nuvem no céu, o sol estava até esquentando. Mesmo com o dia perfeito, a preguiça de sair da cama estava grande, eis que meu MSN grita (eu durmo com o computador ligado) era o André me chamando para ir para Grouse Mountain fazer snow, dessa vez não tive como recusar. O dia estava lindo, Enzo ficou dizendo o tempo todo que estava uma neve ótima para eu aprender, além de que eu tinha um professor particular, o André se comprometeu a me ensinar. Dessa vez eu não tinha como escapar.
Me encontrei com o André, Diogo e Enzo (Nicolas me abandonou) em downtown e fomos para a montanha. No caminho os meninos falaram muito na minha cabeça, queriam me ensinar como se faz snow dentro do seabus (nos encontramos com a Jéssica), queriam saber qual o meu pé que me dava mais apoio, enfim me encheram de informação, mas eu não consegui guardar nada.
Chegamos em Grouse Mountain e tivemos que pagar 49 dólares para subir na montanha, depois fomos alugar nossas coisas para fazer snow, o equipamento ficou em 61 dólares. Eu precisava de uma calça impermeável, pois só tenho a blusa, eles alugam a roupa também, mas como a montanha estava muito cheia, não tinha mais roupa para alugar, então a solução era fazer de calça jeans mesmo.
Peguei minhas coisas e fui toda feliz para a pista de iniciante, os meninos falaram tanto que era fácil que eu acreditei. Diogo e Enzo me abandonaram e foram para a pista mais difícil, mas André e Jéssica ficaram comigo. Fiquei com dó do André, ele foi muito legal, tentava me explicar varias vezes o que eu tinha que fazer, mas eu não conseguia, então agradeci ele e falei que iria ficar tentando que ele podia ir com os meninos. Agora era eu e eu.
Jéssica tentou me ajudar algumas vezes, pois eu não conseguia colocar a prancha no pé e levantar, tem que ter muita força na perna, coisa que eu não tenho. Nessas ajudas, eu a derrubei um monte de vez, coitada, ela tentava me ajudar e saia eu e ela rolando montanha a baixo, era só risada, não só nossa, mas também de quem estava ali por perto. Era eu para um lado, Jéssica para o outro, prancha de snow para outro lado, as pernas da Jéssica com o Ski (Jéssica estava fazendo ski, ela acha mais fácil) para outro lado, era a coisa mais horrível que já vi na vida. Até que a mocinha cansou de me ajudar, já era hora neh?! E foi skiar. Então não teve jeito eu tinha que tentar sozinha e foi o que eu fiz. Como quando eu quero eu consigo, não deu outra, tentei muito, mas muito que consegui ficar em pé na prancha e descer a pequena montanha para iniciantes, mas isso é claro depois de muitos tombos, de sair rolando montanha a baixo varias vezes, de atropelar muita gente (eu não conseguia parar, então tinha que me jogar no chão), mas o que importa é que eu consegui.
É incrível como cansa fazer snow, eu nunca poderia imaginar que eu iria transpirar na neve, é absurdo como isso acontece, estava frio, chegou até nevar, mas eu não sentia nada; sem falar na força que tem que ter na perna, porque você controla a prancha com o pé fazendo movimento para os lados e para frente e para trás. Se tivesse isso no Brasil eu iria fazer com certeza.
Os meninos me falaram que se eu ficasse tentando o dia todo, eu iria sair de lá pelo menos conseguindo me equilibrar e foi o que aconteceu, fiquei muito feliz, é uma sensação incrível, porque você pode controlar a velocidade que você deseja, pode escolher o lado, enfim que nunca fez faça pelo menos uma vez. Os meninos são fominhas de snow, eu não entendia o porque, mas depois de hoje, passei entender eles perfeitamente.
Depois que tentei varias vezes que cai e rolei na neve os meninos apareceram. O Diogo machucou o braço e não estava conseguindo mais fazer snow, então enquanto ele se recuperava eu resolvi mostrar minhas habilidades (nenhuma) e descer a montanha para eles verem como eu estava. André e Enzo foram na frente eu desci em seguida, mas não foi uma boa ideia. No meio da montanha eu caí, não conseguia levantar, então tirei a prancha e subi a montanha a pé, nesse momento escuto o André dando risada, quando eu virei para perguntar o que estava acontecendo ele gritou para Grouse Mountain inteira escutar: Carol, sua calça rasgou, sua bunda está aparecendo! Que vergonha. A sorte é que eu estava com uma segunda pele por baixo, então ficou aparecendo à outra calça. Não sei como isso aconteceu, porque rasgou a calça toda, não tinha mais como eu ficar na montanha, além de estar toda molhada (não estava com a calça apropriada) eu ainda estava com a calça rasgada. A solução que encontrei na hora foi amarrar meu cachecol na cintura para tampar o rasgo e conseguir chegar ate o banheiro para trocar de calça, pois eu tinha levado uma calça de moletom para colocar junto com a que eu iria alugar, ainda bem, porque se não eu teria que vir embora com a calça rasgada.
Troquei de roupa e fomos comer, afinal o dia todo fazendo snow sem almoçar, era de mais. Ficamos um bom tempo conversando, Jéssica estava impossível, fiquei até com dó do Enzo. André (meu professor) queria curtir os últimos momentos em Vancouver, mas existia uma pergunta: ficar ou não feliz em ir embora? Enfim, resolvi vir embora, não tinha mais como eu fazer snow, Diogo veio comigo, pois o braço dele estava doendo muito.
No final do dia descobri que eu tinha uma calça a menos, que havia gastado muito com essa brincadeira e que eu estava com o corpo todo roxo e dolorido de tanto cair.





2 comentários:

  1. Carol to rolando de rir só de imaginar vc com a calça rasgada...kkkk
    Deve ter sido muito engraçado mesmo ver a sua cara numa hora dessas...rsrs
    Bjokas

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