quarta-feira, 2 de março de 2011

Vamos viver tudo o que há pra VIVER..

Interromper essa sequência aqui vai ser difícil, mas senti uma necessidade tão grande de fazer isso que talvez eu consiga tirar de letra.
Já se passaram três meses que eu estive no Canada e hoje fazem exatos três dias que eu voltei pro Brasil, voltei pra realidade. Semana passada eu estive no paredão com a Caroline Terbega, foi difícil, muito difícil mesmo porque desde o inicio eu já sabia que o meu paredão ia ser com ela, eu queria ter ficado mais e a casa sabia disso mas o público já tinha decido desde antes, mas o mais difícil foi a retrospectiva que fiz essa última semana que se passou, lembrei de como passou rápido e que um dia pensei em desistir, que na hora de entrar na sala de embarque olhei pra minha mãe chorando e falei que não ia mais, dai meu pai com toda a calma do mundo mandou eu entrar e sem olhar pra trás e foi o que eu fiz, ainda bem. Os primeiros dias não foram bons, foram terríveis pra ser sincera, eu me perguntava o que eu tava fazendo ali, logo se passou uma semana eu conheci a Carol, conheci de um jeito meio estranho e que achei que não ia vingar em nada só que as coisas foram acontecendo e acontecendo e quando eu vi nós já não nos desgrudávamos. Se ela quisesse ir no Tim Hortons eu ia junto, se eu quisesse ir no Canada Place íamos juntas, mesmo que muitas vezes a nossa maior vontade fosse dizer que não. Se uma ficasse doente a outra cuidava, se uma não quisesse ir a festa uma arrastava a outra, fomos nos identificando aos poucos, tudo começou pelo amor por FOTOS, e como isso ajudou, passamos um dos melhores dias juntas, um dia em Grouse Mountain, começamos num dia de sol maravilhoso depois veio chuva, começou a nevar e pra fechar bem lindo o pôr do sol foi encantador com uma lua que nasceu as 4h da tarde, é um dos dias que jamais vamos esquecer. Certeza!
Falar de Vancouver é lembrar do quarteto, no inicio eramos um grupão, onde todo mundo fazia tudo junto ( mesmo que pra isso eu e a Carol tivéssemos que esperar a maldita aula C do pessoal haha), mas as pessoas foram indo e indo e nós fomos ficando, quando percebemos eramos quatro, Carol, eu, Renato e Gabriel, fazíamos tudo juntos, passamos por cada uma que hoje a gente ri, mas na hora era um desespero.. Eram coisas simples, uma caminhada, uma ida ao shopping, ir aos pontos turísticos que o Gabriel tanto queria ou recusar a tão esperada ida a China do Renato. Engraçado é que cada um tem uma personalidade, um jeito, uma essência, muita das vezes eu saia na porrada com o Gabriel, o Renato sempre tentando apaziguar e a Carol se espocava de rir, mas o que havia entre nós era tão maior que a gente sempre acabava rindo. Gabriel é aquele tipo de pessoa que topa qualquer parada, que adora festa, tá sempre preocupado em reunir a galera e acha que educação é fundamental, ele adora foto, mas adora tirar foto dos lugares não dele. Ele é bem paciente e tolerante, mas não pisa no calo dele. O Renato é bem centrado, tem uma maturidade acima do que deveria, desde que chegou em Vancouver só pensava em conhecer um lugar : CHINATOWN. Ele também adora uma balada, tem uma paixão pela mãe que é linda. Tem uma risada que faz qualquer pessoa rir, adora gravar video (inclusive ele tem uns muito sem noção haha), se alguém pisca diferente ele quer gravar hahaha. A Carol gosta mais do dia, quer aproveitar bem o dia sempre, se a gente marcasse as 11h da manhã ela achava que tava tarde então marcávamos mais cedo, adora fotos, tem um sotaque lindo, tinha um roteiro pra lugares incrível, escreve muito bem, é meio cabeça dura, não gosta de dar o braço a torcer, tem um jeito de menina-mulher, adora uma palhaçada e é bem decidida mesmo que na maior parte do tempo ela fique na duvida. Eu, ah não vale falar de mim, em capítulos anteriores quando eu deixei Vancouver para ir pra Toronto ela escreveu aqui pra mim e sobre mim, então é desnecessário. Então, mesmo com muitas diferenças ainda sim nós quisemos ser amigos, no meio de tudo isso tempos algo em comum que o tempo foi mostrando, nós topamos qualquer coisa, nós damos a cara a tapa, temos vontade de abraçar o mundo, de fazer tudo agora e pra já. Achamos que a vida é uma só e só se dá pra quem se deu, pra quem riu, pra quem chorou, pra quem brincou e aprendemos que o tempo não volta, que a vida é uma só e por isso começamos a aproveitar cada minuto, experimentando comidas que jamais pensamos, bebendo, saindo, nos divertindo, rindo, chorando, gargalhando, ficando em silêncio, ou apenas assistindo um pôr do sol, tudo pra gente é válido, tudo a gente tira uma lição..Muitos pensavam que eramos um quarteto de uma forma que não tinha a ver, mas como o Gabriel disse “do nosso jeito nós somos um quarteto” e de fato, eramos e sempre seremos. Nunca nos fechamos, sempre deixamos nosso grupo aberto, sempre fomos muito receptivos, por isso começaram a entrar pessoas que fizeram com que nós amassemos tanto aquele lugar, de quatro passamos a ser mais uma vez um grupo de 12 pessoas, uns se agregavam temporariamente mas sempre estavam ali e outros ficaram pra sempre e fizeram história junto conosco. Tayane veio pra ser pra sempre, a louca do stick, na verdade ela sempre esteve com a gente mas era meio dividia até que ela se encaixou, se encontrou na gente de uma tal forma que nunca mais se separou, depois chegaram os meninos do Rio, três de uma vez só, engraçado na primeira semana já nos identicamos muito com eles, mesmo achando que eles tinham cara de marrento hehe com eles veio de brinde o Diogo, não era da nossa escola mas era um agregado, o Marcel também sempre esteve com a gente mas ele dava uma preferência maior digamos assim aos jogos dele haha então o Renato conheceu a Jéssica e nos apresentou, e claro, ela ficou pra sempre também, já perto de eu deixa-los chegou a Gabriela.
Vancouver tem algo especial, tem o dom de fazer as pessoas não quererem voltar pra casa, tem magia, é algo que só sabe quem passa, que tem que ir olhar com os próprios olhos e sentir com o coração pra poder entender, porque não há palavra ou foto que descreva isso. Talvez tenha sido por isso que me doeu tanto, que me fez chorar tanto ter deixado tudo isso, o lugar e as pessoas pra ir pra Toronto, mas no final deu tudo certo porque Toronto também me apresentou um mundo lindo, Toronto foi tão especial quanto Vancouver mas se meus pais perguntassem “Quer ficar mais três meses?” eu diria “ Quero, mas me coloca pra Vancouver de novo!”. Não tem como comparar as cidades porque são opostos, e acho que por isso gostei tanto das duas. É tão estranho se sentir triste, sentir um vazio mesmo sabendo que quando você está voltando você vai encontrar as pessoas que mais te amam no MUNDO, mas é que nós construímos uma família no Canada, saber que nunca mais a convivência diaria será a mesma dói em cada um, saber que amigos arabes, mexicanos, coreanos nós possivelmente jamais veremos dói mais ainda, os brasileiros sabemos que com esforço a gente se vê, mas os outros, dói demais. Canada é um país multicultural que faz a gente aprender muito, experiência de vida que cada um tirou fez cada um mudar, isso é que é o mais dificil porque nós não percebemos isso, mas seus familiares, amigos e namorados percebem no instante que te abraçam no aeroporto.
Fácil mesmo é viver tudo isso, difícil é encontrar palavras pra descrever. Só mesmo agradecendo a Deus por essa oportunidade única, porque muitos queriam tá no nosso lugar e nem todos tiveram ou tem essa sorte.
Por isso pra minha melhor amiga de Vancouver eu digo, aproveite essa última semana, curta muito, ria bastante, seja feliz, VIVA e quando você voltar pro Brasil não deixe esse Caroline que você descobriu ou reencontrou ai, arraste ela junto com você.
É isso, pra termina isso aqui vou deixando uma das músicas de Vancouver que marcou pra todos.
Eu vejo a vida
Melhor no futuro
Eu vejo isso
Por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste
Em nos rodear...
Eu vejo a vida
Mais clara e farta
Repleta de toda
Satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão...
Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...
Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não, não, não...
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...
Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...
Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não...
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há prá viver
Vamos nos permitir...
E não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir.."
Tempos Modernos - Lulu Santos

Por: Moara Calderaro Cristo

4 comentários:

  1. amei o texto, vc foi uma das principais pessoas que passaram por aqui e contribuiu para que o meu blog tivesse boas historias, não tenho palavras para te agradecer o que fez por mim nesses ultimos tres meses. amo vc lindona!!

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  2. Fantastico o texto Moarinha. Por um lado ficamos tristes por nao contar mais com todos ao nosso lado mas feliz por saber que fizemos grandes amigos, parceiros que irao nos acompanhar nao mais por 3 meses num outro pais mas sim pra sempre no nosso pais!!
    Valeu por tudo, do quarteto ao stick acho que essa experiencia nao tem dinheiro que pague, sou muito feliz e grato de passar esse momento ao lado de vcs. Mas que fique claro que a partir de agora vamos colocar o papo em dia nao na neve e sim com um churrascao e muito sol!!
    Saudade de todos, se cuidem e agente se ve no BRASIL.
    Beijoss

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  3. A nossa melhor qualidadeé ser brasileiro, seja onde for o proximo encontro: São paulo, Rio, Angra, Belem, seremos para sempre...

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  4. Otimo texto moara, li ele ouvindo BEP - The Time, realmente a musica que marcou tudo em Vancouver, precisamos sair do Brasil para encontramos pessoas maravilhosas que jamais iamos encontrar por aqui, amizades que levaremos para sempre.

    -marcel

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